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QUILOMBOS NO BRASIL IMPERIAL: UMA ANÁLISE HISTORIOGRÁFICA SOBRE
RESISTÊNCIA E LUTAS SOCIAIS

QUILOMBOS IN IMPERIAL BRAZIL: A HISTORIOGRAPHICAL ANALYSIS OF
RESISTANCE AND SOCIAL STRUGGLES

César Henrique de Queiroz Porto1

https://orcid.org/0000-0003-4744-148X
http://lattes.cnpq.br/5291819504978006

Luiz Gustavo Soares Silva2

https://orcid.org/0000-0001-8701-8227
http://lattes.cnpq.br/8091058326735807

Anna Flávia Rodrigues Dias3

https://orcid.org/0009-0002-3183-3198
http://lattes.cnpq.br/3419147541090833

Recebido em: 16 de agosto de 2024.
Aceito em: 10 de janeiro de 2025.

Revisão em: 14 de janeiro de 2025.
Aprovado em: 06 de março de 2025.

https://doi.org/10.46401/ardh.2024.v16.21726

1  Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2012). Mestre em História pela
Universidade Federal de Minas Gerais (2002). Graduado e Especialista em História pela Universida-
de Estadual de Montes Claros - Unimontes. Professor efetivo da Unimontes nas áreas de História Mo-
derna e Contemporânea. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em História - PPGH/
Unimontes (Mestrado). E-mail: cesarqueirozporto@gmail.com
2  Licenciado e Mestre em História pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). É pro-
fessor no Departamento de História da Unimontes, acadêmico de Jornalismo pela Faculdade Anhan-
guera e responsável pela organização do podcast “Panorama Oriental”, voltado para a divulgação
de estudos sobre História do Tempo Presente e questões culturais e geopolíticas do Oriente Médio.
E-mail: luiz.soares@unimontes.br
3  Graduanda em História pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com foco em
questões raciais e quilombolas. Desde maio de 2022, é professora voluntária no Cursinho Popular
Darcy Ribeiro, vinculado à Rede Emancipa. Atualmente, pesquisa a presença e o impacto das comu-
nidades quilombolas no Norte de Minas Gerais. E-mail: filhadeyeshua12.2@gmail.com

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Introdução

Este artigo propõe analisar os quilombos remanescentes durante o
período imperial brasileiro, com o objetivo de investigar as representações
historiográficas sobre esses espaços de resistência e suas interações com o
governo imperial. A pesquisa busca dialogar com a bibliografia que interpreta os
processos históricos dos povos africanos e afro-brasileiros no Brasil, com foco
na resistência da negritude, expressa por meio de suas organizações e relações
sociais.

Nesse sentido, ao estudarmos sobre negritude, é necessário, um certo
cuidado. Não devemos reduzir os anos de escravidão negra a um único tom,
como se os corpos negros fossem apenas símbolos da violência que sofreram.
Pesquisas e estudos, cada vez mais recorrentes, vem apontando, que se existiu
a escravidão e a suas diversas formas de opressão, também houve formas
de resistência. Essa atenção teórica e conceitual é importante para se evitar
os perigos de uma “história única” (ADICHIE, 2019). Afinal, temos registros de
resistências culturais, religiosas e de diversas outras tentativas de reivindicação
por parte destes indivíduos.

RESUMEN: Este artigo realiza uma
análise historiográfica sobre os quilombos
remanescentes no período imperial brasileiro,
investigando suas representações enquanto
espaços de resistência e suas interações com
o governo. A pesquisa dialoga com estudos
que abordam os processos históricos dos
povos africanos e afro-brasileiros, destacando
as formas de resistência da negritude por
meio de suas organizações e relações sociais.
Enfatiza-se a participação dos quilombos em
revoltas regenciais, como a Balaiada, exemplo
significativo da luta por liberdade e direitos.
Assim, o trabalho contribui para refletir sobre a
relevância histórica desses territórios enquanto
manifestações coletivas de resistência,
ressaltando sua permanência como símbolo de
luta até os dias atuais. Embora introdutório, o
estudo estabelece fundamentos para discussões
mais aprofundadas sobre a trajetória quilombola
no Brasil imperial e sua importância no contexto
das resistências afro-brasileiras.

Palavras-chave: quilombos, resistência,
historiografia, negritude.

RESUMO: This article carries out a
historiographical analysis of the remaining
quilombos in the Brazilian imperial period,
investigating their representations as spaces
of resistance and their interactions with the
government. The research dialogues with
studies that address the historical processes of
African and Afro-Brazilian peoples, highlighting
the forms of resistance of black people through
their organizations and social relations. It
emphasizes the participation of quilombos
in regency revolts, such as the Balaiada, a
significant example of the struggle for freedom
and rights. Thus, the work contributes to
reflecting on the historical relevance of these
territories as collective manifestations of
resistance, highlighting their permanence
as a symbol of struggle to this day. Although
introductory, the study lays the foundations for
more in-depth discussions on the quilombola
trajectory in imperial Brazil and its importance
in the context of Afro-Brazilian resistance.

Key words: quilombos, resistance,
historiography, negritude.

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Em vista disso, como enunciou o líder quilombola brasileiro, Antônio Bispo
“[...] embora pertencendo a mesma espécie, a humana, precisamos dialogar
profundamente com os conceitos de cor, raça, etnia, colonização, e contra
colonização” (BISPO, 2015, p.26). Pois, o que é ser negro foi historicamente
estruturado. Construindo-se a mentalidade de que esse, geralmente, era um
ser marginal, desprovido de capacidades mentais elevadas e biologicamente
adaptado para o trabalho pesado. Evidenciando que não há como falar das
expressividades dos quilombos, sem debater com os conceitos de raça e
colonização.

Neste trabalho, ao propormos um estudo dos quilombos com foco no período
imperial brasileiro, buscamos realizar uma análise que leve em conta as disputas
narrativas presentes na historiografia, além de discutir conceitos e algumas
abordagens analíticas. A pesquisa contribuirá para este campo na medida em
que trata do assunto sobre o prisma da descolonização. De acordo com Frantz
Fanon:

A descolonização, que se propõe mudar a ordem do mundo, é, está visto, um progra-
ma de desordem absoluta. [...] A descolonização, sabemo-la, é um processo histórico,
isto é, não pode ser compreendida, não encontra a sua inteligibilidade, não se torna
transparente para si mesma senão na exata medida em que se faz discernível o movi-
mento historicizante que lhe dá forma e conteúdo. […] A descolonização jamais passa
despercebida porque atinge o ser, modifica fundamentalmente o ser, transforma es-
pectadores sobrecarregados de inessencialidade em atores privilegiados, colhidos de
modo quase grandioso pela roda viva da história. [...] Há perante a descolonização a
exigência de um reexame integral do sistema colonial. [...] É por isto que, no plano da
descrição, toda descolonização é um triunfo. (FANON, 1968, p. 26-27)

Sendo assim, descolonizar a produção científica é “dar voz” a versão dos
escravizados, para além dos argumentos dos senhores de escravos. É levar o
olhar, para os elementos culturais trazidos e preservados pelos negros, bem
como, analisar o como se davam suas relações, suas crenças e as demasiadas
formas de resistir, desde a luta, a fuga, a assimilação forçada, até a morte, para
fugir do banzo4. Essa concepção permite mostrar outros protagonistas sociais

4  Nos dicionários oficiais de língua portuguesa, os ditos dicionários brancos, o banzo é definido
como saudade da África, ou como forma de adjetivação de pessoa triste, pensativa, atônita, pasmada,
melancólica. A melancolia parece ser a definição que solapa muitos desses dicionários. É uma asso-
ciação apriorística com o banzo, que é visto como a melancolia negra. Freud no texto “Melancolia
e Luto”, diz que ela se caracteriza por um desânimo abissal, doloroso, uma suspensão do interesse
pelo mundo, além da perda da capacidade de amar. O banzo é mais que isso, conflui em si todas essas
palavras em português que remete a um estado de desassossego na alma, convulsionadas por uma
exterioridade de terror, morte, escravidão e tortura. É a síntese profunda de uma existência moída em
dor por uma estrutura social, política e econômica aterrorizadora (NUNES, 2017).

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na área de saber da História, lugar que, durante muito tempo lhes foi negado.
Estudar através da ótica descolonial, é avançar, para além da História descritiva
e relatada, é dialogar com a vivência real, com o significar dos fatos, a semiótica
das palavras e a sinergia que a negritude ecoa a tanto tempo no solo brasileiro.
É debater historicamente as construções ainda vigentes, contrapor conceitos e
conceituar novos olhares e com respeito, compreender o que foi resistir em meio
a tanta atrocidade.

Ao se pensar em negritude neste trabalho, abrange-se a perspectiva dessa
como sinônimo da união dos negros, na qual, diante de uma trajetória histórica
marcada por opressões, em um sistema que os subjugava e os desapropriava
de si e dos seus, retomar a consciência sobre si e reunir forças para não perder
sua própria história é a negritude. Quando o escravizado tentava sobreviver sem
perder sua ancestralidade, ele traçava a negritude; quando os escravos fugidos
formavam os quilombos, e quando, pós-escravidão, tiveram que mutuamente
dar forças uns aos outros para se reconstruírem, ali se formava e disseminava
a negritude, a mesma que hoje faz com que negros e negras se fortaleçam,
construam redes de afeto e comunicação, e estejam juntos em cada reivindicação.
Essa perspectiva dialoga com a semântica de negritude proposta pelo autor
Kabengele Munanga:

Ver-se-á então afirmada a legitimidade histórica da “negritude”: reação racial negra
contra uma agressão racial branca, uma legítima defesa, a negritude se transforma
num movimento antirracista, num movimento ideológico-político para a libertação
dos negros do sistema colonial e do racismo praticado contra ele na sua “diáspora”.
(MUNANGA, 1990, p.112)

Sendo assim, pensar em negritude é pensar nos quilombos, nos terreiros,
na preservação da capoeira; é perceber os significados das rodas de samba,
dos bailes funk, das batalhas de rap, dos grupos de estudo e das organizações
políticas, como o Movimento Negro Unificado5 (MNU). Nesta pesquisa, porém,
destacamos o estudo e a compreensão acerca dos quilombos e sua trajetória de
luta.

5  O Movimento Negro Unificado (MNU) é uma organização pioneira na luta do Povo Negro no Bra-
sil. Fundada no dia 18 de junho de 1978, e lançada publicamente no dia 7 de julho, deste mesmo ano,
em evento nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em pleno regime militar. O ato represen-
tou um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país.

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Metodologia

Para tanto, realizamos uma revisão de literatura com o propósito de investigar
e analisar a visão corrente sobre o período imperial brasileiro, com foco na
representação dos quilombos e dos escravizados. Obras como “Os Quilombos e a
Rebelião Negra” de Clóvis Moura (1983) e “Brasil: Uma Biografia” de Lilia Schwarcz
e Heloisa Starling (2015), além de alguns outros artigos científicos, á exemplo,
“Negritude Afro-Brasileira: Perspectivas e Dificuldades” de Kabengele Munanga
(1990), “Racismo no Brasil: Teorias Raciais e as Heranças da Escravização no
Brasil” por Leonardo Barros (2022).

Sendo nosso intuito, questionar a ideia de passividade e incapacidade
atribuída aos escravizados, ao mesmo tempo em que se busca legitimar as
significações que os quilombos mantêm até os dias de hoje, contribuindo para
uma compreensão mais crítica e enriquecedora da história e das heranças
culturais afro-brasileiras, que embasam a formação do Brasil.

Historiografia, racismo e resistência no Período Imperial

Entre as linhas da historiografia, é possível explorar as diversas
interpretações que permeiam os estudos de cada século, período e ano. Ao
abordar o período imperial brasileiro (1822-1889), essa análise se torna ainda
mais relevante, especialmente quando tratamos de temas complexos como a
escravidão e o racismo. Por exemplo, desde os primórdios da historiografia no
Brasil, com a fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em
1838 e as pesquisas de Carl Friedrich Philipp von Martius, seguidas pelos estudos
de Francisco Adolfo de Varnhagen em 1850 (REIS, 2002), observamos a formação
de uma mentalidade e uma concepção que se mostravam hostis tanto em relação
aos indígenas quanto aos homens e mulheres de cor.

Como expôs José Carlos Reis:

O que o Brasil não quer ser? A resposta das elites: o Brasil não queria ser indígena, ne-
gro, republicano, latino-americano e não católico. O que significa dizer: O Brasil queria
continuar a ser português. [...] A diferença é que a coroa não é mais exterior, mas inte-
rior. E é português ainda. (REIS, 2007, p.27)

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Assim, o ideal do “branco bom” e o “negro ruim”, arrastou-se desde a
colonização e estruturou-se através e a partir da independência, sendo a
construção da identidade brasileira, fomentada nesse período, durante o primeiro
e segundo reinado, tendo a consagração dos símbolos e significados, em relação
ao branco, ao católico, aos portugueses e ao latifúndio. De tal modo, em soma
com a disseminação do darwinismo social6, as eminências racistas se enraízam
na construção do que é ser brasileiro e fez como que a escravidão no Brasil
perdurasse por 388 anos. Concordantemente com Neusa Souza, “a sociedade
escravista, ao transformar o africano em escravo, definiu o negro como raça,
demarcou o seu lugar, a maneira de tratar e ser tratado, os padrões de interação
com o branco e instituiu o paralelismo entre cor negra e a posição social inferior”
(SOUZA, 2021, p.48).

Dessa forma, foi estruturada a ideia de inferioridade racial dos negros,
colocando-os em posições de submissão e exploração. A historiografia, em
inúmeras tentativas, teve de se reinventar para justificar, histórica, social e
culturalmente, que o Brasil era mais branco e mestiço do que negro. De acordo
com as teorias racistas do século XIX, acreditava-se que o país não avançaria
devido à presença dos negros, razão pela qual a justificativa do branqueamento
da população tornou-se uma política de Estado.

Nos anos finais do período imperial, a partir de 1838, e com o início da Primeira
República em 1889, colocou-se ainda mais em evidência o dilema de como
lidar com a massiva quantidade de negros escravizados e posteriormente ex-
escravizados em um país que, como exposto, não queria que os negros fizessem
parte de sua marca identitária. Nesse contexto, pode-se considerar as políticas
de imigração, que começaram a ser implementadas a partir de 1840, como uma
tentativa de construir noções de um Brasil evoluído e branco, alinhadas com os
ideais que vigoravam no período imperial.

Assim, a disputa pela identidade brasileira foi, e ainda é, palco de muita
discussão. Dentre esses debates, há os que excluíram por completo o negro e o
indígena da história; já outros que os trouxeram, mas de forma docilizada. A ótica
desses debates postos, opõem-se a linha proposta nesse artigo, em que, destaca-

6  O Darwinismo social é uma ideologia que busca justificar a noção de superioridade racial e a seg-
mentação da sociedade em subgrupos com características distintas, promovendo a eugenia e a ideia
de aprimoramento da raça. Essa corrente foi inspirada na teoria da evolução de Darwin, sustentando
que apenas os mais fortes estariam em condições de sobreviver. (FRANÇA; SILVA, 2024).

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se as narrativas que tentam expressar uma visão descolonial, compreendendo as
resistências dos negros e indígenas no Brasil.

A escalada dessa construção da identidade brasileira se intensificou e se
fortaleceu ainda mais com a promulgação da República em 1889, que herdou as
disputas dos discursos de nação semeados desde a independência do Brasil em
1822, como se pode perceber em Varnhagen (1850 apud REIS, 2002).

Entretanto, se a historiografia inclui pesquisas como a de Varnhagen (1850
apud REIS, 2002), que não destacavam ou abordavam de maneira significativa
a resistência dos escravizados, há também historiadoras como Schwarcz e
Starling, que demonstram que, durante a escravidão, os escravizados “reagiram
ao cotidiano violento também de forma violenta, sendo frequentes as fugas,
individuais e em massa, os assassinatos de feitores e senhores, e as insurreições
organizadas” (SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 98).

Essa afirmação posta pelas autoras, abre espaço para se questionar os
discursos histórico vigentes. Pois, pensar em narrativas históricas, é compreender
os moldes que se operaram a consciência e as noções de país. De um lado, há
a perspectiva que considera a escravidão no Brasil como um fenômeno ameno
e, de certa forma, romantizado, sugerindo a existência de uma democracia
racial, conforme proposto por Gilberto Freyre (1987). Há também a análise do
determinismo racial, defendido por Nina Rodrigues (1894). Assim como, um autor
que dialoga com esse período, mesclando uma certa romantização, com uma
ênfase no protagonismo dos negros em uma relação complexa e interligada com
brancos e indígenas, é o Capistrano de Abreu (1998). Em sua obra “Capítulos de
História Colonial”, ele destaca que:

O negro trouxe uma nota alegre ao lado do português taciturno e do índio sorumbático.
As suas danças lascivas, toleradas a princípio, tornaram-se instituição nacional; suas
feitiçarias e crenças propagaram-se fora das senzalas. As mulatas encontram aprecia-
dores de seus desgarres e foram verdadeiras rainhas. O Brasil é inferno dos negros,
purgatório dos brancos, paraíso dos mulatos, resumiu em 1711 o benemérito de Antonil.
(ABREU, 1998, p. 30)

É importante destacar que esse trecho reflete uma tendência a enfatizar
a aceitação da cultura negra e o fascínio pelas mulatas. No entanto, essa
perspectiva não condena a escravidão; ao contrário, analisa o contexto histórico
e reconhece o negro como parte integrante da sociedade brasileira, assim como
o mestiço. Contudo, essa análise não aborda de maneira crítica as violências e

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as injustiças que esses grupos enfrentaram. Além disso, em soma com a tese
da democracia racial (FREYRE, 1987), engendrou-se no Brasil, a legitimação
teórica de dominação dos brancos sobre os negros, com a manutenção dos seus
privilégios e o apagamento das verdadeiras faces do racismo.

Destarte, há uma outra perspectiva, que ao afirmar que houve escravidão,
pontua que ela era violenta e desumana, abordando também, que havia
manifestações violentas por parte dos escravizados, como aborda a Suely Robles
(2007) no texto a “Escravidão Negra em Debate”, trazendo autores como Florestan
Fernandes7, Fernando Henrique Cardoso8, Otávio Ianni9, e Clóvis Moura10. Diante
da perspectiva desses autores, a escravidão foi perpassada pelas violências
acometidas aos negros, mas que também, esses, respondiam com violência,
quando possível.

Uma das formas de resistência nesse período, que em algumas ocasiões
se manifestou por meio de “violências”, foram os quilombos. Segundo Schwarcz
e Starling (2015, p. 98), “a resistência escrava deu origem a mucambos11 ou
quilombos12 guerreiros, surgidos na América portuguesa a partir do século XVI.”
O temor em relação aos quilombos começou com seu surgimento durante o
período colonial e perdurou ao longo de todo o império, como afirmam Petrônio
Domingues e Flávio Gomes:

7  FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo: Contracorrente, 2021.
8  CARDOSO, Fernando. Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: O negro na sociedade
escravocrata do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
9  IANNI, Octavio. Escravidão e Racismo. São Paulo: Hucitec, 1978.
10  MOURA, Clóvis. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
11  A palavra “mucambo” significa “esconderijo”; já “quilombo” foi o termo utilizado em algumas
regiões do continente africano, especialmente em Angola, para caracterizar um tipo de acampamento
fortificado e militarizado, composto de guerreiros que passavam por rituais de iniciação, adotavam
uma dura disciplina. O uso de “quilombo” para designar agrupamentos de cativos fugidos se generali-
zou depois de Palmares e a palavra foi mais empregada no século XVIII (SCHWARCZ; STARLING,
2015, p.98.)
12  Quilombo era “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda
que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”, segundo reposta do Rei de Portugal
a consulta do Conselho Ultramarino datada de 2 de dezembro de 1740 (MOURA, 1981, p.16).

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No campo da história – do passado e do presente – várias questões foram colocadas.
Uma das primeiras: onde existiram os quilombos no Brasil –além de Palmares que todo
mundo já ouviu falar? Considerando a vastidão das experiências históricas – no tempo
e espaço–talvez fosse melhor perguntar onde não houve quilombos. A escravidão – in-
dígena e africana – pontilhou toda a América Portuguesa e depois o Império brasilei-
ro. Como a legislação colonial e depois a imperial definiu os quilombos? Com algumas
especificidades regionais, os quilombos foram definidos como agrupamentos de 2 a
3 negros fugidos. Qual seja, não eram definidos exclusivamente pelo número de ha-
bitantes (tipo mais de 10, 50 ou 100 por exemplo) ou por uma organização social. Era,
portanto, uma definição bem flexível em termos das experiências históricas. (DOMIN-
GUES; GOMES, 2013, p.3)

Assim, por meio da promulgação de leis e da disseminação de notícias,
foi-se construindo uma lógica de temor em relação aos quilombos, que eram
frequentemente criminalizados por serem, em muitos casos, refúgios de cativos
fugitivos. As pesquisas de Clóvis Moura representaram um avanço significativo
na historiografia ao abordar o estudo da “rebeldia negra” em suas dimensões
políticas e sociais. Segundo Moura, a resistência manifestada por meio dos
quilombos foi um fator determinante que culminou na abolição da escravatura.
Nas palavras do próprio autor,

É que essa “rebeldia negra” antecede em muito o movimento abolicionista. Enquanto
a primeira desde o século XVII já se consubstanciava em fato histórico tão relevante
como a República de Palmares, o movimento abolicionista somente se manifestará,
organizada e politicamente, quando o sistema escravista entra em sua crise
irrecuperável do final do século XIX. É exatamente a este movimento tardio que se
deseja dar o mérito da Abolição. Ao contrário. Se méritos devem ser computados de-
verão ser creditados a rebeldia negra [...]. (MOURA, 1981, p.81.)

De tal modo, o negro buscou se movimentar em meio à estrutura racista,
seja por meio de fugas, enfrentando a morte, lidando com abortos, buscando
a assimilação ou participando de revoltas. Como na revolta dos Malês11 e na
Balaiada13.

A respeito da Balaiada14, Iamara Viana e Flávio Gomes trazem que:

13  “Os Malês protagonizaram a maior das rebeliões escravas ocorridas na Bahia, e quiçá no Brasil,
mas também a última. Esses rebeldes realizaram o levante de 1835 como uma rebelião escrava. No
entanto, ele foi igualmente uma luta religiosa e étnica [...]” (SCHWARCZ; STARLING, 2015, p.257).
14  A Balaiada, liderada por cafuzos e caboclos, gerou medo de uma “guerra racial” entre os brancos
no Maranhão. Apesar do apoio de alguns brancos e tentativas de alianças liberais, a acusação per-
sistiu devido à destruição de fazendas e às perseguições dos líderes cabanos (ASSUNÇÃO, 2022).

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Um exemplo ainda pouco explorado é o de Cosme Bento das Chagas, ex-escravo que
comandou a maior revolta popular camponesa no Brasil Imperial, a Balaiada, no Ma-
ranhão, entre 1838 e 1841. Consta que nasceu escravo no alvorecer do século XIX, na
capitania do Ceará, em Sobral. Havia ali também uma conhecida irmandade negra de
Nossa Senhora do Rosário, que já tentava organizar escravizados para obter a alforria e
a escolarização dos libertos e de seus filhos. Cosme vai conquistar sua alforria no final
da década de 1820. Como liberto, ele migra para a então província do Maranhão, sendo
preso e depois se refugiando nos quilombos que existiam em várias partes daquela
província. As repercussões da revolta Balaiada chegam até os vários quilombos, fazen-
do aumentar a movimentação entre eles. Escapando da cadeia em São Luís, Cosme vai
engrossar as fileiras rebeldes, logo se tornando uma liderança. Muitas vezes chamado
de “Dom Cosme Bento das Chagas, Tutor e Imperador da Liberdade Bem-Te-Vi”, Cosme
comanda tropas de mais de três mil quilombolas, que estavam instalados no conhecido
quilombo em Lagoa Amarela, nas margens do rio Itapecuru. (VIANA; GOMES, 2020, p.6)

Nesse sentido, revoltas com a dos Malês e a Balaiada e as duras repressões
que elas tiveram, consagra o medo da branquitude ao homem de “cor”. Tanto
que, como registra Moura (1981), na medida em que a Balaiada foi reprimida, a
ala conciliadora e pequeno-burguesa que se somava no movimento, durante
as reivindicações, aproveitaram-se da massa quilombola, mas sem nunca os
considerar ativos politicamente e ao serem retidos, eles fizeram um acordo para
se salvarem e permitem que os negros fossem sacrificados e responsabilizados,
em sua maioria.

Em consonância, João José Reis traz em sua obra “Rebelião Escrava no Brasil:
a história do levante dos malês em 1835” (2003), que por a revolta dos Malês ser
composta majoritariamente por africanos, de várias etnias, assustou a província
baiana, pois mostrava a força e a vívida presença da herança africana resistente,
apesar das várias tentativas de apagamento engendradas pela colonização.

Esse medo, conforme aponta Célia Azevedo (2006), permeou e ecoou até
mesmo nas discussões sobre o trabalho livre, especialmente no período pós-
abolição. Sua origem remonta a um tempo anterior à imigração sancionada, que
buscava trazer pessoas brancas para o Brasil, e antecede até mesmo a existência
dos quilombos. Esse temor surgiu desde a chegada dos negros ao país, refletindo
o receio de que esses indivíduos pudessem se mostrar superiores, mais
inteligentes e capazes. Por essa razão, era necessário que fossem acorrentados,
submetidos a castigos e levados a viver em condições precárias, de modo a
impedir que tivessem a oportunidade de superar os brancos.

Consequentemente, as revoltas que contavam com a presença massiva de
negros, especialmente aqueles provenientes de quilombos, representavam uma
ameaça à estrutura vigente, gerando o temor de uma ruptura da exploração e

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da ascensão dos negros. Além disso, esse medo constante em relação aos
negros está intimamente ligado ao haitianismo15. Consoante Luã Carvalho (2020),
existe o receio de que o “homem de cor” vença e rompa sistematicamente com
a organização socioeconômica estabelecida, assim como ocorreu no Haiti, onde
proclamaram uma revolução e desafiaram os senhores.

Por isso, a trajetória dos quilombos no Brasil é de grande importância,
especialmente ao se considerar os quilombos que resistem até os dias atuais.
Esses espaços carregam consigo uma disputa histórica, envolvendo narrativas
e significações diversas. Assim como existe um debate sobre o significado de
quilombo, o conceito de raça e a categoria de nação, também se impõe a reflexão
sobre qual identidade se constrói no Brasil e em relação ao seu povo.

Como mencionamos anteriormente, existe uma historiografia que debate
a lógica da escravidão, as hierarquias sociais e a identidade do Brasil. Essas
narrativas foram predominantemente moldadas por aqueles que contaram a
história, especialmente durante o período imperial, financiada pela monarquia,
e marcada por apagamentos, silenciamentos e romantizações. Portanto,
desenvolver uma historiografia que ilumine a história dos negros, suas ações e suas
construções, como fizeram pesquisadores como Florestan Fernandes e Clóvis
Moura, reivindica uma narrativa histórica sob uma perspectiva revolucionária,
alinhada ao que se defende atualmente no âmbito descolonial.

Correlacionando esta pesquisa com a de Frantz Fanon, “é preciso
procurar incansavelmente as repercussões do racismo em todos os níveis de
sociabilidade” (1980, p. 40). Estudar o período imperial é perceber que, mesmo
após a independência do Brasil, essa se concretizou para um povo e uma classe
específicos, enquanto os demais foram relegados ao esquecimento nas linhas
da história. Compreender as revoltas, como a Balaiada e a dos Malês, e os
enfrentamentos que ocorreram em relação a elas, é reconhecer que a abolição
não se deu por vontade do império e da elite, mas foi resultado de um saturamento

15  As repercussões da insurreição escrava que serviu de estopim para a Revolução no Haiti es-
palharam-se rapidamente pelo Ocidente. Convém salientar, como bem explanado nos estudos de
Michel-Rolph Trouillot (2016), que houve uma tentativa de silenciar os eventos protagonizados por
homens e mulheres de cor. Esse silenciamento é também fruto da tentativa das camadas dirigentes de
ocultar acontecimentos que lhes poderiam ser prejudiciais. O conhecimento sobre uma insurreição
escrava bem-sucedida poderia, e causava, alvoroço entre os setores escravizados de todas as colônias
das Índias Ocidentais. O controle das informações circulantes relacionadas à Revolução Haitiana foi
rigoroso até pelo menos meados do século XIX (CARVALHO, 2020, p.790).

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socioeconômico e de pressões sociopolíticas provenientes de diversas frentes16,
fruto das ações dos escravizados, ex-escravos e quilombos que resistiram
durante tantos anos, tanto nas matas quanto nos centros urbanos, em suas
tentativas de lutar e permanecer vivos.

A vinda dos negros ao Brasil foi sistematicamente planejada para funcionar
como um mecanismo de exploração e opressão racial. Assim, a resistência e
a sobrevivência desses indivíduos até os dias de hoje constituem uma afronta
revolucionária a um sistema que buscou sua destruição. Valorizar e historicizar
a luta quilombola é, além de um reconhecimento ancestral, um enriquecimento
social e acadêmico, uma vez que se torna urgente a ampliação de pesquisas
“racializadas” e questionadoras. A História, enquanto ciência, deve estar
relacionada a “gente”, e “gente” é, por sua natureza, plural.

É importante ressaltar que os negros contribuíram significativamente para
a formação do Brasil, influenciando aspectos como a linguagem, a culinária, a
moda, a religião, as festividades, a arte e a música. A negritude, portanto, vai
além da violência e da resistência; ela também é sinônimo de sutileza, beleza,
família e realeza.

Considerações finais

Compreende-se, assim, que a importância de se estudar os quilombos está
intrinsecamente ligada à construção da consciência racial, conforme aspira o
MNU. Nesse sentido, como destaca o Movimento Negro, os conceitos de quilombo
e resistência são fundamentais para a construção de uma revisão crítica da
historiografia oficial. Esses conceitos podem ser utilizados para enriquecer as
análises teóricas que visam fundamentar uma “nova” História do Brasil, conforme
apontado pelo autor Marcos Cardoso (2002).

Quando olhamos para o período imperial, podemos observar as contradições
que ocorreram na construção da identidade do Brasil, a qual foi marcada por
disputas de narrativas e por um significativo apagamento. É necessário trazer
à tona, por meio da historiografia, os debates acerca dessa temática, uma vez
que é a escrita da História que guarda os acontecimentos, registra as narrativas
e memoriza as significações. Questionar essa historiografia conservadora

16  Como, por exemplo, a exigência dos ingleses.

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é fundamental, pois, para a construção de uma consciência racial e de uma
consciência histórica verdadeiramente transformadora, é sem dúvida importante
colocar em discussão os erros, as controvérsias, os equívocos, mas também os
acertos, para que assim avancemos como país e como produtores de pesquisa.

Reforçando, conforme Marcos Cardoso (2002), a verdadeira consciência
negra é um futuro com dignidade, que respeita a ancestralidade e reafirma as
identidades. Para construir uma história múltipla, é importante, por exemplo,
ao se estudar e falar do período imperial, não centralizar a História apenas na
monarquia e em suas sucessivas ações, mas ir além, abordando as experiências
das pessoas comuns e a História que vem de baixo. Em uma realidade em que
os quilombos e comunidades tradicionais continuam a ser perseguidos, lutando
diariamente pelo direito a seus territórios, que permanecem ameaçados, é
pertinente considerar a afirmação de Antônio Bispo:

Só que hoje, os colonizadores, ao invés de se denominarem Império Ultramarino, de-
nominam a sua organização de Estado Democrático de Direito e não apenas queimam,
mas também inundam, implodem, trituram, soterram, reviram com suas máquinas de
terraplanagem tudo aquilo que é fundamental para a existência dessas comunidades,
ou seja, os nossos territórios e todos os símbolos e significados e significações dos
nossos modos de vida (SANTOS, 2015, p.76.)

Em suma, para ressignificar a História, que durante muito tempo foi aliada
ao poder vigente e às narrativas dos “grandes homens”, é indubitavelmente
importante que a História evidencie seu papel social nas transformações sociais
e políticas, assim como a responsabilidade que ela possui na construção da
legitimação dos direitos dos quilombos, que têm sido criminalizados e perseguidos
desde seu surgimento, por meio de atribuições legais. Hoje, por meio dos meios
legais, é urgente a reivindicação dos direitos dos territórios tradicionais, para
que possam manter suas terras e preservar suas tradições. Isso visa confrontar
o racismo institucionalizado e, na prática, contrabalançar a resistência que a
negritude carrega há mais de 500 anos de História no Brasil, de modo que os
afro-brasileiros possam viver com dignidade, em igualdade e liberdade.

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