O QUE PODE O VÍDEO NA AULA DE MATEMÁTICA? POSSIBILIDADES, LIMITES E REFLEXÕES

  • Amanda Silva de Medeiros Fernandes Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Bárbara Drielle Roncoletta Corrêa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Este minicurso tem como objetivo analisar, discutir e problematizar algumas possiblidades de produção e uso de vídeos em aulas de matemática, bem como na produção de dados de pesquisas em Educação Matemática. Por estarmos vivendo uma era de conexão 24 horas por dia, as tecnologias digitais estão presentes em todos os aspectos da nossa vida e também na escola. Nesse sentido, nosso minicurso tem como foco uma das mais comuns e populares forma de se expressar atualmente: o vídeo (LEMOS, 2009).  Nossa proposta se baseia em discussões apresentadas por Borba e Oeschsler (2018) que evidenciam o vídeo como um recurso que não é novo na sala de aula, mas que ganhou notoriedade e potencialidade com o advento da internet rápida e da familiaridade dos jovens de hoje em consumirem e produzirem ideias por meio de imagens e sons. Sendo assim, no minicurso, proporemos um diálogo acerca de possiblidades do uso e produção do vídeo em aulas de matemática com a apresentação e discussão de algumas pesquisas que fazem uso deste recurso. Exploraremos ainda, diferentes usos do vídeo para produção de dados em pesquisas acadêmicas (POWELL, FRANCISCO, MAHER, 2004). A princípio, tais possibilidades se dividem em: vídeo pronto utilizado para estudar um conteúdo específico; vídeo produzido pelos alunos para explorar um conteúdo específico; vídeo produzido pelos alunos como um modo de externalização de ideias; vídeo produzido pelos alunos como possibilidade de linguagens outras, por exemplo, narrativa digital (BORBA; OESCHSLER, 2018). As narrativas digitais serão entendidas por nós seguindo os pressupostos de Valente e Almeida (2014) que discutem as narrativas digitais como uma composição de diferentes caminhos, com diferentes meios de comunicar, tendo a imagem como uma das principais forma de externalizar ideias e construir histórias.  Posteriormente, a ideia é explorar, com os alunos, a produção das distintas modalidades de vídeo já citadas, bem como outras que possam ser suscitadas durante o desenvolvimento do minicurso. Nesse sentido, nossa proposta será dividida em três momentos. O primeiro momento será utilizado para contextualização do tema, discussão de pesquisas e referenciais teóricos sobre possiblidades e limitações do uso do vídeo de diferentes maneiras, tanto em aulas de matemática, como na produção de dados de pesquisas. No segundo momento, trabalharemos a parte prática da oficina, em que os participantes irão produzir vídeos em modalidades de usos diferentes. O terceiro e último momento será destinado à socialização destes vídeos produzidos, isto é, a ideia é propor uma interação/conversa entre os participantes do minicurso acerca de potencialidades, limitações e reflexões deste movimento de uso em uma aula de matemática e na produção de dados em pesquisas. Espera-se que o minicurso propicie tanto aos participantes que estiverem em seu primeiro contato, quanto àqueles que já têm certa familiaridade com o tema em discussão, reflexões acerca de algumas possibilidades do uso de vídeos, mas, também de suas limitações. Acreditamos que este é, acima de tudo, um espaço de diálogo, interações, produção de conhecimento. Uma tarde de trabalho e estudos em que possamos compartilhar experiências, levantar problematizações e continuar tentando avançar no que diz respeito à formação de professores para/com o uso de tecnologias digitais. 

Biografia do Autor

Amanda Silva de Medeiros Fernandes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Mestra em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Bárbara Drielle Roncoletta Corrêa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Mestra em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Referências

BORBA, M. C.; OECHSLER, V. Tecnologias na educação: o uso dos vídeos em sala de aula. Revista Brasileira De Ensino De Ciência e Tecnologia, v. 11, p. 181-213, 2018.

LEMOS, S. Nativos digitais x aprendizagens: um desafio para a escola. Boletim Técnico do Senac, v. 35, n. 3, p. 38–47, 19 dez. 2009.

POWELL, A. B.; FRANCISCO, J. M.; MAHER, C. A. Uma abordagem à análise de dados de vídeo para investigar o desenvolvimento das ideias matemáticas e do raciocínio de estudantes. Bolema-Boletim de Educação Matemática, v. 17, n. 21, p. 81-140, 2004.

VALENTE, J. A.; ALMEIDA, M. E. B. de. Narrativas digitais e o estudo de contextos de aprendizagem. EmRede-Revista de Educação a Distância, v. 1, n. 1, p. 32-50, 2014.

Publicado
2019-09-09