Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq <p>Os Anais do Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e do Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos reúnem textos relacionados às diferentes áreas do curso de Letras, como Linguística, Linguística Aplicada, Literatura e Educação. As publicações são produzidas pelos participantes do SELLIAQ.</p> <p><strong>ISSN: <span style="color: #000000;">2966-1714</span></strong> </p> pt-BR Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos 2966-1714 Apresentação dos Anais do V SELLIAQ https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24538 <p>Apresentamos a vocês os Anais do “V Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e do VI Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos” (V SELLIAQ), evento do curso de Letras da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Aquidauana. Este seminário, de realização bienal, consolida-se como espaço profícuo de debate sobre temas importantes da Linguística, da Linguística Aplicada e da Literatura.</p> Flavio da Rocha Benayon Vinícius Oliveira de Oliveira Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 4 4 Terra em disputa https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24395 <p>O presente artigo aborda a persistente disputa pela posse da terra no Brasil, um conflito que desde a invasão portuguesa reconfigura o território e frequentemente resulta na morte de povos originários. A questão fundiária é analisada como um tema central na história brasileira, onde a “terra” constitui um significante ideológico que mobiliza sentidos em tensão: de um lado, propriedade e recurso para exploração econômica e, de outro, território ancestral. Ancorado na Análise do Discurso Materialista, o objetivo central deste trabalho é investigar como o direito à terra é significado no Mato Grosso do Sul. Serão analisados alguns materiais verbais presentes na revista Carta Capital, em publicações feitas pelas entidades CIMI e FAMASUL e em uma reportagem produzida pelo jornal Midiamax. A análise aponta para como o “direito de propriedade” e o “direito à propriedade”, inscritos de forma contraditória na Constituição Federal, são significados a partir de diferentes posições discursivas. A tensão de sentidos em torno da “terra” revela sua natureza ideologicamente constituída, não sendo um espaço físico e neutro, mas um espaço de sentidos em tensão.</p> Fernanda Detol da Silva Flavio da Rocha Benayon Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 5 16 Representações do Eu nas autobiografias de Rita Lee https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24426 <p>Neste trabalho, analisamos a construção do eu nas autobiografias “Rita Lee – Uma Autobiografia” (2016) e “Outra Autobiografia” (2023), escritas por Rita Lee Jones de Carvalho e publicadas pela Globo Livros. A primeira obra traz um novo olhar sobre a trajetória da artista, desde sua infância em São Paulo nos anos 1940 até quando foi presa pelo regime militar em 1976, passando pela saída do grupo dos Mutantes em 1972, ascensão como a “rainha do rock brasileiro” e enfrentamento de dificuldades como o vício em drogas e álcool. A segunda obra fornece um relato íntimo dos últimos três anos, apresentando um diagnóstico de câncer de pulmão em meio à pandemia, espiritualidade, rotina e reflexões sobre a morte e envelhecimento. As análises são conceitualmente embasadadas no pacto autobiográfico de Philippe Lejeune (1975), citando a verdade subjetiva, a autoficção de Serge Doubrovsky (1977) em relação à liberdade da ficção, entre outros autores citados. A análise combina as críticas de Pollyanna Reis Dias (2019) sobre o engajamento da cantora durante a ditadura, reflexões de Jéssica Feijó (2024), sobre liberdade narrativa de acordo com a “Jornada da Heroína” de Murdock (1990) e estudos de Tiago Ramos e Mattos sobre o pronome “eu” (2022). Também comparações com entrevistas da Rolling Stones fazem parte da verificação da convergência entre contexto fornecido pela mídia e a autobiografia. De acordo com as análises, &nbsp;podemos afirmar que as obras apresentam uma autoimagem intrincada, caracterizada por desafios irônicos, rebeldia, feminismo, vulnerabilidade e espiritualidade que ultrapassam os limites da realidade para criar uma construção altamente literária.</p> Luiz Felipe Wildner Mendes José Alonso Torres Freire Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 17 28 Racismo em análise no futebol espanhol https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24447 <p>Este estudo investiga como o racismo é significado no futebol espanhol, especificamente a partir dos episódios de discriminação sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior. Fundamentado na Análise do Discurso de orientação francesa, conforme as contribuições de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, o trabalho compreende a linguagem como prática social marcada pela ideologia e pela história. O corpus analítico reúne declarações de dirigentes esportivos, autoridades políticas e atletas negros, como Vinícius Júnior e Catanha. O objetivo central é compreender de que modo diferentes posições de sujeito produzem sentidos sobre o racismo. A análise aponta para uma tensão entre dizeres que denunciam a violência racial e outros que tentam silenciar a questão. Enquanto as falas institucionais tendem a tratar o racismo como episódio eventual, os relatos dos jogadores explicitam sua dimensão contínua e estrutural. Os resultados demonstram que, no campo esportivo espanhol, o racismo opera como prática discursiva imaginariamente sustentada por sentidos que o particularizam, negando seu funcionamento institucional, no entanto, essa compreensão estabilizada é desafiada por denúncias cujas vozes reivindicam por visibilidade e justiça.</p> Brendon Teodoro Marinato Flavio da Rocha Benayon Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 29 39 Portunhol https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24335 <p>O presente trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado que investiga as transferências linguísticas presentes nas produções escritas de alunos imigrantes hispanofalantes matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental em escolas públicas de Foz do Iguaçu. A pesquisa tem como objetivo compreender como os estudantes mobilizam elementos do espanhol em seus textos escolares em português, considerando essas manifestações não como erros, mas como parte do processo de aprendizagem de uma segunda língua. A análise fundamenta-se na teoria da interlíngua e em conceitos da sociolinguística, incluindo o portunhol como prática identitária. A metodologia é qualitativa, com base na análise de conteúdo de cadernos escolares fotografados em alta resolução, utilizando como referência critérios gramaticais e etiológicos, bem como a tipologia do portunhol adaptada por Tugues Rodríguez, Nadin e Giménez-Folqués (2022). Os resultados preliminares indicam que os alunos recorrem a estratégias linguísticas híbridas que evidenciam tanto o estágio interlinguístico quanto práticas de pertencimento linguístico e cultural. Conclui-se que o portunhol escolar pode ser compreendido como uma prática viva e situada, que articula dimensões pedagógicas, identitárias e sociais no cotidiano das salas de aula de fronteira, contribuindo para a reflexão sobre diversidade linguística no ensino.</p> Ana Cláudia Zimmer Reisdorfer Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 40 51 A ferida aberta da formação docente de línguas no Brasil https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24102 <p>A formação docente de línguas no Brasil é atravessada por tensões históricas que revelam contradições profundas. Embora o país seja marcado por intensa diversidade cultural e linguística, os currículos e políticas educacionais seguem pautados em um projeto eurocentrado que privilegia determinadas línguas e epistemologias, sobretudo o português e o inglês, os Estados Unidos e o Reino Unido, em detrimento da pluralidade de vozes e saberes. Este artigo analisa criticamente a formação docente sob a perspectiva decolonial, discutindo conceitos como colonialidade do saber, pedagogia decolonial e literatura decolonial. Parte-se da análise das Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta da Educação Plurilíngue (2020), que reconhecem a necessidade de docentes preparados para lidar com a diversidade, mas não oferecem mecanismos concretos de formação. Busca-se demonstrar que a formação docente de línguas ainda constitui uma 'ferida aberta', marcada pela colonialidade, precarização e pela hegemonia de línguas e suas epistemologias coloniais. Ao mesmo tempo, argumenta-se que há horizontes possíveis de transformação a partir de pedagogias e práticas decoloniais que valorizem epistemologias outras dentro e fora da das línguas portuguesa e inglesa, bem como experiências literárias que ressignificam identidades e imaginários.</p> Luã Oliveira Silva Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 52 59 Ordem direta e inversa em textos jornalísticos de Aquidauana (MS) https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24452 <p>O presente trabalho tem por objetivo investigar a ocorrência de marcação da ordem direta,formada por sujeito, verbo e objeto (SVO),e da ordem inversa, formada por verbo, sujeito e objeto (VSO),nos periódicos da cidade de Aquidauana - MS,especificamente, “O Pantaneiro” e “A Princesinha News”. A análise é baseada emcinco postagens de cada jornal realizadas nos canais do Facebook, compreendendo entre os dias 26 e 30 de setembro de 2025. Os jornais locais, nas postagens analisadas, apresentaram formas gramaticais em adequação com a norma padrão, predominância da ordem direta e usos escassos da ordem inversa. Para além da análise da ordem sintática das orações, o estudo da adequação gramaticaldos periódicos locais foi fundamental para entender a ocorrência de construções coerentes ou não. Um texto sintaticamente inadequado pode gerar problemas de compreensão e sentido, além de enfraquecer a credibilidade do conteúdo e, nesse caso, do próprio periódico.</p> Ian Corumbá Flavio da Rocha Benayon Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 60 72 Contato linguístico entre as línguas terena e portuguesa https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24379 <p>O presente trabalho aborda o contato linguístico entre a língua portuguesa e a língua indígena terena. O objetivo é identificar e analisar palavras que têm origem no português e foram assimiladas e alteradas pelos falantes terena em seu cotidiano. A pesquisa foi feita por meio da observação pessoal de conversas em família, no dia a dia, sendo todos falantes nativos da língua terena. Durante o estudo, foi possível perceber que muitas palavras ligadas à tecnologia e a objetos modernos foram assimiladas e alteradas, adequando-se à fonética da língua indígena. Os resultados mostram que o contato com o português trouxe novas palavras para o vocabulário terena e que isso resulta em um processo de adaptação linguística. Conclui-se que as alterações fonéticas mostram a força e a criatividade do povo terena, que continua mantendo viva sua língua, mesmo com a forte influência do português.</p> Joadir Ferreira da Silva Flavio da Rocha Benayon Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 73 83 Sinais que vêm da serra https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24366 <p>O artigo investiga a sintaxe da Língua Indígena de Sinais Makuxi (LIS Mak), uma língua de sinais emergente utilizada por uma família de surdos do povo Makuxi, no município de Uiramutã em Roraima. O objetivo é descrever os padrões de ordenação dos constituintes e os processos de topicalização, bem como analisar o papel sintático e discursivo dos apontamentos em enunciados existenciais. A metodologia baseia-se na observação e registro de dados em contexto natural de uso, com análise de vídeos gravados e transcritos no software&nbsp;ELAN, a partir de uma abordagem descritiva e comparativa fundamentada em teorias linguísticas sobre línguas de sinais emergentes (Zeshan, 2004; Meir et al., 2010; Sandler et al., 2011; de Vos, 2012; Coppola e Brentari, 2014). Os resultados apontam que a LIS Mak tende à ordem básica Sujeito–Objeto–Verbo (SOV), apresentando, contudo, variações determinadas por fatores pragmáticos e informacionais. Evidencia-se que o apontamento, além de indicar lugar, pode exercer função predicativa, expressando existência localizada e sugerindo um verbo existencial implícito. Conclui-se que a LIS Mak se encontra em um estágio intermediário de gramaticalização, no qual a iconicidade e a pragmática desempenham papel central na estruturação sintática. O estudo contribui para a documentação e descrição das línguas de sinais indígenas e amplia a compreensão dos processos de emergência e convencionalização sintática na modalidade visuoespacial.</p> Jaelson da Silva Santos Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 84 96 PIBID como experiência formativa e suas potenciais articulações com o estágio obrigatório https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24368 <p>Este trabalho objetiva investigar a articulação entre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e os campos de formação de professores, destacando o papel do programa como experiência formativa fundamental na construção docente. Sob a perspectiva dos próprios acadêmicos, o estudo se debruça sobre como as vivências no PIBID contribuem para o desenvolvimento de habilidades pedagógicas, para a familiarização com o ambiente escolar e para a construção de uma identidade docente inicial. O foco da análise foram as percepções dos atuais bolsistas sobre suas vivências e o potencial dessas experiências como preparação para o estágio obrigatório e para a escolha da carreira docente. A metodologia de pesquisa adotada foi a quantitativa e a qualitativa-descritiva, utilizando um questionário online, composto por perguntas abertas e fechadas, como instrumento de coleta de dados junto aos participantes do programa. Os dados coletados revelaram como o PIBID contribui no campo da prática docente, influenciando o desenvolvimento de habilidades, a familiarização com o ambiente escolar e a permanência no magistério. Além disso, o estudo contribuiu para a compreensão do impacto do programa, oferecendo subsídios para o aprimoramento da formação de professores e para a reflexão sobre a própria trajetória formativa.</p> Lucas de Souza Leandro Ester Joice Amorim Teodoro Diana Milena Heck Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 97 114 Mesmo sinal, significado diferente https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24464 <p>Este artigo apresenta uma análise semântica entre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a American Sign Language (ASL), com foco em sinais que possuem forma semelhante, mas significados diferentes, um fenômeno conhecido como “falsos cognatos visuais”. O objetivo é demonstrar que, apesar da semelhança visual entre determinados sinais, cada língua de sinais possui estrutura, organização e significado próprios, moldados por fatores culturais e sociais distintos. O método utilizado consistiu em uma pesquisa qualitativa de base comparativa, com análise de registros em vídeo disponíveis em plataformas como YouTube e Spread The Sign, buscando identificar sinais semelhantes que podem causar confusão entre aprendizes bilíngues. Os resultados parciais indicam que, embora alguns sinais sejam articulados de maneira parecida, como o sinal de “não” em Libras e o sinal de “where” (onde) na ASL, o significado é distinto e pode ser corretamente interpretado com base no contexto e no conhecimento da estrutura linguística de cada língua. O estudo, ainda em andamento, aponta para a importância de desenvolver a consciência linguística e a competência intercultural entre os usuários de diferentes línguas de sinais, contribuindo para uma comunicação mais precisa e para a formação de sujeitos bilíngues mais críticos e conscientes.</p> Alessandra Souza da Cruz Daniel Bruno Roberto Nantes Araujo Renato Borges Daniel Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 115 126 O sinal-nome de pessoas em comunidades surdas https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24370 <p>Este artigo apresenta uma análise sobre o processo de nomeação em Libras de pessoas surdas pertencentes à comunidade surda de Campo Grande - MS nos anos de 1940 e 1960, meninos ex-alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) no Rio de Janeiro. Insere-se no campo da Antroponomástica com base numa descrição da motivação para a criação dos sinais-nomes. Adota-se um estudo documental a partir do corpus de mais de 500 sinais-nomes catalogados de pessoas desta cidade. Descreve-se a nomeação destes meninos comparando à ampla revisão de literatura, observa-se&nbsp;&nbsp; aspectos&nbsp;&nbsp; culturais na nomeação, revelando atitudes sociais dos sinais-nomes, como característica física, profissões e regiões de origem dos nomeados.</p> Neiva de Aquino Albres Carlos Magno Leonel Terrazas Elaine Aparecida de Oliveira da Silva Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 127 149 Proposições gerais de território surdo (análise do estudo) https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24445 <p>O presente estudo tem como objetivo analisar o conceito de território surdo, compreendendo-o como espaço social, cultural, linguístico e político que se constitui a partir das práticas e identidades da comunidade surda. A investigação busca evidenciar de que maneira o território, tradicionalmente entendido apenas em sua dimensão geográfica, ganha novos sentidos quando aplicado à realidade da surdez. Nesse contexto, o território surdo não se limita a espaços físicos, mas é também simbólico, construído pelas interações em Língua Brasileira de Sinais (Libras), pelas experiências escolares, pelas associações, pelos eventos culturais e pelas lutas políticas em prol de direitos e reconhecimento social. A fundamentação teórica dialoga com autores que tratam das noções de território e territorialidade, bem como com pesquisadores da área da surdez que discutem identidade, diferença e educação bilíngue. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, fundamentada em pesquisa bibliográfica e análise documental, permitindo uma reflexão crítica e interpretativa sobre os significados atribuídos ao território surdo. Como resultados esperados, busca-se contribuir para o fortalecimento do reconhecimento da surdez enquanto diferença cultural e não apenas deficiência, além de valorizar o papel da Libras como língua de identidade e resistência. Conclui-se que o território surdo é um espaço de afirmação, pertencimento e empoderamento, cuja consolidação depende do respeito à diversidade linguística, da efetividade das políticas públicas e do fortalecimento das práticas coletivas da comunidade surda.</p> Bruno Roberto Nantes Araujo Adriano de Oliveira Gianotto Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 150 162 Diálogos entre literatura surda brasileira e a literatura emancipatória moçambicana https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24446 <p>Este artigo é um recorte investigativo da tese intitulada: “Esferas Femininas Surdas em âmbitos literários de brutalismo social”. O texto foi desenvolvido para a disciplina de “Literatura Comparada” do Ppgletras da Ufms, e foi apresentado na modalidade de Comunicação Oral no V Selliaq dos Cursos de Letras da Ufms/Cpaq, para o “Simpósio 1 – Línguas de sinais no Brasil: Pesquisas linguísticas e educacionais”. A pesquisa aborda aspectos relacionados a elementos constitutivos e reflexivos da literatura surda brasileira e da literatura moçambicana de caráter emancipatório. O objetivo deste artigo é como tais literaturas abordam temáticas de injustiça social, reconhecimento e pertencimento de uma personagem ou de um eu poético. De outra parte, o estudo pondera sobre como mudam certas formas de ser e de se expressar ao longo de épocas distintas, para além das intertextualidades existentes em performance (modalidades linguísticas diferentes). Para realizar a pesquisa, foram selecionados os poemas “Onde estão eles?”, de Paulina Chiziane (2018), e “Minha luta é pela mulher, surda e negra”, de&nbsp; Gabriela Grigolom Silva – Negabi – (2018).</p> Silvania da Silva Marcos Rogério Heck Dorneles Bruno Roberto Nantes Araujo Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 163 181 Goya e a imitação do pior https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24454 <p>Nesta comunicação, vincula-se a gravura (14) intitulada “¡Qué sacrificio!” da série <em>Los Caprichos</em> (1799) do pintor e gravurista aragonês, Francisco Goya (1746-1828), com a doutrina do cômico e de seu subgênero, a sátira. A hipótese do trabalho parte da homologia entre as artes da pintura e da poesia estabelecidas nas <em>Poéticas</em> de Aristóteles, Horácio e Alberti, que estabelecem procedimentos retórico-poéticos para a figuração do gênero baixo, que tem por finalidade a imitação do pior. A doutrina do cômico impõe a criação de seres híbridos, fantásticos e monstruosos como fundamento e matéria dos ridículos e pressupõe, mimeticamente, um ponto de vista superior que corrige a desproporção dos vícios, avaliando e julgando a conveniência poética de sua inconveniência ética. Em termos de metodologia, a pesquisa evidencia que a <em>maniera</em> antiga do cômico ainda palpita caprichosamente nas gravuras do artista espanhol.</p> Edelberto Pauli Júnior Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 182 191 Depois da abolição https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24382 <p>Este trabalho analisa a representação dos agregados, herdeiros dos efeitos da abolição da escravidão, nas obras de Monteiro Lobato, autor fundamental para a formação de leitores brasileiros no século XX. O estudo tem como objetivo compreender como os personagens marginalizados aparecem em contos como “<em>Negrinha”</em>, “<em>O Jardineiro Timóteo</em>” e “<em>Os negros</em>”, buscando evidenciar a postura crítica do autor diante das desigualdades sociais do período pós-abolicionista. A pesquisa adota método analítico-interpretativo, apoiando-se em referencial teórico de estudiosos do Modernismo, como Wilson Martins e Alfredo Bosi, e da crítica literária, como Antônio Candido e Marisa Lajolo. A análise dos textos revela que as narrativas se situam no início do século XX e apresentam personagens em situações de opressão, mas tratadas com empatia e solidariedade narrativa, refletindo a atenção do escritor às consequências sociais da escravidão. Observa-se, ainda, que Monteiro Lobato valorizou escritores negros, como Lima Barreto, cujo romance “<em>Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá</em>”, fora editado por ele. Conclui-se que sua produção literária manifesta uma visão crítica e sensível das desigualdades históricas brasileiras, afastando interpretações simplistas sobre sua postura social e revelando a complexidade do pensamento do autor.</p> Hiago José Martines da Silva José Alonso Torres Freire Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 192 204 O declínio em ser https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24448 <p>Esta pesquisa almeja proporcionar debates sobre os escombros da visão de mundo e da proposta de civilização que ainda prevalece nos padrões comportamentais da sociedade moderna e contemporânea&nbsp; ocidental. Para tal, este trabalho efetua uma análise do conto ‘Penélope’, de Dalton Trevisan (1994), sob o viés narratológico, comparado e interdisciplinar, com o intuito de enfatizar determinados aspectos relacionados à estética das ruínas, à transformação literária de textos anteriores e à configuração contística do texto em questão. O conto relata a convivência de um casal de idosos que se mudam de uma cidade do interior para uma grande capital após o falecimento dos seus filhos. Mais especificamente, a narrativa desdobra os transtornos que são causados depois que o casal começa a receber regularmente uma carta anônima e sem endereço, formada com ofensas e provocações e sintetizada em duas palavras. No texto o idoso amplifica a sua tristeza, amargura e paranoia, e, após a chegada das cartas anônimas, desenvolve desconfiança e ciúme excessivos. Já a idosa se coloca numa situação de impotência e de revolta silenciosa diante das transformações do marido. Destaca-se na elaboração do conto: o impacto da releitura da lenda de Penélope; a imprevisibilidade proporcionada pela conjugação da atmosfera de jogos e segredos; o efeito de disparidade efetuado pelo contraste psicológico e físico entre duas personagens principais; a manipulação do ritmo da narração possibilitada pela alternância entre a narração do conto e a expressão dos pensamentos dos personagens; e o alcance do uso de composições textuais ora metafóricas, ora irônicas.</p> Marcos Rogério Heck Dorneles Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 205 215 O cinismo filosófico e o fenômeno do inter-humano em "O Espelho" de Machado de Assis https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24289 <p>No conto “O Espelho” de Machado de Assis (1839-1908) o protagonista Jacobina adota uma forma que lhe é imposta pelos outros e pelas circunstâncias a ponto de se tornar refém de sua “alma exterior”. Ele é, portanto, uma criação inter-humana, de tal maneira que, ao ficar completamente só, o protagonista percebe seus sentimentos e pensamentos se esvaírem à medida que se dá a perda gradativa de sua alma externa. Esta ruptura com a sua outra metade é que dá o tom misterioso da história. A propósito, o sobrenatural e sobre-humano no conto, ou seja, o “superior” do mundo já não diz respeito ao Deus da Igreja nem tampouco ao homem, mas nasce da mútua relação dos homens entre si de onde surgem novos ídolos imprevisíveis e ainda mais terríveis. Para pensar o tema, recorremos ao conceito de forma que pode ser brevemente definida como “exteriorização de um modo de ser” (GOMBROWICZ, 2010, p. 14), noção que foi retirada da obra de Witold Gombrowicz (1904-1969), escritor polaco que, assim como os filósofos cínicos relembrados por Machado no decorrer de seu conto, dedicou-se a pensar a interdependência dos valores sociais na constituição da subjetividade humana.</p> Edelberto Pauli Júnior Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-18 2025-11-18 3 1 216 225 A morte do desejo no conto 'Independência e morte' de Alciene Ribeiro https://periodicos.ufms.br/index.php/SeLLiAq/article/view/24450 <p>Este artigo visa analisar o conto “Independência e Morte”, que abre a coletânea <em>Mulher Explícita</em> 2019, de Alciene Ribeiro, decorrendo de uma reflexão crítica sobre o desejo, o feminino e as consequências de seus atos. A autora utiliza-se de uma linguagem singular, incrementada por voz diegética, que apresenta ao leitor o cotidiano feminino e as suas ações. O estudo investiga a presença do desejo no conto “Independência e Morte”, de modo a compreender sua construção nas personagens por meio de anseios, vontades, inter-relações, intenções e consequências. A pesquisa apresenta dos eixos: o teórico-psicanalítico – com os escritos marcusianos – em <em>Eros e a civilização</em> e em <em>Um ensaio filosófico sobre as teorias de Freud,</em> e Marilena Chauí (1991) em a <em>Repressão sexual: essa nossa (des)conhecida</em>; e o teórico-narrativo alinhado à parte interpretativa dos contos – com os estudos Edgar Allan Poe (1987), Ernest Hemingway (1999), Gérard Genette (1972) alinhadas às teorias da narrativa de Antonio Candido.</p> Dayse Galvão Souza Copyright (c) 2025 Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ e Seminário da Sociedade dos Leitores Vivos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt-br 2025-11-17 2025-11-17 3 1 226 240