Ateliê do Turismo

Turismo e segregação socioespacial: uma análise no destino turístico Trancoso (Porto Seguro/BA)

Jean Carlos Estanislau Ferreira — 2023-12-20

A segregação socioespacial é fruto da desigualdade social, sendo caracterizada pela marginalização dos indivíduos no espaço, de modo que são direcionados para localidades distantes dos centros e de áreas valorizadas pelo mercado para outras que normalmente possuem defasagens quanto aos serviços básicos e infraestruturas necessárias. Diante disso, a presente pesquisa teve por objetivo identificar os aspectos da segregação socioespacial entre os espaços turísticos e bairros do distrito de Trancoso, em Porto Seguro na Bahia. Para isso, fez-se necessário uma revisão literária acerca da segregação socioespacial e turismo. A metodologia utilizada se deu com base na pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo onde foram descritos por meio da observação direta não participante e comparados alguns bairros, como: Quadrado, Centro, Trancosinho, Maria Viúva e Mirante do Rio Verde. Identificaram-se diversos aspectos, sendo eles: calçamento das ruas, coleta de lixo, fornecimento de água, esgotamento sanitário e perfil das residências, que se modificam ou inexistem, a medida em que se afasta do espaço turístico Quadrado em direção aos demais bairros. Além disso, desvendou-se que Trancoso, como um todo, é segregado em relação à sede Porto Seguro, de modo que a gestão pública abre brechas para o mercado turístico que assume um papel de verticalidade sobre o distrito, interferindo convenientemente em obras e serviços. Notou-se que dentro do próprio lugar segregado existem segregações, as verticalidades que ocupam o Quadrado fazem dele um local estruturalmente privilegiado em relação aos outros bairros ou horizontalidade. Desse modo é o local que possui a maior atenção do poder público, por se tratar de um espaço turístico.

A prática social discursiva foucaultiana como lente para um (des) caminho investigativo no turismo

Ana Neri da Paz Justino — 2023-12-18

Foucault é um estudioso que revoluciona interpretação da realidade na segunda metade do século XX. O escopo de sua obra muitas vezes coloca o sujeito analista que a utiliza na posição de desafiante e corajoso, pois, a perspectiva foucaultiana demanda uma multiplicidade de olhares, em sua maioria imperceptíveis às abordagens estruturadas análise. Olhar para o turismo entendendo-o como fenômeno complexo e multidisciplinar abre a possibilidade de observação por meio das tecnologias foucaultianas. Fato que pode se tornar muito caro à sua epistemologia. Este estudo propõe analisar a prática social discursiva foucaultiana como lente analítica para o turismo. Para tanto, utilizou-se tanto de uma Revisão Narrativa da Literatura (RNL) quanto de uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL). A partir de operadores booleanos específicos na rede mundial de computadores, tais como: foucauldian and tourism; the discursive social practice of tourism: a view from the foucauldian perspectives; a prática social discursiva and turismo and perspectiva foucaultiana; foucaultiano and turismo; e, Foucault foi construída a investigação. O acesso aos conteúdos se deu por meio diversos formatos de apresentação, a citar: publicações em periódicos, atas de conferências, bem como, teses e dissertações construídas em programas de pós-graduação Stricto Sensu. Os achados demonstram que observar a realidade sob a lógica foucaultiana demanda ao sujeito acessar o campo do turismo crítico numa posição que o coloque para além da crítica em si, pois, sua observação necessita posicionar-se inter e multidisciplinar, ultrapassando a estrutura das disciplinas. Também fica evidente que tais práticas são circunstâncias mais bem observadas nos estudos do século XXI, e que, muitos dos estudos que tomam o turismo como campo de observação a partir da prática social discursiva foucaultiana ainda são capitaneados por pesquisadores de outras áreas do conhecimento que não o turismo em si. Sendo uma lacuna de observação para a epistemologia do turismo.

As capacidades dinâmicas em uma rede hoteleira da Paraiba: análise retrospectiva de 2005 a 2022

Kamilla Nayara Batista Pimentel — 2024-01-15

A competitividade das organizações hoteleiras é uma preocupação global, especialmente com o surgimento de serviços substitutos e aumento da concorrência no contexto turbulento. O setor do turismo tem a sazonalidade como uma de suas características, assim como depende das mudanças da natureza para atrair ou proporcionar situações de repulsa aos turistas. O litoral paraibano, localizado no nordeste brasileiro segue com esses mesmos desafios. Diante dessas características, o objetivo deste estudo foi investigar como as capacidades dinâmicas foram implementadas em uma rede de hotéis da Paraíba entre 2005 e 2022. Participaram dessa investigação 7 gerentes gerais, 1 gerente financeiro e 2 proprietários da rede hoteleira. Trata-se, ainda, de estudo de caso longitudinal em retrospectiva. A técnica de análise de conteúdo foi adotada e contou com o apoio do software ATLAS.ti. O instrumento de coleta utilizado foi a entrevista semiestruturada. As capacidades dinâmicas encontradas foram a capacidade de adaptação, capacidade de inovação e a capacidade de aperfeiçoamento operacional. Essas capacidades dinâmicas subsidiaram a companhia para se manter competitiva no mercado hoteleiro perante os concorrentes. Portanto, como o turismo é considerado um mercado dinâmico, as empresas precisam se transformar e criar ideias para ter desempenho superior diante da imprevisibilidade do ambiente de negócio.

Transformação digital: uma análise entre as Travel Techs e empresas tradicionais de turismo do Brasil

Vinícius Lima — 2024-01-15

A tecnologia é inegavelmente, uma importante variável na transformação digital das organizações, porém, não representa o único elemento deste fenômeno. No turismo, a transformação digital vem causando disrupções e mudanças no mercado, fazendo com que as empresas tradicionais se adaptem para sobreviver frente às travel techs (empresas de tecnologia que atuam nas oportunidades e ineficiências do mercado de viagens e mobilidade). O objeto deste estudo foi a transformação digital no turismo a partir das as travel techs e empresas tradicionais. Os objetivos foram analisar e compreender os efeitos e potencializadores da transformação digital sobre as empresas de turismo brasileiras, entendendo os limites e as potencialidades das travel techs e empresas tradicionais no contexto brasileiro. Para a metodologia, foi feita uma pesquisa bibliográfica e documental abordando autores de diversas áreas do conhecimento e posteriormente uma coleta de dados primários entre as empresas tradicionais e travel techs. A amostra foi constituída por 88 questionários validados, coletados de modo online. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva a partir do uso da escala tipo Likert para mensuração da intensidade das respostas. Concluiu-se que as travel techs possuem nascem com uma maturidade digital superior às das empresas tradicionais do turismo e que apesar do intenso investimento em T.I, essas últimas possuem dificuldades em relação à mudança da cultura requerida na atualidade, e na geração de valor para o mercado por meio da tecnologia. Foi observado que a transformação digital está em um estágio embrionário no turismo, ocasionando muitos desafios e preocupação entre os profissionais e empresas que podem desaparecer do mercado.

Turismo de Base Comunitária e Gestão Participativa em Áreas Protegidas

Mario Teixeira de Mendonça Neto — 2024-01-25

O artigo analisa publicações sobre o Turismo de Base Comunitária (TBC) e a Gestão Participativa em Áreas Protegidas e identifica qual a abordagem dos autores dessas publicações sobre os macrotemas abordados. Apresenta uma importante perspectiva sobre a possibilidade do turismo ocorrer em Unidades de Conservação, territórios naturais como principal atrativo turístico pela comunidade local, geralmente moradores tradicionais. Promovendo uma reflexão sobre a participação das comunidades tradicionais na preservação, conservação e gestão do turismo destas unidades visando o incremento e fortalecimento socioambiental. Adotou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica, do tipo descritiva de abordagem qualitativa, realizando-se a análise do conteúdo de 13 estudos selecionados por sua relação com o tema e com as palavras-chave da pesquisa, utilizando o método desk Research. Na discussão, realizou-se a análise de conteúdo da amostra e organização de postulados por similaridade, os quais foram categorizados pelos seguintes aspectos: turismo em áreas protegidas; gestão participativa do TBC; gestão participativa em áreas protegidas. Concluiu-se que o TBC, pode ser um instrumento alavancador para o desenvolvimento do turismo nas comunidades tradicionais em áreas protegidas, proporcionando preservação, conservação e fortalecimento da economia nas comunidades locais, com a participação efetiva da sociedade no controle e gestão das ações, inclusive na formação de associações e cooperativas.

“Adote um casarão”: reflexões sobre cidadania e sustentabilidades aplicados aos bens edificados de valor patrimonial, do centro histórico de São Luís do Maranhão

Nathália Christine Garcez Rocha — 2024-01-29

Revitalizar espaços históricos é pauta recorrente de gestores de bens patrimoniais que visam manter sua conservação para atender as demandas cotidianas das centralidades, em face do crescente abandono. O Centro Histórico da cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, entrou em decadência com o declínio econômico das atividades fabris e comerciais, no final do século XIX, intensificando-se a partir da década de 1970 após a construção da ponte do São Francisco e da barragem do Bacanga. No final do século XX, foram adotadas ações governamentais para mitigar este processo, com a instituição do projeto Reviver e as ações decorrentes. Neste artigo, aborda-se a política pública “Adote um casarão” que integra o Programa de Revitalização e Valorização da Região Central de São Luís, intitulado: “Nosso Centro” com o propósito de atribuir referência em conservação e desenvolvimento sustentável a esse espaço, preservando sua importância histórica e cultural, por meio da parceria pública privada, para as condicionantes da cidadania, do patrimônio e da sustentabilidade socioambiental. A partir da análise das condições dos imóveis cadastrados como vulneráveis, conclui-se que sua reforma e manutenção devem ser priorizadas para fomentar a preservação do acervo arquitetônico, considerando a relevância do conjunto em escala local, nacional e global.

Centros de recepção ao turista como vetores de hospitalidade e competitividade turística.

Eliane Avelina de Azevedo Sampaio — 2024-05-17

A qualidade da informação é um elemento significativo da atividade turística e têm um papel essencial na promoção do destino, visto que pode ser um indutor na escolha de uma viagem por parte do turista. Este artigo apresenta as questões teóricas relacionadas a importância dos equipamentos de recepção ao turista enquanto meio efetivo de comunicação, divulgação e promoção do destino. Centra-se, enquanto estudo empírico, na cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe, tendo por objetivo realizar uma análise perceptiva dos locais de recepção que estão atualmente disponíveis. Metodologicamente é uma pesquisa de natureza aplicada, através de estudo de caso com abordagem ao problema realizada de modo exploratório. Quanto aos procedimentos técnicos, realizou-se pesquisa bibliográfica a fim de desenvolver o aporte teórico; observação sistemática não-participante e entrevista semiestruturada com os atendentes dos postos de informação turística, com o objetivo de analisar estes equipamentos a partir de variáveis atribuídas ao contexto da hospitalidade, categorizados entre: produto essencial, produto facilitador, produto de suporte e produto ampliado. Os resultados obtidos demonstram que a capital Aracaju dispõe de espaços pouco receptivos, com carência de infraestrutura e, sobretudo, de aportes tecnológicos, o que os torna pouco estratégicos em termos de competitividade turística.

Turismo para todos: a percepção dos colaboradores em hotéis de Natal (Rio Grande do Norte) sobre práticas de inclusão e acessibilidade

Erica Dayane Chaves Cavalcante — 2024-05-18

A “acessibilidade e inclusão” de pessoas com deficiência é um tema que vem ganhando atenção em vários âmbitos, a exemplo dos meios de hospedagem. Este estudo tem como objetivo analisar as práticas de inclusão e acessibilidade vigentes em hotéis do município de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte (RN). Para atingir o objetivo, foram consideradas as experiências dos funcionários que trabalham diretamente ou indiretamente com os hóspedes, a fim de compreender o atendimento e acolhimento oferecidos com base em seus relatos. Foram examinadas as formas de atendimento inclusivo e as opiniões dos funcionários sobre o tema, tanto em suas vidas pessoais, quanto em seu ambiente de trabalho. Como metodologia, foram realizadas visitas a quatro hotéis localizados no município de Natal, elencados criteriosamente, nos quais realizou-se entrevistas com seus colaboradores e observação guiada. Observou-se que, embora os estabelecimentos estejam estruturalmente preparados para receber pessoas com deficiência, alguns colaboradores enfrentam dificuldades no atendimento devido à falta de treinamento específico e padronizado. Por fim, constata-se a importância de uma abordagem proativa na busca pela excelência no atendimento a pessoas com deficiência e destaca-se a necessidade de investimentos contínuos em treinamentos e aprimoramentos para garantir a inclusão e o bem-estar de todos os hóspedes.

Evolução de métodos de pesquisa em Turismo: Uma revisão estruturada de literatura

George Rossi — 2024-06-07

Os resgates de produções científicas em Turismo ainda carecem de uma compreensão aprofundada de como as pesquisas da área estão sendo conduzidas. Diante disso, o objetivo deste artigo é identificar a evolução dos métodos de pesquisa, sejam teóricos ou empíricos, no domínio Turismo. Para tanto, por meio de uma revisão estruturada de literatura (Structured Literature Review – SLR) foram analisados 153 artigos dos sete periódicos internacionalmente mais relevantes da área de turismo. A técnica usada foi a contagem dos métodos mais usados nas publicações. A pesquisa revela predominância de técnicas de agrupamento (Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória) e de modelagem de dados por equações estruturais indicando que Turismo encontra-se na fase de testar e validar as teorias usadas. Além do mapeamento sobre o estágio de desenvolvimento metodológico da área, o estudo contribui para reflexões sobre a evolução da condução das pesquisas em Turismo, mostrando que a predominância é de estudos descritivos, havendo oportunidades para estudos qualitativos e exploratórios ou ainda causais.

Utilização das hashtags na promoção turística: uma análise do uso da #ondeiremfortaleza através do empreendimento colosso fortaleza

Kennedy Kaufummam Costa Mafra — 2024-06-18

A comunicação é empregada em várias áreas do conhecimento, especialmente no turismo, para expressar aspectos verbais e não verbais. No marketing, ela desempenha um papel fundamental na promoção dos destinos turísticos em redes sociais. É por meio das redes sociais que as empresas expõem seus produtos e serviços a mais pessoas, rompendo a barreira geográfica que antes existia. Nesse contexto, este estudo teve como objetivo analisar o impacto da hashtag #ondeiremfortaleza, usada nas imagens publicadas na página do Instagram @colosso.fortaleza, no processo para a escolha de Fortaleza/Ceará (CE) como destino turístico. A metodologia adotada segue uma abordagem interpretativa, com uma amostragem intencional, baseada na análise de conteúdo (Bardin, 1977). Os resultados desta pesquisa evidenciam a importância do uso de hashtags na promoção de um destino, ampliando sua visibilidade e despertando o interesse de potenciais visitantes. Isso, por conseguinte, aumenta o fluxo turístico no local. Conclui-se que o uso de hashtags na promoção de destinos possui relevância significativa para obter visualizações de potenciais turistas que pensam em visitar o destino.

Gestão de riscos e inovação na pandemia: um estudo de casos múltiplos em agências de viagens de Natal

Raquel Fernandes de Macedo — 2024-06-20

A pandemia de Covid-19 que se difundiu pelo mundo impactando também a atividade turística, e consequentemente as empresas de turismo, tais como as agências de viagens. Mediante esse contexto, os gestores das agências tiveram que se adequar à nova situação, inovando para permanecer no mercado e utilizando a gestão de riscos para gerir essas empresas de turismo. Nesse sentido, o objetivo geral do presente trabalho é investigar o processo de inovação das agências de viagens de Natal para se adequarem aos riscos durante a pandemia de Covid-19. No que se refere aos procedimentos metodológicos a pesquisa foi do tipo descritivo-exploratório quanto aos objetivos, com abordagem qualitativa. Sendo assim, realizou-se estudo de casos múltiplos com cinco agências de viagens, com a coleta de dados realizada entre 13 e 23 de dezembro de 2021, e posterior tratamento de dados com o método de co-ocorrência. Os resultados do estudo apontaram que com o advento da pandemia de Covid-19 as agências de viagens precisaram se adequar através de mecanismos de inovação, tendo um impulso no investimento das vendas online e do marketing por meio das redes sociais como o Instagram. Também passaram a priorizar roteiros nacionais e nordestinos, como Ceará, Alagoas, Paraíba e Recife, posto que para a ocasião ficava difícil atuar com enfoque no mercado de turismo internacional. Salienta-se que nesse período estavam sendo adotados os protocolos de higiene para realização dos passeios. Conclui-se que esse estudo contribuiu para expor o olhar dos gestores das agências de viagens sobre as mudanças as quais tiveram que efetuar em decorrência da pandemia de Covid-19, utilizando meios de inovar seus negócios para continuar atuando no mercado.

Inserção de práticas veganas na operação de um meio de hospedagem no contexto do desenvolvimento sustentável

Romário Loffredo de Oliveira — 2024-06-21

O veganismo é um movimento social pautado na ideologia de libertação animal e contempla práticas diversas, sendo a mais popular delas o seu regime alimentar. O mercado de viagens vem se adaptando a este novo interesse do público e inserindo tais práticas em sua operação, o que leva ao seguinte questionamento: como as práticas consideradas veganas podem contribuir para a sustentabilidade em um meio de hospedagem? Neste sentido, o objetivo desta pesquisa é investigar a aplicação de práticas veganas por um meio de hospedagem no contexto do desenvolvimento sustentável. Para tanto, foi utilizada uma abordagem metodológica qualitativa de caráter exploratório-descritivo. Optou-se pelo método de estudo de caso, que contou com uma pesquisa bibliográfica sobre as temáticas envolvidas e uma entrevista semiestruturada com a representante de um meio de hospedagem associado ao veganismo. Os dados foram analisados com base na categoria ‘sustentabilidade’, sugerida no estudo de Oliveira e Conti (2022). Entre os resultados encontrados, percebeu-se, principalmente, a busca por minimizar os danos causados ao meio ambiente, por meio de práticas orientadas à libertação animal, e a maior preocupação com a comunidade local e sua qualidade de vida. Além disso, o avanço teórico desta pesquisa proporciona novas possibilidades de investigação no campo da hotelaria e do turismo, enquanto apresenta um conjunto de práticas sociopolíticas e ambientais relevantes para a operação mais sustentável de um meio de hospedagem e para a captação de hóspedes veganos e demais indivíduos preocupados com questões socioambientais da atualidade.

Afroempreendedorismo feminino em Juiz de Fora - MG: reflexões sobre gastronomia, eventos e turismo

Regina Célia Queiroga — 2024-06-19

Este artigo tem como objetivo analisar os afroempreendimentos gastronômicos de Juiz de Fora – MG, sob a ótica das mulheres negras, e refletir sobre as possibilidades de suas inserções nos eventos oficiais da cidade. Metodologicamente, esta pesquisa se caracteriza pela perspectiva qualitativa e exploratória. Sendo assim, foram identificados os empreendimentos gastronômicos de mulheres pretas na cidade, o que permitiu analisar como esses empreendimentos se identificam com o afroempreendedorismo. Ademais, foram elencados os eventos gastronômicos oficiais da cidade que não incluem a culinária afrodescendente, o que impulsionou aventar as possibilidades de organização das mulheres pretas para reverter essa realidade. Dessa forma, o afroempreendedorismo de mulheres da área de alimentos e bebidas pode se tornar um elemento de integração socioeconômica e histórico-sócio-cultural entre a gastronomia negra e o turismo na cidade de Juiz de Fora.