https://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/issue/feedCADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS2024-10-17T00:29:01+00:00Edgar Cézar Nolascoecnolasco@uol.com.brOpen Journal Systems<p style="text-align: justify;"><strong>ISSN 2763-888X (online)</strong></p> <p style="text-align: justify;">O periódico <strong>CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS</strong> tem como objetivo oportunizar a um número maior de estudantes de Graduação e Pós-graduação, bem como a pesquisadores em geral, o debate contemporâneo em torno dos Estudos Culturais numa perspectiva transdisciplinar.</p>https://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22070PONCIÁ VICÊNCIO E PERRO VIEJO: 2024-10-13T09:11:38+00:00Alexandre de Oliveira Fernandesalexandre.pro@gmail.com<p>Pode-se inferir a partir de “O encontro de Perro Viejo e Ponciá Vicêncio: memórias cruzadas da escravização”, estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagens e Representações (PPGL) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), que “Ponciá Vicêncio” (Cárdenas, 2006) e Perro Viejo (Evaristo, 2017), narrativas repletas de lirismo, condensam estruturas sociais-cognitivas-psíquicas complexas, atravessadas pela misoginia e pelo patriarcalismo. Assinada por Selma Leão (2023), a dissertação que serve de mote para o presente artigo, contrasta representações de memórias afrodescendentes e ancestrais na literatura da autora cubana e da escritora brasileira. Argumento que com sua escritas, essas mulheres, incluindo-se aí Selma Leão, recuperam feridas das violências – físicas e psicológicas – e seus flagrantes requintes de crueldade. Recuperar tem aqui também o sentido de “reestabelecer”, “curar”, “regenerar”, o que não se faz sem reapropriar-se de uma herança ancestral.</p>2024-10-13T04:53:28+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22069DESCOLONIZAR IDENTIDADES LATINAS: 2024-10-13T09:11:39+00:00Carlos Igor de Oliveira Jitsumorionixs21@yahoo.com.br<p>O presente texto abre caminhos para pensar, refletir e, principalmente, problematizar a identidade a partir de uma leitura comparada de Stuart Hall e o conceito de identilasticidade cunhado no curso de pós-doutorado. Por meio do lastro teórico da descolonização e estudos fronteiriços um outro modo de pensar as identidades, que não se resumem a uma questão de fluidez, mudanças e negociações, mas além disso, que evoca um pensar sobre a necessidade ética de entender que o outro faz um apelo às minhas identidades para que elas não se anulem. E nesse processo de construção e ressignificações de identidades, o “eu” não se rompe, não se perde, não se rarefaz, mas se constitui com as suas “velhas” e “novas” identidades que exige uma acolhida no próprio “eu – identilasticidades” que não se perde nas negociações frente ao outro, que reclama a ética do rosto, segundo Emmanuel Lévinas. Nesta saga arriscada é que o objetivo deste texto, que atrevo dize ser mero rascunho, versa explorar as identidades nas fronteiras latinas, assim como, desteorizar e descolonizar o fazer/pensar latinos de um pensamento eurocêntrico, não o execrando, mas numa proposta literária, fazer de um outro modo uma literatura que descompare latinos do estreito-frágil centralizador eurocentrista. E, assim, desfolhar numa via de identilasticidades como uma literatura possível para com-parar os latinos num olhar de si, para si. O referencial teórico se calca nos estudos de textos e obras de pensadores, como: Edgar Cézar Nolasco, Stuart Hall e Walter D. Mignolo.</p>2024-10-13T04:13:58+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22079ARQUIVO E REPERTÓRIO EM HER NAME NEVER GOT CALLED de Gloria Evangelina Anzaldúa2024-10-13T09:11:39+00:00Carlos Vinícius da Silva Figueiredocarlos.figueiredo@ifms.edu.brVera Lúcia Harabagi Hannaverahanna@uol.com.br<p>O contexto histórico-cultural e literário de grande produtividade nos Estados Unidos tem fomentado intensivamente as literaturas imigrantes e de identidades em trânsito, proporcionando a criação de uma vasta obra representante do solo cultural da fronteira entre México e Estados Unidos. Uma representante deste espaço fronteiriço é Gloria Evangelina Anzaldúa, que transitou da poesia à prosa, a exemplo do livro Borderlands/La Frontera: the new mestiza (1987), revelando o surgimento de um rótulo em particular, como o de literatura chicana. Este artigo tem por objetivo analisar o conto não publicado Her name never got called, e por sua vez, discutir sobre o conceito de arquivo e repertório na obra anzalduana. Para além do texto literário e arquivo inédito, busca-se refletir sobre vida dos seres subalternos que ocupam a fronteira México – Estados Unidos. Para tanto, a metodologia que subsidia este texto volta-se para as reflexões teórico-críticas acerca dos estudos pós-colonialistas, sobretudo as obras, Mignolo (2003) e Hawley (2001) e ainda obras de exegese e fortuna crítica sobre Anzaldúa, como, Keating (2009) e Bowen (2010). Desta forma, a vida e obra de Gloria Anzaldúa constituem-se, em um legado da história daqueles que estão no entre-lugar da fronteira.</p>2024-10-13T09:07:30+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22071INTELECTUAIS PARAGUAIOS: 2024-10-13T09:11:40+00:00Damaris Pereira Santana Limadamaris.lima@ufms.br<p>O fazer descolonial exige o esvaziamento do cérebro e a construção de um pensamento outro, pois não é mais possível seguir tratando das questões da América Latina, senão por uma perspectiva outra. Diante dessa proposição, o presente texto visa a exemplificar e conduzir à reflexão sobre a questão do exercício de um pensamento outro, tendo como ponto de partida o projeto “Latino-américa interdisciplinar: literatura e cultura paraguaia”, composto por investigações que visam a mostrar como literatura, cultura, história, memória, mito e imaginário coletivo se articulam nas produções ficcionais e artísticas de intelectuais paraguaios. À guisa de delimitação, valho-me das seguintes obras: Las culturas condenadas, de Augusto Roa Bastos, Xirú, de Damián Cabrera e Ogue Javé takuapu/ Cuando se apaga el takuà, de Susy Delgado, destacando-as como exemplos de exercícios descoloniais.</p>2024-10-13T05:05:36+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/21671LITERATURA COMPARADA DESCOLONIAL2024-10-13T09:11:40+00:00Edgar Cézar Nolascoecnolasco@uol.com.br<p>O ensaio propõe uma discussão em torno da conceituação de uma possível literatura comparada descolonial. Para tanto, detém-se em torno da prática de uma desmetaforização que, por sua vez, se contrapõe à prática da metaforização empregada pela disciplina de literatura comparada moderna. A teorização proposta embasa-se em discussões teóricas advindas tanto da literatura comparada, quanto dos estudos descoloniais. Entre tais teóricos, merecem destaque Walter Mignolo, Silviano Santiago, Haroldo de Campos e Eneida Maria de Souza.</p>2024-10-13T05:10:31+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22073UNIFORMES E ESPELHOS: 2024-10-13T09:11:40+00:00Edna Sousa Cruzedna.s.cruz@hotmail.comEduardo Oliveira Melooliveiramello839@outlook.comKátia Carvalho da Silva Rochakatiacarvalhos@gmail.com<p>Este estudo tece uma leitura intertextual e comparativa entre o conto O espelho: esboço de uma nova teoria da alma humana, de Machado de Assis, e o romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo. Objetiva-se, a partir da problematização da ideia de identidade e memória coletiva, tensionar essas noções enquanto ferramentas constitutivas das personagens Jacobina e Luandi. A leitura analítica dos dados sinaliza o papel da memória coletiva como instrumento de reconstituição de identidades perdidas, especialmente a partir de objetos simbólicos, como a farda de alferes e as peças de barro.</p>2024-10-13T07:47:57+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22074LITERATURA COMPARADA: 2024-10-13T09:11:41+00:00Fábio do Valeprofessorfabioletras@gmail.com<p>Este ensaio que proponho busca discutir conceitualmente a relação entre a teorização descolonial e a prática crítica da Literatura Comparada, refletindo sobre como essa integração pode gerar novas – não de mesma base – perspectivas comparatistas. A Literatura Comparada, ao longo de sua história, sempre foi aberta a diversas teorizações, permitindo o diálogo com abordagens distintas, como a descolonial. A égide que sugiro nesta criticidade é que uma LITERATURA COMPARADA DESCOLONIAL passa a ser possível se incorporada à prática da (des)comparação, sintetizada na fórmula consciente de uma teorização efetiva cuja fórmula teórica: comparar para descomparar para re-comparar, calcada pela visada do intelectual Nolasco e sem repetir os padrões já endossados. Essa prática visa estabelecer uma perspectiva descolonial sólida, fundamentada em uma abordagem que emerge de diversas produções e pensamentos fronteiriços oriundos de diferentes partes do mundo, sobretudo, da América Latina. Essas produções, carregando nuances de uma epistemologia descolonial ou, como prefiro,fronteiriça, não endossam os princípios teóricos de uma Literatura Comparada moderna, como aquela dominante no Ocidente. Este ensaio exuma conscientemente os árduos meandros que devemos percorrer para que a Literatura latino-americana seja estabelecida e vislumbrada como ancoragem liberta e consultiva para os próximos passos da academia que nos reúne na contemporaneidade. É nesse liame epistêmico-científico com o fito de publicare et propagare este trabalho que a subjetivação do idioma brasileiro aparece como uma metáfora descolonial, pois, distintamente de Portugal, ao (re)comparar nossa fortuna crítica percebo que corpus e corpos dos nossos Brasis conclamam a materialidade idiomática da nossa discursiva-língua ser, por ordem descolonial, o idioma brasileiro.</p>2024-10-13T07:54:23+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22075COMPULSIÓN A LA COMPARACIÓN O LITERATURA COMPARTIDA: 2024-10-13T09:11:41+00:00Facundo Giulianofacundo.giuliano@bue.edu.arValentina Giulianogiulianovalen@gmail.com<p>El presente ensayo introduce formas de problematizar la praxis de la comparación que hunde sus raíces en la modernidad/colonialidad e impacta opresivamente en la constitución de las subjetividades, al mismo tiempo que opera reducciones en función de un patrón de insensibilización. La pregunta de cómo comparar peras con manzanas no es ajena a los vectores establecidos por la geopolítica del conocimiento dominante. Por este motivo exploramos las incompatibilidades entre el comparativismo y la descolonialidad, sin escatimar opciones que impliquen afectos de lectura en el paisaje formativo. Un ejercicio en que el número solo es excusa teatral o tentativa de unidad, pero también vuelos prometeicos, hogar de sinuosidades y descansos, calma inundación de vacío liberador. La literatura compartida o acompañada emerge como re-existencia o senderos entramados en la pluriversidad que abre el juego e invita a afirmar vidas no comparatistas. Después de todo, y más aún de 1492, la singularidad es la imposibilidad de comparar.</p>2024-10-13T08:00:51+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22076CHINUA ACHEBE: 2024-10-13T09:11:41+00:00Imara Bemfica Mineiroimara.mineiro@ufpe.brLuiz Henrique Costa de Santanasantanaluizhc@gmail.com<p>O processo de colonização de África esteve marcado por estratégias que promoveram a deshumanização e a animalização dos sujeitos africanos. Diante disso, a literatura surge como uma expressão artística e cultural que reafirma ou que aponta para os estigmas da colonização, para os rastros do colonialismo e as marcas da colonialidade. Neste artigo abordamos o romance O mundo se despedaça, do escritor nigeriano Chinua Achebe ([1958] 2009), em uma análise comparativa com O Coração das Trevas, de Joseph Conrad ([1899] 2008), a fim de comparar as representações tecidas sobre o imperialismo colonial africano.</p>2024-10-13T08:29:04+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22077DESCOLONIZAR O PENSAMENTO PARA DESPRENDER-SE DO COMPARAR, E, PARA NÃO TEORIZAR DECOLONIAL COMO APREENDIDO: 2024-10-13T09:11:42+00:00Marcos Antônio Bessa-Oliveiramarcosbessa@uems.br<p>Uma perspectiva teórica sempre migrou de lugar em lugar. Ou seria melhor dizer que várias perspectivas teóricas europeias e/ou estadunidenses sempre migraram para lugares como a América Latina, chegando até ao Brasil. Mais nas disciplinas que buscaram discutir as produções culturais, mas também nas áreas disciplinares em que a produção de conhecimentos é objeto, a hospitalidade (Derrida) acadêmica brasileira quase nunca foi hostil em relação aos referenciais teóricos que sempre aportaram-se aqui e foram desenfreadamente aplicados nas leituras sobre nossas práticas culturais e de produção de conhecimentos. Considerando isso, que não é pouco, vou propor uma discussão que já tinha dito desimportante: se DES ou DE quando se fala em pensamentos contra-hegemônicos, como um pensamento descolonial, contrários às lógicas teóricas migrantes como teoria decolonial que tem se aninhado em muitas instâncias, culturais e de conhecimentos, mas disciplinares, a fim de reforços coloniais sem esforços contra, pelo menos, como hostilidades locais. Por questões dessa natureza, naturalizadas, acabamos ainda sem raízes e sendo apenas galhos de “árvores” alheias sobrevivendo “às sombras” dos anseios coloniais e das colonialidades.</p>2024-10-13T08:34:58+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/21323(DES)ARRUMAR A CASA, (DES)ARRUMAR O PAÍS2024-10-14T18:46:53+00:00Pedro Henrique Alves de Medeirosdrive.pedromedeiros@gmail.comEdgar Cézar Nolascoecnolasco@uol.com.br<p>Este trabalho propõe uma leitura comparatista entre os governos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (2018-2022) e do atual governante Luiz Inácio Lula da Silva (2023) a partir da crítica biográfica fronteiriça com foco no conceito de ética política descolonial. Isso posto, a leitura <em>outra </em>aqui descortinada se circunscreve pelo projeto maior de doutoramento assentado na conceituação de um “Brasil do pretérito imperfeito” tomando como premissa teórica as reflexões do ensaísta Silviano Santiago bem como as perspectivas epistemológicas da descolonialidade. Dentre os intelectuais que sustentam esta discussão, a exemplo, cito: Walter Mignolo, Enrique Dussel, Boaventura de Sousa Santos, Facundo Giuliano, Heloisa M. Starling, Miguel Lago, Newton Bignotto, Ramón Grosfoguel e Rita Segato. Por fim, o debate em cena se direciona a comparar e problematizar ambas as presidências com base em suas políticas governamentais entrecortadas pela aproximação ou pelo distanciamento de uma ética da libertação dos excluídos e em prol da diversidade como único projeto “universal” possível (MIGNOLO, 2015) (DUSSEL, 2012).</p>2024-10-13T08:39:09+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22078FISIOLOGIA DE UMA AMIZADE DISCURSIVA: 2024-10-13T09:11:43+00:00Thays dos Santos Silvathays_silva@ufms.brLuiz Eduardo Ludvig Alencastroluiz.ludvig@ufms.br<p>A presente leitura crítica se faz no bojo das discussões engendradas pelo teórico literário Pedro Henrique Alves de Medeiros em sua obra Silviano Santiago e Virginia Woolf: teorização comparatista biográfica fronteiriça (2024). Grosso modo, o escritor sul-mato-grossense parte dos livros Mil rosas roubadas3 e Orlando4, a fim de estabelecer relações comparatistas tanto com seus autores (Silviano e Virginia) quanto com os personagens das respectivas tramas (Zeca e Vita). Medeiros não hesita em desenredar o material biográfico que Mil rosas roubadas e Orlando lhe oferecem, trazendo as vidas ficcionalizadas de Silviano Santiago e Virginia Woolf como matérias-prima de sua discussão. A tônica teórica presente na obra é fundamental para iniciarmos a redação desta leitura, pois conclama uma opção ancorada na escrevivência do autor e em seu interesse por aqueles que a interioridade insiste em exteriorizar.5 Isso significa que os escritos perpassam um local de reflexão a partir de6 e sobre vidas de sujeitos minoritarizados, a exemplo das obras eleitas, trata-se de vidas homoafetivas. Ademais disso, Medeiros busca escrever sua própria biografia à medida que se embaraça nas vidas de Silviano, Virginia, Zeca e Vita. Nesse sentido, postulamos que nossos escritos também se erigem a partir daqueles que habitam a exterioridade, já que nossos corpos se colocam na posição de prismas indispensáveis por onde nossas reflexões são fundamentadas.</p>2024-10-13T08:53:37+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIShttps://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/22108CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS2024-10-17T00:29:01+00:00Edgar Cézar Nolascoecnolasco@uol.com.brMarco Antônio Bessa-Oliveiramarcosbessa@uems.br<p>Depois de todas as temáticas abordadas — 1º volume: Estudos culturais (abril de 2009); 2º volume: Literatura comparada hoje (setembro de 2009); 3º volume: Crítica contemporânea (abril de 2010); 4º volume: Crítica biográfica (setembro de 2010); 5º volume: Subalternidade (abril de 2011); 6º volume: Cultura local (dezembro de 2011); 7º volume: Fronteiras culturais (abril de 2012); 8º volume: Eixos periféricos (dezembro de 2012); 9º volume: Pós-colonialidade (abril de 2013); 10º volume: Memória cultural (dezembro de 2013); 11º volume: Silviano Santiago: uma homenagem (abril de 2014); 12º volume: Eneida Maria de Souza: uma homenagem (dezembro de 2014); 13º volume: Povos indígenas (abril de 2015); 14º volume: Brasil\Paraguai\Bolívia (dezembro de 2015); 15º volume: Ocidente/Oriente: migrações; 16º volume: Estéticas periféricas (abril de 2016); 17º volume: Cultura urbana; volume 18º: Tendências teóricas do século XXI; volume 19º: Tendências artísticas do século XXI; 20º: Exterioridade dos Saberes: NECC 10 ANOS; 21º: Pedagogias descoloniais; 22º: Corpos epistêmicos; 23º: Ensaio biográfico; volume 24º: Despoéticas, Despolíticas, Desobediências; volume 25º: Crítica biográfica fronteiriça; volume 26º: Fazer-sendo – Não- europeu; volume 27º: Teorização descolonial; volume 28º: <em>Biogeografias</em>; volume 29: Modernidade e modernismos, nunca mais, os CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS voltam-se para <strong>LITERATURA COMPARADA DESCOLONIAL</strong>, por entender que essa temática, bem como as anteriores, contempla uma discussão que está na agenda descolonial pedagógica atual, quer seja no Brasil, quer seja na América Latina. Tal reflexão demanda um modo outro de fazer crítica e de teorizar (des-modernizar), sempre passando por uma epistemologia outra, ainda não contemplada pela epistemologia moderna, ou seja, pela epistemologia que levou à exaustão a prática da desconstrução conceitual. No plano do “podemos pensar os não-europeus”, podemos, sim, pensar des-modernamente na atualidade, como uma estratégia crítica de rever as lições modernistas canônicas que grassam e imperam nas discussões críticas atuais. A partir dessa visada epistemológica, podemos desmodernizar para re-modernizar de uma forma que não endosse a poética moderna beletrista e moderna, como se a produção poética e literária se reduzisse à escritura. No plano das desobediências não-europeias, teríamos uma modernidade outra que levanta a bandeira de que todos aqueles que se encontram do outro lado da fronteira-sul podem pensar e estão pensando e que, por conseguinte, estão filosofando, teorizando e re-modernizando o mundo, afinal as teorias existem em todos os lugares, inclusive nos não reconhecidos pela teoria e pelo pensamento modernos. As políticas da <strong><em>LITERATURA COMPARADA DESCOLONIAL </em></strong>nos mostram, e os textos confirmam, que há formas de discutir criticamente as diferenças que fazem o mundo global e que não estão presas ao discurso acadêmico e disciplinar, nem muito menos a conceitos que caíram numa estereotipia e que, por isso mesmo, não fazem mais <em>grandes sentidos</em>, como o de “Semelhanças-e-diferenças”, “Modernismos”, “Estética moderna”, “Arte”, “Regionalismo” etc. E não que as coisas e os conceitos se pluralizaram puro e simplesmente, mas porque as coisas, os conceitos e as <em>bio</em>geografias ocupam lugares específicos e estão em todos os lugares do mundo. A temática contemplada neste volume endossa a política proposta e defendida pelos CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS há exatos quinze anos, uma vez que ela não se descuida de mirar os lugares sombrios e esquecidos pelos grandes centros, nem muito menos os saberes que emergem dessas bandas ignoradas pelos pensamentos moderno e modernistas. Nós editores agradecemos a todos da COMISSÃO ORGANIZADORA e MEMBROS do NECC que não têm medido esforços para que os CADERNOS continuem contemplando uma publicação que tem ajudado a todos, pelo menos deste lado fronteiriço do Sul, a pensar na diferença colonial (não necessariamente moderna) o que deve e precisa ser pensado. Gratidão traduz o que todos — neccenses — sentimos pelos ilustres pesquisadores deste volume, sem os quais a temática proposta não seria possível para a realização deste número que entra para a história da crítica biográfica fronteiriça quando o assunto for <strong><em>LITERATURA COMPARADA DESCOLONIAL</em></strong>.</p>2024-10-16T17:36:22+00:00Copyright (c) 2024 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS