COORDENAÇÃO EM SISTEMAS AGROALIMENTARES DIFERENCIADOS DO CAFÉ: UMA REVISÃO À LUZ DA ECT E DA ECM
Resumen
O agronegócio brasileiro, especialmente a cafeicultura, tem destaque no cenário nacional e internacional. Apesar dos resultados favoráveis, esse sistema agroindustrial enfrenta problemas de competitividade e coordenação. Como alternativa, Sistemas Agroalimentares Diferenciados (SADs), voltados para a diferenciação do produto, emergem. Entretanto, falhas de coordenação na relação entre os agentes permanecem. Dada a importância do setor e dos SADs nesse contexto, e a necessidade de coordenação para a continuidade dos mesmos, o objetivo dessa pesquisa qualitativa e descritiva foi identificar, por meio de uma revisão bibliográfica à luz da ECT e da ECM, os mecanismos de coordenação no SAD de cafés especiais no Brasil, considerando as relações entre produtores e agentes à jusante. Os resultados demonstraram que subsistemas diferenciados do café envolvem elevada especificidade de ativos, recorrência, elevada incerteza e dimensões difíceis de serem mensuradas. As estruturas de governança identificadas foram, além da integração vertical, os acordos verbais e de longo prazo, em alguns casos alicerçadas pela certificação.
Citas
ABIC. Associação Brasileira da Indústria do Café. Café com qualidade é café certificado ABIC. Disponível em: http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=2. Acesso em: 02 ago. 2017a.
ABIC. Associação Brasileira da Indústria do Café. Glossário do Café. Disponível em: http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=36. Acesso em: 08 ago. 2017b.
ATLAS.TI. Atlas.ti qualitative data analysis. Disponível em: http://atlasti.com/product/v7-windows/. Acesso em: 31 jan. 2017.
AZEVEDO, P. F. Nova Economia Institucional: referencial geral e aplicações para a agricultura. Agricultura em São Paulo, v. 47, tomo 01, 2000. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/publicacoes/asp-1-00.htm. Acesso em 14 nov. 2017.
BÁNKUTI, S. M. S.. Differentiated agrifood systems (DAS): organizational arrangements for small and mid-sized farmers. In: 2º Simpósio Internacional em Agronegócio e Desenvolvimento, 2016, Tupã. Anais… Tupã: SIAD, 2016.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.
BARRETO, R. C. S.; ZUGAIB, A. C. C. Dinâmica do mercado internacional de café e determinantes na formação de preços. Economia & Região, Londrina (Pr), v.4, n.2, p.7-27, jul./dez. 2016.
BARZEL, Y. Organizational forms and measurement costs. Journal of Institutional and Theoretical Economics, 161, p. 357-373, 2005.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Valor bruto da produção agropecuária (VBP). Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/valor-bruto-da-producao-agropecuaria-vbp. Acesso em: 08 ago. 2017.
BRONZERI, M.S.; BULGACOV, S. Estratégias na cadeia produtiva do café no norte pioneiro do Paraná: competição, colaboração e conteúdo estratégico. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 16, n. 1, p. 77-91, 2014.
CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA – ESALQ/USP. PIB do Agronegócio. Disponível em: http://www.cepea.esalq.usp.br/pib/. Acesso em: 08 fev. 2017.
COASE, Ronald Harry. The nature of the firm. Economica, v. 4, n. 16, p. 386-405, nov., 1937.
FARINA, E. M. M. Q. Consolidation, multinationalisation, and competition in Brazil: impacts on horticulture and dairy products systems. Development Policy Review, v. 20, n. 4, 2002.
FRANCK, A. G. S. et al. Análise da competitividade do mercado exportador brasileiro de café. Desafio Online, Campo Grande, v.4, n. 3, art.1, Set./Dez. 2016.
JOSKOW, Paul Lewis. New institutional economics: a report card. Conference of International Society of New Institutional Economics, Budapest, Hungary, September, 2004. Disponível em: http://economics.mit.edu/files/1171. Acesso em 17 fev. 2016.
LEME, P. H. M. V.; MACHADO, R. T. M. Os pilares da qualidade: o processo de implementação do Programa de Qualidade do Café (PQC). Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v. 12, n. 2, p. 234-248, 2010.
LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: EDUC, 2011.
MALORGIO, G.; CAMANZI, L.; GRAZIA, C. Supply chain relationships and quality certification schemes: a case study in fisheries. PAGRI, 2012.
MARESCOTTI, A.; BELLETTI, G. Differentiation strategies in coffee global value chains through reference to territorial origin in Latin American countries. Culture & History Digital Journal, v. 5, n.1, jun., 2016.
MÉNARD, Claude. The economics of hybrid organizations. Journal of Institutional and Theoretical Economics, v. 160, n. 3, p. 345-376, 2004.
MERRIAM, Sharan B. Qualitative research and case study applications in education. United States of America: PB Printing, 1998.
NAGAI, D. K.; PIGATTO, G. A. S.; QUEIROZ, T. R. Fontes e redes de informação na produção cafeeira do Cerrado Mineiro, MG. INTERAÇÕES, Campo Grande, MS, v. 17, n. 4, p. 655-670, out./dez. 2016.
NICOLELI, M. et al. Structural aspects of specialty coffee context on transaction costs view. Custos e @agronegócio online, v. 11, n. 4, oct./dec., 2015.
NORTH, D. Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990, 152p.
PEREIRA, V. F.; VALE, S. M. L. R.; BRAGA, M. J.; RUFINO, J. L. S. Riscos e Retornos da Cafeicultura em Minas Gerais: uma análise de custos e diferenciação. RESR, Piracicaba, SP, vol. 48, nº 03, p. 657-678, jul/set 2010.
PONCIANO, N. J.; SOUZA, P. M.; NEY, M. G. Ajustamentos na cadeia agroindustrial do café brasileiro após a desregulamentação. Revista IDEaAS, v. 3, n. 2, p. 256-287, jul./dez. 2009.
PORTO, P.; MELLO, R. C. Empreendedorismo internacional e effectuation: o caso do café Yaguara Ecológico. Internext, São Paulo, v.10, n. 3, p. 15-30, set./dez. 2015.
QUADROS, A. V. C. Estruturas de governança na cadeia produtiva de cafés gourmet: o caso dos produtores de Alta Mogiana. 2012. 130f. Dissertação – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.
SAES, A. M. Do vinho ao café: aspectos sobre a política de diferenciação. Informações Econômicas, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 7-19, fev. 2006.
SAES, M. S. M. A distribuição de quase-renda e a estratégia de diferenciação no café. RAC, v. 11, n. 2, abr./jun. 2007, p. 151-171.
______. Rent appropriation among rural entrepreneurs: three experiences in coffee production in Brazil. R.Adm., São Paulo, v.45, n.4, p.313-327, out./nov./dez. 2010.
SAES, M. S. M.; JAYO, M. Competitividade do sistema agroindustrial do café. In: FARINA, E. M. M. Q.; ZYLBERSZTAJN, D. (Ed.). Competitividade no agribusiness brasileiro. São Paulo: Pensa/FIA/FEA/USP, 1998. v. 4.
SINGOGO, Patrick. Factors influencing coffee growers’ perception on coffee buyers’ opportunism: a Case of coffee buyer – supplier relationships in Tanzania. ORSEA Journal, Vol. 5 Issue No. 2 December 2015.
SOUZA, R. C. et al. The adoption of sustainable certificates by Brazilian coffee producers. In: 9 th Research Workshop on Institutions and Organizations – RWIO. October 13-14 th., 2014.
SUDRÉ, C. A. G. W. et al. Café convencional e fair trade no norte do paraná: estudo segundo a ótica de atributos e dimensões mensuráveis. In: I Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Anais... Maringá: PPA, 2015a.
______. Atributos e dimensões mensuráveis: um estudo nas transações de café convencional e fair trade no norte do paraná. In: XXII Simpósio de Engenharia de Produção. Anais... Maringá: XXII SIMPEP, 2015b.
TÓTH, József. Value creation and capturing: the case of the Hungarian agri-food SMEs. 89th Agricultural Economics Society Conference, April 13-15, 2015, Warwick University, Coventry, UK. Disponível em: http://purl.umn.edu/204229. Acesso em: 17 fev. 2016.
TRIENEKENS, Jacques H. J. Agricultural value chains in developing countries: a framework for analysis. International Food and Agribusiness Management Review, v. 14, n. 2, 2011.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa e, educação. São Paulo: Atlas, 1987.
UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Foreign Agricultural Services. Disponível em: http://apps.fas.usda.gov/psdonline/psdQuery.aspx. Acesso em: 02 ago. 2017.
VOTTA, T. B; VIAN, C. E; PITELLI, M. M. A desregulamentação no mercado de café torrado e moído e a emergência de campos organizacionais: uma análise prospectiva e uma agenda de pesquisa. In: 44th Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER) Fortaleza, Ceará, Brasil: Universidade Federal do Ceará, 2006. SSD 138.
WATANABE, K.; BÁNKUTI, S. S.; LOURENZANI, A. E. “Pingado Dilemma”: Is formal contract sweet enough? Journal of Rural Studies, n. 54, p.126-137, 2017.
WILLIAMSON, Oliver Eaton. The economic institutions of capitalism. New York: Free Press, 1985.
______. Comparative economic organization: the analysis of discrete structural alternatives. Administrative Science Quarterly, v. 36, n. 2, p. 269 – 296, 1991.
______. The new institutional economics: taking stock, looking ahead. Journal of Economic Literature, v. XXXVIII, pp. 595-613, September, 2000.
WINCKLER, C. A. G.; SOUZA, J. P. Estruturas de governança no sistema agroindustrial do café no paraná. In: V Simpósio de Gestão do Agronegócio. Anais... Maringá: DZO, 2014.
ZYLBERSZTAJN, Decio. Papel dos contratos na coordenação agroindustrial: um olhar além dos mercados. RER, Rio de Janeiro, v. 43, n. 3, p. 385-420, jul./set., 2005a.
______. Measurement costs and governance: bridging perspectives of transaction cost economics. International Society for the New Institutional Economics, Barcelona, Espanha, 2005b.
POLÍTICA DE DIREITOS AUTORAIS E CONFLITO DE INTERESSES
A Revista Desafio Online (DOn) baseia suas políticas éticas e normas nas diretrizes apresentadas pelo Comimittee on Publication Ethics – COPE (https://publicationethics.org/), em razão de seu compromisso com a qualidade editorial e ética científica.
Dever dos editores e equipe editorial:
- Decidir quais serão os artigos avaliados, baseados em sua qualidade, relevância acadêmica, conteúdo e adequação às diretrizes de submissão, sem discriminar, nenhum autor, por gênero, sexo, raça, orientação sexual, pensamento político, afiliação institucional, religião, naturalidade, nacionalidade, identidade étnico-cultural, ou outra forma de distinção social.
- Decidir e se responsabilizar pelos trabalhos que serão publicados (editor-chefe) seguindo as normas da política editorial, bem como os requisitos legais em vigor, no que se refere ao plágio, violação de direitos autorais e difamação.
- Não divulgar dados dos trabalhos além dos autores, pareceristas e membros do conselho editorial, zelando pela confidencialidade das informações.
- Não utilizar, ou se apropriar, do conteúdo original dos trabalhos submetidos, ainda não publicados.
- Não acompanhar o processo editorial do artigo em caso de existência de conflitos de interesses.
- Garantir que as submissões passem pelo processo de revisão duplo-cega (double-blind), sendo avaliado por, no mínimo, dois pareceristas.
- Atender aos princípios de boas práticas e transparência, averiguando condutas contrárias a estes, apresentando providências adequadas.
Dever dos pareceristas ad hoc:
- Auxiliar o corpo editorial, e os autores, no que tange a escolha das decisões editoriais, realizando a revisão sem qualquer tipo de distinção política, cultural, ou social, dos autores.
- Cumprir o prazo de resposta e data limite da avaliação, comunicando os editores nos casos de impossibilidade de realizar o trabalho.
- Abster-se de realizar a avaliação quando pouco capacitados ou não aptos, sobre o conteúdo do artigo. O declínio também deve ocorrer, na existência de qualquer conflito de interesses existente, por parte do avaliador.
- Respeitar o sigilo dos arquivos recebidos, sem que sejam divulgados, expostos ou conversados os conteúdos dos artigos, sem a permissão do editor-chefe, existindo a necessidade. O conteúdo dos trabalhos não deve ser utilizado para benefício próprio.
- Seguir os critérios de avaliação estipulados nas diretrizes, recomendando ajustes e melhorias, sem nunca realizar críticas ou ataques pessoais aos autores.
- Indicar referências de materiais adicionais que sejam pertinentes ao tema.
- Comunicar, aos editores, a existência de publicações anteriores, do mesmo trabalho.
- Os revisores serão incluídos na lista de pareceristas da Revista Desafio Online (DOn). Havendo a solicitação, eles podem receber uma Declaração de Avaliação formal, do Editor-Chefe. Para isso devem informar o nome completo e CPF, por e-mail.
Dever dos autores:
- Apresentar relatos precisos das submissões, com detalhes e referências necessárias à replicação, por terceiros. Dados implícitos devem ser precisamente apresentados, no artigo. Afirmações propositalmente incorretas, ou deturpadas, são tidas como má conduta ética, sendo inadmissíveis.
- Responsabilizar-se pela elaboração do material submetido, devendo o mesmo ser original, resguardando a autenticidade do conteúdo.
- Informar, através de citações adequadas, fontes de ideias e informações derivadas de outros trabalhos, evidenciando-as nas referências. A apropriação indevida de informações e trechos de trabalhos anteriormente publicados, sem a citação da fonte, se caracteriza como plágio e, nesses casos, o periódico se reserva o direito de rejeitar o trabalho, considerando tal prática antiética e inadmissível.
- Não submeter trabalhos que possuam, de forma substancial, a mesma investigação, para outros periódicos, ou mesmo que já tenha sido, anteriormente, publicado. Trabalhos publicados, anteriormente, em congressos serão aceitos para publicação apenas em caso de parcerias Fast Track com o evento. Artigos derivados de trabalhos de conclusão de curso, dissertações ou teses serão aceitos apenas mediante a inexistência de publicações em outros periódicos ou eventos, devendo, o autor principal, se responsabilizar pela indicação de outras autorias. A Revista Desafio Online respeita o prazo de 12 meses entre publicações de um mesmo autor.
- Atribuir a autoria do trabalho apenas àqueles que fizeram contribuições significativas em sua elaboração, sendo estes indicados como coautores, pelo autor principal, se responsabilizando, integralmente, pelo conteúdo. O autor principal deve fornecer os contatos de e-mails dos envolvidos, e certificar-se de que todos aprovaram a versão final do trabalho, consentindo com sua submissão.
- Declarar qualquer forma existente de conflitos de interesses, bem como apresentar toda e qualquer fonte de auxílio financeiro existente.
- Colaborar, com os editores, quanto à correção e atualização do seu artigo, através de erratas, ao identificar erros ou informações imprecisa que seja relevante na publicação.
- Atentar às decisões editoriais, e ao processo de avaliação e revisão, atendendo, o mais rápido possível, as requisições, mantendo seus dados cadastrados atualizados. Pede-se que as adequações sejam realizadas em até 30 dias, considerando o reenvio dos trabalhos.
- Disponibilizar, caso solicitado, os dados brutos da pesquisa, juntamente com o artigo, para revisão editorial. Os dados utilizados devem se manter acessíveis por, pelo menos, 10 anos após a publicação, considerando a proteção da confidencialidade dos autores, bem como os direitos jurídicos relacionados aos dados.
Arquivamento
A Revista Desafio Online utiliza o sistema LOCKSS. Este é um software livre desenvolvido pela Biblioteca da Universidade de Stanford, que permite preservar revistas online escolhidas ao sondar as páginas das mesmas por conteúdo recém publicado e arquivando-o. Cada arquivo é continuamente validado contra cópias de outras bibliotecas. Caso o conteúdo esteja corrompido ou perdido, as cópias são usadas para restauração.
ÉTICA E ANTIPLÁGIO
Os trabalhos submetidos à Revista Desafio Online (DOn) passarão por software detector de plágio (CopySpider), a qualquer momento, durante o processo editorial. Trabalhos que apresentem mais de 5% de similaridade com outras publicações não serão aceitos, de modo que tais submissões podem ser rejeitadas a qualquer momento, no processo editorial.
Os autores transferem todos os direitos autorais do artigo para a Revista Desafio Online. Qualquer reprodução, total ou parcial, em meios impressos ou eletrônicos, deverá ser solicitada por meio de autorização. A reprodução, caso autorizada, fará constar o competente registro e agradecimento à Revista.
Todos os artigos publicados, online e de livre acesso aos leitores, tem licença Creative Commons, de atribuição, uso não comercial e compartilhamento por ela.
As obras deste site estão licenciadas sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil
PUBLICAÇÕES DA EQUIPE EDITORIAL
Não é permitida a submissão de trabalhos pelo editor-chefe e coeditores do periódico, garantindo a imparcialidade no processo editorial.