Subsistindo a Dominação: A Resistência Cultural dos Índios Puris diante do avanço das fronteiras colônias em direção dos Sertões de Campo Alegre no Médio Vale do Paraíba.

  • Enio Sebastião Cardoso de Oliveira Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro. UERJ
Palavras-chave: Puris, Vale do Paraíba, Aldeamento, Conflitos e Assimilação.

Resumo

No final do século XVIII e nos primeiros anos do século XIX, o avanço das fronteiras agrícolas em direção às terras sertanejas de Campo Alegre no Médio Vale do Paraíba, atingiram suas maiores proporções. A partir desse avanço, essa região que também era chamada de sertões dos “índios brabos ” da província do Rio de Janeiro, foi palco de um aumento considerável de conflitos entre os colonizadores e as diversas etnias que viviam no Vale, revelando um choque numa área que não estava desocupada, pois era habitada por uma série de grupos indígenas, diante das frentes colonizadoras. Todo esse quadro nos leva a perceber que havia uma zona de fronteira entre a presença da “civilização”, do homem branco colonizador e as áreas ocupadas pelas diversas etnias dos sertões, como dos Puris, Coporós e Coroados, em havia uma grande interação entre esses atores históricos, que se relacionavam, muitas vezes de forma pacífica, com trocas de todos os tipos, num local onde a influência entre a presença da cultura colonizadora e a dos índios era uma via de mão dupla. Esse artigo pretende discutir que, apesar da animosidade decorrente do contato de diferentes culturas e das diversas trocas, o surgimento de uma resistência cultural adaptativa dos índios, principalmente nos aldeamentos que se formaram a partir dos setecentos na região. Não sendo, portanto, um processo que resumia numa simples assimilação dos índios pelos colonizadores na região de Campo Alegre no Médio Vale do Paraíba na Antiga Província do Rio de Janeiro.


 

Seção
Identidades Regionais