TEIAS AQUÁTICAS DA (DES)CONSTRUÇÃO: O RIO, A NOSSA RUA DA/NA AMAZÔNIA SUL OCIDENTAL

  • Jefferson Henrique Cidreira Secretaria de Educação do Estado do Acre; Universidade Federal do Acre
Palavras-chave: Rios, Comunicação, Isolamento, Amazônia.

Resumo

Neste artigo, pretendemos fazer um estudo em torno do papel fundamental dos rios, ou, das “teias” aquáticas nas primeiras décadas do século XX na região da Amazônia Sul ocidental ou Amazônia acreana. Como tais “estradas” interligavam o território da Amazônia acreana ao restante do país, não só territorialmente, mas também trazendo as notícias, se tornando lugares de encontros e desencontros, do comércio, da prosa entre compadres, de circulação, de comunicação. O rio como um lugar de trânsito, um lugar de comunicação, de experiências, vai se tornando aqui, um elemento essencial para desconstruir, desmistificar olhares alheios, imagens retorcidas, representações de uma Amazônia vista como “inferno verde”, lugar do “atraso”, do “isolamento”, de uma “terra sem história”. O trabalho em pauta tem como principal objetivo nos mostrar que apesar dos empecilhos naturais, geográficos da região Amazônica nas primeiras décadas do século XX, o rio se tornava elemento crucial no processo desconstrutivo da Amazônia vista como um lugar de “isolamento”, lugar de “prisão”, o rio se tornava o lugar da entrada e saída de pessoas, lugar onde as notícias se concretizavam, um palco de trocas de experiências, onde o comércio acontecia e a vida se concretizava.

Referências

BRASIL, Ministério da Justiça. Relatório do ministro Augusto Tavares de Lyra, apresentado ao Presidente dos Estados Unidos do Brazil em março de 1908.

CARNEIRO, Edison. A Conquista da Amazônia. Rio de Janeiro: Coleção Mauá, 1956.

FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnico-científicas/ Júnia Lessa França, Ana Cristina de Vasconcellos; colaboração: Maria Helena de Andrade Magalhães, Stella Maris borges. – 8ed. Ver e ampl. Por Júnia Lessa França e Ana Cristina de Vasconcellos. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.

HARDMAN, Francisco Foot. A Vingança da Hiléia – Euclides da Cunha, a Amazônia e a literatura moderna. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

TOCANTINS, Leandro. Estado do Acre: geografia, história e sociedade. Rio Branco: Tribunal de Justiça, 2003.

___________. O Rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1983.

LEONARDI, Victor. Os historiadores e os rios: natureza em ruína na Amazônia brasileira. Brasília: Ed. UNB, 1999.

LOPES, Luis Paulo da Moita; BASTOS, Liliana Cabral, organizadores. Para Além da identidade: fluxos, movimentos e trânsitos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Belém: Editora CEJUP, 1995.

PEREIRA, Mirlei Fanchini Vicente. Uso do Território e Território usado no sudoeste da Amazônia: Considerações a partir do sistema hidroviário. In: I SIMPÓSIO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DO ESTADO DE SÃO PAULO / VIII SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNESP, CAMPUS RIO CLARO. Rio Claro: AGETEO, 2008.

PESAVENTO, S.J. A invenção do Brasil- o nascimento da paisagem brasileira sob o olhar do Outro. Revista de História e Estudos Culturais. Rio Grande do Sul, ano 1, v.1, n.1, 2004. Disponível em: revistafenix.pro.br. Acesso em 25 de outubro. 2011.

REIS. Roberto. Cânon. In: JOBIM, José. Palavras da Crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

SANTELLI, Adriana Delgado; Lima, Simone de Souza (orgs.). Amazônia pós- moderna: tradições e contradições. Rio Branco: Editora Opus, 2008.

Publicado
2015-03-06
Seção
MEMÓRIA E HISTÓRIA: POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO