“Eu sou de Paulo! Eu de Apolo! Eu de Cefas! Eu de Cristo!”: o conceito de patronagem e a comunidade paulina de Corinto (século I EC).

  • Juliana B. Cavalcanti Laboratório de História das Experiências Religiosas, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Patronagem, Coríntios, Paulo e Império Romano.

Resumo

O presente artigo visa promover uma brevíssima reflexão sobre as lideranças existentes na comunidade paulina ou judaico-cristã do século I EC na cidade de Corinto. Mais precisamente, este trabalho buscará sinalizar de que maneira podemos compreender as relações de poder que nos parece perceptíveis após uma leitura das epístolas, escritas por Paulo por volta de meados dos anos 50 do primeiro século, endereçadas aos “cristãos” coríntios. Para isto, traremos à luz da discussão o conceito de patronagem apresentado por Wallace-Hadrill (1989). Tendo este conceito, ou melhor, buscar-se-á norteados por este apontar um possível caminho alternativo à leitura das epístolas aos coríntios, no que diz respeito às ações de Paulo para se legitimar enquanto apóstolo, bem como suas falas/colocações quanto a estruturação desta comunidade, comunidade esta que é descrita pelo próprio autor como poucos indivíduos “sábios de carne” ou de “família prestigiosa”. Para esta breve análise partiremos da perícope 1Cor 1:10-17 onde são primariamente apresentadas as rivalidades existentes no interior desta comunidade. A comunidade paulina servirá de laboratório para ilustrar as diferentes relações de poder estabelecidas no Império Romano, uma vez que esta comunidade “cristã” está inserida em seu contexto histórico-social.

 

Publicado
2015-03-06
Seção
MEMÓRIA E HISTÓRIA: POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO