Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES)
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<h3>ISSN 2594-9888 (online)</h3> <p style="text-align: justify;">A revista Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES) publica textos de todas as áreas das ciências biológicas, biomédicas, da saúde (experiências clínicas e experimentais) e da educação em saúde abordando questões gerais, inovadoras e específicas. Periodicidade: Semestral.</p> <address style="text-align: justify;"> </address>Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossianpt-BRPerspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES)2594-9888<p>Ao publicar na PECIBES, os direitos de <em>copyright</em> são mantidos pelos autores. Acreditamos que isto permite aos autores ampla divulgação do trabalho, sendo os mesmos responsáveis por todas as informações veiculadas. No entanto, em caso de reuso dos dados, a origem (Revista PECIBES) deve ser citada.</p>Editorial PECIBES
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<p>A <strong>Revista Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES),</strong> periódico interdisciplinar do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), cuja missão é disseminar a produção científica gerada por professores, alunos e pesquisadores nacionais e internacionais interessados na linha de pesquisa, tem a satisfação de publicar mais uma edição do periódico.</p> <p>O Número 1 - Volume 10 – traz à público quatro artigos científicos originais, dois estudos de caso e um resumo de pesquisa científica. Todos criteriosamente revisados por pares, com foco na qualidade, relevância e pertinência dos trabalhos. Traz, ainda, uma seção temática contendo quatro dos melhores resumos da Segunda Jornada Científica do HUMAP-UFMS 2024, avaliados por profissionais qualificados da instituição.</p> <p>Os artigos trazem temas importantes como as doenças raras com depósito lipossômico, perfil laboratorial dos casos de púrpura trombocitopênica e de sensibilidade antimicrobiana de microrganismos, perfil nutricional de pacientes em radioterapia. Os estudos de caso abordam relevantes informações na área de pneumologia, como a aspergilose pulmonar e as causas congênitas de bronquiectasias, e o resumo científico faz uma importante introdução sobre o tratamento da sarcopenia na associação simultânea da estimulação elétrica neuromuscular e fotobiomodulação.</p> <p>Os resumos da Jornada Científica fecham esta edição com temas sobre a detecção de DNA de <em>Leishmania infantum</em> por técnicas moleculares, dosagem de anticorpos não treponêmicos de crianças no período do desabastecimento da penicilina, participação masculina na internação pediátrica e os recursos didáticos disponíveis para a educação em saúde de pacientes com úlceras vasculogênicas.</p> <p>Aproveitamos para agradecer a confiança de todos os autores e a contribuição dos revisores, editores e demais colaboradores que se dedicaram ao processo de construção e publicação deste número.</p> <p> </p> <p>A equipe editorial da Revista PECIBES deseja a todos uma boa leitura e que esta edição possa inspirar novas pesquisas e publicações.</p> <p> </p> <p><strong>Profa. Dra. Carolina Mariano Pompeo</strong></p> <p>Editora-chefe da revista PECIBES</p> <p> </p> <p> </p>Carolina Mariano Pompeo
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2024-11-212024-11-21101010110.55028/pecibes.v10i1.22313Doenças raras com enfoque em depósito lisossômico
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<p style="font-weight: 400;">Dentro do universo das Doenças Raras existe um subgrupo de Erros Inatos do Metabolismo, ao qual pertencem as Doenças de Depósito Lisossômico (DDLs). Dentre as DDLs, existe um grupo de mais de 50 doenças decorrentes da ineficácia na produção de enzimas, levando ao depósito de resíduos metabólicos nos tecidos, caudando prejuízos sistêmicos. Nesse interim, a Mucopolissacaridose (MPS) é uma doença cuja deficiência de enzimas implica no acúmulo de glicosaminoglicanos (GAGs) nas células, causando manifestações clínicas variadas conforme o tipo de MPS em questão, como macrocefalia, baixa estatura, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, hepatoesplenomegalia, deformidades esqueléticas, cardíacas, respiratórias, visuais, auditivas, etc. Além disso, outra DDL abordada neste trabalho é a Doença de Pompe, causada pelo acúmulo de glicogênio intracelular nos músculos, cursando com perda de força, hipotonia e até mesmo insuficiência cardíaca e respiratória.</p> <p style="font-weight: 400;">Este artigo abordará as características gerais das DDLs, com destaque para as Mucopolissacaridoses e Doença de Pompe a partir de dados da análise casuística dos pacientes atendidos no Ambulatório de Genética Médica do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS) de 2006 a 2022 e sua distribuição no estado de Mato Grosso do Sul. A partir dos resultados e da evolução no quadro clínico dos pacientes submetidos à Terapia de Reposição Enzimática (TRE), discute-se a eficácia do tratamento conforme as variáveis de idade e tempo de diagnóstico.</p>Mariana Tessi de SouzaLiane De Rosso Giuliani
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2024-11-042024-11-04101021210.55028/pecibes.v10i1.19458Perfil laboratorial dos casos de púrpura trombocitopênica acompanhados pelo serviço de hematologia de um hospital referência de Mato Grosso do Sul
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<p>A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma rara doença hematológica autoimune adquirida. Não há um exame específico para essa patologia, desse modo ela é frequentemente confundida com outras patologias que causam trombocitopenia como leucemias, linfomas, doenças infecciosas, entre outras. Este trabalho visa avaliar perfil laboratorial dos casos de PTI acompanhados pelo serviço de hematologia de um hospital estadual referência de Mato Grosso do Sul entre 2018 e 2022. Este é um trabalho que possui uma concepção metodológica transversal retrospectiva, quantitativa e de caráter descritivo e comparativo por meio de revisão de prontuário de pacientes maiores de 18 anos com CID 10 - D69 e diagnóstico confirmado de PTI, utilizando o banco de dados do próprio hospital. Após a análise e admissão dos pacientes (n=24), evidenciou-se que a população deste estudo era predominantemente parda (62,5%) do sexo feminino (70,8%) com mediana de idade de 46,5 anos. As principais comorbidades relatadas foram hipertensão arterial sistêmica (25%) e diabetes mellitus (DM) (12,5%). Houve diferença estatística (p<0,05) indicando uma diminuição do número de hemácias, hemoglobina e hematócrito nos pacientes com PTI em relação ao grupo controle. Todos os pacientes apresentaram trombocitopenia com média de 13.500/mm<sup>3</sup>, com tendência a leucocitose. Houve diminuição dos níveis séricos de magnésio e cálcio, com valores mínimos de 1,1 mg/dL e 7,3 mg/dL, respectivamente. Ademais, aumento de Lactato Desidrogenase (LDH) e glicose, com valores máximos de 913 U/L e 230 mg/dL. Portanto, evidencia-se que o perfil laboratorial da PTI deste hospital de referência apresenta anemia normocítica normocrômica, trombocitopenia grave, com tendência à leucocitose sem desvio a esquerda. Hipocalcemia e hipomagnesemia também foram identificados nessa população de estudo. Devido a possível associação entre o aumento de glicose e DM na população com PTI, sugere-se que mais estudos precisam ser realizados para esclarecer ou evidenciar a correlação entre DM e PTI, bem como a correlação e importância dos níveis de cálcio e magnésio e a PTI.</p>Thiago RodriguesEliane Borges de Almeida
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2024-11-042024-11-04101131810.55028/pecibes.v10i1.19871Perfil nutricional de pacientes submetidos à radioterapia nas regiões cabeça e pescoço e trato gastrointestinal em um hospital terciário
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<p>O câncer é uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo, caracterizado pelo crescimento desordenado de células. Fatores genéticos, ambientais, clínicos e de estilo de vida contribuem para seu desenvolvimento. As neoplasias de cabeça e pescoço e trato gastrointestinal, são as que mais acarretam risco nutricional devido as suas localizações, especialmente quando associadas à radioterapia, o que pode levar a complicações que comprometem a ingestão de alimentos e a absorção de nutrientes, impactando no estado de saúde e no sucesso do tratamento da doença. Nesse contexto, a Avaliação Subjetiva Global (ASG) desempenha um papel fundamental na análise do estado nutricional de pacientes oncológicos. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil nutricional de pacientes submetidos à radioterapia acometidos por neoplasias nas regiões cabeça, pescoço e trato gastrointestinal em um hospital terciário da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (MS). Foi realizado um estudo transversal retrospectivo utilizando dados da consulta nutricional, além de informações secundárias dos prontuários dos pacientes e resultados da ASG. Participaram da pesquisa 59 voluntários. Como resultado, obteve-se que a maioria era do sexo masculino (76,3%) e acima de 60 anos (57,6%), com percentual significativo de fumantes (28,81%). A ASG identificou risco nutricional em 62,71% dos pacientes. A maior prevalência de desnutrição grave era nos participantes com câncer de cabeça e pescoço, sendo que o número de pacientes com desnutrição foi significativamente maior ao final do estudo (p=0,0001). Complicações gastrointestinais foram mais comuns em pacientes com desnutrição grave, e 23,73% dos participantes interromperam o tratamento por intercorrências clínicas. Em conclusão, ressalta-se a necessidade de um acompanhamento nutricional durante o tratamento radioterápico, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes e desfechos clínicos. O conhecimento detalhado do perfil nutricional pode guiar intervenções adequadas, contribuindo para um tratamento mais eficaz contra o câncer.</p> <p> </p>Mariana GioriKarine de Cássia FreitasMariana Maroso Irigaray
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2024-11-052024-11-05101192510.55028/pecibes.v10i1.19883Prevalência e perfil de sensibilidade antimicrobiana de microrganismos isolados de hemoculturas em um hospital terciário de Mato Grosso do Sul
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<p>Introdução: A hemocultura é considerada padrão ouro para diagnóstico das infecções de corrente sanguínea e é <br>considerada referência para o tratamento antimicrobiano direcionado, podendo reduzir a mortalidade de pacientes, <br>tempo de permanência hospitalar e custos hospitalares desnecessários. O objetivo deste estudo foi avaliar a <br>prevalência e perfil de susceptibilidade antimicrobiana de microrganismos isolados de hemoculturas em um <br>hospital terciário de ensino. Material e método: Trata-se de um estudo longitudinal, retrospectivo, quantitativo e <br>de caráter descritivo desenvolvido a partir de dados eletrônicos disponíveis em banco de dados local. Foram <br>selecionadas amostras de hemoculturas positivas no período de janeiro/2019 a julho/2022. Os resultados obtidos <br>foram organizados em uma planilha do programa Microsoft Excel® (2016) e tratados através da estatística <br>descritiva (descrição tabular ou paramétrica). Os cálculos de significância foram realizados através do teste de <br>Qui-quadrado e os valores p ≤0.05 foram considerados estaticamente significantes. Resultados: Foram <br>identificadas 6279 hemoculturas positivas no local e período de estudo. O principal microrganismo isolado foi <br><em>Staphylococcus</em> coagulase negativo (SCN), seguido de <em>Klebsiella pneumoniae</em> e <em>Enterococcus</em> spp. Foi observado <br>um aumento de hemoculturas positivas em 2021. Nosso estudo demonstrou uma elevada taxa de resistência entre <br>os microrganismos analisados, em especial entre os Gram negativos: <em>K. pneumoniae</em> e <em>Acinetobacter baumannii</em> <br>frente a carbapenêmicos; e <em>Escherichia coli</em> frente a cefalosporinas. Pesquisas futuras sobre os mecanismos de <br>resistência e o perfil clínico dos pacientes acometidos por ICS na instituição podem corroborar para definição de <br>protocolos terapêuticos e medidas para prevenção dessas infecções.</p> <p><br>Palavras-chave: Infecção hospitalar. Bacteremia. Hemocultura</p>Amanda Loren de Oliveira BrandãoCaroline Tieppo Flores de OliveiraEliane Borges de Almeida
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2024-11-042024-11-04101263710.55028/pecibes.v10i1.19857Aspergilose Pulmonar Invasiva Associada a Influenza B em Primodescompensação Aguda de Diabetes Melitus tipo I – Um Relato de Caso
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<p>A cetoacidose diabética é uma complicação do Diabetes Melitus tipo 1. Aspergillus fumigatus é um fungo do tipo saprotrófico, que pode estar presente em ambientes hospitalares. A Aspergilose Pulmonar Invasiva (API) é uma infecção grave caracterizada pela proliferação do micélio do fungo nos tecidos pulmonares com subsequente necrose tecidual. As Infecções fúngicas invasivas são uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre pacientes imunocomprometidos e embora existam alguns casos de API com diabetes, quase todos apresentam algum outro fator de risco associado. No que se refere a associação Influenza e Aspergilose Pulmonar Invasiva o critério de entrada é a internação na UTI por dificuldade respiratória com PCR positivo para influenza ou teste de antígeno positivo. O objetivo desse relato é descrever o caso de um indivíduo em primodescompensação aguda de diabetes melitus tipo I (cetoacidose diabética), com desenvolvimento concomitante de Aspergilose Pulmonar Aguda Invasiva e infecção pelo vírus Influenza B.</p>Nicole Hitomi Castilho SuguimotoAna Carolina Sales Mayer
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2024-11-132024-11-13101384510.55028/pecibes.v10i1.21614Causas congênitas de bronquiectasias não fibrocísticas: um relato de caso
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<p>Dentre as causas congênitas de bronquiectasias podemos citar a Síndrome de Mounier-Kuhn, caracterizada pela presença de traqueobronquiomegalia associada, a qual teve cerca de 400 casos descritos em todo o mundo até o ano de 2021; bem como a Síndrome de Kartagener, com a tríade de bronquiectasias, sinusite crônica e presença de <em>situs iversus</em>, com incidência de cerca de 1/25000 nascidos vivos. Em nosso relato, serão descritos dois casos clínicos referentes aos quadros em questão: homem, 56 anos, apresentando tomografia de tórax com presença de bronquiectasias, com traqueia e brônquios-fonte direito e esquerdo de dimensões aumentadas; além de homem, 20 anos, com tomografias computadorizadas de tórax e seios da face que evidenciaram <em>situs inversus</em> total, bronquiectasias de tração e presença de material com atenuação de partes moles nos seios paranasais. <strong> </strong></p>Ana Carolina Sales MayerNicole Hitomi Castilho SuguimotoAndrea Marcia Cunha Acosta
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2024-11-132024-11-13101465110.55028/pecibes.v10i1.21595Tratamento da sarcopenia na associação simultânea da estimulação elétrica neuromuscular e fotobiomodulação
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<p>A sarcopenia é uma alteração músculo esquelética caracterizada pela redução da força e da massa muscular no envelhecimento. A fotobiomodulação por meio da Terapia por LEDs (LEDT, acrônimo de Light Emitting Diode Therapy) pode influenciar os componentes da via respiratória mitocondrial convertendo a energia eletromagnética em bioquímica, com aumento da síntese de adenosina trifosfato (ATP) e de fatores de crescimento. Por outro lado, a Estimulação Elétrica Neuromuscular (NMES, acrônimo de Neuromuscular Electrical Stimulation), proporciona estímulos musculares artificiais em substituição aos estímulos voluntários no exercício físico, com respostas de hipertrofia muscular.</p>marcos sampaio costa
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2024-11-132024-11-13101525210.55028/pecibes.v10i1.21673Detecção de DNA de Leishmania infantum por técnicas moleculares em amostras de pacientes com suspeita de leishmaniose visceral atendidos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul -HUMAP/UFMS EBSERH
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<p>As leishmanioses, afecções cosmopolitas, são desencadeadas por protozoários flagelados pertencentes ao gênero <em>Leishmania</em>, cuja propagação se dá por meio de vetores. As manifestações clínicas dessas enfermidades exibem uma gama de variações, que estão intimamente associadas às espécies envolvidas na infecção e à dinâmica entre parasita e hospedeiro. Destaca-se, dentre essas, a <em>Leishmania </em>(<em>Leishmania</em>) <em>infantum </em>responsável pela leishmaniose visceral (LV) e caracterizada por sua expressão grave, de natureza crônica e sistêmica, potencialmente letal quando negligenciada. A persistência e o incremento dos casos de LV em determinados focos endêmicos, notavelmente no Brasil e, mais especificamente, no Estado de Mato Grosso do Sul, apesar de esforços consideráveis em intervenções de controle, suscitam indagações quanto à possível relação com cepas refratárias aos tratamentos atuais e às variações genéticas do parasita.</p> <p>O diagnóstico da leishmaniose visceral (LV) pode ser abordado tanto por meio da análise das formas clínicas e epidemiológicas como através de exames laboratoriais. A avaliação clínica, embora seja uma ferramenta valiosa, apresenta consideráveis desafios, uma vez que os sintomas compartilham similaridades com outras patologias. Em contrapartida, os exames laboratoriais desempenham um papel crucial na confirmação diagnóstica.</p> <p>O método considerado padrão-ouro e adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) consiste na coleta de aspirado de medula óssea, permitindo a identificação direta da presença do parasita através de microscopia óptica. Contudo, o advento de tecnologias moleculares têm revolucionado a abordagem diagnóstica da LV. Destaca-se a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), que se destaca como uma ferramenta diagnóstica eficaz.</p> <p>Nesse contexto, torna-se iniludível a realização de estudos que visem à identificação e à caracterização molecular da <em>Leishmania infantum </em>em indivíduos diagnosticados com LV e que manifestam resistência aos agentes quimioterápicos. A PCR oferece vantagens significativas, especialmente na detecção de cargas parasitárias reduzidas, apresentando uma sensibilidade elevada. Esse avanço tecnológico representa um marco na precisão diagnóstica da LV, contribuindo para uma abordagem mais assertiva e precoce da doença. Estes estudos, conduzidos com pacientes do Hospital Maria Aparecida Pedrossian, pertencente à Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (HUMAP/UFMS), emergem como imperativos na busca por estratégias mais eficazes de enfrentamento dessa grave enfermidade. Assim, o objetivo do estudo consistiu em identificar a presença de DNA de <em>Leishmania infantum </em>em amostras de pacientes com suspeita de leishmaniose visceral atendidos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, por meio de técnicas moleculares.</p> <h1> </h1> Emanuela Corrêa da Costa de Souza SoaresNatalia Oliveira AlvesAline CasarilAlessandra Gutierrez de Oliveira
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2024-09-202024-09-20101535710.55028/pecibes.v10i2.21958Dosagem de anticorpos não treponêmicos em crianças nascidas de mães com diagnóstico de sífilis durante a gestação no período de desabastecimento da penicilina, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2015 a 2016
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<p>A transmissão vertical da bactéria <em>Treponema pallidum </em>durante a gravidez pode levar a desfechos fetais graves, como aborto, óbito fetal e neonatal, nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e infecção congênita em recém-nascidos, causando a sífilis congênita (SC). Esta última é a segunda causa infecciosa mais comum de mortalidade neonatal em todo o mundo e uma das principais causas evitáveis de morbimortalidade infantil (KERENROMP <em>et al</em>., 2019), o que representa um grave problema de saúde pública (CARDOSO <em>et al</em>., 2018).</p> <p>A SC é uma doença infecciosa causada pela disseminação hematogênica da bactéria <em>T. pallidum</em>, que pode ser transmitida via transplacentária da gestante para o feto em qualquer momento da gestação, independente do estágio clínico da doença na gestante, ou por contato direto pele a pele com uma lesão sifilítica vaginal durante o parto (BRASIL, 2020). A transmissão do <em>T</em>. <em>pallidum </em>ocorre principalmente pela via sexual (sífilis adquirida) ou pela via vertical (sífilis congênita) em gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente, seja intraútero ou na passagem do feto pelo canal do parto (BRASIL, 2022; 2020; SONDA <em>et al</em>., 2013).</p> <p>A SC é classificada em precoce e tardia a depender da idade em que os sinais e sintomas se manifestam: precoce até dois anos de vida e tardia após dois anos (BRASIL, 2019a,b;</p> <p> </p> <p>2020). Entre as manifestações clínicas precoces estão lesões cutâneas, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, rinite hemorrágica, anormalidades esqueléticas e sintomas inespecíficos, como má alimentação, coriza, congestão nasal e erupção cutânea (BOWEN <em>et al</em>., 2015; BENZA; STANKOVIC, 2015). Nos casos tardios, as crianças podem apresentar defeitos dentários permanentes (dentes de Hutchinson), ceratite intersticial que pode levar a glaucoma ou cicatrizes córneas, perda da audição de alta frequência, nariz em sela, periostite e crescimento excessivo de novos ossos na tíbia, deficiência intelectual e convulsões (PORTER; QURESHI; BENENSON, 2018; BUTTERFIELD, 2014).</p> <p>O tratamento dos casos de SC é realizado com benzilpenicilina benzatina considerando o tratamento materno durante a gestação e/ou titulação de teste não treponêmico da criança comparado ao materno, que deve ser associado à avaliação clínica e laboratorial da criança (BRASIL, 2019a,b; 2020). Apesar da disponibilidade de outros antibióticos para o tratamento de sífilis em casos de sensibilidade ou resistência medicamentosa, a PGB é essencial para o controle e prevenção da transmissão vertical do <em>T. pallidum </em>(BRASIL, 2020).</p> <p>Não obstante todas as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e das recomendações da Organização Mundial de Saúde, os casos de SC continuam aumentando. Acredita-se que um dos fatores que contribuiu para o aumento do número de casos de SC após o ano de 2014 foi o desabastecimento global de penicilina benzatina e cristalina, que são as drogas de escolha para tratamento da sífilis nas gestantes e nos recém-nascidos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017b).</p> <p>O desabastecimento de medicamentos, um dos obstáculos ao tratamento oportuno e adequado da sífilis, bem como o acompanhamento e realização de um pré-natal de qualidade podem apresentar implicações a médio e longo prazo para a saúde do feto exposto e para o risco de infecção materna e fetal pelo <em>T. pallidum</em>. Além disso, as implicações relacionadas a esses problemas e a avaliação dos desfechos tardios em crianças que foram potencialmente expostas ao <em>T. pallidum </em>durante a gestação entre 2015 e 2016 (período de desabastecimento da penicilina) ainda são pouco relatadas pela literatura. No Estado de Mato Grosso do Sul, não há nenhum estudo ou projeto de pesquisa em andamento sobre esta temática.</p> <p>Portanto, o objetivo deste trabalho é pesquisar a presença de anticorpos não treponêmicos em crianças nascidas de mães com diagnóstico de sífilis gestacional entre 2015 a 2016 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul; e dosar a titulação de anticorpos não treponêmicos nas crianças em que houve a positividade para a presença desses anticorpos.</p>Samara Tessari PiresCaroliny Oviedo FernandesLuciana Aparecida da Cunha BorgesWagner de Souza FernandesEverton Falcão de Oliveira
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2024-10-042024-10-04101586710.55028/pecibes.v10i2.22020E quando os homens cuidam? Narrativas de profissionais de saúde sobre a participação masculina na internação pediátrica
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<p>Estudos em diversos contextos de saúde apontam que os homens associam a dimensão do cuidado ao âmbito feminino, enquanto são estimulados, desde a infância, a demonstrarem força, poder e virilidade. (Gomes Et Al., 2011; Lemos Et Al., 2017; Miranda Et Al., 2018). Ainda que o modelo de paternidade venha sofrendo modificações nos últimos tempos, marcado por uma divisão de responsabilidades, diante do processo de adoecimento, as mulheres permanecem como as cuidadoras principais, assumindo o papel de protagonistas, desde a detecção de sintomas até o tratamento. Principalmente quando analisamos a história da masculinidade nas sociedades latino-americanas, em que percebemos a atribuição dos papéis de provisão material e a proteção das suas famílias, aos homens (Connel, 2005).</p> <p>No contexto brasileiro, em que o machismo e a estrutura patriarcal ainda se fazem muito presentes, os homens sentem a necessidade de comprovar a sua virilidade, frequentemente por meio da exposição a diversas situações de risco, com o objetivo de defender, frente aos demais, a sua masculinidade (Lemos et al., 2017; Martins & Modena, 2017). Todavia, em razão de vivermos em um mundo globalizado, é necessário considerar a coexistência de diversas possibilidades de concepções de masculinidade. Portanto, é essencial utilizar o termo no plural: masculinidades (Connel, 2005; Connel & Messerschmidt, 2013). Entretanto, Connel (2005), destaca a predominância de um padrão, e o denomina de modelo de masculinidade hegemônica. Segundo a autora, ele carrega as expectativas sociais do que é esperado de um “homem de verdade”, configurando um padrão normativo que passa a ser desejado e perseguido cotidianamente (Connel, 2005).</p> <p>Ademais, é preciso considerar que o modelo de masculinidade hegemônica não atinge apenas os homens, mas também atravessam os modos de pensar, sentir e agir dos profissionais e gestores de saúde, impactando as ações que reforçam os ideais acerca das masculinidades (Faria Et Al., 2015; Martins & Modena, 2017). Estudos vêm chamando a atenção para as barreiras culturais e institucionais que, muitas vezes, inviabilizam a vinculação dos homens aos serviços de saúde e às práticas de cuidado (Césaro, Santos & Silva, 2019; Gomes et al., 2011; Lemos et al., 2017; Martins & Modena, 2017; Miranda et al., 2018). Essas barreiras institucionais, por sua vez, referem-se às dificuldades próprias da estruturação e organização dos serviços de saúde, a saber: predominância de profissionais do sexo feminino, levando a uma feminilização dos serviços de saúde e provocando nos homens um sentimento de não pertencimento a esses espaços; horário de funcionamento dos serviços de atenção primária incompatível com a jornada de trabalho dos homens; despreparo da equipe de saúde para lidar com as especificidades deste público e incipiência de unidades de serviços específicos de saúde voltadas para o público masculino (Gomes Et Al., 2011; Martins & Modena, 2017; Miranda et al., 2018).</p> <p>Diante disso, o presente estudo teve como objetivo identificar e analisar as narrativas dos profissionais de saúde sobre os desafios relacionados à inclusão dos homens como acompanhantes na internação pediátrica do HUMAP.</p>Letícia BortolotoAlberto Mesaque Martins
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2024-09-202024-09-20101687110.55028/pecibes.v10i2.21930Recursos didáticos para educação em saúde de pacientes com úlceras vasculogênicas na atenção hospitalar
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<p>As úlceras vasculogênicas (UV) são feridas de difícil cicatrização que surgem nos membros inferiores, e podem ser de origem arterial, venosa e mista (Ferreira et al., 2022). As úlceras arteriais (UA) são decorrentes da escassez de suprimento sanguíneo arterial, frequentemente ligado a doença aterosclerótica ou tromboembolismo (Abbade et al., 2020). Já as úlceras venosas são consequências da insuficiência venosa crônica (IVC), cuja etiologia é por um ou mais desses fatores: obstrução venosa, ineficiência da bomba muscular da panturrilha associado ou não à disfunção valvular dos vasos e trombose venosa profunda, fatores que resultam na hipertensão e estase da rede sanguínea, (Vieira; Franzoi, 2020).<br>Os fatores de risco para o acometimento das úlceras vasculogênicas são: hereditariedade, comorbidades crônicas e sistêmicas como hipertensão arterial, diabetes mellitus, bem como maus hábitos de vida como tabagismo, etilismo, sedentarismo, má alimentação e obesidade (Gonçalves et al., 2020).<br>Quanto à prevalência, estima-se que 3% da população brasileira sofrem com as úlceras de perna de origem vascular, e em pacientes diabéticos a prevalência é maior 10%. Ai nda nesse contexto, essa condição resulta em um grande gasto público por ser um tratamento demorado e com alta recidiva (Neri et al., 2020).<br>O tratamento para as feridas crônicas vasculares é multifatorial, as principais abordagens são: tratamento da estase vascular da perna, curativo tópico da lesão e cuidado na prevenção de recorrências (Bragato et al., 2024). O tratamento ineficaz pode levar à infecção da ferida, hospitalização e amputação do membro (Galter, 2021). Neste contexto, ainda é comum a internação de pacientes para o tratamento de feridas crônicas. A transição do tratamento para o domicílio, ou até mesmo para o atendimento na atenção primária, necessita de aprimoramento, principalmente com relação à instrução de pacientes e cuidadores. Para essa formação, estratégias de educação para saúde e em saúde, a respeito da etiologia, meios de prevenção, tratamento e sinais de alerta para evitar internações e amputações pela incompreensão das medidas de cuidado são essenciais. Nesse contexto, a Fundação Nacional de Saúde estabeleceu em 2007, Diretrizes de Educação em Saúde, e considerou a atividade como uma atribuição da assistência dos profissionais, sendo uma prática pedagógica e social a qual o paciente é o protagonista e o profissional um mediador, que a partir do vínculo compartilha seus conhecimentos e técnicas científicas de saúde e contribui para o conhecimento crítico do indivíduo sobre sua condição de saúde-doença dentro da sua realidade, e encoraja a busca de soluções para o gerenciamento de sua qualidade de vida, promovendo a autonomia em seu desenvolvimento pessoal mediante suas perspectivas (Brasil, 2007).<br>A discussão sobre educação em saúde e sua efetiva prática está estabelecida majoritariamente na atenção primária (Ribas; Araújo, 2021). Entretanto a rede terciária de assistência não deve abdicar-se dessa tarefa pela premissa da ampla demanda de funções e rápida rotatividade de pacientes. Ademais, a promoção e o letramento em saúde podem ser aplicados durante a prática de cuidado, como um simples diálogo.</p>Nicole Morel NockoGabriela Rodrigues AlvesJackelina de Lima RodriguesRodrigo Guimarães dos Santos Almeida
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