Avaliação da Aprendizagem: desconfortos e tensões de professores indígenas que ensinam matemática

  • Ilaine da Silva Campos Universidade Federal de Minas Gerais
  • Wagner Ahmad Auarek Universidade Federal de Minas Gerais
  • Gabriel Florencio de Jesus Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha
Palavras-chave: Avaliação da Aprendizagem, Professores Indígenas, Educação Escolar Indígena, Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha.

Resumo

Neste artigo, discutimos sobre a avaliação da aprendizagem do ponto de vista de dois professores indígenas que ensinam matemática no Ensino Fundamental II. O contexto do estudo é a escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália, estado da Bahia. Para o desenvolvimento do estudo, foram realizadas entrevistas com dois professores indígenas. Nós buscamos entender como esses professores realizam a avaliação da aprendizagem em matemática. Nas análises, percebemos que, ao serem questionados sobre avaliação, eles mostram desconforto ao adotar métodos tradicionais de avaliação e explicitam tensões entre o modelo tradicional de avaliar (externo à escola indígena) e um possível (ainda não definido) modelo que seja consonante à proposta da Educação Escolar Indígena, em seu contexto particular. Diante dessas tensões, os professores desenvolvem formas singulares e híbridas para avaliar a aprendizagem dos seus alunos, colocando em questionamento o modelo tradicional que não é consonante à proposta da Educação Escolar Indígena.

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Publicado
2019-02-28
Como Citar
CAMPOS, I. DA S.; AUAREK, W. A.; JESUS, G. F. DE. Avaliação da Aprendizagem: desconfortos e tensões de professores indígenas que ensinam matemática. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 27, 28 fev. 2019.
Seção
Diversidade, Diferença e Inclusão em Educação Matemática