Perspectivas da Educação Matemática

Expediente e Editorial - Volume 17, número 45 – 2024

Thiago Pedro Pinto; Vanessa Neto, Marilena Bittar — Thu, 09 May 2024 18:21:14 +0000

A Construção do Conceito de Número no Ensino Fundamental: Uma Pesquisa Bibliográfica

Antoniel Neves Cruz, Flaviana dos Santos Silva, Marlubia Correa de Paula — Mon, 26 Feb 2024 19:52:00 +0000

Neste artigo, reproduz-se estudo em que se investigou como acontece a construção do conceito de número para os estudantes que estão cursando os anos iniciais do Ensino Fundamental. O aporte teórico foi orientado pela epistemologia genética de Jean Piaget, que trata da construção do conhecimento matemático. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, de natureza qualitativa, na qual os dados foram coletados em duas bases de dados, com o emprego do protocolo de pesquisa adaptado na Revisão Sistemática de Literatura (RSL). Dessa busca, restaram nove documentos, tratados a partir da Análise Textual Discursiva. Os resultados indicaram que o conceito de número foi construído a partir da ideia de agrupamento de quantidade, noções de adição e subtração, e, após, foram estruturados os conceitos de números naturais, partindo dos números menores para os maiores.

Discalculia e Atividade Colaborativa na Formação de Professores: considerações a partir de um levantamento bibliográfico

Eliane Quincozes Porto — Mon, 26 Feb 2024 20:14:00 +0000

Neste trabalho, por meio de uma revisão bibliográfica, buscamos analisar as pesquisas referentes à discalculia e à atividade colaborativa na formação de professores. Para isso, realizou-se um mapeamento de teses e de dissertações na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), nos programas de Pós-Graduação de Ensino e Educação Matemática brasileiros e no Portal Scientific Eletronic Library Online (SciELO Brasil), compreendidos no recorte entre 2010 e 2020, utilizando os descritores “atividade colaborativa” e “discalculia na formação". Escolheu-se utilizar o filtro “título” para a posterior leitura e análise dos resumos dos trabalhos que produziram dois eixos: "atividade colaborativa na formação de professores" e "saberes específicos de discalculia". Os resultados demonstraram que, apesar das investigações apresentarem aspectos importantes da formação de professores, da discalculia e sobre a aprendizagem docente em atividade colaborativa, não há o entrelaçamento desses conceitos nas pesquisas identificadas, o que gera algumas lacunas e diferentes entendimentos a partir de nosso objetivo de busca.

O Pensamento Computacional na Matemática do Ensino Médio: Uma Análise de Livros Didáticos

Thu, 29 Feb 2024 13:37:59 +0000

Este trabalho objetiva analisar como nove coleções de livros didáticos de Matemática do Ensino Médio, aprovadas pelo PNLD/2021, expõem situações que exigem a construção e/ou execução de algoritmos no estudo do conceito de sequência. Optou-se por uma abordagem qualitativa, sendo analisados os critérios: tipos de padrões; tipos de sequências; fases de um padrão; conceitos/pilares do Pensamento Computacional; representações utilizadas para construção e/ou execução de algoritmos. Ao analisar as coleções, 21 situações foram identificadas. A maioria aborda o padrão numérico, 11 abordam as sequências não recursivas associadas à função afim, três exploram as três fases de padrão, 19 possibilitam trabalhar abstração e construção e/ou execução do algoritmo, nove possibilitam, também, identificação de padrões e nenhuma explora a decomposição. Ainda, 14 trabalham o algoritmo em fluxograma/esquema, porém, apenas dez solicitam sua construção. Compreende-se que os professores precisarão recorrer a outros recursos ou livros didáticos para desenvolverem as habilidades expostas na Base Nacional Comum Curricular.

Esquemas Utilizados Por Professores Na Construção De Gráficos Estatísticos

Reilan Bomfim da Silva, Eurivalda Ribeiro dos Santos Santana — Fri, 01 Mar 2024 18:03:26 +0000

A presente pesquisa teve como objetivo analisar os esquemas de resolução, utilizados por professores, que atuavam no 8º ano do ensino fundamental, ao resolverem situações que se referiam à construção de gráficos estatísticos. Os sujeitos desta pesquisa foram cinco professores de quatro escolas públicas, participantes do Processo Formativo da Rede Educação Matemática Nordeste (REM-NE), com o curso Matemática #COmVIDa. Como suporte teórico, utilizou-se a Teoria dos Campos Conceituais. Emergiram dos dados três categorias: escolha do gráfico; elementos para a construção de gráficos; e calibração da escala. Os resultados evidenciaram dificuldades dos professores na utilização de esquemas de construção gráfica. Os esquemas não apresentaram, em sua totalidade, os recursos para a construção gráfica, como: título, fonte e calibração da escala. A partir disso, inferiu-se a necessidade de ampliação de processos formativos com professores em serviço e em formação inicial, que abordem os conhecimentos específicos da estatística e construção de gráficos.

Educação Financeira e Livros Didáticos de Matemática

Brena Cristina Sturion, Andrei Luís Berres Hartmann, Lucas Carato Mazzi — Mon, 04 Mar 2024 17:13:35 +0000

No Brasil, um dos materiais mais presentes nas escolas são os Livros Didáticos. Estes estão sob influência das proposições da Base Nacional Comum Curricular que orienta e explicita, entre outros pontos, temáticas a serem abordadas em toda a Educação Básica. Uma dessas, a Educação Financeira, é tratada como transversal e integradora, porém está fortemente relacionada com a Matemática. Assim, nos indagamos: de que maneiras as pesquisas articulam os Livros Didáticos de Matemática com a Educação Financeira? Para tanto, realizamos um levantamento bibliográfico qualitativo, utilizando o tratamento analítico conduzido pela Análise de Conteúdo e gerando duas categorias: i) o Livro Didático como foco de investigação; e, ii) reflexões sobre os Livros Didáticos como suporte de pesquisa. Os dados indicam um foco nos Livros de Matemática, a não utilização de uma metodologia específica para a análise de Livros Didáticos e a responsabilidade dos professores em proporcionar ambientes críticos sobre a Educação Financeira.

Cinema, Internet, Racismo e Mercado Financeiro: das denúncias coloniais à héxis política pela educação matemática

Maurício Rosa, Arthur B. Powell — Mon, 11 Mar 2024 00:00:00 +0000

Este artigo tem como objetivo discutir teoricamente uma possível articulação entre Cinema, Internet, racismo e mercado financeiro como prática educativa para a sala de aula de matemática. Apresentamos uma possível experiência educacional matemática com Tecnologias Digitais (DT) (Cinema via streaming e Internet como fonte de informação jornalística) que pode assumir o papel de meio de revelação de uma héxis política que defende a justiça social. Fazemos isso debatendo uma cena do filme "Doutor Gama" (2021) que retrata a vida de Luiz Gama (um renomado abolicionista) e trazendo informações jornalísticas de antes da abolição da escravatura e de situações atuais que retratam as relações entre o que é postulado pelo mercado financeiro e o que está por trás do que é postulado, especificamente, o racismo e a injustiça social. Nossas considerações se alinham com uma héxis política por meio da educação matemática, ou seja, uma postura antirracista e em defesa da justiça social, desenvolvida nas atividades de educação financeira por meio da transposição de problemas.

Errar para aprender Fração: Revisão Sistemática da Literatura

Lázaro Manoel Veloso, Evanilson Landim — Mon, 11 Mar 2024 13:52:20 +0000

Apresenta resultados de uma Revisão Sistemática sobre os erros identificados por estudantes do Ensino Fundamental em situações que envolvem os números fracionários. Foram analisados 12 artigos publicados de 2010 a 2020 tratando das principais dificuldades dos estudantes em tarefas com fração. Os resultados reforçam o percalço que é o estudo do conjunto dos números racionais para os estudantes, sobretudo quando estão escritos na forma fracionária. Esses artigos, apontaram que as dificuldades mais comuns no campo conceitual fração, incluem as quatro operações básicas, em especial a divisão. Além disso, os estudantes têm dificuldades em reconhecer fração como valores maiores que a unidade e encontram resistência à aprendizagem dos números fracionários. Pelo exposto, verifica-se, ainda, um possível obstáculo epistemológico relacionada à transição dos números naturais à conceitualização de fração, o que é explicitado quando estudantes e professores tratam numerador e denominador de forma independente, isto é, efetuam contagem vulgar na representação fracionária.

Modelagem na Educação Matemática: Aproximações com Educação Matemática de Higginson e os Paradigmas Emergentes e da Complexidade

Tue, 26 Mar 2024 13:09:59 +0000

Este artigo foca o tema Modelagem Matemática na concepção da Educação Matemática e investiga: Quais as aproximações entre a Educação Matemática e a Modelagem na Educação Matemática segundo a concepção de Burak? E, quais bases teóricas e epistemológicas constituem a Modelagem? O objetivo geral é explicitar os constructos científicos do tetraedro de Higginson, a configuração da Educação Matemática nessa perspectiva e as dimensões que a constituem, buscando as aproximações com a Modelagem. Trata-se de uma investigação do tipo bibliográfica de natureza qualitativa/interpretativa, a partir dos referenciais que versam sobre Educação Matemática e Modelagem. Os resultados apontam uma aproximação estreita entre as etapas da Modelagem e as dimensões da Educação Matemática, as quais são importantes no processo de ensino e aprendizagem da Matemática, e a importância dos paradigmas Emergente e da Complexidade para sustentar os procedimentos e as práticas com a Modelagem na Educação Matemática.

Em Busca Da Superação De Defasagens De Aprendizagem Durante A Atividade De Ensino De Matemática

Debora da Conceição Ferreira, Wellington Pereira das Virgens — Fri, 29 Mar 2024 13:35:44 +0000

O presente artigo é um recorte de pesquisa de mestrado e tem como objetivo apresentar aspectos da análise de movimentos formativos que potencializaram a superação de defasagens de aprendizagens matemáticas acumuladas ao longo de períodos pregressos de escolarização. O movimento formativo que contextualiza a pesquisa ocorreu em turmas do Ensino Médio de uma escola de Educação Básica da rede pública estadual de São Paulo, e o recorte destacado neste texto enfatiza os movimentos de um grupo de estudantes durante as aulas de matemática que buscavam desenvolver os estudos de funções polinomiais do 1º grau. O objetivo deste texto é apresentar o potencial da perspectiva teórico-metodológica que fundamentou a organização de tal movimento formativo para a superação daquelas defasagens de aprendizagem. Essa perspectiva teórico-metodológica remete aos pressupostos das teorias histórico-cultural e da atividade. A partir do conceito de atividade e assumindo a necessidade de superação da perspectiva de desenvolvimento do mero saber-fazer, evidenciamos que, ao se apropriarem do conhecimento matemático no contexto da atividade orientadora de ensino, os estudantes desenvolvem modos de pensamento, inclusive o pensamento algébrico funcional, que trazem consigo indícios de movimentos de sentidos pessoais que remetem à superação de defasagens de aprendizagem de conteúdos curriculares não aprendidos nos processos de escolarização pregressa.

Prática Pedagógica Declarada por Professores de Matemática

Wed, 01 May 2024 00:00:00 +0000

A prática pedagógica dos professores é composta por ações, que influenciam no processo de aprendizagem dos estudantes. Neste artigo, tem-se por objetivo analisar a prática pedagógica declarada pelos professores, antes de um processo formativo, no que diz respeito à equidade. A abordagem teórica se aporta nas discussões de equidade e prática pedagógica, presentes na literatura e busca conceituar a prática pedagógica para a equidade. Metodologicamente, este estudo é qualitativo, em que se realizou uma entrevista semiestruturada com dois professores de uma escola pública do Sul da Bahia, antes da realização de um processo formativo. Os resultados indicam que os professores reconhecem a necessidade de que, na prática pedagógica, os estudantes sejam protagonistas e as abordagens sejam voltadas para o cotidiano, entretanto, declaram que suas práticas pedagógicas são expositivas.