Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática
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<p><strong>ISSN 2448-2943 (online) ISSN 2177-3122 (impresso)</strong></p> <p style="text-align: justify;">O primeiro SESEMAT foi realizado em 2007, teve como principal objetivo dar início as atividades do Curso de Mestrado em Educação Matemática. Embora esse fosse o objetivo primeiro do evento, percebeu-se o interesse de pesquisadores da região em participar do Seminário, pois o mesmo seria um meio de divulgação das pesquisas em andamento e concluídas no Estado de Mato Grosso do Sul. Sendo assim, criaram-se expectativas para a segundo edição do evento em 2008. Em 2024 o Seminário Sul-mato-grossense de Pesquisa em Educação Matemática (SESEMAT) foi um evento realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat).</p>pt-BRAnais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática2177-3122FORMAÇÃO CONTINUADA COM PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA:
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<p>Este artigo surge dos movimentos vivenciados em um processo de formação continuada com professores que ensinam matemática na rede pública de Campo Grande/MS, por meio de um curso de extensão, proposto em uma disciplina do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). O objetivo do curso foi o de vivenciar e refletir sobre usos de tecnologias digitais para aprender conceitos matemáticos. O estudo que aqui apresentamos tem por objetivo analisar as oficinas ofertadas no processo de formação continuada e movimentos de reflexão dos professores durante os encontros. Deste modo, apresentaremos uma narrativa sobre movimentos observados-vivenciados durante o curso a partir das observações realizadas, articulada com estudos sobre a integração de tecnologias digitais (TD) ao currículo escolar. O que concluímos é que essa ação de formação continuada mobilizou possibilidades para os docentes e estudantes de Licenciatura para iniciarem processos de uso e integração de TD ao currículo de matemática nas escolas.</p>Jacson José Rosa da SilvaJhonattan Gonçalves de AraújoSuely Scherer
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2024-12-172024-12-17181110RECOMPOSIÇÃO DA APRENDIZAGEM
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<p>O objetivo deste artigo é versar sobre a recomposição da Aprendizagem a partir da análise de conteúdo, este é parte de uma dissertação do Programa de Mestrado em Educação Científica e Matemática (PROFECM), da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Se caracteriza como uma pesquisa qualitativa com referencial teórico metodológico proposto por Laurence Bardin que utiliza na análise de conteúdo a técnica de análise documental na perspectiva de três pontos: organização, categorização e inferência. Na questão da organização seguimos seus três polos: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Importante ressaltar que na pré-análise levamos em consideração as três missões propostas pela autora sendo elas: a) leitura flutuante b) escolha dos documentos c) a formulação de hipóteses e dos objetivos. Na categorização, classificamos nossos elementos em: Fundamental, direto ao PRA, indireto ao PRA, suplementar. A inferência, teve o propósito de possibilitar discussões, a partir da indução da investigação de causas e efeitos. Como resultado apresentamos uma representação da informação relacionada ao Plano de Recomposição da Aprendizagem de Mato Grosso do Sul, onde sua proposta reflete em toda a rede estadual de ensino. </p>Fernando Akiito MoltocaroSonner Arfux de Figueiredo
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2024-12-172024-12-171811123A RECOMPOSIÇÃO DA APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DE MATO GROSSO DO SUL
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<p>Este estudo é um recorte da dissertação de Mestrado, por meio do Programa de Mestrado em Educação Científica e Matemática (PROFECM) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul na cidade de Dourados, onde realizamos uma análise documental relativos ao Plano Recomposição da Aprendizagem, instituída como meio de intervenção pedagógica pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS). A proposta pretende apresentar uma perspectiva geral do plano em vigência. A proposta, tem como base a resolução/SED n. 4.026, de 2 de maio de 2022, que define e organiza sua proposta. Dentro de nossa pesquisa neste trabalho, iremos levantar a alguns questionamentos como: o que é recomposição da aprendizagem, como a recomposição da aprendizagem se difere de outras propostas, juntamente com seus objetivos e diretrizes. Iniciamos uma análise das referências bibliográficas constituíram as fontes documentais estruturais à coleta de dados de nossa investigação qualitativa baseada no PRA por meio de documentos oficiais. Bardin (2011) contribui nas fases de pré-análise; exploração do material; tratamento das informações, inferência e interpretação.</p>Fernando Akiito MoltocaroSonner Arfux de Figueiredo
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2024-12-172024-12-171812435AMBIENTES DIGITAIS DE APRENDIZAGEM:
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<p>O estudo analisa a utilização de Ambientes Digitais de Aprendizagem (ADA) promovendo a colaboração entre pesquisador, estudante de graduação e professores da Educação Básica, no aspecto crucial para a melhoria das práticas educacionais. O objetivo é explorar como Ambientes Digitais de Aprendizagem podem aumentar a colaboração entre professores de Matemática da Educação Básica. Utilizou-se a análise qualitativa, revisão bibliográfica e narrativas para a produção de dados. Os resultados indicam que os ADA juntamente com a oficina utilizando o software Geogebra no ensino de Matemática facilitaram a compreensão dos sistemas lineares com duas variáveis. A utilização de ADA como o Geogebra facilita a percepção visual, analítica e algébrica dos sistemas lineares, favorecendo um ensino interativo e dinâmico. A formação de professores por meio de oficinas tecnológicas potencializa a conexão entre universidade e escolas, melhorando práticas educativas e a utilização de tecnologias no ensino da Matemática. Conclui-se que a utilização de ADA, como o Geogebra, promove práticas colaborativas entre os participantes, potencializando a compreensão matemática de conceitos analíticos e geométricos envolvendo sistemas lineares com duas incógnitas. </p> <p><strong>Palavras-chave: </strong>Ambientes Digitais de Aprendizagem; Geogebra; Sistemas Lineares.</p>Marinildo Barreto de LeãoPatrícia Sandalo Pereira
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2024-12-172024-12-171813649UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
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<p>O estudo que apresentamos neste texto é parte de uma dissertação de Mestrado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Ele se constitui de uma revisão bibliográfica para entender o que as dissertações/teses apontam sobre o uso de Tecnologias Digitais no ensino de operações fundamentais, analisando estudos disponíveis na BDTD e CAPES entre os anos de 2014 a 2024. A partir disso, as pesquisas selecionadas foram a de Simeone (2019), Duarte (2020), Corrêa (2019), Tavares (2016), Oliveira (2015) e Menezes (2022). A partir da leitura das pesquisas, foi possível concluir que as tecnologias digitais podem tornar a aprendizagem mais significativa e interativa, mas mudanças em processos de aprendizagem dependem da mediação dos professores. Nesse sentido, continuam sendo desafios a resistência a mudanças por parte dos professores, a falta de infraestrutura tecnológica nas escolas e a necessidade de formação continuada para os educadores. Pontos que serão considerados na pesquisa em desenvolvimento ao realizar a parceria com professores para vivenciar o processo de integração de tecnologias digitais no ensino de operações fundamentais.</p>Felipe Bernardino da Silva LucasSuely Scherer
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2024-12-172024-12-171814961ETNOMATEMÁTICA:
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<p>Este artigo é um recorte de uma pesquisa de trabalho de conclusão de curso em desenvolvimento, que tem por objetivo investigar como madeireiros paraguaios aplicavam conhecimentos matemáticos em tarefas relacionadas à cubicagem de madeira. Os referenciais teóricos da pesquisa são os estudos de D’Ambrosio sobre a Etnomatemática, visto que esta tendência em Educação Matemática nos permite investigar os conhecimentos matemáticos (muitas vezes diferentes dos trabalhados em espaços formais de educação) mobilizados por grupos culturais em seus afazeres. Esta pesquisa é do tipo qualitativa e utilizará de entrevistas semiestruturadas com o grupo de sujeitos selecionados, a fim de analisar os conhecimentos matemáticos utilizados por estes em tarefas relacionadas a cubicagem de madeira. Espera-se com o trabalho identificar e valorizar outras matemáticas muitas vezes negligenciadas, mas que são relevantes para a compreensão da diversidade Matemática existente.</p>João Deivid Fernandes SerrattiÁdamo Duarte de Oliveira
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2024-12-172024-12-171816273UM OLHAR AFROCENTRADO PARA A LEI 10.639/03:
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<p>O presente trabalho apresenta discussões e problematizações cujo objetivo principal é discutir o papel da lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas. Objetiva-se também, discutir estratégias e possíveis caminhos outros que possam impulsionar a centralidade das experiências afro-brasileiras para além da lógica colonialista imposta no atual sistema educacional. Para tanto, utilizou-se da Afrocentricidade como referencial teórico e metodológico como parâmetro de análise. Apresentamos, neste trabalho, um recorte da pesquisa de mestrado desenvolvida no âmbito do PPGdumat, onde foi desenvolvido uma oficina <em>online</em> com professorus e pesquiadorus a fim de explorar como a Afrocentricidade pode impulsionar o trabalho político du professore que ensina Matemática, sendo aqui apresentado discussões pertinentes ao terceiro dia de encontro.</p>Tuane PachecoMarcio Antonio da Silva
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2024-12-172024-12-171817485O USO DE JOGOS NO ENSINO DE CONTEÚDOS MATEMÁTICOS
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<p>O artigo investiga o uso de jogos como ferramenta pedagógica no ensino de matemática, visando superar limitações do método tradicional, que se baseia na memorização e mecanização, gerando desinteresse nos alunos. A introdução de jogos propõe estimular o raciocínio lógico, a cooperação e o engajamento dos alunos, criando um ambiente mais dinâmico. A pesquisa foi realizada em uma escola pública com alunos do 6º e 7º ano, utilizando uma abordagem qualitativa para observar o impacto dos jogos no processo de aprendizagem. Os resultados indicaram que os jogos aumentam a motivação e facilitam a compreensão dos conteúdos matemáticos. Conclui-se que os jogos são uma alternativa ao ensino tradicional, contribuindo para melhorar o desempenho acadêmico e tornando a matemática mais atrativa aos alunos.</p> <p> </p>Karolayne de Moura SantosGislaine Gonçales GarciaJonas Ariel Larrea Cano
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2024-12-182024-12-181818697MODELAGEM MATEMÁTICA NO ESTÁGIO E ASPECTOS FORMATIVOS POR UMA FUTURA PROFESSORA DE MATEMÁTICA
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<p>A Formação de Professores em Modelagem Matemática é um tema de pesquisa, relativamente recente, que tem emergido no contexto da comunidade de pesquisadores em Modelagem Matemática na Educação Matemática. Visando uma articulação com esta temática, este texto interroga, fenomenologicamente, aspectos formativos emergentes por uma futura professora de Matemática, narrados por ela no contexto do Estágio Curricular Supervisionado. A interrogação de pesquisa admitida é: <em>que aspectos formativos emergem de experiências vividas com Modelagem Matemática no Estágio Supervisionado?</em> Brevemente, são descritas três experiências vividas pela futura professora e, posteriormente, um depoimento é analisado. O destaque de unidades de significado e o respectivo agrupamento dos sentidos e significados emergentes sugerem que os aspectos formativos se sustentam em elementos que refletem sobre a atuação profissional desde a adoção pela Modelagem Matemática e a prática de Modelagem Matemática no Estágio e a prática institucionalizada na escola. Ambas as categorias são ressoantes ao desenvolvimento de uma <em>perspectiva formativa em Modelagem Matemática</em>, já que revelam uma tomada de consciência em diferentes aspectos sobre a Modelagem Matemática e sua prática no contexto da sala de aula.</p>Wellington Piveta OliveiraKevelyn Desiree Ortega de Arruda Arruda
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2024-12-182024-12-1818198110REDESCOBRINDO O TEOREMA DE PITÁGORAS:
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<p>Este artigo relata uma intervenção pedagógica realizada no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), direcionada a uma turma do 2° ano do Ensino Médio em uma escola pública. A intervenção focou no ensino do Teorema de Pitágoras e visou preencher lacunas de aprendizagem geradas durante a pandemia, quando muitos conceitos não foram adequadamente consolidados. A proposta pedagógica procurou estimular a participação ativa dos alunos por meio de um ambiente investigativo que encorajasse questionamentos e reflexões. Utilizou-se o material dourado como ferramenta didática para facilitar a visualização e manipulação dos conceitos matemáticos. Fundamentada nas ideias de Ole Skovsmose (2000) e na pedagogia freireana, a abordagem priorizou uma análise crítica e reflexiva do conteúdo. Os resultados mostraram uma melhoria significativa na compreensão dos alunos e permitiram uma avaliação mais precisa das defasagens de aprendizagem causadas pelo ensino remoto. O estudo ressalta a importância de estratégias pedagógicas adaptadas aos desafios educacionais exacerbados pela pandemia e contribui para a formação dos futuros professores ao proporcionar uma prática reflexiva e crítica em sua formação docente.</p>Sidiane KemmerichElvis Salustiano dos SantosCarla Regina Mariano da Silva
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2024-12-182024-12-18181111121DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO DOCENTE COM O PROJETO OFICINAS ONLINE:
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<p>A experiência relatada nesse artigo tem por objetivo apresentar os direcionamentos iniciais de uma ação desenvolvida no Projeto das Oficinas <em>Online</em>, levando em conta a sua amplitude no diálogo com diferentes profissionais da educação e, em especial, os professores dos anos iniciais durante a pandemia provocada pelo vírus <em>SARS-CoV</em> no ano de 2021. Para isso, fizemos uso de um questionário <em>online</em> disponibilizado aos participantes para a inscrição no projeto antes da primeira oficina do projeto. Tal oficina mobilizou reflexões acerca de uma ferramenta didática para o estudo dos conceitos de multiplicação e divisão, apoiando-se nos fundamentos da Teoria dos Campos Conceituais. Com ajuda do questionário constituímos uma primeira conversa com os participantes, de forma a compreender, dentre outros aspectos, as práticas docentes desenvolvidas no estudo do tema. Além disso, esse instrumento nos permitiu preparar um diálogo, compartilhando estudos desenvolvidos com o tema em jogo. A análise das respostas nos evidenciou que os <em>sites </em>são os meios preferidos para preparação de aulas, os materiais manipulativos são muito utilizados para abordar conceitos de multiplicação e divisão e estratégias diversificadas se mostraram presentes nas falas dos professores na hora de superar dificuldades de aprendizagem dos alunos.</p>Katy Wellen Meneses LeãoCamila de Oliveira da SilvaMarilena Bittar
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2024-12-182024-12-18181122133CONSTRUÇÃO DE RELAÇÕES ENTRE ÁREA E PERÍMETRO COM ALUNOS DO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL UTILIZANDO MODELAGEM MATEMÁTICA
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<p>Este trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Modelagem Matemática, do programa de Mestrado Profissional em Matemática (PROFMAT) ministrado pela Professora Lilian Milena Ramos Carvalho na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem o objetivo de usar uma abordagem alternativa para o ensino das relações entre áreas e perímetros de figuras planas no ensino fundamental, competências essas previstas pela BNCC no que se refere a etapa do 7° ano. O objetivo é oportunizar aos alunos uma tentativa de abordar esse conteúdo na perspectiva de modelagem matemática, onde as descobertas são feitas por eles mesmos e entende-se que isso tornaria o aprendizado muito mais significativo, contraponto a uma metodologia mais tradicional e expositiva. A ideia geral é que os alunos possam realizar medições das dimensões do seu próprio ambiente escolar, construir plantas baixas simples e realizar os cálculos para a partir daí estabelecer relações entre essas medidas de maneira intuitiva através de figuras semelhantes.</p>Gleyson Valhejo AraujoReginaldo ChaparroLilian Milena Ramos Carvalho
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2024-12-182024-12-18181134146REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A LEI 10.639/03 A PARTIR DE ALGUNS ESTUDOS
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<p>Este artigo visa apresentar reflexões sobre a intersecção entre a educação matemática e a Lei nº 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no sistema educacional brasileiro. Como aportes teóricos, dialogamos com uma literatura negra que expressa a potencialidade da comunidade afrodescendentes no Ensino de Matemática. Diante do exposto, a justificativa para este trabalho reside na necessidade de refletir sobre as contribuições, desafios e efeitos da referida legislação, além de evidenciar como essas práticas promovem uma abordagem crítica das relações étnico-raciais e enriquecem significativamente as práticas pedagógicas. Com isso, a metodologia adotada para este estudo foi de cunho qualitativo e fundamentada em pesquisa bibliográfica, com foco em documentos oficiais, cartilhas, artigos e dissertações. Dessa forma, o presente estudo possibilitou uma maior compreensão de como essas práticas têm contribuído para o campo da educação matemática voltada para as relações étnico-raciais, bem como trouxe novas ideias e reflexões para a pesquisa de mestrado em andamento.</p>Bianca BragaCarla Regina Mariano da Silva
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2024-12-182024-12-18181147155SEQUÊNCIA DIDÁTICA:
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<p>O presente artigo resulta de um trabalho desenvolvido na disciplina de Didática da Matemática, no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da UFMS. O objetivo foi elaborar uma sequência didática para introduzir o conceito de quadrado da soma de dois termos, utilizando as fases da Engenharia Didática e a Teoria dos Campos Conceituais de Gérard Vergnaud. A importância do tema justifica-se pela sua relevância no currículo matemático e sua presença em álgebra e geometria. Este artigo apresenta a sequência didática com suas análises preliminares e a <em>priori </em>das situações propostas, enquanto outro artigo complementar irá detalhar a experimentação e a análise a posteriori. A sequência didática é destinada ao nono ano, visando facilitar a compreensão e aplicação do quadrado da soma de dois termos. Com esse estudo foi possível modelizar diversos teoremas em ação que os estudantes podem mobilizar ao lidar com as situações propostas evidenciando, assim, a pertinência das fases da engenharia didática utilizadas para a elaboração da sequência didática.</p>Michelle SouzaFelipe BernardinoSonia Maria Monteiro da Silva Burigato
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2024-12-182024-12-18181156167O DISCURSO EDUCACIONAL NOS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA:
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<p>Este estudo analisa como os discursos sobre o campo são representados nos livros didáticos de matemática do sexto ano do Ensino Fundamental aprovados pelo PNLD 2020. Utilizando a análise do discurso foucaultiana como suporte teórico-metodológico, a pesquisa investiga as formas como esses materiais conectam o homem, às medidas agrárias e à produção agrícola. A partir da análise de 84 referências ao campo em 11 livros didáticos de matemática, identificamos uma narrativa que valoriza a produtividade e a eficiência, alinhada aos interesses do agronegócio, ao mesmo tempo que marginaliza práticas agrícolas tradicionais e sustentáveis. Os resultados destacam a necessidade de uma abordagem crítica na seleção e utilização de livros didáticos, incorporando contextos diversos e saberes tradicionais para promover uma educação matemática mais inclusiva. As implicações para a educação do campo destacam a necessidade de desenvolver currículos que valorizem diversos aspectos da vida dos camponeses e desafiem estereótipos relacionados à exploração, ao agronegócio e à produtividade.</p>Danusa Nunes de MenezesMarcio Antonio da Silva
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2024-12-182024-12-18181168178CERTO OU ERRADO, EIS A RESOLUÇÃO:
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<p>Este artigo é uma extensão de uma atividade da disciplina de Didática da Matemática, parte do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), temos como objetivo analisar a resolução dos alunos em uma atividade centrada no conceito do quadrado da soma de dois termos, verificando a lógica subjacente utilizada por eles para chegar às respostas, independentemente de serem corretas ou incorretas. No artigo é discutido a importância de analisar os processos cognitivos dos alunos durante a resolução de problemas, destacando a necessidade de entender suas trajetórias de pensamento para ajustar práticas pedagógicas e desenvolver habilidades de pensamento crítico. A experimentação foi realizada com alunos do 9º ano em uma escola municipal em Costa Rica–MS. Os resultados mostraram que os alunos enfrentaram dificuldades para iniciar as questões. No entanto, a discussão em grupo revelou que alguns alunos assumiram papéis de liderança, promovendo o engajamento e a justificativa dos métodos utilizados. Essa prática docente evidenciou a importância da análise dos resultados dos alunos e a necessidade de ajustes nos planejamentos de aula para atender melhor às necessidades dos alunos.</p>Themis Corrêa Veras de LimaAna Carolina Rosa Rodrigues de Freitas
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2024-12-182024-12-18181179190OBJETO DE APRENDIZAGEM MORCEGO TECH:
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<p>Este trabalho relata o desenvolvimento de um Objeto de Aprendizagem para o ensino de habilidades e competências relacionadas ao Pensamento Computacional. O trabalho foi derivado das pesquisas realizadas para a produção de material didático do projeto de extensão Oficinas de introdução à robótica com Micro:Bit, realizado em 2023. A pesquisa é caracterizada como aplicada e experimental, voltada para o desenvolvimento de um dispositivo educacional. O material didático produzido buscou inspiração na capacidade de ecolocalização dos morcegos, uma vez que estes animais determinam a distância, direção e até a forma de um objeto com base no tempo de retorno dos ecos derivados dos sons de alta frequência que emitem. A capacidade de ecolocalização pode ser simulada com sensores como o HC-SR04 Ultrasonic Distance Sensor, em conjunto com o microcontrolador BBC Micro:bit. O dispositivo foi montado em um estojo fabricado em uma impressora 3D no formato de um morcego. Como resultado, o dispositivo simula a ecolocalização de morcegos, movendo asas articuladas em resposta à detecção de objetos próximos, oferecendo uma experiência prática e educacional para estudantes aprenderem conceitos de programação e robótica, além de explorarem também os princípios da ecolocalização. O Objeto de Aprendizagem foi construído, documentado e uma sequência didática foi planejada. Foram mapeados conceitos de matemática implícitos, explícitos bem como aplicações práticas da matemática no Objeto de Aprendizagem.</p>Waine Teixeira JúniorClaudio Alexandre Pires MonteiroVictor Hugo Lisboa de Barros
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2024-12-182024-12-18181191203APROPRIAÇÃO DA TECNOLOGIA POR PROFESSORES DE MATEMÁTICA DO ENSINO SUPERIOR EM MOÇAMBIQUE
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<p>No presente artigo apresentamos alguns elementos de uma pesquisa de doutorado em andamento, que tem como objetivo investigar a apropriação das tecnologias digitais por professores de Matemática que atuam no ensino superior em Moçambique. Como principais referenciais teóricos adotamos a Abordagem Instrumental proposta por Rabardel e o Construcionismo proposto por Papert. Para a produção de dados foi desenvolvido um projeto de extensão na modalidade on-line com um total de oito encontros que consistiam de uma formação continuada com 14 professores que lecionam em cursos de formação de professores de Matemática permitindo contribuir para o ensino de matemática por meio do <em>softwares</em> matemáticos (GeoGebra e SuperLogo). A metodologia de pesquisa adotada foi a qualitativa, na perspectiva proposta por Bogdan e Biklen. O trabalho realizado com os professores visou contribuir para a formação de futuros professores que irão lecionar no Ensino Secundário Geral em Moçambique. Os participantes do projeto elaboraram e apresentaram atividades de modo que as habilidades adquiridas sejam desenvolvidas com seus estudantes - futuros professores - de forma que estes, ao concluírem a formação inicial tenham refletido sobre o uso de tecnologias digitais para o ensino e a aprendizagem de matemática.</p>Teodosio CosmeMarilena Bittar
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2024-12-182024-12-18181204215ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA:
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<p>O ensino de matemática é um tema de grande relevância e tem sido objeto de estudos e debates nos últimos anos. A maneira como a disciplina é ensinada nas escolas tem sido alvo de críticas, sendo uma delas relacionada à falta de contextualização dos conteúdos matemáticos. Nesse sentido, o estágio é uma etapa fundamental na formação docente, pois permite que o futuro professor conheça diferentes metodologias e estratégias de ensino, além de aprimorar suas habilidades didáticas e de interação com os alunos, visando caminhos para solucionar esses problemas. Tendo como base esse princípio, o presente trabalho, através de um estudo qualitativo, apresenta os relatos e experiências adquiridos por uma estagiária do curso de Licenciatura em Matemática do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que utilizou jogos como recurso didático nas atividades desenvolvidas com alunos do Ensino Médio. A utilização de jogos no ensino da matemática contribui significativamente para a aprendizagem dos alunos, os quais começam a enxergar a disciplina como prazerosa. No decorrer do texto, são apresentados dois jogos, confeccionados pela própria pesquisadora, com o objetivo de motivar o aluno no processo de aprendizagem e contribuir para que compreenda e assimile os conteúdos.</p>Anna Lethycia de Almeida LiraWaléria Andrade Martins
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2024-12-182024-12-18181216226ETNOGRAFIA DE CASA:
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<p>O presente trabalho se propõe a discutir os motivos da escolha da metodologia "etnografia de casa", proposta pelo pesquisador João Rivelino Rezende Barreto, para a realização da pesquisa de doutorado do primeiro autor, que está em fase inicial. Dessa forma, nosso objetivo é apresentar, no campo da pesquisa em Educação Matemática, o modo indígena de realizar pesquisas e mostrar os resultados já obtidos. A metodologia escolhida oferece uma maneira de realizar a pesquisa com os indígenas, sendo eu mesmo um pesquisador indígena. Pretendo levar essas experiências para minha pesquisa de doutorado em Educação Matemática. Percebemos que registrar conhecimentos indígenas por nós, indígenas, exige muitas responsabilidades, pois envolve conhecimentos, memórias e histórias. Existem regras que afirmam que alguns conhecimentos não podem ser registrados, pois são segredos de cada povo. No entanto, isso vem mudando aos poucos, pois muitos dos anciões estão partindo, e afirmam que é necessário aprender o mais rápido possível. Isso só é possível com grandes desafios e coragem.</p>Jaquelino FernandesThiago Donda Rodrigues
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2024-12-182024-12-18181227236 PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA SOBRE O USO DA GAMIFICAÇÃO NO PROCESSO EDUCATIVO
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<p>Este artigo apresenta uma análise de como os professores percebem a metodologia da gamificação e sua contribuição para o ensino da Matemática, tendo em vista que os jogos buscam despertar nos alunos o interesse pela aprendizagem, tornando este processo mais dinâmico e divertido. O método utilizado neste trabalho integra uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, com cunho bibliográfico, fundamentando-se em autores que identificaram de forma positiva que a gamificação tende a motivar os estudantes. Na conclusão deste trabalho o que se espera é uma análise mais detalhada das contribuições da gamificação para ampliação dos saberes dos estudantes nas aulas de matemática assim como os desafios que os professores encontram em sala de aula para a sua utilização.</p>Eliana Munin da Silva PedrosaBianca Silva BragaWaléria Andrade Martins
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2024-12-182024-12-18181237248NARRAR, O AINDA, NÃO NARRADO:
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<p>O presente artigo tem por objetivo narrar o caminhar da construção de uma dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Durante o processo de Graduação de uma das autoras no curso de Licenciatura em Matemática, da instituição já mencionada, ela se viu percorrendo um caminho em direção a sua negritude, quando em uma das aulas sofria ataques racistas de uma colega e se sentia aprisionada pela falta de espaço para discutir as violências que o seu corpo negro sofria. Foi nesse experienciar e com o questionamento: “será que outras professoras negras de Matemática passaram por situações semelhantes em seus processos de formações?”, que surge a dissertação com o objetivo de analisar a trajetória de formações de professoras negras de Matemática que atuam no curso de Licenciatura em Matemática das Universidades Públicas de Mato Grosso do Sul e, dessa forma, compreender os atravessamentos de questões raciais e sociais nos processos de formação dessas docentes. Dito isso, escolhemos narrar nesse trabalho os processos de construção de uma dissertação. O que se pode narrar quando optamos contar sobre esses processos? Mais do mesmo ou (re)significar o já vivido?</p>Thays Alves de OliveiraDaniele Costa SilvaVanessa Franco Neto
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2024-12-182024-12-18181249260SENTIDOS E PRODUÇÃO DE SIGNIFICADOS EM RELAÇÃO AO PENSAMENTO ESTOCÁSTICO EM UM GRUPO DE NATUREZA COLABORATIVA
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21681
<p>Buscamos, com este artigo, relatar indícios do movimento de apropriação de um grupo de professoras dos anos iniciais em relação ao pensamento estocástico e o seu desenvolvimento a partir de Temas Transversais. Para atingir essa finalidade, descrevemos os encaminhamentos e resultados da experiência de trabalho colaborativo que estamos a desenvolver a partir de duas investigações. A primeira trata-se de uma tese de doutorado e a segunda de uma pesquisa de Iniciação Científica, ambas são de natureza qualitativa e ocorrem em um movimento de reflexão sobre a prática docente a partir das interações com o grupo. Para a discussão dos dados levantados, destacamos dois encontros analíticos em que as participantes tiveram a experiência de apreciação crítica do material adotado pela rede em que atuam, bem como refletiram sobre as possibilidades de exploração matemática no campo da Estatística com base nos estudos realizados no ambiente colaborativo. Como conclusão, puderam adotar algumas tarefas sugeridas com a intencionalidade de que empreendessem propostas voltadas ao desenvolvimento da aprendizagem das crianças e, consequentemente, isso ampliou ampliação do repertório didático-pedagógico em intervenções futuras. </p>Jocelei Miranda da SilvaJuliana Gregório SantosKlinger Teodoro Ciríaco
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2024-12-182024-12-18181261273MATEMÁTICA E CROCHÊ:
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<p>Este trabalho é fruto de uma pesquisa de mestrado que versa sobre a matemática e o crochê. Nessa pesquisa em andamento pretende-se entrevistar mulheres crocheteiras no intuito de analisar saberes e fazeres dessas artesãs em relação a matemática que elas veem e/ou estão entrelaçadas com a arte do crochê. Diante disso, neste trabalho busca-se investigar vestígio histórico do crochê a partir de pesquisas acadêmicas nos sites de busca da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e no Periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), no intuito de perceber movimentos históricos, sociais e étnicos entrelaçados com a matemática e o crochê, que as tornam socialmente relevantes ou não. Utilizando a abordagem qualitativa esta revisão traz discussões sobre a constituição de histórias e historiografias, a importância de se contar histórias pelo viés da história oral, descreve recortes de uma história para o crochê a partir dos trabalhos analisados e indica histórias para se contar em relação à matemática, o crochê e as vivências de artesãos do crochê.</p>Fabíola de Souza Leal Antunes
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2024-12-182024-12-18181274284OBJETOS DIGITAIS DE APRENDIZAGEM:
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<p>Este trabalho se caracteriza como uma Revisão Sistemática em que buscou-se analisar como estão ocorrendo os usos de Objetos Digitais de Aprendizagem – ODA em Educação Matemática, a partir de pesquisas brasileiras, na tentativa de identificar quais são as visões, apropriações, desapropriações e usos estabelecidos por pesquisadores, professores e comunidade científica em relação a esses recursos. A pesquisa foi produzida a partir da abordagem qualitativa e para a análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdos. Dentre as categorias de análise investigadas estiveram: o significado do termo Objetos Digitais de Aprendizagem, os tipos de tecnologias digitais consideradas como ODA e os modos de produção de pesquisas e práticas com ODA nos ambientes de ensino. Assim, foi possível perceber que esse termo é geralmente utilizado para se referir a processos didáticos de ensino envolvendo tecnologias digitais, o que possibilitou rever e questionar o que são Objetos Digitais de Aprendizagem e seus modos de uso nos processos de ensino e aprendizagem da Matemática.</p>Fabio Antunes Brun de CamposAparecida Santana de Souza Chiari
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2024-12-182024-12-18181285296CONTRIBUIÇÕES “DA RELAÇÃO COM O SABER” DE BERNARD CHARLOT NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS DA NATUREZA DO IFMS
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21721
<p>Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado sobre a <em>Práxis</em> Pedagógica, a qual utilizou uma abordagem histórico-cultural direcionada aos docentes que lecionam Matemática, Física e Química no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul – <em>Campus</em> Naviraí. O trabalho realizado visou contribuir para formação de professores em uma perspectiva crítica e reflexiva. Para tal finalidade, a fundamentação teórica esteve embasada na Teoria da Relação com o Saber de Bernard Charlot. Os conceitos que estruturam a Teoria da Relação com o Saber puderam possibilitar a construção de uma autonomia profissional dos docentes e apontar caminhos para uma aprendizagem efetiva. Para a produção dos dados foi utilizada a metodologia de “Rodas de Conversas de Warschauer”, que teve o intuito de refletir, interpretar, analisar, inferir em situações rotineiras de sala de aula com vistas a provocar discussões transformadoras da prática docente e, posteriormente, disseminar os conceitos em práticas pedagógicas. As análises dos dados foram realizadas por meio da metodologia da pesquisa colaborativa. </p> <p>Palavras-chave: formação de professores; pesquisa colaborativa; <em>práxis</em> pedagógica; Relação com o <em>saber</em>.</p>Silvania Rizzi BrasilPatrícia Sândalo Pereira
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2024-12-182024-12-18181297309LABORATÓRIO, MATEMÁTICA E FORMAÇÃO DOCENTE:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21738
<p>Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre o uso de laboratórios na formação de professores de matemática, com ênfase no “Laboratório de Inovação e Criatividade”. Foi realizado um levantamento bibliográfico do período de 2010 a 2023, utilizando as palavras-chave “laboratório”, “matemática” e “formação de professores” em cinco bases de dados: Google Acadêmico, Microsoft Academic, Science Direct, SciELO e CAPES Periódicos. Foram selecionados 11 artigos e, após a leitura dos resumos, foram desconsiderados aqueles que não abordavam diretamente a temática proposta. Os artigos selecionados foram agrupados em cinco categorias: inovação em laboratórios educacionais, impacto na formação docente, metodologias ativas, aprendizado colaborativo e desafios na implementação. A literatura aponta que, embora haja avanços na utilização de laboratórios, ainda há lacunas em estudos mais aprofundados sobre sua aplicação prática. Conclui-se que mais estudos são necessários para investigar o impacto dos laboratórios na formação de professores e no desempenho dos alunos.</p>Lidiane Ottoni da Silva PetiniJéssica Serra Correa da Costa
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2024-12-182024-12-18181310321POSSÍVEIS REDIRECIONAMENTOS NO DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE MODELAGEM MATEMÁTICA
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<p>Este artigo pretende elencar possíveis redirecionamentos no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática realizadas por um professor de Matemática na disciplina de Recomposição de Aprendizagem em Matemática em uma escola pública da cidade de Campo Grande/Mato Grosso do Sul. Para tanto, realizamos uma pesquisa qualitativa em que investigamos a prática desse professor de Matemática enquanto ele desenvolvia atividades de Modelagem Matemática na perspectiva sócio-crítica com estudantes do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental. Nossa produção de dados aconteceu antes, durante e depois das aulas desse professor, em que dialogamos acerca das mudanças e seus motivos de adequação. Um dos resultados obtidos foi que além do professor realizar redirecionamentos no desenvolvimento das atividades de Modelagem Matemática, os estudantes também parecem propor adequações às atividades.</p>Francimar Gomes de Oliveira JúniorLuis Rolando PadillaClaudia Carreira da Rosa
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2024-12-182024-12-18181322333ESTICANDO HORIZONTES:
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<p>Instigadas por um poema de Manoel de Barros, construímos este texto sobre uma pesquisa doutorado sendo/a ser realizada numa escola de ensino médio integral, mais especificamente sobre as redes (Latour, 2012) que se constituem ali. Para isso, partimos das narrativas de uma professora (que é também uma das autoras deste texto) sobre experiências do seu início de carreira (num passado não tão distante assim). O objetivo deste texto é o de fincar estacas, de forma que as árvores possam crescer a ponto dos pássaros ouvirem seu silêncio. É também o de começar a desembolar teias de aranha para poder esticar os horizontes. Temos então mais perguntas que conclusões, mas algumas redes começam a se delinear.</p>Larissa Beatriz MolgoraAparecida Santana de Souza Chiari
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2024-12-192024-12-19181334341CHATGPT, POEMA E UM CLUBE ROBÓTICA EDUCACIONAL:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21751
<p>Com o objetivo de apresentar um relato sobre encontros de um clube de Robótica, o poema “A magia da Robótica” foi utilizado para orientar a partir de suas estrofes e versos a discussão das ações dos encontros. Cenário para a produção de dados de uma pesquisa de abordagem qualitativa de doutorado, o clube é composto por estudantes do ensino médio de uma escola estadual pública do Mato Grosso do Sul e professores pesquisadores em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O relato cita encontros que abordaram a apresentação de Robótica, apresentação de linguagem de programação, estudo de programação em blocos, montagem de robô, estudo de sensores e outros. Esse é o primeiro momento. Assumindo uma postura latouriana, discutiremos como o poema “A magia da Robótica” e o ChatGPT são actantes no processo de produção desse artigo. Esse é o momento dois.</p>Thainá do NascimentoAparecida Santana de Souza Chiari
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2024-12-192024-12-19181342354EDUCAÇÃO EM ÁREAS RURAIS:
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<p><span style="font-weight: 400;">O texto a seguir faz parte de uma pesquisa de mestrado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Se refere portanto a revisão de literatura que foi essencial para compreender quais as pesquisa sobre Educação do Campo e Educação Matemática em escolas em comunidades rurais de Mato Grosso do Sul. Identificamos nos trabalhos tanto as contribuições quanto as lacunas no conhecimento existente, situando a pesquisa atual no contexto das investigações prévias e destacando sua relevância. A revisão também ajuda no aprofundamento e compreensão dos desafios enfrentados pelas escolas do campo, como demonstrado nas pesquisas de Silva (2019) e Jesus (2022). Além disso, oferece uma base teórica e metodológica sólida, identificando abordagens reconhecidas, como as de Assunção (2021) e Silva (2021), assegurando o rigor científico. A contextualização da pesquisa no panorama mais amplo da Educação do Campo evidencia como ela se relaciona com outros estudos, promovendo o avanço do conhecimento. Por fim, a revisão identifica novas perspectivas inovadoras, como a educação matemática contextualizada, fornecendo reflexões para práticas pedagógicas mais significativas.</span></p>Gleisson Santos OliveiraCarla Regina Mariano da Silva
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2024-12-192024-12-19181355365AVAMEC:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21756
<p>Este artigo teve como objetivo analisar proposta de formação veiculada pelo Ministério da Educação (MEC) no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (AVAMEC), tendo em vista que com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professor passa a solicitar a apropriação de saberes que se apresentam a partir desse documento. Para tanto, recorremos a elementos da História do Tempo Presente, a partir de autores como Reinhart Koselleck, Paul Ricoeur e René Rémond, com aporte na ideia de que os fatos constituintes da tríade passado/presente/futuro são constituídos a partir do espaço de experiência dos agentes, haja vista que estes já vivenciaram várias práticas que contribuíram com o desenvolvimento delas. A partir das experiências, os atores dos fatos delineiam um horizonte de expectativas para um futuro em relação a conhecimentos dos professores para o exercício do seu ofício. A análise centrou-se no curso elaborado pela Secretaria de Educação Básica e oferecido no ambiente AVAMEC. A partir das análises, concluiu-se que a proposta guarda vestígios de ideias defendidas por organismos internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, bem como delineia um conjunto de saberes para a formação do professor.</p>Adriano da FonsecaEdilene Simões Costa dos Santos
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2024-12-192024-12-19181366377MODELAGEM MATEMÁTICA:
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<p>Este artigo relata a experiência de um minicurso sobre modelagem matemática realizado para futuros professores de matemática na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). O minicurso teve como objetivo sensibilizar os participantes para o uso da modelagem matemática como uma abordagem pedagógica eficaz. Inicialmente, os participantes demonstraram pouco conhecimento sobre a modelagem matemática e dificuldade em conectar conceitos matemáticos com situações cotidianas. Contudo, durante a atividade prática, foi possível evidenciar como situações simples do cotidiano podem ser usadas para ensinar diversos conteúdos matemáticos, como números inteiros, racionais, gráficos e porcentagem. A experiência mostrou que a modelagem matemática pode potencializar o ensino da matemática, tornando-o mais contextualizado e relevante. Os participantes expressaram surpresa e entusiasmo ao perceberem a aplicabilidade da modelagem em suas futuras práticas pedagógicas. Conclui-se que a modelagem matemática pode enriquecer o ensino e que sua inclusão nos programas de formação inicial e continuada pode ser de grande relevância. Sugere-se também a realização de estudos adicionais para explorar a aplicação da modelagem em diferentes contextos educacionais.</p>Flaviane Meireles dos Santos Campeiro
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2024-12-192024-12-19181378385RELACIONALIDADES E ACOLHIMENTO DE ESTUDANTES IMIGRANTES EM AMBIENTES ESCOLARES
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21758
<p>Este trabalho propõe uma reflexão sobre os padrões de relacionalidade que emergem nas escolas quando estudantes imigrantes internacionais se integram ao ambiente escolar. Nosso objetivo central, por meio de uma abordagem pós-qualitativa, é investigar as dinâmicas, afetações e interações entre seres humanos e não humanos em mobilidade, tendo como referência os contextos educacionais. Para isso, utilizamos a perspectiva difrativa de Karen Barad. Durante nossa pesquisa, observamos a relevância das intra-ações entre migrantes e não migrantes no processo de acolhimento dos estudantes e suas famílias na comunidade escolar. As análises difrativas, baseadas em leituras realizadas durante encontros e entrevistas, revelam possíveis relacionalidades por meio dos agenciamentos entre migrantes, não migrantes, a comunidade escolar e as famílias. Os relatos apresentados pelos participantes da pesquisa nos convidam a repensar os padrões tradicionais de relacionalidade e afetação que ocorrem nas escolas. As difrações mostram possibilidades de criar ambientes mais acolhedores, menos preconceituosos e xenofóbicos, onde a diferença seja valorizada e respeitada. Nesse contexto, a Educação Matemática desempenha um papel importante ao abrir espaço para reflexões que transcendem fronteiras e promovem a inclusão.</p>Michele Cristina da SilvaJoão Ricardo Viola dos Santos
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2024-12-192024-12-19181386397ANSIEDADE MATEMÁTICA:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21759
<p>Este artigo tem como objetivo revisar e comparar três estudos sobre ansiedade matemática, selecionados a partir de uma análise no Litmaps. Dessa forma, discutimos e analisamos, por meio de uma revisão semi-sistemática de literatura, os estudos de Ashcraft (2002), Carmo e Simionato (2012) e Dowker et al. (2016). A metodologia consistiu na utilização da plataforma Litmaps para selecionar os artigos e criar mapas que relacionavam os artigos citados. Para análise dos dados, utilizamos o SciSpace, que possibilitou a criação de uma tabela comparativa. Os trabalhos abordam a ansiedade matemática sob diferentes perspectivas: cognitiva, emocional e sociocultural. Ademais, observamos uma ampla diversidade de métodos como testes cognitivos, terapia comportamental, questionários e técnicas de neuroimagem, destacando a complexidade do tema e a necessidade de abordagens interdisciplinares para reversão da ansiedade matemática. Concluímos que a integração entre neurociências, psicologia e educação é essencial para desenvolver intervenções eficazes, porém, ainda não existe uma solução única ou universal para lidar com a ansiedade matemática.</p>Amanda MouradAparecida Santana de Souza Chiari
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2024-12-192024-12-19181398408VISITANDO OS TRABALHOS DO SESEMAT SOB AS PERSPECTIVAS DE KAISER E SRIRAMAN EM MODELAGEM
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21683
<p>Este estudo aborda parte das discussões sobre as perspectivas em Modelagem realizadas pelo Grupo de Formação, Estudos e Pesquisas em Educação Matemática vinculado à Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atualmente, essa tendência na Educação Matemática tem gerado um aumento significativo de publicações aceitas em periódicos de revistas e em eventos de diferentes níveis, sejam internacionais, nacionais, regionais ou locais. A Modelagem é vista como uma estratégia pedagógica que busca potencializar o ensino e a aprendizagem da Matemática na sala de aula, abrangendo diversos níveis educacionais. À vista disso, nosso objetivo é verificar os trabalhos de Modelagem, como Relatos de Experiências e Comunicações Científicas, nos anais das edições anteriores do SESEMAT, buscando identificar em quais perspectivas de Kaiser e Sriraman essas pesquisas estão imbricadas. Para alcançar os resultados, elencamos três categorias de análise (AC) e, em cada categoria, selecionamos duas perspectivas. Na C1: Contextual e Sociocrítica, na C2: Cognitiva e Educacional, e na C3: Realística ou Aplicada e Epistemológica ou Teórica. Os resultados mostram que tanto os relatos quanto as comunicações atendem a uma ou mais categorias, dependendo dos objetivos e interesses de pesquisa de cada estudo analisado.</p>Alessandro Ribeiro da SilvaCícero Rocha de LimaClaudia Carreira da Rosa
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2024-12-192024-12-19181409420AS LEGISLAÇÕES DO ENSINO EM ANGOLA NO PERÍODO DE 1975 A 2020 :
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21637
<p>Este artigo tem como objetivo fazer uma análise histórico cultural da constituição do saber profissional do professor em Angola no período de 1975 a 2020. Teve como questão central da pesquisa a seguinte: Que informações ou orientações sobre o trabalho pedagógico do professor às legislações do ensino evidenciam? A mesma esteve revestida de fundamentos teóricos – metodológicos na perspectiva sociocultural, considerando autores que evidenciam o saber objetivado no centro do estudo da formação profissional do professor, representados pelo <em>saber a ensinar e saber para ensinar</em> constituídos entre si. Para o processo de transformação da informação em saber científico a análise baseou-se em dois dos quatro estágios de Burke, nomeadamente a coleta/recompilação e análise, reconfigurados em etapa da recompilação de experiências docentes e a análise comparativa dos conhecimentos dos docentes. Os resultados do estudo indicam que as legislações de ensino determinaram a cultura escolar que foi se transformando pelas finalidades que lhe são impostas, princípios, objetivos, áreas prioritárias e as estratégias que lhe são ditas para se conseguir a implantação das mesmas em cada período histórico.</p>Eslome Gando Citanela BicicletaEdilene Simões Costa dos Santos
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2024-12-202024-12-20181421431SABERES A ENSINAR E SABERES PARA ENSINAR ESTATÍSTICA NOS PROGRAMAS DE MATEMÁTICA DA 5ª E 6ª CLASSES ENSINO PRIMÁRIO DE ANGOLA NO PERIODO DE 2002 A 2016
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21638
<p>Esta pesquisa tem como objetivo caracterizar os saberes a ensinar e os saberes para ensinar Estatística no Ensino Primário de Angola no período de 2002 a 2016. A questão central é: Que estatística a ensinar e para ensinar estiveram presentes no Ensino Primário de Angola no período de 2002 a 2016? A mesma esteve revestida de fundamentos teóricos – metodológicos na perspectiva sociocultural, considerando autores que evidenciam o saber objetivado no centro do estudo da formação profissional do professor, representados pelo <em>saber a ensinar e saber para ensinar</em> articulados entre si, conjecturados por hipótese em <em>matemática a ensinar e matemática para ensinar </em>presentes na formação profissional do professor que ensina matemática. Para o processo de transformação da informação em saber científico a análise baseou-se em dois dos quatro estágios de Burke, nomeadamente a coleta/recompilação e análise, reconfigurados em etapa da recompilação de experiências docentes e a análise comparativa dos conhecimentos dos docentes. Como resultados, os programas analisados enquanto produto cultural de uma determinada sociedade, responderam as finalidades educativas da sua época bem como reuniram e sistematizaram saberes a ensinar e para ensinar Estatística, articulados em mútua dependência e mobilizados para a formação profissional do professor de matemática no período em estudo.</p>Eslome Gando Citanela BicicletaEdilene Simões Costa dos Santos
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2024-12-202024-12-20181432442GRUPOS DE FORMAÇÃO, ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21750
<p>Os grupos de pesquisas se estabelecem como um ambiente de investigação, tanto na formação inicial, como na formação continuada, em todas as áreas do conhecimento, inclusive na Educação Matemática. Neste sentido, esse estudo objetiva apresentar as pesquisas em construção no Grupo Formação, Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, desenvolvidas pelos doutorandos e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que utilizam a Modelagem Matemática como possibilidade para a formação dos professores que ensinam matemática, assim como, para o ensino e aprendizagem na Educação Básica e no Ensino Superior. Foram apresentadas teses e dissertação em construção no âmbito do grupo de pesquisa, que dialogam com as ideias defendidas pela Modelagem Matemática, e vão ao encontro dos estudos realizados no campo da Educação Matemática, que se preocupam com a promoção de um ensino de matemática diferenciado, com estratégias metodológicas que possibilitem uma aprendizagem com significado, além de permitir que professores que ensinam matemática possam refletir sobre as suas práticas pedagógicas, e as variadas formas de ensino.</p>Carlson Guerreiro de Almeida Débora Coelho de SouzaClaudia Carreira da Rosa
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2024-12-202024-12-20181443451CADERNOS DE MEMÓRIAS:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21533
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10.0pt; font-family: 'Times New Roman',serif; color: black;">Este artigo trata-se de resultados parciais um trabalho de pesquisa, que tem como objetivo descrever o processo histórico de implantação de um curso de Licenciatura Intercultural Indígena para formar professores de matemática. Buscamos analisar aspectos da memória do processo de implantação de um curso de matemática específico para professores indígenas, explorando “cadernos de memória” produzidos pelos estudantes indígenas. O curso de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade Federal da Grande Dourados, possui quatro áreas de habilitação, sendo uma delas a matemática. Neste curso, os “cadernos de memória” são instrumentos para o registro do cotidiano das práticas desenvolvidas ao longo das aulas. São produzidos em duas línguas, um em português outro em guarani. Estes cadernos trazem marcas do tempo e da história deste curso, que perpassam os relatos mostrando em muitos momentos os saberes matemáticos presentes na formação de professores indígenas que ensinam matemática. A partir da análise dos cadernos e do projeto pedagógico do curso, pretendemos apresentar aspectos da história da educação matemática do curso de matemática desta licenciatura específica. A produção das memórias, presentes no caderno que analisamos, nos traz a possibilidade de aprofundarmos e ampliarmos uma discussão sobre os diferentes aspectos presentes na formação dos professores indígenas de matemática num curso de Licenciatura Intercultural Indígena.</span></p>Gustavo PiresMaria Aparecida Mendes de Oliveira
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2024-12-202024-12-20181452464BANCO IMOBILIÁRIO:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21755
<p>O artigo explora a importância de tornar o ensino da matemática financeira mais relevante e eficaz por meio de abordagens práticas e lúdicas. Destaca que a educação deve permitir aos alunos interagir com o conteúdo de forma prática, em vez de apenas memorizar informações. No Brasil, a falta de conhecimento financeiro contribui significativamente para problemas econômicos, tornando essencial a inclusão desse tema nas escolas. Apesar das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) recomendarem a inclusão de temas financeiros, a prática frequentemente enfrenta desafios, como a falta de materiais e a preparação inadequada dos professores. Para superar essas dificuldades, o artigo propõe o uso de uma versão adaptada do Banco Imobiliário em uma escola de Manaus. O jogo, ajustado para refletir a realidade local, visa engajar os alunos e melhorar a compreensão dos conceitos financeiros. O estudo demonstra que métodos lúdicos e contextualizados podem tornar o ensino da matemática financeira mais interessante e aplicável, oferecendo uma abordagem mais prática e envolvente para os alunos.</p>Jean Douglas de Souza Tapajós JuniorVictoria Izidia Ferreira de SouzaAntonio Junior Evangelista
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2024-12-202024-12-20181465477UMA ABORDAGEM HISTÓRICA PARA O ENSINO DE MEDIDAS
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21624
<p>Integrar a história da matemática no ensino incide no interesse dos alunos. Saito (2013), argumenta que essa abordagem torna a matemática mais acessível e humanizadora, promovendo um aprendizado mais reflexivo e significativo, mas é necessário aprofundar esse estudo, de forma que essa conexão não passe a ser apenas citações e contextualização. Nesse sentido, a pesquisa a que este texto se refere teve como objetivo produzir uma sequência didática para o ensino de medidas utilizando o contexto histórico da criação do paquímetro. A aplicação da sequência didática aconteceu em uma turma de professores em formação, na disciplina de História da Matemática, do curso de Licenciatura em Matemática da UFMS. Na sequência, foi apresentado o conceito histórico de unidades medidas, passando pelo significado de côncavo, polegada, jardas e pés até a história da criação do metro. Esse movimento foi realizado buscando questionar através de seu desenvolvimento histórico as exatidões dessas medidas. Apresentamos então que o metro era representado por uma barra de liga de platina e irídio, após sua formulação pelos franceses em 1799, baseada em um quarto do meridiano entre a linha do Equador e o Polo Norte. Porém, questionamos a exatidão de algo físico como uma barra, sendo sujeita a alterações físicas decorrentes do desgaste e da oscilação da temperatura, assim como as medidas de comprimento do corpo variam. No fim desse movimento, mostramos que a última correção da medida do metro, datada de 1983, foi baseada em como a luz se propaga no vácuo em 1 segundo (Crease, 2011). Em relação aos estudantes, esse último método parecia ser o ponto final; a exatidão enfim, foi conquistada. Em seguida, foi abordado uma apresentação da ferramenta paquímetro, como um instrumento de medida capaz de uma precisão maior. A escala Nônio seria a responsável por essa precisão, e relatamos a história da criação pelo Pedro Nunes (Medeiros, 2004) da ferramenta que carregaria seu nome. Disponibilizamos então uma atividade em grupo juntamente com os seguintes materiais: paquímetro, lápis, borracha e apontador. Na atividade uma tabela era disponibilizada para que os alunos realizassem as medidas com 3 instrumentos diferentes, o próprio polegar de algum indivíduo do grupo, régua e paquímetro. Ocasionando uma diferença considera em cada medida principalmente nas polegas, já cada grupo tinha um como unidade de medida. Ao final foi constatado que mesmo o paquímetro possui uma margem de erro, levando a reflexão da sala sobre a exatidão de algo tão usual como a medidas no geral. Houve questionamentos a respeito de outras unidades de comprimento, como o conceito de massa e o que define de fato um quilo. Como conclusão da aplicação da atividade, podemos dizer que trabalhar a história das unidades de medida proporcionou aos estudantes o questionamento da ideia de uma matemática exata, platônica, que está pronta esperando para ser descoberta. Ao contrário, ao trazer o contexto histórico, possibilitamos desmistificar noções de medida que temos utilizado no cotidiano como se sempre tivessem sido assim, e ainda, pensar na possibilidade de outros sistemas métricos e, por consequência, de outras noções da matemática.</p>André Matheus Batista MorinigoCarla Regina Mariano da Silva
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2024-12-112024-12-11181465466O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21745
<p>Este resumo é um breve relato da pesquisa que está sendo desenvolvida no curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Em nossa pesquisa pretendemos analisar os movimentos históricos acerca da criação e instalação dos Laboratórios de Ensino de Matemática (LEM) em instituições de Ensino Superior, com curso de formação de professores de Matemática, investigando as relações e as potencialidades desses laboratórios na formação desses professores. A organização de um LEM pode ter em sua composição diversos recursos como: materiais manipuláveis; tecnológicos; recursos audiovisuais; livros; e materiais didáticos, podemos defini-lo como um espaço físico para relacionar a prática com a teoria. Segundo Silva e Souza (2018), os LEMs podem ser entendidos como um espaço para o desenvolvimento de atividades formativas-educativas que possibilitam a discussão dos mais variados aspectos relacionados à aprendizagem da docência em Matemática e ao Ensino da Matemática na escola. De acordo com Silva e Silva (2004), o LEM é entendido como um espaço de construção de conhecimento, individual e/ou coletivo, possibilitando a alunos e professores a expansão de sua criatividade com o enriquecimento das atividades de Ensino-Aprendizagem, tornando o processo mais dinâmico, prazeroso e eficaz. Já Lorenzato (2010), destaca o LEM como uma alternativa metodológica, pois o Ensino de Matemática se apresenta com necessidades especiais e o LEM pode ser considerado um importante espaço de aprendizagem, em todos os níveis de ensino. Dito isso, produzir uma pesquisa histórica possibilita a teorização sobre os fenômenos organizacionais contemporâneos, justamente por permitir um melhor entendimento sobre problemas, temas priorizados e aspectos gerais relacionados à prática organizacional (Silva et. al., 2019). Entretanto Valente (2007), considera que os fatos históricos são constituídos de traços, de rastros deixados no presente pelo passado, sendo papel do historiador efetuar um trabalho sobre esses traços para construir os fatos. Mendes (2019), também, destaca a importância de compreender como surgem os ramos de conhecimento pelas pesquisas, ou seja, as bifurcações dos formatos de produção de conhecimento, fazendo surgir novos formatos. Nesse sentido, nossa pesquisa pretende estudar o surgimento dos LEMs em Instituições de Ensino Superior no Brasil, para investigar as contribuições na formação de professores de Matemática. Nosso intuito é delimitar a pesquisa em 21 laboratórios cadastrados na página da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), espalhados pelas cinco regiões do país, em busca de entender quais os movimentos históricos por trás da criação de cada um deles e suas contribuições na formação de professores de Matemática. Nossa pesquisa terá um cunho exploratório e para a produção de dados vamos recorrer a três procedimentos que percorrerão e se entrelaçaram no decorrer da pesquisa, sendo eles: a Revisão Sistemática da Literatura, que segundo Sampaio e Mancini (2006) pode ser entendida como útil para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados. Entrevista (Aguiar; Ozella, 2006) como instrumento rico, pois permitem acessos aos processos psíquicos que nos interessam. Sendo assim, as Entrevistas Semiestruturada são compostas por perguntas abertas e fechadas, permitindo a elaboração de um roteiro pré-definido, porém com a flexibilidade para explorar tópicos que possam surgir durante a conversa; e Observação Participante sendo um processo onde o pesquisador se insere no contexto social em estudo, participando ativamente das atividades e interações dos indivíduos.</p> <p><strong> </strong></p>Antonio Junior EvangelistaThiago Pedro Pinto
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2024-12-112024-12-11181467469UMA DISCUSSÃO DE UMA ATIVIDADE BASEADA EM CATEGORIAS DO COTIDIANO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
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<p>O objetivo deste trabalho é analisar uma atividade baseada em categorias do cotidiano (AbCC) e explicitar suas potencialidades na formação inicial de professores de matemática. Para a realização dessa investigação, em andamento, foram realizadas leituras de trabalhos que utilizaram como referencial teórico-metodológico o Modelo dos Campos Semânticos (MCS) (Lins, 1999) e que investigaram espaços formativos com a utilização de atividades baseadas em categorias do cotidiano (Viola dos Santos, Barbosa e Linardi, 2018). Neste trabalho apresentamos algumas discussões de uma atividade. De maneira sucinta, “o MCS é uma teorização que oferece possibilidade de realizarmos leituras de processos de produção de significados de sujeitos educacionais. Não se trata de algo estático e engessado, mas sim de um movimento, um modo de ver mundos, nos inventando neles”. (Viola dos Santos, <em>et al</em>, 2018, p 42). Quando pensamos em Matemática é inevitável não pensar em fórmulas e em um ensino totalmente tradicional. Junto a essa narrativa, quase sempre, vem a pergunta de muitos alunos: em que parte da minha vida eu vou usar isso? Essa pergunta também é frequente nas aulas da graduação e, aparecem com frequência, como consequência disso, uma ideia de um ensino tradicional, em que os alunos precisam escutar o que o professor tem a dizer e ocupam espaços para explicitar seus significados, afetos, histórias. Para que aconteça um processo de interação no qual alunos e professores se alterem como sujeitos que produzem significados é preciso que ambos estejam abertos e interessados no que o outro diz. Como cita Lins “os significados da rua já estão na escola; podemos dar legitimidade a eles, com um projeto de educação matemática que dê voz aos alunos, ou podemos mantê-los na clandestinidade, com um projeto de educação matemática no qual só o professor fale. (p.87, 1999)”. Partindo disso, uma possibilidade para formar professores que ensinam matemática seria trabalhar com AbCC em uma dinâmica que posiciona o licenciando como protagonista e que desloca a centralidade dos conteúdos matemáticos. Espaços, demandas, instâncias da vida que se relacionam a um cotidiano, um comum, que pode ser partilhado, se constitui como uma centralidade nos espaços formativos. Nossa atividade estudada foi: “Thomas Esfirras”, com o seguinte enunciado: <em>Thomaz Esfirras é uma lanchonete que cobra de seus clientes de uma maneira diferenciada. Os salgados ficam em gôndolas e os refrigerantes ficam em geladeiras à disposição dos clientes. Estes se servem à vontade e quando vão pagar o caixa pergunta quanto eles comeram e beberam. Você acha que o dono do Thomaz Esfirras tem prejuízo por cobrar dessa maneira?</em> Essa atividade demanda que o licenciando tome uma decisão em discussões éticas, filosóficas, econômicas, matemáticas. Por exemplo, será que todos os clientes são honestos? Em relação à propaganda do estabelecimento, será que essa atrai mais clientes e compensa aquele que não pagou por tudo? Acreditamos que o papel da formação inicial não é de, apenas, ensinar conteúdos, mas sim em oferecer possibilidades para que futuros professores possam ampliar seus repertórios e construírem tematizações com seus futuros alunos, nas quais processos de produção de significados matemáticos, não-matemáticos, políticos, econômicos, sociais possam fazer parte.</p>Barbara Tonon da SilvaJoão Ricardo Viola dos Santos
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2024-12-112024-12-11181470471MATEMÁTICA:
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<p>A problematização proposta neste trabalho tem como ponto de partida uma experiência vivenciada junto a uma comunidade quilombola. Em uma reunião com representantes da comunidade, da comunidade escolar de uma de suas escolas e de pesquisadores, entre os quais, nós, autoras, uma moradora relatou sobre a articulação da comunidade para implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (EEQ) na Educação Básica (Brasil, 2012) em suas escolas. Trata-se de uma legislação de 2012 que ainda é uma realidade distante para esta e muitas outras comunidades. No entanto, seu relato sofre uma série de intervenções de um dos funcionários da escola. Essas intervenções sugeriam que a EEQ seria um meio de aprisionamento a uma vida difícil, no campo, indo contra o desejo dos pais dos alunos de verem seus filhos “doutores”. Tais intervenções foram contrapostas, inclusive por uma das autoras, ao trazer uma experiência vivenciada na escola, na qual os estudantes, juntamente com ela, artesãs da comunidade e professoras, sistematizaram sobre o trançamento de fibras utilizadas para confecção de peneiras, mostrando como isso aproximou os estudantes de uma importante herança cultural da comunidade e também desenvolveu conhecimentos matemáticos, indo além do é imposto como matemática e ao encontro da EEQ. Mas um imponente “Isso não é matemática!” é proferido como resposta do funcionário, que completou: “Matemática é fazer contas, equações.” Essas afirmações e todo o contexto nos fez indagar se a matemática hegemônica seria um passaporte para o sucesso. E, ao refletir sobre, surge outra pergunta: o que essa matemática tem ofertado? Concordamos com Rosa e Giraldo (2023), que essa matemática é fruto da construção teórica da branquitude ocidental, e, portanto, nos oferece valores dessa branquitude. Valores que impõe uma superioridade desta branquitude e uma inferioridade daqueles que não pertencem a esse espectro. Que apagam ou se apropriam das contribuições de povos não ocidentais na construção do saber matemático, naturalizando a matemática como uma experiência branca, e, por consequência, sustentando a autoridade desse modo branco de produzir matemática, colocando-o como o único meio válido. Assim, outras formas de produzir, pensar e utilizar matemática são prontamente rejeitadas: “Isso não é matemática!”. Especialmente se essas outras formas forem provenientes de grupos oprimidos, reconhecê-las seria lhes conceder poder. E essa concessão não é de interesse da branquitude. É de interesse que sigamos com uma matemática que nos impute desde crianças valores ocidentais de racionalidade, objetividade e universalidade (Valero, 2018). Valores que, racializados, como denuncia Nzegwu (2023), barra acessos de povos não europeus e deslegitima a produção de conhecimento desses povos, obrigando-os a acomodar essa branquitude e esquecerem de si mesmos. Voltando à indagação se a matemática hegemônica é um passaporte para o sucesso, respondemos que depende. Às comunidades quilombolas, uma matemática embranquecida, que desconsidera as diferentes formas de pensar, os contextos, que deslegitima a construção de saberes africanos e latinos, e que contribui para a construção ideológica de inferioridade do negro, não. Por outro lado, para um sistema que necessita de mão de obra qualificada, submissa e que aceite a “dança” da divisão social, racial e sexual do trabalho, concordamos com Valero (2018), a matemática hegemônica é um belo passaporte para o sucesso desse sistema, produzindo meros seres de troca econômica.</p>Daniele Costa SilvaVanessa Franco Neto
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2024-12-112024-12-11181472473PROBLEMATIZANDO PROCESSOS DE DIGITALIZAÇÃO DE VIDAS HUMANAS
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<p>Este trabalho tem como principal objetivo investigar efeitos de digitalização de vidas humanas, em específico em vidas de Licenciandos em Matemática. Nossas temáticas versam sobre o efeito de algoritmos em produções de desejos e modos de viver, como os alunos se relacionam com as redes sociais que, em sua maioria, funcionam como mediadores de suas interações sociais e acadêmicas e como redes sociais moldam as relações interpessoais. Como todas essas temáticas se relacionam e implicam na formação inicial de futuros professores de matemática, uma pergunta de nosso trabalho é como os algoritmos impactam vidas de licenciandos. Nosso cenário de pesquisa são estudantes de Licenciatura em Matemática da UFMS, em Campo Grande, entretanto não se restringe a isso. Foram produzidas rodas de discussão com mestrandos e doutorandos em Educação Matemática para aprofundar nossa pesquisa que tem como referencial teórico o livro, Algoritmos de Destruição em Massa, de Cathy O’Neil e o Modelo dos Campos Semânticos (MCS), de Romulo Campos Lins. O MCS que oferece uma estrutura para leituras plausíveis de contextos escolares na valorização do ponto de vista do outro. Temos intenção de constituir um grupo de trabalho e rodas de discussões com licenciandos em Matemática, na qual serão discutidas as interações entre humanos, tecnologias e processos de digitalização da vida, por meio de algoritmos. Produziremos nossos dados a partir de gravações de áudio, vídeos dos encontros e relatos dos participantes. Infelizmente devido à greve docente das universidades federais, no primeiro semestre de 2024 não conseguimos realizar nosso grupo de trabalho e as rodas de conversa com os licenciandos. Está será nossa próxima etapa da pesquisa. Diante desse acontecimento, focamos nossos estudos nas discussões em relação aos algoritmos apresentadas por O’Neil. Algumas de nossas discussões podem ser exemplificadas deste modo: <em>"o Google processou imagens de um trio de felizes jovens afro-americanos e o serviço automático de marcação de fotos os identificou como gorilas"</em> ou <em>"criminalizamos a pobreza, acreditando o tempo todo que nossas ferramentas não são apenas científicas, mas justas".</em> Esses exemplos foram discutidos e evidenciaram como os algoritmos podem perpetuar preconceitos, explorar nossas inseguranças e dividir a sociedade. Essas reflexões são essenciais para entender o impacto dessas tecnologias no cotidiano acadêmico e social. Até o momento nossas principais considerações explicitam como os licenciandos em um curso noturno, imersos em um ambiente onde as redes sociais desempenham um papel central, são constantemente confrontados, tensionados, coaptados, moldados em processo de digitalização de suas vidas, por meio de algoritmos. Muitas camadas antes invisíveis se tornaram mais explicitas, dificuldades que antes eram ocultas, agora estão mais expostas. Logo, o mais essencial é nunca cessar de questionar e problematizar essas realidades, pois é desta forma que podemos encontrar novos caminhos diante dos algoritmos. Com a ampliação da pesquisa, poderemos finalmente atingir nosso objetivo primário, previamente impedido pela greve. No entanto, estaremos mais bem preparados devido aos estudos realizados ao longo do processo. Assim, as atividades serão desenvolvidas com base nos cenários de digitalização da vida por meio de algoritmos, em grupos de trabalho compostos por licenciandos de Matemática.</p>Davi Camargo GuardianoJoão Ricardo Viola dos Santos
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2024-12-112024-12-11181474475PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES IDENTIFICADOS COM ALTAS HABILIDADES EM MATEMÁTICA SOBRE O ENSINO SUPERIOR:
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<p><span style="font-weight: 400;">A pesquisa, em fase inicial, tem como objetivo entender como alunos identificados com altas habilidades na área de matemática que estão na universidade ou finalizaram o ensino médio veem o ensino superior. Um dos principais pontos para o desenvolvimento da pesquisa tem-se o gosto pessoal da autora deste texto pelas experiências vividas por alunos identificados, por ter sido uma aluna de graduação com altas habilidades, ter vivido várias experiências, nem todas boas, e por saber que nem todos os identificados querem esse ocupar.</span> <span style="font-weight: 400;">Cabe dizer que um aluno superdotado segundo a Teoria dos Três Anéis criada por Joseph Renzulli em sua pesquisa, é aquele “que possuem ou são capazes de desenvolver este conjunto de traços: habilidade acima da média em alguma área do conhecimento, comparada aos seus pares com mesma idade e no mesmo ano de escolaridade; criatividade; envolvimento, motivação e concentração com a tarefa; capacidade de pensar estratégias diferentes para solucionar problemas, perceber novos significados e implicações para retirar ideias de uma situação e aplicá-las em outra; e aplicá-los a qualquer área potencialmente valorizada do desempenho humano”(RENZULLI, 2004, p.85). </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">As altas habilidades e superdotação (AH-SD) no Brasil é considerada como público assistido pela Educação Especial, que é uma modalidade de ensino, por sua vez legitimada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/1996. O Conselho Nacional de Educação – CNE – afirma que, atualmente, esses discentes se encontram à margem do sistema educacional, sem receberem o devido atendimento especializado para suplementar o ensino: “Determinados segmentos da comunidade permanecem igualmente discriminados e à margem do sistema educacional. É o caso dos superdotados, [...] devido a necessidades e motivações específicas. Assim, esses alunos muitas vezes abandonam o sistema educacional, inclusive por dificuldades de relacionamento”. (BRASIL, 2001, p.7)</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Assim, a Educação Inclusiva, enquanto conceito e prática, tem sua raiz na busca por uma educação que atenda a todos os alunos, independente de suas características individuais, sociais, culturais ou de habilidades. Na busca pela inclusão, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) pontua que é preciso, em seus sistemas de ensino, assegurar a inclusão escolar dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (AH-SD) para que tenham acesso ao ensino regular, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até à educação superior. </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Nessa perspectiva, este estudo terá como metodologia a Pesquisa Narrativa sendo ela uma abordagem qualitativa que busca compreender e interpretar a experiência humana por meio das vivências que as pessoas contam, eventos ou fenômenos específicos, reconhece a importância da subjetividade e da interpretação na construção do conhecimento: “As pessoas vivem histórias e no contar dessas histórias se reafirmam. Modificam-se e criam novas histórias. As histórias vividas e contadas educam a nós mesmos e aos outros” (CLANDININ; CONNELLY, 2011, p. 27).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Tendo em vista a metodologia escolhida, o público alvo da pesquisa será alunos identificados com altas habilidades ou superdotação que estudam em universidades de Campo Grande MS, e ex-alunos no CEAM/AS (Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/ Superdotação). Então, a partir das análises das narrativas, esperamos que nossa pesquisa possa nos ajudar a compreender as vivências em espaços escolares, ajudar a aumentar informações sobre necessidades educacionais específicas desses alunos, promovendo a criação de ambientes mais inclusivos e propícios ao pleno desenvolvimento de suas habilidades, além de esperarmos contribuir com os estudos futuros.</span></p>Déborah Liz Rodrigues de SouzaFernanda Malinosky Coelho da Rosa
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2024-12-112024-12-11181476477A INFLUÊNCIA DOS CURRÍCULOS E PROJETOS INTEGRADORES NA FORMAÇÃO DOS JOVENS:
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<p>Na história da educação brasileira é constante a preocupação dos órgãos governamentais em estabelecer bases gerais para os currículos da educação básica que, ligadas aos contextos sociopolíticos, econômicos e educacionais do país, refletem as necessidades de mudanças vislumbradas pelos governos. Como Veiga-Netto (2002), entendemos que o currículo reflete a cultura de seu contexto histórico, selecionando conteúdos e práticas que a sociedade considera relevantes, e evidencia os critérios usados por educadores para priorizar certos conteúdos, situando-se na interseção entre escola e cultura. Em 2021, o PNLD foi reformulado, introduzindo os Projetos Integradores. Uma novidade no Brasil, elaborado em consonância com as diretrizes da reforma do Ensino Médio, visa proporcionar uma trajetória escolar significativa. Ao ultrapassar o conteúdo escolar tradicional, aborda temas que possibilitam discussões variadas, estimula o protagonismo juvenil e o desenvolvimento do pensamento crítico, da comunicação, do repertório cultural, da cooperação e da responsabilidade cidadã, qualidades desejáveis para os jovens em nossa sociedade. Todavia, é importante ressaltar a necessidade de discutir um assunto delicado. Para Machado (2014), há críticos que argumentam que o currículo pode estar associado a processos de controle social e disciplina dos estudantes. Moreira (2004) já defendia que o currículo é uma ferramenta utilizada por diversas sociedades para promover a conservação, transformação e renovação dos conhecimentos acumulados ao longo da história, contribuindo para a socialização de crianças e jovens conforme valores desejáveis.</p> <p>Neste sentido, as obras de Projeto Integrador, podem funcionar como ferramentas de controle e governança, propagando valores desejados pelos órgãos dirigentes, influenciando assim o comportamento dos jovens que utilizam os livros. Silva (2022) afirma que a matemática pode funcionar como ferramenta que orienta o comportamento e que, junto ao seu ensino, carrega valores que moldam uma moral. Destaca o alinhamento da matemática escolar com a lógica neoliberal, que responsabiliza o indivíduo pelo próprio sucesso ou fracasso, incentivando a gestão da vida pessoal como uma empresa.</p> <p>Como exemplo, ao analisar o livro de Projeto Integrador de Matemática "Tempo Jovem", de Jeverson Cevada, nota-se a possível intencionalidade em suas atividades, sugerindo discussões alinhadas a valores considerados corretos pela sociedade, moldando o comportamento dos jovens. Para Foucault (1993), governar vai além de forçar obediência, envolve um equilíbrio entre coerção e processos de autoformação, onde o indivíduo se molda ou se transforma. Barros (2019) já afirmava que governar adquiriu novos significados, e a forma como as pessoas se conhecem e são manipuladas está ligada à maneira como se conduzem. Assim, reflexões contidas nesses livros podem influenciar o autoconhecimento dos jovens e guiar comportamentos conforme os desejos dos órgãos dirigentes. A partir das análises das atividades presentes nos livros de Projeto Integrador de Matemática, utilizando a definição de governamentalidade de Michel Foucault, como referência teórica, busca-se investigar a construção dessas obras e discutir como as reflexões propostas podem ser empregadas pelos órgãos dirigentes da educação brasileira como ferramentas de controle, influenciando a formação dos jovens, abordando possíveis implicações desse processo na constituição dos alunos como cidadãos.</p>Everton Melo de OliveiraMarcio Antonio da Silva
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2024-12-112024-12-11181478480INFLUÊNCIAS EXTERNAS À CLASSE NO ENSINO DO PLANO CARTESIANO EM DUAS DÉCADAS:
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<p>Este resumo apresenta os caminhos iniciais de uma pesquisa em desenvolvimento no mestrado em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A ideia surgiu a partir de inquietações acadêmicas ao pensar nas alterações curriculares, nos livros didáticos e em fatores externos à classe que influenciam as mudanças no ensino de um objeto. O objetivo é investigar a proposta de ensino do plano cartesiano ao longo de duas décadas, e a escolha por esse objeto surgiu do interesse do pesquisador pela área da geometria e pelo fato de ter afinidade com a geografia ao pensar na localização em mapas. Assim, a partir da interseção entre as duas áreas, o plano cartesiano foi se estruturando como objeto a ser estudado. Foram realizadas pesquisas para verificar a presença do plano cartesiano em situações quotidianas, por exemplo, sua utilização para o sistema de endereços de uma cidade, e a importância desse objeto na geografia, inferindo que o plano cartesiano é um objeto que “circula” por várias instituições. Nesse momento, a pesquisa se volta ao estudo do livro didático e, para entender e modelizar algumas situações uma lente teórica seria necessária. Inicialmente, duas teorias da Didática da Matemática (DDM) - a Teoria das Situações Didáticas (TSD) (Brousseau, 1986) e a Teoria Antropológica do Didático (TAD) (Chevallard, 1991) foram estudadas e, para atingir os objetivos, a pesquisa está dividida em etapas para a produção dos dados. Primeiro, realizou-se uma busca por referências ao plano cartesiano nos documentos oficiais e quais orientações contêm para o ensino desse objeto. Foram lidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que não era normativo mas foi amplamente utilizado, e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) por ser o atual documento normativo norteador dos currículos. Com esses estudos, já foi possível constatar diferenças no ensino do plano cartesiano, uma vez que, por exemplo, com a BNCC a introdução a esse objeto ocorre no 5º ano do Ensino Fundamental, e nos PCN ocorre nos anos finais, e o estudo de certos conceitos que remetem ao plano cartesiano foram deslocados para outros anos escolares. Sendo assim, recorremos ao estudo dos livros didáticos para verificar a organização do ensino do plano cartesiano nesse material e utilizou-se o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para selecionar uma coleção de mesma autoria aprovada à época dos PCN e que permaneceu com a BNCC. Nesse caminhar paralelo de estudo dos documentos, dos livros didáticos e das teorias da DDM, a TAD foi escolhida por conter elementos que permitem analisar e responder aos objetivos da pesquisa. O estudo da Transposição Didática permite entender como um objeto chega ao livro didático, por quais transformações ele passa, o que influencia e determina tais transformações. Para estudar o que está presente no livro didático, propomos realizar a análise praxeológica do ensino do plano cartesiano por meio do caminho metodológico proposto por Bittar (2017) acerca da análise de livros didáticos à luz da TAD. Os dados produzidos a partir do estudo dos livros didáticos serão analisados à luz dos Níveis de Co-determinação Didática (Chevallard, 2002), que permitirá estudar as influências externas à classe que influenciaram e causaram mudanças na organização e ensino do plano cartesiano. Dessa forma, esta pesquisa busca contribuir com estudos sobre análise de livros didáticos desenvolvidos pelo grupo de estudos em didática da matemática (DDMat) e com reflexões acerca das mudanças curriculares e do ensino.</p>Filipe André Cruz AdegasMarilena Bittar
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2024-12-112024-12-11181481482O PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR:
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<p>Nesta pesquisa temos como objetivo analisar a mediação do professor de matemática no processo de construção do conhecimento pelos alunos, fundamentando-nos na Teoria das Situações Didáticas (TSD) desenvolvida por Guy Brousseau (1986) e na reestruturação do meio proposta por Claire Margolinas (2004). A TSD propõe a criação de situações didáticas, nas quais os alunos interagem com o meio para construir conhecimento de forma autônoma, sem a intervenção direta do professor. Este tipo de situação é definida pela TSD como uma situação adidática. A proposta de situações em que os alunos têm um papel ativo é fundamental dentro da TSD, e a mediação envolve estimular a autonomia dos alunos sem fornecer respostas prontas. A inquietação sobre como efetivar essa mediação levou ao estudo da TSD, que sugere que a construção do conhecimento é um processo e surge das interações naturais entre o aluno e o meio. O objetivo geral desta pesquisa de mestrado é analisar o papel do professor como mediador em situações adidáticas. Especificamente, busca-se examinar as características das situações didáticas descritas em pesquisas brasileiras, investigar como as situações adidáticas são mantidas em diferentes contextos educacionais e identificar estratégias utilizadas por professores para manter os alunos engajados nas situações adidáticas. Brousseau propõe a estruturação do meio para compreender o processo de ensino e aprendizagem. Margolinas amplia essa visão, considerando as ações do professor fora da sala de aula, como nas situações sobredidáticas. A mediação do professor é essencial para manter o aluno envolvido e motivado na construção do conhecimento. A situação adidática deve permitir que o aluno desenvolva estratégias iniciais baseadas em conhecimentos prévios, mas que precise adaptá-las para resolver problemas, promovendo sua autonomia intelectual. O estudo visa compreender como a mediação é desenvolvida em pesquisas que mobilizam a TSD, revelando práticas, desafios e estratégias que visam manter os estudantes em situações adidáticas. Espera-se gerar novas perguntas e perspectivas sobre a complexidade do papel do professor como mediador e contribuir para o avanço teórico da TSD, enriquecendo as práticas pedagógicas na educação matemática. A metodologia adotada será a análise documental de teses e dissertações brasileiras que utilizaram a TSD, com foco na ideia de situação adidática. A Análise de Conteúdo (Bardin, 2016) permitirá identificar tendências, desafios e lacunas no conhecimento, proporcionando um aprofundamento do entendimento sobre como a mediação do professor influencia a construção do conhecimento pelo aluno. Como resultado, esperamos contribuir para a compreensão do papel do professor como mediador, destacando a importância da interação entre aluno e meio no processo de aprendizagem.</p>Giovane Iop ReboucasMarilena Bittar
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2024-12-112024-12-11181483484PERCEPÇÃO DE ALTERIDADE NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA:
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<p>O papel dos professores vai além de transmitir conhecimento, incluindo reflexões sobre as relações interpessoais com os alunos. No ensino de matemática, professores são frequentemente vistos como racionais e distantes, o que levanta a questão: como podem compreender suas experiências por meio das interações com os outros? Esta pesquisa busca explorar a percepção de alteridade em professores de matemática do ensino médio a partir de narrativas sobre suas vivências em escolas públicas de Bonito-MS. Segundo Oliveira (2011), narrativas sobre desenvolvimento profissional são ferramentas valiosas na formação docente, permitindo análises que enriquecem o ensino. Larrosa (2011) define alteridade como a capacidade de lidar com o desconhecido e transformar-se por meio de interações, aspecto crucial na educação. Professores, que também foram alunos, devem revisitar experiências para compreender como relações interpessoais moldam suas práticas. Um exemplo é quando a autora, mesmo chegando ao resultado correto por um método alternativo, teve sua solução rejeitada pelo professor por não seguir exatamente o procedimento ensinado. Isso destaca a importância de flexibilidade e valorização de abordagens diferentes. Larrosa argumenta que experiências podem transformar os indivíduos, imediatamente ou ao longo do tempo. Ao considerar soluções alternativas, o professor pode adotar uma postura egocêntrica ou abrir-se à alteridade, reconhecendo o valor do pensamento do aluno. A pesquisa será conduzida com abordagem qualitativa, valorizando a construção social da realidade e a relação entre pesquisador e objeto. Dados serão coletados por entrevistas e narrativas de professores de duas escolas, destacando experiências significativas. Relatar vivências, conforme Oliveira (2011), enriquece a prática docente. A metodologia da História Oral, proposta por Garnica e Souza (2012), estrutura a investigação com etapas como convite, roteiro, entrevista, transcrição e textualização, culminando em análises baseadas em Larrosa. As narrativas ajudarão a compreender como experiências tocam e transformam professores. Como produto educacional, será desenvolvido um eBook abordando a importância da alteridade na formação docente, servindo como um recurso didático e um legado da pesquisa. Esse material será aprimorado ao longo do processo investigativo e terá papel central na disseminação e aplicação do conceito de alteridade na formação e prática pedagógica de professores de matemática. A pesquisa espera contribuir para destacar a relevância da alteridade na prática pedagógica e no desenvolvimento profissional contínuo.</p>Ingridy Maria Mirandola Santos Kátia Guerchi Gonzales
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2024-12-122024-12-12181485486METODOLOGIAS ATIVAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA E OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21704
<p>A matemática é frequentemente vista como uma das disciplinas mais desafiadoras no currículo escolar, tanto por estudantes quanto por professores. Essa percepção de dificuldade reflete-se nos preocupantes índices de baixa proficiência em matemática, evidenciados em avaliações externas como o Saeb, entre outras. Nesse contexto, as metodologias ativas surgem como uma estratégia promissora na tentativa de melhorar a compreensão dos conceitos matemáticos. Nesse sentido, este estudo, apresenta uma discussão sobre o uso de Metodologias Ativas na prática pedagógica de professores de matemática, assim como os desafios enfrentados na implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este trabalho foi desenvolvido por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). O objetivo foi identificar e discutir sobre a compreensão e uso de metodologias ativas por professores de matemática da rede pública de Dourados/MS. Para atingir esses objetivos, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas estruturadas, envolvendo 3 professores de matemática vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e que atuam em escolas públicas de Dourados. A BNCC e os estudos de pesquisadores como Bacich e Moran (2017), Paiva (2017), Diesel (2017), entre outros, serviram como suporte teórico na discussão dos resultados. Os dados foram analisados segundo a metodologia de análise de conteúdo de Bardin (2011), que compreende três etapas: Pré-análise, em que as entrevistas realizadas foram gravadas, transcritas e organizadas em categorias; Exploração do Material, a qual os temas principais identificados nas falas dos professores foram agrupados em duas categorias: Percepção e Compreensão de Metodologias Ativas e, Aplicação e Integração de Metodologias Ativas na Prática Docente; e, por fim, o Tratamento dos Resultados, em que foram feitas inferências baseadas na percepção de alguns pesquisadores. Os resultados indicaram que as metodologias ativas se destacam por desafiar o ensino tradicional, buscando contribuir significativamente para a aprendizagem dos alunos. Os professores entrevistados relataram que essas metodologias promovem o protagonismo dos alunos, tornando as aulas mais interativas e dinâmicas, porém ao relatar seu uso, não destacaram suas contribuições para a aprendizagem de conceitos matemáticos. Foi identificado também, que muitos professores compreendem erroneamente o significado de uma metodologia de ensino, em especial as consideradas ativas, tratando-as mais como um recurso para o ensino do que como uma organização do ensino. Além disso, eles relataram que se familiarizam com essas metodologias devido à exigência de concursos públicos, em que são frequentemente abordadas e nas formações continuadas ofertadas pelas suas instituições, as quais eles consideram vagas e sem aprofundamento, o que não dá apoio suficiente para seu uso em sala de aula, e com isso, a metodologia expositiva ainda predomina entre os professores participantes. Conclui-se, portanto que, embora os documentos oficiais vigentes, como a BNCC que é uma normativa e que exige o uso de metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas em sala de aula, bem como, as orientações do livro didático, manual do professor, também abordarem o uso de metodologias ativas, os professores participantes deste estudo não as conhecem efetivamente e raramente fazem uso em suas aulas. </p>Ingryd de Oliveira BarbosaAdriana Fátima de Souza Miola
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2024-12-122024-12-12181487488HISTÓRIAS DE MULHERES QUE CURSARAM A LICENCIATURA EM MATEMÁTICA NO INSTITUTO DE MATEMÁTICA DA UFMS NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO CURSO
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21656
<p>Esta pesquisa de caráter histórico se concentra na Licenciatura em Matemática da UFMS, com ênfase na participação das mulheres ao longo das décadas iniciais. Iniciado no começo dos anos 80 no Departamento de Matemática, o curso formou muitos profissionais ainda ativos na área, enquanto outros seguiram diferentes trajetórias. Bittar (2015) registra muitos casos de abandono e aponta que em 30 anos de curso, temos apenas 20% de egressos. Quando observamos o lado das mulheres, vemos que alguns desses abandonos podem ser devido à maternidade, ao preconceito ou à discriminação. Nesta pesquisa, buscamos identificar as adversidades enfrentadas por essas mulheres ao longo dos anos, ouvindo histórias negligenciadas e possibilitando que essas narrativas ecoem, potencialmente influenciando práticas atuais no curso. “Após a morte de Hipátia houve um vazio de doze séculos sem que nenhuma mulher tivesse seu nome registrado na história da matemática” (Fernandes, 2006, p. 42). Agora, finalmente, podemos explorar profundamente esse aspecto crucial da história e enriquecer nosso entendimento da trajetória das mulheres na matemática. Este estudo adota a História Oral como metodologia de pesquisa, utilizando entrevistas para capturar nuances e percepções sobre o início do curso de Licenciatura em Matemática na UFMS do ponto de vista feminino. Analisaremos as políticas universitárias em relação à gravidez e outras circunstâncias, além de examinar as experiências vivenciadas por mulheres ao longo do curso. Também destacamos as trajetórias de professoras que dedicaram suas carreiras ao ensino, tanto na educação básica quanto no ensino superior. Vinculado ao Grupo HEMEP, que mapeia a formação e atuação de professores de Matemática em Mato Grosso do Sul, exploramos o passado do curso de Matemática da UFMS como um importante centro de formação. Utilizando a metodologia da História Oral, buscamos produzir narrativas que ressoem em diferentes contextos acadêmicos e impactem práticas atuais nos cursos de Licenciatura em Matemática. Esta Iniciação Científica se justifica como parte do panorama desenvolvido pelo Grupo HEMEP. Investigamos o processo de 'tornar-se professor' e sua relação com a formação em Matemática. Este estudo busca compreender a educação nas salas de aula de formação de professores.</p>Isadora Fernandes de AssisThiago Pedro Pinto
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2024-12-122024-12-12181489490PESQUISA-FORMAÇÃO-INTEGRAÇÃO COM PROFESSORES DE MATEMÁTICA DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
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<p>A pesquisa que apresentamos neste resumo tem por objetivo analisar um processo de pesquisa-formação-integração, com professores de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental, para integrar Tecnologias Digitais (TD) ao currículo escolar. Almeida e Valente (2011, p. 50) já enfatizavam que a formação de professores “[...] deve criar condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vivida durante a sua formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir”. Neste sentido, iremos propor uma ação de formação continuada com professores de Matemática que sejam parceiros da pesquisa e da ação de formação, para vivenciarem processos de integração de TD ao currículo escolar. Os dados serão produzidos em escolas públicas do município Aquidauana/MS. A formação continuada será desenvolvida durante dois anos e será constituída de encontros presenciais quinzenais nas escolas parceiras. Estes encontros constituirão movimentos de formação-ação-reflexão, em que os professores e formadora serão aprendizes no processo. Daí a proposta metodológica da formação ser orientada pelo modelo F@R: Formação-Ação-Reflexão, proposta por Costa e Viseu (2007, p. 3), que propõem que “as oportunidades de desenvolvimento profissional de professores não ocorram apenas nos momentos e espaços em que tradicionalmente ocorrem, antes funcionem como ponto de partida para o trabalho dos professores com os seus alunos (Ação)”, equacionando e desencadeando situações concretas de exploração das TD disponíveis nas escolas, integrando-as aos currículos prescritos de cada turma de alunos. As aulas desenvolvidas com alunos e professores constituirão, por sua vez, oportunidade de análise crítica (Reflexão), sobre as estratégias e recursos utilizados e suas implicações nas práticas de ensino usuais, sem computadores, e sobre os movimentos do uso de TD e seus possíveis benefícios para a aprendizagem dos alunos, de forma a conduzir a novas necessidades e oportunidades de formação e assim sucessivamente. Nesses encontros, a pesquisadora e os professores irão elaborar planejamentos de aulas orientados por um processo de integração de tecnologias digitais aos currículos escolares de cada turma. Essas aulas serão desenvolvidas e avaliadas no processo e, articulado a este movimento serão realizadas oficinas para uso de aplicativo ou software envolvendo conceitos matemáticos, além de encontros para estudos em que os professores ou pesquisadora considerarem importantes no processo. Entendemos que durante um processo de pesquisa-formação todos os parceiros, são também professores pesquisadores, pois pesquisam suas práticas, pensam/planejam modos outros de desenvolver suas aulas, com outras tecnologias e metodologias. Esses encontros farão parte de um processo em que a pesquisadora estará em contato com esses professores, na escola, local onde os dados serão produzidos para a pesquisa, integrando formação e pesquisa. Os dados serão produzidos em formato de áudios, vídeos e fotos nos encontros e em aulas dos parceiros, além do diário de campo da pesquisadora. Os dados serão apresentados em formato de narrativas digitais da pesquisadora, orientadas por estudos da Teoria da Complexidade, segundo Morin (2010, 2015, 2021) e Maturana e Varela (2001). E sobre formação de professores para uso de tecnologias digitais nos orientaremos por estudos de Sánchez (2003) e Scherer e Brito (2020).</p>Janini Gomes CaldasSuely Scherer
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2024-12-122024-12-12181491492PESQUISAS DE MODELAGEM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS PRESENTES NO XII CNMEM
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<p>A Modelagem Matemática foi inicialmente empregada como estratégia em turmas de Cálculo para auxiliar no processo de aprendizagem dos estudantes do Ensino Superior em meados de 1970, conforme aponta Biembengut (2009), em seguida, teve um aumento significativo em produções utilizando essa tendência em Educação Matemática em outros níveis de Educação, como nos Anos Iniciais. Em 2023, Guerreiro realizou um levantamento de trabalhos publicados nos anais das Conferências Nacionais de Modelagem na Educação Matemática (CNMEM), um evento relevante na área. Guerreiro (2003) evidenciou que dos 225 trabalhos publicados nesta conferência, entre os anos 1999 a 2019, apenas 13 se referiam a Modelagem Matemática para os Anos Iniciais. Esse resultado indica uma carência de estudos apresentados nas edições anteriores do CNMEM nesse segmento escolar, considerando sua importância para o ensino de matemática. Diante do exposto, realizamos uma sondagem nos anais do XII CNMEM, sua edição mais recente, que ocorreu em 2023, em Porto Alegre (RS), com o intuito de compreender como as investigações neste âmbito estão sendo desenvolvidas, se são teóricas e/ou reflexões, ou em sala de aula, ou sugestões de atividades para poderem subsidiar (nossas) futuras pesquisas. Para tanto, esta pesquisa tem uma abordagem qualitativa, em que realizamos um levantamento bibliográfico das produções dos anais do XII CNMEM, nas modalidades de Comunicação Científica (CC) e Relato de Experiência (RE). A seleção dos trabalhos deu-se a partir de palavras-chave no título dos trabalhos, tais como: “Anos Iniciais”, “Ensino Fundamental” e os anos desta etapa de ensino. Com isso, dos 95 estudos presentes nos anais, apenas sete abordaram a Modelagem e Anos Iniciais, sendo: quatro apresentados como CC e três como RE. Os autores que apresentaram CC incluem: Pelaquim e Silva (2023), que analisaram ações de alunos durante atividades de Modelagem; Schrenk e Vertuan (2023), que perceberam uma melhoria no desempenho de alunos do 5° ano, após desenvolverem atividades de Modelagem Matemática; Martins e Silva (2023), que investigaram como os alunos do 5º ano percebem a Matemática ao participarem de uma atividade de Modelagem e; Mometti (2023), que descreveu um curso de formação de professores em Modelagem Matemática. Já os RE foram apresentados por: Gomes e Silva (2023), que desenvolveram uma atividade sobre medidas e formato dos pés com uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental; Freitas e Rosa (2023), que relataram uma experiência de formação continuada com professores pedagogos sobre a prática do professor reflexivo e o uso da Modelagem Matemática em sala de aula; Araújo et al. (2023), que descreveram uma atividade de Modelagem para refletir sobre a distribuição do tempo e; Duarte e Vertuan (2023), que apresentaram uma atividade com Modelagem sobre a eficácia da vacina da Covid-19, direcionada aos estudantes do 5º ano. Perante o exposto, observamos que pesquisas de Modelagem nos Anos Iniciais podem investigar ações dos estudantes, práticas de professores deste nível de ensino e suas contribuições no processo de aprendizagem. Apesar do crescimento dessas pesquisas, ainda carece de investigações e discussões, como a maneira pela qual os professores adaptam as atividades de Modelagem para os Anos Iniciais. Essa questão aponta para a necessidade de pesquisas futuras sobre este tema.</p>Jordana Gomes Maia Pires de OliveiraFrancimar Gomes de Oliveira JúniorClaudia Carreira da Rosa
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2024-12-122024-12-12181493495A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A DEFICIÊNCIA VISUAL:
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<p>A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade da Educação destinada a pessoas que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos na idade adequada. Tem como objetivo proporcionar oportunidades de aprendizado para jovens, adultos e idosos, visando à alfabetização, à continuidade da escolarização e à formação profissional. Como modalidade de ensino possui uma abordagem pedagógica específica, levando em consideração as características e experiências dos estudantes. As aulas costumam ser flexíveis, adaptadas aos horários dos alunos, permitindo que eles conciliem os estudos com outras responsabilidades, como trabalho e família (Corenza, 2024).</p> <p>Neste resumo apresentamos uma pesquisa de doutorado, em andamento, que tem como objetivo investigar o ensino de Matemática em uma sala da EJA em que a maioria dos alunos têm deficiência visual.</p> <p>É importante dizer que a deficiência visual é definida como cegueira, quando há percepção de luminosidade, mas ausência total de visão, podendo ser congênita ou adquirida; e baixa visão, quando há grande perda visual, mas com alguma funcionalidade preservada (Brasil, 1999). A pesquisa visa compreender os processos de inclusão e exclusão vivenciados por pessoas com deficiência visual na EJA, focando na alfabetização, letramento e construção do conhecimento matemático. A pesquisa busca contribuir para o desenvolvimento de metodologias e recursos que auxiliem no ensino de Matemática para este público. Utilizando uma abordagem qualitativa e exploratória, empregando técnicas como entrevistas, observações em sala de aula e análise de documentos (Minayo, 2001).</p> <p>A metodologia adotada é a cartografia, baseada nos conceitos de Deleuze e Guattari. A cartografia permite um contato direto e imersivo com o objeto de estudo, proporcionando uma compreensão profunda das experiências dos alunos (Kastrup; Passos; Escóssia, 2009). Essa abordagem não segue um caminho linear, mas permite que o pesquisador explore múltiplas dimensões e intensidades do objeto ao longo do processo (Costa, 2014).</p> <p>Para embasar teoricamente essa pesquisa, optamos por olhar para a Filosofia da Multiplicidade, cujo princípio fundamental defendido por Deleuze e Guatarri (2006) é que cada entidade é vista como singular e irreproduzível, e as relações entre as entidades são concebidas como complexas e fluidas. Em resumo, a Filosofia da Multiplicidade busca compreender e abraçar a diversidade e a complexidade do mundo, rejeitando visões simplistas e reducionistas da realidade. Ela promove a valorização das diferenças, a multiplicidade de perspectivas e a abertura para a emergência de novas possibilidades.</p> <p>A pesquisa será conduzida em uma sala de aula da EJA do ISMAC<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>, que atende principalmente pessoas com deficiência visual, com idades entre 45 e 80 anos. Fundado em 1957, o ISMAC oferece serviços de educação, assistência e reabilitação para promover a autonomia e independência de pessoas com deficiência visual. Com base no método cartográfico, a pesquisa desenvolverá oficinas com os alunos da EJA para diversificar os meios de aquisição dos conceitos matemáticos fundamentais, utilizando recursos acessíveis, como o soroban, para mediar a construção do conhecimento matemático.</p> <p>Ao final, espera-se oferecer contribuições significativas para o campo da Educação Matemática, fortalecendo práticas pedagógicas inclusivas e beneficiando o desenvolvimento de metodologias que atendam às necessidades específicas dos alunos com deficiência visual.</p> <p> </p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"><sup>[1]</sup></a> O Instituto Sul Mato-Grossense para Cegos "Florivaldo Vargas" (ISMAC), é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1957, onde são oferecidos atendimentos voltados para assistência, educação, trabalho e saúde de pessoas com deficiência visual em qualquer idade que necessitam de habilitação ou reabilitação social.</p>Joyce BragaFernanda Malinosky Coelho da Rosa
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2024-12-122024-12-12181496497A INFLUÊNCIA DO GÊNERO NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA:
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<p>Ao debater o conceito de gênero nas pesquisas educacionais em suas diferenças e implicações, apontam Souza e Fonseca a importância da categoria de análise para a Educação Matemática. A compreensão sobre o conceito de gênero é fundamental para entender historicamente as discussões sociológicas e as suas percepções educacionais. Essa categoria de análise não apenas esclarece as dinâmicas de poder presentes nas relações educacionais na matemática, mas também permite a identificação de formas sutis e explícitas de perpetuação de desigualdades, que afetam tanto a construção quanto a disseminação do conhecimento matemático, perpetuando exclusões baseadas em uma visão restritiva e hierárquica de gênero.Podemos perceber as desigualdades de gênero, no nosso cotidiano, por meio de atitudes, comportamentos, falas e discursos vivenciados, por exemplo, no ambiente escolar. O fato de essas disparidades serem percebidas no contexto escolar parece ser um sinal de que a discriminação de gênero continua presente não só na escola, mas, também, de forma mais geral, na sociedade. Em muitos casos, essas discriminações são normalizadas ou naturalizadas, o que reforça estereótipos e preconceitos profundamente enraizados. Essa naturalização pode ser vista na ausência de questionamentos sobre práticas pedagógicas que reforçam uma divisão entre "saberes masculinos" e "saberes femininos", contribuindo para a manutenção de uma hierarquia que valoriza certas competências, como o raciocínio lógico e abstrato, frequentemente associadas aos homens, em detrimento de outras, igualmente valiosas, porém menos reconhecidas. A nosso ver, essa situação se torna ainda mais complicada porque muitas vezes, é “mascarada”, ao passo que legitimada em ações cotidianas, como, por exemplo, na reprodução de afirmativas como “homens são melhores em Matemática que as mulheres” e suas variações. Assim, muitas discrepâncias sociais têm sido aceitas sem estranhamento, como se fossem naturais, isto é, como ocorrências inerentes aos homens e às mulheres (OLIVEIRA, OLIVEIRA, 2017). A Matemática continua sendo produzida, em grande medida, pelas lentes masculinas, em geral mecanizada, reforçadora de valores de um certo grupo (portanto, a serviço da manutenção dos privilégios desse grupo) e vista como uma ciência “neutra” em uma sociedade androcêntrica (Skovsmose, 2018). Esse caráter "neutro" atribuído à Matemática não reconhece que o próprio processo de construção do conhecimento matemático está imerso em valores culturais, sociais e políticos, muitas vezes invisibilizando as contribuições de mulheres e outros grupos marginalizados. Ao negligenciar essa perspectiva, não estaríamos limitando o desenvolvimento de novas formas de pensar a Matemática? Como uma ciência que se autoproclama neutra pode ser utilizada de forma mais crítica para questionar estruturas de poder, em vez de reforçá-las? Esse discurso reverbera em outras esferas na sociedade, como nas escolas e até mesmo nas escolhas de suas profissões. Com esse pensamento, ilustramos como o gênero surge em favor de perpetuar padrões na Matemática ao pressupor alguns traços para a masculinidade que são negados à feminilidade, como a rapidez, a dominância, a detenção “do” saber e “a” lógica (Souza 2008). Acerca desse saber e dessa lógica a autora Souza (2008) em sua tese ressaltar que existem explicações para ambos serem mais reconhecidos em homens que em mulheres. De um lado, os homens os “detêm” porque, em geral, são produções de homens, para a dominação dos homens, com o olhar dos homens das classes dominantes, que, portanto, estabelecem padrões do masculino dominante. Essa construção histórica de um saber masculinizado reforça não apenas a exclusão de mulheres, mas também cria uma barreira para que outras formas de pensar e interpretar o conhecimento matemático sejam validadas. De outro lado, sobre esse saber e essa lógica, torna-se imperativo elucidar que a estrutura sexista que favorece que os homens os detenham deles, se não impede, dificulta a possibilidade de serem “dóceis, passivos e emotivos”. Isso porque lhes legaria uma (indesejada) vulnerabilidade em sociedades androcêntricas, capitalistas que valorizam a acumulação, o domínio e a exploração. Além disso, será que a resistência dos homens em adotar características tidas como "femininas" não poderia estar limitando seu próprio potencial de evolução no campo científico? Se a Matemática fosse entendida como uma disciplina mais aberta a diferentes formas de pensar e sentir, não poderia ela se tornar mais inclusiva e até mais produtiva para a sociedade como um todo? Esse processo de exclusão das características atribuídas ao feminino também impacta a forma como o saber matemático é ensinado e percebido, criando barreiras para a inclusão de mulheres e outros grupos que não se encaixam no modelo masculino dominante. Essa visão reducionista limita o potencial transformador da Matemática, que poderia, ser uma ferramenta de emancipação e questionamento das estruturas de poder estabelecidas.</p>Luiza Batista BorgesLuzia Aparecida de Souza
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2024-12-122024-12-12181498500ANÁLISE PRAXEOLÓGICA DO ENSINO DE EQUAÇÃO DO 1° GRAU EM LIVROS DIDÁTICOS DO 7° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21714
<p>O presente resumo faz parte de uma pesquisa em andamento, do Programa de Mestrado Profissional em Educação Científica e Matemática (PROFECM), da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e tem por objetivo analisar a abordagem do ensino de equações do 1° grau a partir de livros didáticos do 7° ano do Ensino Fundamental aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático - PNLD 2024 (Objeto 1). Nesse cenário, é importante entender sobre o ensino da álgebra, compreendendo o seu contexto histórico, desde a inclusão nos currículos até os dias atuais, as dificuldades dos estudantes frente a esse ensino que se relaciona com a aritmética, discutidas nos trabalhos de (Gil, 2008; Ponte, Branco e Matos, 2009; Nogueira, 2008; e Lins e Gimenez, 2001), trazendo reflexões sobre a linguagem algébrica e abordagem da prática do professor. Essas pesquisas dialogam com nossas experiências em sala de aula, o que nos levam a alguns questionamentos: será que as dificuldades dos estudantes são ocasionadas pelo ensino proposto? O livro didático possibilita diferentes propostas para o ensino da álgebra? É evidente que há vários fatores que podem estar relacionados às dificuldades de aprendizagem dos estudantes e uma delas pode ser a forma como a álgebra é ensinada. Para Bittar (2017), os livros didáticos, são uma das fontes que podem ser consultadas para compreender alguns motivos de dificuldades de aprendizagem dos estudantes. Diante do exposto, ao analisar coleções de livros didáticos (LDs) aprovados pelo PNLD, permitirá entender como os conteúdos apresentados estão sendo propostos e as metodologias utilizadas. Conforme Base Nacional Comum Curricular - BNCC (Brasil, 2018), mesmo que o pensamento algébrico seja estimulado desde os anos iniciais, o primeiro contato formal do estudante com objeto de conhecimento, equações do 1° grau, é no 7° ano. Sendo assim, utilizaremos a Teoria Antropológica do Didático (TAD), criada por Yves Chevallard, como referencial teórico e metodológico que permitirá analisar a proposta de ensino nos LDs e os elementos teóricos que ajudarão na produção de dados, como a organização praxeológica de equações do 1° grau e os objetos ostensivos e não-ostensivos. Logo, nossa preocupação está voltada para as escolhas didáticas e matemáticas presentes nos LDs do 7° ano do Ensino Fundamental, que podem influenciar sobre a prática pedagógica do professor. Pesquisas envolvendo análise de LD, como o artigo de Barbosa e Lima (2018) e a dissertação da Nogueira (2008), utilizam a TAD como aporte teórico e metodológico. Contudo não há um número expressivo de pesquisas que discutem análises de LD com objeto matemático equações do 1° grau, considerando o PNLD 2024 (Objeto 1), sendo esta a segunda edição do programa do ensino fundamental anos finais em consonância à BNCC. Nossa pesquisa, será pautada na leitura e análise no PNLD 2024 (Objeto 1), na BNCC e na organização praxeológica em LDs do 7° ano, considerando o objeto de conhecimento equações do 1° grau, no qual, analisaremos 13 livros disponíveis, o que possibilitará uma visão de como o ensino de equações do 1° grau é abordado na educação básica brasileira. A nossa pretensão é olhar para o livro didático, levando em consideração a forma que os autores propõem os textos sobre o objeto matemático, identificando que tipo de proposta é feita, como as organizam, possibilitando encontrar elementos que favoreçam alcançar nossos objetivos.</p>Magnum Tiburso FariaCintia Melo dos Santos
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2024-12-122024-12-12181501503HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU NO ENSINO MÉDIO
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<p>Este resumo apresenta um relato de experiência da minha prática como professora de Matemática na disciplina de Recomposição da Aprendizagem (RA) do 1º ano do Ensino Médio. Essa prática consistiu na construção de Histórias em Quadrinhos (HQs) como um instrumento avaliativo do conteúdo de equações do 1º grau. A motivação para a escolha desse recurso decorreu do objetivo de trabalhar conteúdos matemáticos em situações que remetessem ao cotidiano e incentivassem a criatividade dos estudantes. Ferrugine et al. (2022, p.3) defendem que o gênero textual HQ “[...] é uma forte ferramenta no ensino de Matemática, pois permite desenvolver no aluno o raciocínio lógico, contribuindo para melhor compreensão nas resoluções de questões matemáticas de forma lúdica e agradável”. Inicialmente, revisei os conceitos básicos de equações do 1º grau com a turma, utilizando a representação da balança para explicar os princípios de equivalência e complementando com exemplos e exercícios. Em uma aula subsequente, expliquei a proposta da atividade avaliativa, que consistia em elaborar uma HQ. Detalhadamente, expliquei para a turma os componentes e as etapas para elaborar a história, orientando que deviam definir personagens, cenário e enredo que poderiam ser de contextos variados, desde que envolvessem o conceito e/ou as equações do 1º grau em si. Os estudantes reuniram-se em grupos de quatro integrantes, promovendo a interação e a discussão de ideias. Nessa perspectiva, cada grupo recebeu uma folha impressa com os quadrinhos em branco com a recomendação de que a história contivesse entre quatro e seis quadrinhos. Durante o processo, os estudantes tiveram acesso à internet, além do meu apoio pedagógico para esclarecer possíveis dúvidas e auxiliar na escrita e no desenho. As HQs criadas abordaram diferentes contextos, como: a compra de frutas na feira, nas quais os personagens utilizam equações para calcular a quantidade de fruta de acordo com o preço; a sala de aula, em que o personagem principal era uma incógnita (x) e representava o papel de professor; uma história em que a equação do 1º grau era um personagem, mostrando como ela é resolvida passo a passo; o cálculo de um desconto de 20% em uma camiseta; e uma conversa entre duas pessoas discutindo o conceito e resolução de uma equação do 1º grau. A motivação e o empenho que a turma apresentou, resultaram na construção dessas histórias produtivas, evidenciando, na prática, a presença da Álgebra no dia a dia deles. Portanto, essa experiência de ensino, destacou a importância de o professor de Matemática utilizar recursos didáticos que atendam às diferentes necessidades dos estudantes.</p>Maria Gabriela dos Reis Yule
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2024-12-122024-12-12181504505A IMPORTÂNCIA DOS APLICATIVOS DIGITAIS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
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<p>Este relato visa descrever a experiência na utilização de um aplicativo digital como recurso metodológico, aplicado em uma turma de 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Emygdio Campos Widal, durante o Projeto de Residência Pedagógica (PRP) em 2023. O objetivo era ensinar expressão algébrica, com foco na resolução de problemas envolvendo o cálculo e suas propriedades. A aula teve duração de duas horas e foi direcionada a uma turma de Recomposição da Aprendizagem (RA) de Matemática. A RA é uma estratégia para recuperar o aprendizado de alunos que ficaram defasados após o período pandêmico, devido às dificuldades causadas pela suspensão das aulas presenciais e desigualdades no ensino remoto. É importante citar, que os alunos já tinham familiaridade com o conteúdo proposto. Dessa forma, utilizando uma abordagem construcionista, que consiste em uma construção do conhecimento pelo aluno por meio da atividade proposta pelo professor, a aula começou com uma discussão sobre o que é uma expressão algébrica. Apesar da participação limitada dos estudantes no início, eles chegaram a um consenso de que é uma expressão formada por números, letras e operações. Em seguida, eles deveriam dar exemplos de expressões algébricas, poucos estudantes se motivaram a tentar, mas os que tentaram desenvolver conseguiram corretamente. Durante a aula, a mediação ocorreu por meio de questionamentos como: o que fazer nesse exercício? Como resolveram essa questão? Levando o estudante a construir o conceito de expressões algébricas. Para engajar os alunos, a turma foi dividida em duplas com pelo menos um estudante tendo acesso ao celular com internet para que eles pudessem utilizar o aplicativo kahoot, uma plataforma de criação de jogos, como quizzes, sendo respondidos individualmente ou em equipe, e que pode ser uma aliada na aprendizagem, oferecendo gráficos de desempenho e pontuação para favorecer a competição, e o entusiasmo. Dessa forma, foi elaborado um quizz com 10 perguntas sobre expressão algébrica, em ordem crescente de nível de dificuldade, projetadas no datashow e solucionadas pelos alunos em seus cadernos. A turma ficou animada para responder e ansiosa pela próxima questão. Essa reação positiva é incomum em aulas de matemática, devido ao preconceito que os alunos têm sobre essa disciplina. A partir disso, é possível fazer uma análise da importância dos aplicativos na aprendizagem dos alunos, no período desses dois tempos de aula, em que inicialmente não estavam muito participativos e interessados na aula, mas com a introdução do kahoot eles pediam por mais exercícios de matemática para resolverem. Segundo Dellos (2015), a aprendizagem baseada em jogos é amplamente reconhecida como uma prática educacional recomendada. Isso se deve ao fato de que ela envolve os alunos de maneira significativa na resolução de problemas, estimula o pensamento crítico e possibilita a revisão do conhecimento do conteúdo, tornando-se um recurso eficaz para os educadores utilizarem em sala de aula. Portanto, por meio dessa experiência, foi possível concluir que os estudantes se envolveram mais, participaram ativamente e mostraram interesse pela atividade. O uso de aplicativos como estratégia de aprendizagem pode ser uma ferramenta valiosa para engajar os alunos na resolução das atividades e, assim, melhorar o aprendizado de matemática.</p>Maria Gabriela dos Reis YuleJoão Paulo Duarte GonçalvesSonia Maria Monteiro da Silva Burigato
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2024-12-122024-12-12181506507CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DE AULA PARA O ENSINO DE GEOMETRIA COM O USO DO GEOGEBRA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
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<p>A geometria é uma área presente na rotina das pessoas, conforme afirma Piaseski (2010). Assim, o estudo da geometria é indispensável para o pleno desenvolvimento do ser humano, pois pode ajudar na compreensão do mundo e desenvolver o raciocínio lógico. No entanto, seu ensino e aprendizado apresentam desafios significativos, tanto para professores quanto para alunos. Como diz Peres (2013), o avanço das tecnologias educacionais tem levado a uma nova organização do trabalho em sala de aula, em que se faz necessário a busca de novos conhecimentos e de uma organização de aula na perspectiva colaborativa, transdisciplinar e interdisciplinar. Nesse sentido, novas ferramentas tecnológicas surgiram com o intuito de contribuir para o ensino e a aprendizagem matemática. Buscando tornar o ensino de geometria mais acessível e interativo, o uso de software educacional, como, por exemplo, o GeoGebra, tem contribuído com uma exploração dinâmica dos conceitos, facilitando a visualização e manipulação de formas geométricas tanto planas como espaciais. Pensando nisso, este trabalho, que está sendo desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), tem como objetivo analisar de que modo o Estudo de Aula, aliada ao uso do GeoGebra, pode contribuir para o ensino e a aprendizagem de geometria no Ensino Fundamental. O Estudo de Aula foi utilizada nesta pesquisa como uma metodologia de pesquisa que de acordo com Ponte e Quaresma (2016) se divide em quatro momentos. O primeiro momento é o planejamento de aula: a partir das necessidades da escola, primeiramente, é definido o conteúdo que será trabalhado e os objetivos que deseja alcançar. Prepara-se uma aula, observando o tempo necessário, os recursos que serão utilizados e toda a organização da aula. Diante disso, foi escolhido, juntamente com a professora regente da escola pública parceira, o 9° ano do Ensino Fundamental para trabalhar o Teorema de Pitágoras. A escolha desse conteúdo foi realizada devido à sua relevância no ensino de geometria, além de estar contemplado na grade curricular do Ensino Fundamental da turma em questão. Para isso, foi elaborada uma tarefa no GeoGebra, abordando o teorema de Pitágoras que busca conduzir os alunos a deduzirem a fórmula geral do teorema de maneira autônoma. O segundo momento, observação da aula, é quando os professores e pesquisadores identificam os objetivos da aula, concluem o planejamento, realizam o desenvolvimento da aula, observam como os estudantes aprendem, anotam suas estratégias, grava as aulas e registra as soluções dos alunos. Essa etapa está em andamento momento de escrita deste texto, porém ficou definido na etapa anterior que utilizaremos como metodologia de ensino o Ensino Exploratório, segundo Canavarro Oliveira e Menezes (2012), para desenvolver o planejamento em sala. No terceiro momento, será realizado uma reflexão, juntamente com a professora regente, após a aula, para compartilhar as observações, reações e discussão das aprendizagens com base nos dados produzidos durante a observação da aula e discutido possíveis ajustes no planejamento. Por fim, o quarto e último momento será realizado, se necessário, após a reflexão da aula, em que poderemos reaplicar a aula replanejada, podendo ser para uma nova turma de estudantes de mesmo ano de escolaridade. Como resultado, esperamos, por meio do ciclo do Estudo de Aula, contribuir com a ação pedagógica dos participantes, bem com a aprendizagem matemática dos estudantes, em especial os conceitos de geometria por meio do teorema de Pitágoras, com o uso do software Geogebra.</p>Marielly da Costa NascimentoAdriana Fátima de Souza Miola
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2024-12-132024-12-13181508509AS GEOMETRIAS NA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UEMS:
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<p>Este trabalho tem como objetivo apresentar as diferenças e similaridades na organização curricular dos cursos de Licenciatura em Matemática oferecidos pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), com ênfase nas disciplinas diretamente relacionadas à Geometria. A partir da pesquisa documental, segundo a classificação de Lakatos e Marconi (2003, p. 174), entendendo os projetos pedagógicos dos cursos como documentos primários, comparamos a composição de disciplinas dos cursos de Licenciatura em Matemática da UEMS nas cidades de Dourados, Nova Andradina e Cassilândia, enfatizando as disciplinas ligadas a Geometria. A Licenciatura em Matemática da UEMS foi criada em 1994 na unidade de Glória de Dourados, com as aulas iniciando em 8 de agosto, para 40 alunos aprovados no vestibular realizado em 10 de julho do mesmo ano. Desde sua criação, passou por várias mudanças curriculares, incluindo revisões significativas em 1996 e 1998, para atender melhor às necessidades acadêmicas e ao mercado de trabalho. No ano 2000, o curso de Licenciatura em Ciências com habilitação em Matemática foi desativado e suas vagas foram redistribuídas para expandir a Licenciatura em Matemática e com isso, a Licenciatura em Matemática passou a ser oferecida nas cidades de Amambai, Cassilândia, Glória de Dourados e Nova Andradina. Em 2003, a oferta da Licenciatura em Matemática foi reestruturada e passou a ser oferecida apenas nas unidades de Cassilândia, Nova Andradina e no campus-sede em Dourados. As unidades de Amambai e Glória de Dourados foram desativadas, marcando um novo estágio na trajetória da Licenciatura em Matemática. (Projeto Pedagógico do Curso, 2019). Desde então, os projetos pedagógicos dos cursos passaram por alterações. Apesar das reformas e do tempo decorrido, ainda existem diferenças notáveis entre os currículos oferecidos nas cidades de Cassilândia, Dourados e Nova Andradina. No Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura em Matemática em Dourados, homologado pela Resolução CEPE-UEMS Nº 2.437, de 30 de agosto de 2022, percebe-se na organização curricular as disciplinas de Geometria Analítica Vetorial e Geometria Euclidiana ambas anuais da 2ª série do curso. Observando as ementas das disciplinas, também podemos mencionar a disciplina de Fundamentos da Matemática III, no primeiro semestre da 1ª série do curso. O PPC da Licenciatura em Matemática em Nova Andradina, homologado pela Resolução n° 2.102, de 24 de outubro de 2019, e adequado pela CI SAN/PROE nº 198/2023, de 14 de julho de 2023, apresenta as disciplinas anuais de Geometria, na 1ª série do curso, e Geometria Analítica, na segunda série. O PPC do curso de Matemática em Cassilândia, homologado com alteração, pela Resolução CEPE-UEMS Nº 2.438, de 30/8/2022, traz no rol de disciplinas: Geometria Euclidiana, na primeira série, Geometria Analítica, na segunda série e Geometria Espacial, na quarta série. Essas diferenças que se manifestam na carga horária e na oferta de disciplinas, refletem a autonomia curricular de cada unidade universitária e podem indicar como cada curso se adaptou às necessidades e contextos locais, evidenciando a adequação ao perfil dos alunos e às exigências regionais. </p>Marisa Raquel de Melo PereiraThiago Pedro Pinto
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2024-12-122024-12-12181510511OFICINA DE GEOPROCESSAMENTO NO CURSO DE LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA – TEKO ARANDU:
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<p>Este relato descreve a Oficina de Geoprocessamento, uma atividade de extensão interdisciplinar e intercultural realizada em parceria entre o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena – Teko Arandu, nas habilitações de Ciências Humanas e Matemática, e o IBGE, com participação aberta a outros interessados. A oficina, realizada por três dias consecutivos no laboratório de informática da UFGD, contou com a presença de indígenas das etnias guarani e kaiowá, falantes de língua materna, em sua maioria oriundos do Território Etnoeducacional Cone Sul. O objetivo foi introduzir os participantes aos dados estatísticos e geoespaciais, com foco nos povos indígenas, disponibilizados pelo Censo Demográfico 2022 e pelo site da FUNAI.. Além de aprender a acessar e utilizar esses dados, os participantes foram introduzidos ao uso de softwares não proprietários de Sistemas de Informação Geográfica (SIGs), como Google Earth e QGIS. No primeiro dia, o Programa de Pós-Graduação em Educação e Territorialidades - PPGET da UFGD promoveu um colóquio com o instrutor do IBGE, Fernando Damasco, que apresentou sua tese de doutorado sobre as trajetórias territoriais dos povos do Alto Rio Negro. Esse encontro permitiu aos participantes refletir sobre a realidade local e a situação dos 1.694.836 indígenas, segundo o IBGE, em 2022, discutindo como os dados de suas realidades foram transpostos para uma cultura estatística. Após a introdução aos dados e ao mapeamento, os participantes construíram mapas individualizados de seus tekoras ou terras em processo de retomada, refletindo sobre áreas florestadas, acessos, distâncias, cálculos de áreas e fronteiras territoriais. Esse processo permitiu que os participantes identificassem pontos estratégicos, como fontes de água, casas, roças, escolas, e criassem mapas personalizados que refletem suas realidades e lutas cotidianas. Como resultado apontado na avaliação realizada pelos participantes a oficina foi importante para que os participantes ter uma visão panorâmica dos dados que versam sobre dados da realidade indígenas, também tiveram a oportunidade de dimensionar seus territórios.</p>Maysa Ferreira da Silva
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2024-12-122024-12-12181512513TEORIAS CONTEMPORÂNEAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA:
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<p>Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica dos trabalhos que foram discutidos na primeira parte da disciplina “Teorias Contemporâneas em Educação Matemática”. A disciplina foi oferecida no curso de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no primeiro semestre de 2024. A seguir, procuro discorrer de maneira breve certas compreensões a partir da leitura de cada um dos artigos e propostas de texto que foram sugeridos. O primeiro artigo discutido em sala foi escrito por Adorno (1995), que procura trazer a memória dos seus leitores a barbárie provocada nos campos de concentração de Auschwitz. Entretanto, o autor não foca seus argumentos no ponto específico do acontecimento (morte de milhares de Judeus), mas sim, ao relembrar esse episódio ele faz um alerta aos seus leitores a respeito dos perigos que a “Educação” como um todo está correndo, que não deve se mover desse modo, como nos campos de concentração, visto que pessoas eram obrigadas a trabalhos forçados e não tinham direito algum. Mas, segundo ele o verdadeiro projeto de Educação deve fornecer aos sujeitos que fazem parte dessa proposta uma real liberdade. No segundo artigo proposto, escrito pelos seguintes autores Kilpatrick (2010) e, Sriraman e English (2010), inicialmente foi apresentada a área da Educação Matemática e sua potencialidade como campo de pesquisa no universo acadêmico. É uma área que não está fundamentada em apenas uma teoria específica, comum nesse caso para maior parte das pesquisas do campo, mas que, tem essa “abertura” para o diálogo entre diferentes teorias, tendo o seu destaque ainda maior por conta dessa transdisciplinaridade. Em Silva (2008), temos um estudo comparativo que teve como objetivo principal compreender os caminhos escolhidos para o ensino de Geometria no Brasil e em Portugal, após o Movimento da Matemática Moderna (MMM), movimento histórico de caráter internacional. Esse movimento propôs mudanças significativas no currículo de Geometria, na qual pontos específicos para o ensino do conteúdo foram questionados e novas sugestões poderiam ser vistas como um desafio para a época. Em Bikner-Ahsbahs <em>et. al</em> (2010), os autores apresentam o conceito de rede de teorias, que funcionam basicamente por meio do diálogo entre teorias distintas. São apresentados quatro casos, em que esse trabalho aconteceu. Em continuidade as discussões desse último artigo, Radford (2008) apresenta as potencialidades da conexão entre teorias e apresenta alguns exemplos na área da Educação Matemática que podem ser válidos. Ele compreende que a rede de teorias pode ser vista como uma semiosfera, a qual funciona como um espaço de diálogo e encontro de diferentes teorias. Cavalcanti (2010) e o editorial da Revista “Caminhos da Educação Matemática em Revista” (CEMeR), escrito por Powell<em> et. al </em>(2023), são trabalhos que foram discutidos no último encontro. Os textos procuram apresentar o que é uma Tendência em Educação Matemática e quais são caminhos que precisam ser trilhados para que algo se torne realmente uma Tendência em Educação Matemática. Segundo os autores, uma Tendência em Educação Matemática pode ser considerada uma temática que está em “alta no momento” ou algo que já foi considerado no passado, entretanto que ao longo dos anos foi se consolidando e por esse motivo veio a se tornar uma Tendência. Para Cavalcanti (2010) na Educação Matemática, existem três Macrotendências, a Didático-Pragmática, a Epistemológica e Político-Sócio-Cultural.</p>Murillo Aurélio de Moura Araujo
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2024-12-132024-12-13181514515A RELAÇÃO ENTRE NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA:
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<p>Neste resumo, apresentamos as principais ideias de uma pesquisa de Doutorado que está em andamento. O trabalho tem o objetivo de compreender os principais enfrentamentos dos docentes que atuam nos cursos de Pós-Graduação <em>Stricto Sensu</em> em Educação Matemática do país, quanto ao avanço do pensamento neoliberal em suas vidas e nas Universidades, em que exercem suas funções. Dentre os aspectos que procuramos observar podemos citar as mudanças que têm ocorrido nas Universidades do País nos últimos anos, quanto aspectos de privatização e ingresso das necessidades do mercado nesse ambiente de ensino; de que maneira os professores que atuam no Ensino Superior, especificamente em cursos de Pós-Graduação tem lidado com essas questões e como isso tem afetado as pesquisas acadêmicas; a relação entre neoliberalismo e sistemas de avaliação, como por exemplo das normativas e avaliações que são realizadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para isso, foi realizado um levantamento utilizando-se da última Avaliação Quadrienal, realizada pela CAPES, com o intuito de saber quais são os Programas de Pós-Graduação em “Educação Matemática” que estão sendo oferecidos atualmente no país. Foram selecionados 6 Programas de acordo com alguns critérios de classificação. Para a produção de dados entrevistaremos os coordenadores desses Programas, pensando que são eles os grandes responsáveis por maior parte das decisões que são tomadas no curso. Iremos trabalhar com os pressupostos da História Oral para a realização das entrevistas (GARNICA, 2003; SOUZA, 2014). Esperamos contribuir por meio deste trabalho, no entendimento dos principais sofrimentos enfrentados por coordenadores, professores e até mesmo estudantes nesses Programas de Pós-Graduação e se assim for possível traçarmos novas ideias buscando diminuir o alcance dessa ofensiva neoliberal, que tem ocorrido nos últimos anos dessa doutrina na vida das pessoas que atuam nesses ambientes.</p>Murillo Aurélio de Moura Araujo
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2024-12-122024-12-12181516517ANÁLISE DA TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO DE CHUVA NA CIDADE DE CAMPO GRANDE/MS EM UMA ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA
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<p>O Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul elenca quais habilidades e conhecimentos que os professores necessitam estimular aos estudantes em suas aulas. Uma dessas habilidades é a construção e interpretação de gráficos com base em dados estatísticos que podem ou não incluir o uso de <em>softwares</em> (MATO GROSSO DO SUL, 2021). Ela está presente tanto no Componente Curricular de Matemática do 3° ano do Ensino Médio (MATO GROSSO DO SUL, 2021) quanto na disciplina chamada Recomposição de Aprendizagem em Matemática (RA-Mat.), que é, segundo as Orientações Pedagógicas dos Itinerários Propedêuticos (MATO GROSSO DO SUL, S/D), uma abordagem estratégica para identificar e preencher as lacunas de aprendizagens geradas pela pandemia da COVID-19 em que o professor deve buscar estratégias variadas para promover e superar lacunas no desenvolvimento das habilidades matemáticas. Neste sentido, consideramos que uma dessas estratégias de ensino que pode auxiliar o professor a alcançar as habilidades dos documentos citados é a Modelagem Matemática. A Modelagem pode ser entendida, segundo Bassanezi (2015, p. 15), como “[...] uma estratégia utilizada para obtermos alguma explicação ou entendimento de determinadas situações reais” e que essa explicação pode ser um instrumento de motivar os estudantes em seu processo de aprendizagem ou valorizar a matemática, dependendo do intuito do professor. Neste contexto, este trabalho tem o objetivo de descrever alguns resultados encontrados em uma atividade de Modelagem Matemática sobre o clima de Campo Grande/MS desenvolvida em uma turma de RA-Matemática. Para tanto, desenvolvemos um estudo que se assemelha ao estudo descritivo e correlacional definido por Triviños (1987) em que descrevemos um fenômeno e relacionamos as variáveis identificadas. Neste sentido, buscamos dados meteorológicos sobre a temperatura, a quantidade de dias e o total da precipitação pluvial na cidade de Campo Grande/MS no período de jan./2001 a mai./2024 e estão disponibilizados no <em>site </em>do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Nossa análise deu-se no <em>software</em> <em>Excel</em> em que, ao separarmos os dados em tabelas (mês/ano x temperatura e mês/ano x precipitação) e construímos um gráfico de linhas para analisarmos as variações dos dados. Em relação à temperatura, observamos que no período de 2001 a 2011 as médias oscilaram próximas de 24 °C e 26 °C, com picos de aproximadamente 27 °C em dois anos. Já nos últimos 12 anos, de 2012 a 2024, percebemos que as médias de temperaturas apresentavam menos oscilações e com um período maior ao compararmos com a década anterior, no entanto, suas variações se concentraram em 24 °C e 27 °C. Um dado que nos chamou a atenção é que a média de temperatura no mês de nov./2001 era aproximadamente de 24 °C e a do último ano, nov./2023, sua média ficou em torno de 28 °C. Em relação às precipitações, iniciamos uma interpretação dos dados sobre a quantidade de chuva de alguns meses, mas não conseguimos realizar uma correlação entre os dados de chuva e temperatura. Contudo, conseguimos identificar que os meses de outubro a maio são chuvosos, com precipitações maiores que 80 mm, já de junho a setembro não apresentam um volume de chuva considerável, chegando a valores menores que 10mm. Outro dado que notamos foi que em abril apresentou um crescimento na precipitação, enquanto em maio, nos anos 2018, 2021 e 2024, o volume de chuva é menor que 30% do volume do ano anterior. O que nos instigou a verificar em investigação futura o porquê dessas oscilações no volume de chuva em abril e maio.</p>Noemi Oliveira da Silva CostaAndrielly Louranny Barros SilvaFrancimar Gomes de Oliveira Júnior
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2024-12-122024-12-12181518519LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL UTILIZADOS PELA REDE MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE/MS
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<p>Apresentamos uma pesquisa de mestrado em fase inicial, vinculada à linha Processos Formativos, Práticas Educativas, Diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU), que tem por objetivo analisar a presença de materiais manipuláveis nos livros didáticos de Matemática dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental utilizados pela Rede Municipal de Ensino de Campo Grande/MS. O interesse pelo tema teve origem nas discussões realizadas no trabalho de conclusão do curso de Pedagogia/FAED/UFMS, que buscou compreender o modo como pesquisas brasileiras concebem e investigam o ensino da Matemática nos anos iniciais, bem como identificar a presença dos materiais manipuláveis como ferramenta de ensino e aprendizagem. Como problema da pesquisa que nos propomos a desenvolver elencamos a seguinte questão: Como os livros didáticos de Matemática utilizados pela rede municipal de ensino de Campo Grande/MS sugerem o uso de materiais manipuláveis para promover o ensino e a aprendizagem de conceitos matemáticos? Para tanto, realizaremos um levantamento acerca das coleções de livros didáticos de Matemática dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental utilizados nas escolas municipais de Campo Grande, na tentativa de identificar a coleção mais utilizada. Após esta etapa, buscaremos identificar os materiais manipuláveis presentes na coleção, para posteriormente analisar como estes são apresentados nos materiais selecionados. Para a análise dos dados nos apoiaremos em estudos da Educação Matemática relacionados à materiais manipuláveis, livros didáticos, ensino e aprendizagem de Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Dentre eles destacamos Fiorentini e Miorim (1990), Nacarato, (2005), Moura e Palma (2009). Os dados obtidos serão descritos e analisados através de um processo de categorização das informações obtidas. Espera-se como resultados identificar os materiais manipuláveis presentes nos livros didáticos de Matemática dos Anos Iniciais utilizados pela rede e como o uso destes são sugeridos nestes recursos. Acreditamos que estes resultados possam contribuir para ampliar as discussões a respeito do uso de materiais manipuláveis como ferramenta de ensino e aprendizagem de conceitos matemáticos.</p>Rebeca Ferreira de Souza BorgesSheila Denize Guimarães
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2024-12-132024-12-13181520521MEU DISCURSO EM MATEMÁTICA É FALHO
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<p>Quando o docente tem ciência de que suas escolhas de <em>técnicas praxeológicas</em>, no âmbito do discurso, podem influenciar as <em>escolhas praxeológicas</em> do intérprete educacional em sua atuação, conforme descrito por Souza, Borges e Bittar (2023), baseados na <em>Boa Construção Discursiva </em>(BCD) de Oliveira e Machado (2023), nesse <em>ambiente bilíngue traduzido</em>, como descrito por Witchs e Zilo (2021), pode florescer possibilidades e caminhos discursivos outros, como mostram Peixoto, Kemmerich e Souza (2023). Com o objetivo de identificar efeitos do nosso discurso docente, como professores de matemática em formação, na atuação de um profissional tradutor e intérprete não formado na área de exatas, realizamos uma aula, via Google Meet, que tinha como objeto matemático as medidas de áreas. Utilizamos como referencial teórico-metodológico a <em>Boa Construção Discursiva</em> de Oliveira e Machado (2023). A aula foi construída pela primeira autora, com o uso de tecnologias digitais visuais, sob os princípios da BCD, e apresentada e interpretada pelo profissional tradutor e intérprete. Após a aula, em conjunto levantamos alguns <em>problemas</em> e <em>gatilhos de problemas</em> que encontramos durante as construções de escolhas discursivas. Buscando sair de nossa zona de conforto, apresentamos algumas de nossas reflexões na construção da aula com o tradutor e intérprete. Assim, como ouvintes, nossas escolhas discursivas são ponderadas com base em nossa ancoragem linguística. Desse modo, durante a aula, os conceitos de retângulo e base foram evocados e considerados como parte do <em>conhecimento enciclopédico</em> do intérprete, o que demandou um <em>esforço de memória</em> e <em>esforço de compreensão</em>, como destaca Gile (2009), que poderia ter sido evitado se a <em>densidade informacional</em> fosse reduzida ao entregar <em>redes de significação</em> do conceito ao intérprete, como defendem Oliveira e Machado (2023). Observamos que em<em> ambientes linguísticos oralizados </em>(ALO) a não <em>manifestabilidade mútua</em>, com relação ao discurso construído, entre o professor e intérprete, pode ocasionar <em>problemas de tipo ocasional</em> no <em>ambiente linguístico traduzido </em>(ALT)<em>. </em>Assim, acreditamos que perguntas como, “O que é base?’, “Altura e comprimento podem ser base de uma figura geométrica?” e “O que queremos dizer, matematicamente, quando perguntamos, qual a relação entre essas áreas?" precisam ser acuradas para que na <em>reformulação interlingual</em> a<em> equivalência proposicional </em>possa acontecer e alunos surdos e <em>não-surdos</em> possam ter acesso ao mesmo conceito matemático. Acreditamos que um discurso matemático construído de forma que entregue <em>redes de significação</em> ao intérprete educacional pode minimizar os elementos disruptivos, como os <em>problemas ocasionais</em>, que podem levar para que o conhecimento matemático seja construído de forma divergente nos <em>ambientes bilíngues traduzidos</em>. Para isso, reconhecer que o lugar de <em>privilégio ouvinte</em> pode desequilibrar o <em>sistema didático</em>, quando este conta com a presença do intérprete educacional, apresenta-se como <em>condição necessária</em> rumo à inclusão linguística de alunos surdos e <em>não-surdos</em>.</p>Sidiane KemmerichDouglas Willian Nogueira de SouzaAniel Peixoto
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2024-12-132024-12-13181522523ASPECTOS DA PRESENÇA FEMININA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA DO INMA
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21623
<p>Na História da Matemática poucos são os registros das contribuições das mulheres em partes pela falta de fontes, mas também pelo pequeno número de mulheres direcionadas a área de exatas, como aponta o Censo da Educação Superior de 2022, que diz que as mulheres representavam apenas 22,0% dos que estavam se formando nos cursos de Ciências, Tecnologias, Engenharias, Matemática. Apesar de condições de acessos igualitárias ao ensino superior, é fato que ainda há uma subrepresentação da presença feminina nos cursos de matemática se compararmos ao número da população. Especificamente nos cursos ofertados pelo Instituto de Matemática (INMA) - bacharelado e licenciatura, tivemos no 1° semestre do ano de 2023 o ingresso de apenas 31% de mulheres. Os desafios encontrados pelas mulheres durante o curso, no entanto, estão para além do ingresso e são muito distintos. Na iniciação científica a que esse texto se refere, realizamos uma entrevista com uma aluna do curso e alguns desses desafios foram apontados. O estudo teve como objetivo mapear a presença feminina no curso de Matemática - licenciatura e bacharelado da UFMS. Para isso, inicialmente, foi realizado um levantamento de dados quantitativos fornecidos pelo site da UFMS, onde foi possível analisar a presença feminina na instituição a partir de resultados estatísticos. Em sequência, foi realizada uma entrevista roteirizada com uma estudante do curso de Matemática-Licenciatura ofertado pela UFMS, com o intuito de publicizar experiências que contenham os desafios pessoais de uma mulher na área de ciências exatas. Dos dados produzidos, temos que no 1° semestre do ano de 2023, as mulheres representaram 54,48% dentre aqueles que cursam ensino superior pela UFMS, enquanto no curso de Matemática (licenciatura), elas representam apenas 33,33%. Se olharmos para os alunos do Instituto de Física (INFI) e da Faculdade de Computação (FACOM) essa diferença é ainda mais expressiva, onde as mulheres representam, respectivamente, 27,65% e 15,53% do total de alunos. Apesar de ser importante olharmos para os números, eles pouco nos dizem sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na área de ciências exatas. A entrevista realizada nos traz alguns indícios desses dilemas, como maternidade, jornadas de trabalho (dentro e fora de casa), falta de rede de apoio. Durante sua gravidez, a estudante entrevistada afirma que seu primeiro pensamento foi trancar o curso para se dedicar à maternidade, enquanto seu marido, sequer cogitou essa possibilidade em qualquer momento. Esse relato reflete a realidade de muitas mulheres. A jornada feminina dentro de qualquer profissão já é difícil, e dentro do campo das ciências exatas, essa dificuldade aumenta, uma vez que além de todos os problemas enfrentados e situações pessoais, contam - se ainda com os estereótipos e a desvalorização da mulher dentro desse campo. Tal problema histórico, reflexo da organização da sociedade nos tempos passados e de forte influência da tríplice ancestralidade, conforme pontua Chassot (2003). Olhando para a entrevista realizada, inferimos que mesmo que as condições de acesso aos estudos oferecidas para ambos os gêneros sejam iguais, as alunas sempre estarão em desvantagem aos alunos. Enquanto os homens estão se preparando para uma prova e aproveitando seu tempo de estudos, as mulheres estão cuidando de seus filhos e lidando com afazeres domésticos. Não queremos com essa leitura simplesmente hierarquizar sofrimentos, mas entender que esses estão interceptados pelas estruturas (Akotirene, 2020).</p>Talita Gabriela Melgarejo OlmedoCarla Regina Mariano da Silva
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2024-12-132024-12-13181524525EXPLORANDO AS PROFUNDEZAS DISCURSIVAS NO PERCURSO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/21488
<p>O Núcleo Docente Estruturante (NDE) emerge como um elemento que pode possibilitar ambientes educacionais enriquecidos por trocas colaborativas entre professores formadores. Sua contribuição se destaca na promoção de uma atmosfera propícia para a partilha de experiências, aprendizados e conhecimentos entre os membros do corpo docente ao possibilitar articulações entre diferentes concepções. Diante desse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar como os membros do NDE buscaram insubordinar-se criativamente diante da resolução CNE/CP de 2015 e de 2019, especificamente no contexto da elaboração do Projeto Pedagógico Curricular (PPC) do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), pois para a reestruturação do PPC de 2024, a resolução de 2015 foi a diretriz explícita sob orientação da Pró-Reitoria da instituição, enquanto a resolução de 2019 foi uma diretriz implícita. Esta resolução propôs uma abordagem mais técnica e voltada para resultados, enfatizando competências específicas e a adequação dos cursos às demandas do mercado de trabalho. No entanto, a resolução de 2019 também foi alvo de críticas por parte de educadores e pesquisadores, que apontaram para a sua tendência de reduzir a formação crítica e humanística dos futuros professores, priorizando uma visão mais instrumental da educação. Embora houvesse a possibilidade de revogação da resolução de 2019, decidimos manter sua análise em nossa pesquisa por dois motivos principais. Primeiro, nossa investigação ocorreu antes de qualquer possível revogação, sendo a resolução ainda válida à época. Segundo, mesmo considerando uma revogação posterior, é crucial reconhecer que o PPC foi reestruturado sob alguns dos seus vieses. Além disso, a resolução de 2019 é parte da história da formação de professores no Brasil e do contexto político em que estávamos inseridos, contextualizando nosso estudo dentro do panorama educacional e político nacional da época. Utilizamos conceitos como Insubordinação Criativa (IC) (D’Ambrosio; Lopes, 2015) e o papel da Colaboração (Saraiva; Ponte, 2003) para possibilitar ações criativas, pois, com a adoção da IC, fomenta-se o pensamento crítico, comunicação entre pares, transformação de realidades e a concretização de aspirações. Realizamos entrevistas semi-estruturadas, incluindo, como participantes, os presidentes do NDE e, no mínimo, um docente representante de cada subárea da matemática, incluindo Educação Matemática, Estatística, Matemática Pura e Aplicada. Para a análise, utilizamos a Análise Textual Discursiva (ATD) (Moraes; Galiazzi, 2016) para explorar as percepções e práticas dos membros do NDE, pois, estudos que atribuem valor ao aspecto discursivo percorrem um caminho que abrange desde o que é explicitamente expresso até aquilo que permanece implícito, em um constante movimento entre o que é manifestado e o que permanece oculto. Do processo de análise emergiram quarenta e duas Unidades de Significado (US). Agrupadas por semelhança temática, essas unidades foram organizadas em nove categorias iniciais (C.1, ..., C.9), para cada uma das quais foi elaborado um argumento parcial representativo. Posteriormente, essas categorias iniciais foram agrupadas em quatro categorias intermediárias, por exemplo a categoria “C.1.4. Desbravando novas fronteiras: a articulação transformadora a partir da colaboração na formação docente que foi composta pelas categorias iniciais [C.4. Caminhos da diversidade: reflexões na construção de PPC que promovem a inclusão e a consciência social na formação de professores (9 US) + C.9. NDE em ação: construindo estratégias para promover a identidade do curso para uma educação matemática articulada (5US)]. Essas categorias estruturaram o metatexto de análise: "Auto(trans)formações do professor formador: um contínuo processo de aprender a articular saberes". A investigação enfatizou a importância da criatividade e colaboração, além de superar resistências institucionais e incorporar práticas pedagógicas reflexivas articuladas com as diretrizes educacionais. Destacamos que a formação contínua essencial para atender às demandas educacionais em constante atualização, promovendo uma educação inclusiva. Concluímos que a IC e a colaboração podem contribuir para a transformação criativa da/na prática docente e criação de condições que permitam aos formadores transformar a realidade que os circunda.</p>Tatiane Da Silva AlvesAdriana Fátima de Souza Miola
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2024-12-132024-12-13181526527NARRATIVAS DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA INDÍGENAS SOBRE SUAS PRÁTICAS E FORMAÇÃO
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<p style="font-weight: 400;">Atualmente, o termo "dar voz" está sendo amplamente discutido e problematizado, pois pode resultar em uma relação de assujeitamento e subalternidade para a pessoa que recebe essa voz. No entanto, as pesquisas que se utilizam da História Oral têm contribuído sobremaneira em fazer com que determinadas narrativas, antes restritas a um pequeno contexto social, circulem também em espaços acadêmicos. Nesse contexto, este trabalho almeja produzir e disseminar as vozes de professores de Matemática indígenas que atuam em escolas municipais ou estaduais na Cidade de Campo Grande, capital do estado. A partir deste ponto, temos como objetivo analisar como se constituem estas identidades profissionais a partir de suas cosmovisões, da diversidade e sobreposição cultural ocidental sobre a educação dos povos indígenas, e quais práticas, identidades, resistências e sujeitos emergem dessa prática e movimentos formativos. Como eixo teórico, será utilizado um referencial que contempla temas centrais como: formação de professores de matemática, perspetivismos culturais, multinaturalismo, multiplicidades e narrativas (Viveiros de Castro, 2018; Cury, 2013). O estudo caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, de modo que serão realizadas entrevistas semi-estruturadas com professores de matemática indígenas que atuam em escolas municipais ou estaduais na cidade de Campo Grande-MS, contemplando diferentes estágios de carreira: início, meio (com cerca de 10 anos de experiência) e fim de carreira (próximos da aposentadoria). Ao incluir professores de matemática indígenas em diferentes estágios de carreira, busca-se não apenas captar uma diversidade de experiências e conhecimentos, mas também entender como as diferentes fases da trajetória profissional influenciam suas práticas pedagógicas e suas percepções sobre a educação matemática. A quantidade de docentes não está definida a priori, permitindo a participação voluntária dos interessados. As entrevistas poderão abordar a problematização das subjetividades, seguindo a abordagem da "História Oral de vida" (Garnica; Gomes, 2020). Espera-se que os resultados contribuam para a problematização sobre “o perigo de contar uma única história” (Adichie, 2019), que apaga/menospreza/invisibiliza comunidades geralmente postas à margem. Ao registrar e analisar as narrativas dos professores, busca-se revelar as múltiplas perspectivas e subjetividades que compõem suas vivências, desafiando a homogeneização cultural.</p>Tatiane da Silva AlvesThiago Pedro Pinto
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2024-12-132024-12-13181528529USOS/SIGNIFICADOS DA GEOMETRIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES:
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<p>O ensino de geometria é pautado, por vezes, como algo restrito aos axiomas e demonstrações que diminuem o alcance plural desse campo do saber. Nessa perspectiva, temos como objetivo investigar os usos/significados atribuídos à geometria mobilizados em jogos de linguagens na formação inicial da Universidade Federal do Acre. Para subsidiar essa investigação nos ancoramos na terapia desconstrucionista que têm como pressupostos teóricos a terapia filosófica de Wittgenstein e a desconstrução de Derrida, a qual assumimos como atitude metódica de pesquisa. O primeiro nos faz pensar a matemática como um conjunto de jogos de linguagens que carregam consigo traços de diferentes usos em momentos de atividade. O segundo, no que tange à desmistificação da matemática unicista, essencialista, permeada por axiomas e fórmulas. Trata-se de um estudo qualitativo, com viés descritivo, que se constitui por meio de jogos de cenas que se escrevem nos rastros das falas dos alunos da Licenciatura em Matemática, a partir de observações do pesquisador e registros escritos, a partir de práticas indisciplinares, isto é, que busca transgredir as barreiras disciplinares do currículo escolar. Essas mobilizações a serem desenvolvidas servirão como base para construção de jogos de cenas performáticos, em que através de diálogos, descreveremos alguns dos usos/significados da geometria na formação inicial e faremos as devidas análises. Mas o que seria essa atitude metódica, na qual nos propomos a se apoiar na escrita deste trabalho? De início, pode parecer estranho, pois tudo aquilo que é diferente, pode nos causar estranheza. Mas de forma simplista, seria apenas um modo menos enrijecido de conduzir a pesquisa, sem abandonar o rigor da produção científica, na qual nossa maior preocupação não é provar algo, típico de um estudo verificacionista, mas sim, mostrar as outras faces, daquilo que está nas entrelinhas, que muitas vezes passa despercebido. De certo modo, a terapia desconstrucionista a partir desses conceitos busca desconstruir o pensamento de que a pesquisa deve provar algo. Nossa intenção não é esta, mas sim de mostrar alguns desses diferentes modos de mobilização da geometria e analisá-los na tentativa de responder a questão. Em síntese o foco aqui, não é prioritariamente no “porquê”? mas sim, em como esses usos se evidenciam nesses jogos de linguagens. Assim, espera-se como resultados que possamos reconhecer que na formação inicial, não existe somente uma geometria, mas também outras, cada uma carregando traços de suas culturas, materializadas nos sujeitos desta pesquisa. Além disso, é interessante que ao fim da pesquisa possamos entender que a geometria quando constituída nesses jogos de linguagens, pode apresentar construções de significados e mobilizações diferenciadas a depender do uso envolvido, do material didático adotado, da perspectiva política do curso em questão, etc. É importante também que as vivências que serão descritas por meio de diálogos, possam se consolidar como boas práticas de ensino de matemática, possibilitando que estes futuros professores possam replicar algumas dessas experiências nas suas salas de aula, agora sob uma perspectiva ampliada da matemática. Por fim, também se espera que esse processo de desconstrução seja identificado nas ações propostas, em que deixamos de considerar a geometria sob apenas uma lógica, onde o essencialismo prevalece, e, passamos a olhar sob uma ótica contributiva que pluraliza esse campo do saber.</p>Thassio Kennedy Silva OliveiraThiago Pedro Pinto
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2024-12-132024-12-13181530531IDENTIDADE
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<p>Já sentiram aquela sensação de não saber por onde começar a desenvolver uma pesquisa? Ou quando a temática é justamente o que te move, mas o seu (des)orientador lhe apresenta outras cosmopercepções (Oyěwùmí, 2021) do assunto [o que é interessante na construção enquanto futura pesquisadora] e, isso lhe causa aquele sentimento de não saber, não ter conhecimento, sobre o que te atravessa e afeta? Não? Uma das autoras desse resumo tem apresentado seu lugar de fala (Ribeiro, 2023) nessas inquietações. Uma mulher negra, que pesquisa sobre Questões Raciais no campo da Educação Matemática, que há oito anos se descobriu negra e lançou-se no processo de aprender mais sobre a sua <em>identidade</em> negra, a negritude, não acreditou, e não aceitou tão bem, quando se viu em meio a estudos sobre uma construção da negritude sem a <em>identidade</em> (Andrade, 2023). Ingressante do primeiro semestre do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Thays, se indignou, e não imaginou, que durante a sua primeira orientação seria convidada a pensar a negritude como uma estética e não como um construto identitário. Para ela era difícil, e arrisco dizer que ainda é, “abrir mão” de um conceito que a pouco tempo tenha conquistado. Pois, seus estudos tendem a apresentar tensões com o que lhe foi proposto. Mas, quem disse que para ter outras percepções temos que abandonar o que já sabemos? Operar deste modo, ainda seria estar capturado pela binaridade, essência, representação, ideias muito amasiadas com movimentos racistas, patriarcais e coloniais. Pois bem, nos arriscamos a questionar: como pensar a negritude sem a <em>identidade</em>? O que isso apaga ou silencia? O que potencializa? O que fica dessas angústias? Que outras acontecem? Estava escuro no seu entendimento que: a raça branca criou a ideia de racismo, o racismo criou a raça negra e nós, pessoas que se declaram negras, criamos a negritude. Que é a construção de uma <em>identidade</em> que (re)significa o ser negra. Para as intelectuais negras que Thays tem estudado, a negritude é uma construção, é tornar-se. A novidade, para ela, está em pensar a <em>identidade</em> negra como uma produção do sistema segregador, ocidental e normativo que estamos inseridas. Também está em acreditar, e aceitar, que o racismo nos retira o direito de construir a nossa imagem, <em>identidade</em>, legítima. Que o que falamos e definimos em nós, não passa de uma resposta a branquitude e que, tudo isso, nada mais é que o colonialismo, mais uma vez, determinando critérios raciais legítimos de como dizer e narrar sobre nós mesmos (Andrade, 2023). Não apresentamos definições ou sistematizações com a ideia de <em>identidade</em>. Sim, pontuamos algumas inquietações [em níveis tripais, diga-se de passagem] que nos atravessam quando propomos uma tese com intersecções com a negritude e, com a pretensão de caminhar em direção a dissolução e apresentar a rebeldia de colocar na linha de frente a resistência e a luta de corpos insubmissos (Andrade, 2023). Uma vírgula a mais: que pode uma tese [em contágios com um feminismo negro] em um espaço outro que se afaste do conceito de <em>identidade</em> como uma produção de normas do ocidente?</p>Thays Alves de OliveiraJoão Ricardo Viola dos Santos
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2024-12-132024-12-13181532533"E SE AQUI INUNDAR?":
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<p>Este trabalho apresenta o relato de experiência de uma prática pedagógica realizada na turma do 6° ano do Ensino Fundamental em uma escola pública de Educação Básica, como parte do Estágio Curricular Obrigatório do curso de graduação em Licenciatura em Matemática. A prática foi planejada visando habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como a <em>capacidade de interpretar, ordenar e representar números decimais, além de promover o trabalho colaborativo e o pensamento crítico</em>, respeitando o currículo vigente do Estado de Mato Grosso do Sul – MS. As orientações didáticas valeram-se da Modelagem Matemática na perspectiva da Educação Matemática como alternativa pedagógica (Almeida; Silva; Vertuan, 2013), abordando números decimais a partir de um contexto real e relevante: as enchentes ocorridas no Estado do Rio Grande do Sul – RS, em maio de 2024. A atividade foi estruturada em torno da construção de uma reta numérica em grande escala, elaborada com a participação ativa dos alunos. Inicialmente, alguns questionamentos foram realizados com o objetivo de identificar a percepção e informações dos estudantes sobre o fenômeno e, prontamente, os níveis da água foram destacados. Contextualizamos a situação com, “E se aqui inundar, o Rio Paraguai?” e foi feita uma introdução sobre os eventos das enchentes, evidenciando a importância de compreender dados numéricos relacionados a eventos naturais, estabelecendo uma relação interdisciplinar com aspectos da Geografia e Biologia, justificando o fenômeno que ocorreu no RS. Em seguida, em grupos de 4 a 5 alunos, eles foram incentivados a identificar, comparar e posicionar números decimais e uma trena foi utilizada como instrumento de medida para auxiliar na visualização e compreensão de medidas. Antecipadamente, desenhada em 3 metros (m) em papel <em>craft</em>, uma reta numérica foi exposta e os grupos, munidos de alguns números decimais e pequenos calendários que indicavam as datas, foram convidados para a construção da própria reta numérica. Nesse caso, utilizando dados reais das enchentes, sendo eles os indicadores de níveis de água registrados no Lago Guaíba. Após esta construção, os estudantes representaram-na em seus cadernos e algumas atividades foram desenvolvidas, explorando conceitos como, sucessor e antecessor e introduzidas as operações com números decimais. Essa abordagem permitiu relacionar o conteúdo matemático a um evento relevante, promovendo um aprendizado aparente, significativo e contextualizado. Os resultados da prática evidenciaram um bom aproveitamento dos estudantes nas atividades subsequentes, já que a construção da reta numérica proporcionou uma compreensão dos números decimais e suas aplicações práticas. Os alunos mostraram maior engajamento e interesse, o que se refletiu em um melhor desempenho na participação nas discussões em sala de aula. Assim, este relato evidencia a Modelagem Matemática como abordagem de ensino, dinâmica, motivadora e capaz de contextualizar o aprendizado para torná-lo mais significativo aos alunos. A experiência sugere que práticas pedagógicas que conectam o conteúdo escolar com situações do cotidiano podem favorecer a compreensão, o interesse e atribuir sentido e significado aos conceitos matemáticos pelos estudantes. Como Estágio, também destacamos o potencial que experiências como esta conferem à formação inicial (e continuada) de professores, pois ilustra outro modo de ensinar e aprender matemática, além da exposição e resolução de exercícios.</p>Kevelyn Desiree Ortega de ArrudaWellington Piveta Oliveira
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2024-12-132024-12-13181534535ÁLGEBRA NOS ANAIS DO SESEMAT (2014-2023):
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<p>Considerando o baixo desempenho dos alunos da Educação Básica relacionado à Álgebra identificado, por exemplo, nas experiências de ensino (Estágios, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, projetos e reforço escolar), o intuito deste texto é apresentar uma análise acerca dos objetivos das pesquisas apresentadas nos Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática – SESEMAT relacionadas à Álgebra, dos últimos 10 anos (2014-2023). Seguindo a análise qualitativa (Bogdan; Biklen, 1994), buscamos nos Anais do SESEMAT, as pesquisas que continham os termos: “Álgebra” e/ou “algébrico” em seus respectivos títulos, sendo identificadas 10 (dez) pesquisas. Após a leitura e identificação dos objetivos, eles foram agrupados em quatro grupos temáticos, sendo: <em>Álgebra no contexto da Formação de Professores</em>; <em>Abordagens teórico-metodológicas para o ensino de Álgebra</em>; <em>Análise de produções envolvendo Álgebra</em>; <em>História do Ensino de Álgebra</em>. Quanto às pesquisas, 3 (três) delas foram enquadradas em “<em>Álgebra no contexto da Formação de Professores</em>”, as quais problematizaram: a aprendizagem coletiva de professoras do ciclo da alfabetização (1º ao 3º ano) em relação ao pensamento algébrico; a experiência de formação continuada com professoras alfabetizadoras no desenvolvimento do pensamento algébrico; as intervenções envolvendo o pensamento algébrico, por acadêmicos do PIBID do curso de Pedagogia, numa abordagem lúdica. Já as 4 (quatro) pesquisas relacionadas ao grupo, “<em>Abordagens teórico-metodológicas para o ensino de Álgebra</em>”, investigaram aspectos teóricos e metodológicos envolvendo Álgebra e o pensamento algébrico e articularam abordagens de ensino como, a Resolução de Problemas, o Ensino Exploratório e Jogos, para investigar, por exemplo, o pensamento de estudantes ao vivenciarem práticas orientadas por essas abordagens. No que se refere às 2 (duas) pesquisas classificadas em “<em>Análise de produções envolvendo Álgebra</em>”, uma delas analisou materiais curriculares e outra, teses e dissertações relacionadas à essa temática. Por fim, a pesquisa cujo tema foi “<em>História do Ensino de Álgebra</em>”, analisou os traços do ensino de Álgebra no início da Primeira República, no Estado de Mato Grosso Uno e no município de Campo Grande/MT. De modo geral, ao retomarmos o nosso objetivo - apresentar uma análise acerca dos objetivos das pesquisas apresentadas nos Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática – SESEMAT relacionadas à Álgebra, dos últimos 10 anos (2014-2023) – esse agrupamento nos mostrou que o ensino e aprendizagem da Álgebra é um tema recorrente nas pesquisas e, talvez, isso se dê por conta da necessidade de buscar por elementos que contribuam para a superação das dificuldades emergentes nos contextos educacionais (Educação Básica e Ensino Superior). Esse argumento se sustenta quando se recorre ao passado, “História do Ensino [...]”, mostrando ser uma estratégia para compreendermos as dificuldades no presente; e quando se investe em propostas metodológicas, “Resolução de Problemas, Ensino Exploratório, Jogos”, pois configura abordagens inovadoras para a aprendizagem. Por fim, refletimos que, os objetivos das pesquisas mostram um campo amplo ainda a ser explorado, investigado e colocado em prática para que o ensino e a aprendizagem da Álgebra, bem como o desenvolvimento do pensamento algébrico sejam promovidos com sucesso.</p>Kevelyn Desiree Ortega de ArrudaPettrick Monteiro Santos Wellington Piveta Oliveira
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2024-12-132024-12-13181536537DESIGUALDADES ECONÔMICAS EM MATEMÁTICA:
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<p>O objetivo deste trabalho é investigar como a desigualdade econômica impacta a formação inicial de professores de Matemática. A desigualdade social e econômica afeta estudantes de cursos de Licenciaturas em Matemática, principalmente aqueles que estudam no período noturno. São múltiplos os elementos, dinâmicas, causas e efeitos que influenciam as condições e oportunidades de licenciandos que trabalham consigam concluir ou desistam de seus cursos. Em um olhar para o cenário de estudantes do curso, temos que muitos enfrentam o desafio de conciliar o trabalho e o estudo sendo que, em algum período, precisam optar por um desses afazeres. Na maioria dos casos, os estudantes não possuem muitas escolhas, pois de seus trabalhos sobrevivem, e como consequência, abandonam o curso. Neste trabalho, em andamento, realizamos uma pesquisa qualitativa com intenção de investigar narrativas produzidas com licenciandos em Matemática do curso de Licenciatura em Matemática da UFMS, campus de Campo Grande. Utilizamos a perspectiva teórico-metodológica do Modelo dos Campos Semânticos (MCS), de Romulo Lins. Diante disso, trabalhamos e discutimos de que forma essa desigualdade é manifestada entre os cursistas, usando como referência o livro “A tirania do Mérito”, de Michael Sandel, no qual o autor explicita como a ideologia meritocrática influencia em tal contexto. Exemplos de nossa discussão seriam na ideia de valorizar apenas talentos inatos, sem considerar os impactos sociais e econômicos de cada aluno, ou como muitos professores acreditam que, reforçar as desigualdades ao tratar os alunos como capazes igualmente de aproveitar as mesmas oportunidades, e medindo seus esforços de acordo com suas notas, sem considerar o contexto individual de cada um. Esses, entre outros exemplos, vivenciamos em nosso curso de Licenciatura em Matemática. Durante nosso processo de realização da iniciação científica, fomos atravessados por uma greve em nossa universidade, outro exemplo que explicita um efeito da desigualdade econômica em nossa sociedade, o que inviabilizou a realização de nossas entrevistas. Logo, optamos por focar nossos estudos em textos e trabalhos a respeito da desigualdade econômica no contexto de formação inicial de professores de Matemática e, estamos neste momento, realizando entrevistas com licenciandos em Matemática. Assim, discutimos, mapeamos e explicitamos algumas considerações que vivenciamos como estudante de licenciatura em matemática. Observamos em alguns colegas o sentimento de frustração em não conseguir concluir o curso perante a situação que se encontra. Eles se comparam aos poucos estudantes que não possuem a necessidade de trabalho para sobreviver e que conseguem dedicar 100% de seu tempo aos estudos. Promover um ambiente educacional mais justo, equitativo e inclusivo, uma abordagem que reconheça e valorize a diversidade de experiências dos alunos, garantindo que o sucesso acadêmico seja alcançado, não apenas por mérito individual, e com um devido apoio e compreensão das condições de cada estudante, é uma das potencialidades deste trabalho, na direção de construir um curso de Licenciatura em Matemática que lide com as desigualdades econômicas. Diante dessas considerações, ainda continuamos com os seguintes questionamentos em pesquisas futuras: Como a desigualdade econômica afeta estudantes do curso de Licenciaturas em Matemática?</p>Hadassa da Silva CavalcanteJoão Ricardo Viola dos Santos
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2024-12-122024-12-12181538539BNCC E CURRÍCULO:
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<p>Neste resumo apresentamos uma proposta de pesquisa que tem como base a discussão das Competências apontadas na Base Nacional Comum Curricular e o desenvolvimento destas na disciplina de matemática em sala de aula. Fundamentamos nos trabalhos de Perrenoud que em seus estudos discute o desejo de desenvolver o saber e a decisão de aprender não como o centro da competência do educador, mas o olhar para o fato que o aluno não está na escola por sua decisão e sim por se tratar de uma obrigação, entretanto para o autor cada aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para etapas subseqüentes do currículo escolar, tornando-o capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, e assim transformar qualquer ambiente em pedagógico, independentemente de quaisquer situações. Na pesquisa temos como objetivo analisar como a BNCC tem sido implementada e seus impactos no desenvolvimento das competências na disciplina de matemática nas escolas estaduais do município de Angélica, Mato Grosso do Sul. Para delinear nosso objetivo observaremos por meio dos planejamentos e entrevistas as estratégias pedagógicas adotadas pelos professores de matemática para implementar as diretrizes da BNCC em sala de aula, principais desafios enfrentados na implementação efetiva da BNCC no ensino de matemática e percepções dos professores e gestores escolares sobre a eficácia da BNCC no desenvolvimento das competências matemáticas. A investigação quanto à forma de estudo, será descritivo-exploratória, de abordagem qualitativa. O método escolhido será o de estudo de caso, em que pretende, com a exploração e descrição, promover a interação com a realidade do estudo, do qual será necessária a coleta de dados e materiais significativos que objetivam reunir e estruturar informações relevantes para o caso (Gil, 2015). A população alvo da pesquisa será composta por professores de matemática que atuam nas escolas estaduais de Angélica. A implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Brasil marca um avanço significativo no campo da educação, estabelecendo diretrizes unificadas para a elaboração dos currículos escolares em todo o país (Brasil, 2018). No referencial teórico, destacam-se abordagens que fundamentam a importância da BNCC como um instrumento para promover uma educação de qualidade. No contexto específico da disciplina de matemática, a BNCC propõe um conjunto de competências essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo de sua trajetória escolar. Estas competências visam não apenas o domínio dos conteúdos matemáticos, mas também o desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioemocionais e práticas que são fundamentais para a formação integral dos indivíduos (Vaz, 2019). Considerando a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas escolas estaduais de Angélica, Mato Grosso do Sul, hipotetiza-se que o alinhamento efetivo dos currículos escolares com as diretrizes da BNCC oportunizará um maior desenvolvimento das competências matemáticas entre os estudantes. Especificamente, espera-se que escolas que adotem práticas pedagógicas alinhadas com as diretrizes da BNCC, como a contextualização dos conteúdos, o uso de metodologias ativas e a interdisciplinaridade, apresentem melhores resultados no domínio e na aplicação prática das competências matemáticas pelos estudantes. Assim, a pesquisa não apenas expandirá o conhecimento acadêmico sobre o tema, mas também terá um impacto prático significativo no campo da educação.</p>Iara Maria CauzSonner Arfux de Figueiredo
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2024-12-122024-12-12181540541