Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat <p><strong>ISSN 2448-2943 (online) ISSN 2177-3122 (impresso)</strong></p> <p style="text-align: justify;">O primeiro SESEMAT foi realizado em 2007, teve como principal objetivo dar início as atividades do Curso de Mestrado em Educação Matemática. Embora esse fosse o objetivo primeiro do evento, percebeu-se o interesse de pesquisadores da região em participar do Seminário, pois o mesmo seria um meio de divulgação das pesquisas em andamento e concluídas no Estado de Mato Grosso do Sul. Sendo assim, criaram-se expectativas para a segundo edição do evento em 2008. Em 2024 o Seminário Sul-mato-grossense de Pesquisa em Educação Matemática (SESEMAT) foi um evento realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat).</p> pt-BR Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2177-3122 INICIEI O DOUTORADO, E AGORA? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19123 <p>Ao ingressar em um curso de Pós-graduação Stricto Sensu diversas são as dúvidas, expectativas e anseios. Nesse viés, este trabalho objetiva-se compartilhar nossas experiências e vivências nas disciplinas obrigatórias do curso de doutorado no primeiro bimestre do primeiro semestre de 2023 no PPGEduMat. Ancoramo-nos na metodologia qualitativa com características em pesquisa-ação, proporcionando descrever os fatos de maneira subjetiva e singular, narrando os acontecimentos da forma que realmente aconteceram. Em nossas discussões que estão em consonância com Paulo Freire, Ubiratan D’Ambrósio, Fiorentini e Lorenzato que primam por uma educação com produção de conhecimentos com significados. Almejamos a partir das narrativas dos momentos nas aulas e as expectativas expostas por nós doutorandos, que possamos contribuir, incentivar e estimular futuros pós-graduandos para essa trajetória acadêmica e dizer que todo sonho pode se tornar uma realidade.</p> Mônica Taffarel Marisa Raquel de Melo Pereira Thiago Carneiro de Barros Siqueira Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-18 2023-10-18 17 1 1 12 VOLUME, CAPACIDADE E GRANDEZAS RELACIONADAS: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19088 <p>As Grandezas e Medidas têm sua importância reiterada no contexto escolar dada a sua ampla gama de utilização no dia a dia e, a partir de questões retiradas de livros didáticos do Ensino Médio, fizemos uma análise das relações entre as grandezas volume e capacidade e as grandezas área, comprimento, massa e densidade, tomando como ponto de partida os estudos de Vergnaud sobre volume e a adaptação da hipótese didática de Douady e Perrin-Glorian sobre grandezas. Verificamos que as questões aqui tratadas favorecem as relações entre grandezas e suas propriedades, além de abordar importantes aspectos das mesmas, porém não trazem contextos e/ou questionamentos realistas na utilização dessas grandezas. As atividades trazidas possibilitam ao professor debater seus elementos, contextos e propriedades e, ao fazê-lo, propor atividades investigativas com os alunos.</p> Katy Wellen Meneses Leão Marilena Bittar Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 12 MODELAGEM MATEMÁTICA COM TECNOLOGIAS DIGITAIS: UMA INVESTIGAÇÃO POR MEIO DOS RELATOS DE EXPERIÊNCIA DA XI CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE MODELAGEM NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19112 <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo é resultado de uma revisão sistemática da literatura, cujo objetivo é investigar e compreender como se deu a abordagem do uso das Tecnologias Digitais nas atividades de Modelagem Matemática nos relatos de experiências apresentados na XI CNMEM</span><span style="font-weight: 400;">. Nesta perspectiva, </span><span style="font-weight: 400;">no âmbito da Educação Matemática respondemos a seguintes inquietações: </span><span style="font-weight: 400;">quais concepções de Modelagem foram utilizadas como aporte metodológico/teórico nas pesquisas selecionadas? Em quais níveis educacionais se enquadram estas pesquisas? Quais atividades/propostas, e conteúdos curriculares os pesquisadores abordaram em suas pesquisas? Quais as Tecnologias Digitais, utilizadas nas atividades de Modelagem? Quais resultados convergiram e divergiram entre as pesquisas? Assim, esse estudo teve cunho qualitativo com caráter de pesquisas exploratórias</span><span style="font-weight: 400;">. Os resultados mostraram que </span><span style="font-weight: 400;">a utilização das Tecnologias Digitais nas atividades de Modelagem Matemática na sala de aula, pode possibilitar que os alunos criem um pensamento crítico, reflexivo e investigativo, propiciando a interdisciplinaridade entre a Matemática e outras áreas do conhecimento.</span></p> Alessandro Ribeiro da Silva Carlson Guerreiro de Almeida Claudia Carreira da Rosa Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 12 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E OS VESTÍGIOS FOTOGRÁFICOS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19118 <p>Ao analisar toda essa gama de material, muitas vezes esquecido, volta ou outra, o historiador se depara com fotografias de alunos, de professores, da escola e outras mais. No entanto, começam aí algumas questões de como utilizá-las na pesquisa. Com o pensamento que a história é uma representação do passado, e, como representação pode-se entender como aquilo a que a memória nos remete. Sem querer trazer conceitos ou definições, pode-se dizer que a fotografia produz o mesmo efeito. A pretensão neste artigo é argumentar que a fotografia pode ser vista como fonte de pesquisa histórica e auxiliar na leitura de determinada cultura escolar, a depender da época e local em que foi feito o registro fotográfico. Para isso, analisou-se uma fotografia do Colégio Imaculada Conceição, datada próxima dos anos de 1925, época em que o Colégio estava em construção, onde traz alunas na entrada do colégio. Para essa análise fotográfica utilizou-se os conceitos de <em>representação </em>(CHARTIER, 1991), <em>cultura escolar</em> (JULIA, 1990) e referenciais teórico-metodológicos da história cultural.</p> Odair Gonçalves Marquez Pamela Kariny Peteres Soares Lima Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 12 MULTICULTURALISMO E LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA: UMA ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES HISTÓRICAS E CULTURAIS DOS POVOS INDÍGENAS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19167 <p>Guiado pela questão de pesquisa: como se dão as representações históricas e culturais dos povos indígenas nos livros didáticos de matemática?, este trabalho teve como objetivo fazer uma análise das imagens que constavam na coletânea de livros de matemática mais distribuída nas escolas públicas estaduais do município de Dourados-MS. Baseado nas teorizações pós-críticas do currículo, nossos argumentos apoiam-se em elementos dos Estudos Culturais e do Multiculturalismo (Silva, 2005), abarcando ainda conceitos como a alteridade (Duschatzky; Skliar, 2001) e as relações de poder na perspectiva de Silva (2005) e Foucault (2011, 2021). Nosso referencial metodológico tem inspiração na cartografia proposta por Passos, Kastrup e Escóssia (2009). Como material empírico, tomamos a coleção ‘Matemática Realidade &amp; Tecnologia’. A análise dos dados apontou que a cultura e a história dos povos indígenas foram representadas de forma folclórica e descolada da realidade. Conclui-se que as representações dos povos indígenas evidenciam as diferenças, trazendo de forma branda aspectos culturais e históricos, ao mesmo tempo que não mostra as disputas cotidianas destes, evidenciando assim que as relações de poder perpassam aspectos sócias, onde através de uma das vertentes do currículo, que é o livro didático, contribuem para a constituição de um discurso idealizado dos povos indígenas.</p> Danubio Casari Angelico José Wilson dos Santos Adriana Fátima de Souza Miola Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 12 O LIVRO DIDÁTICO E SUA IMPORTÂNCIA NO ENSINO DA MATEMÁTICA: ESTUDOS INTRODUTÓRIOS SOBRE O ENSINO DE ÂNGULOS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19119 <p>Este trabalho é resultado de um estudo inicial, referente a uma pesquisa de mestrado em andamento, que tem por objetivo analisar o ensino de ângulos presente em uma coleção de livro didático (LD), aprovado pelo PNLD/2024 Objeto 1. No desenvolvimento deste artigo, utilizamos o aporte teórico e metodológico da pesquisa, a Teoria Antropológica do Didático (TAD), idealizada pelo educador Yves Chevallard, e, além disso, estudos de artigos científicos que versam sobre o ensino de ângulos, algumas considerações sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), e ainda evidenciar quanto o livro didático é um recurso importante, tanto para o aluno quanto para o professor.</p> Cintia Melo dos Santos Aline Dias de Lima Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 9 INCLUSÃO AUSENTE: A REPRESENTAÇÃO LIMITADA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19126 <p>Este artigo abordou estudos sobre identidade e diferença com o objetivo de desvelar as possíveis formas de representação de vozes e perspectivas no discurso presente nos livros didáticos utilizando a coleção "A Conquista da Matemática", destinada ao Ensino Fundamental - 6º ao 9º ano, para compor o corpus. Para a análise, utilizamos a pesquisa qualitativa, nos apoiando na análise do discurso na perspectiva de Foucault especificamente na construção de enunciados. Notamos que a representação de pessoas com deficiências nessas obras é muitas vezes limitada e estereotipada, focando principalmente em pessoas cadeirantes e deficientes visuais, enquanto outras deficiências são negligenciadas. Os enunciados construídos revelaram "a deficiência física como símbolo de inclusão" e "apagamento das pessoas com deficiências". Além disso, a falta de conexão entre as imagens e as atividades propostas também chamam atenção, sugerindo uma pseudo-integração das pessoas com deficiências ao contexto pedagógico e social.</p> Tatiane Da Silva Alves José Wilson dos Santos Adriana Fátima de Souza Miola Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 12 ESTUDOS INICIAIS SOBRE O ENSINO DE EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU: POSSIBILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM SALA DE AULA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19128 <p>Este artigo tem como finalidade apresentar um movimento teórico em que realizaremos uma discussão das teorias que serão mobilizadas para construção e desenvolvimento de uma pesquisa inicial de mestrado profissional, vinculado à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, por meio da seguinte problemática: Quais possibilidades e limitações em desenvolver situações didáticas, com base na Teoria das Situações Didáticas (TSD) em sala de aula, para o ensino de equações do primeiro grau? Para isso, nos apoiaremos nas teorias da Didática da Matemática, para que o aluno possa compreender o estudo de equações polinomiais do 1º grau a partir do pensamento algébrico matemático, alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mantendo conexões entre conceitos estudados em sala de aula com aplicações no mundo real. Contudo, para a construção da sequência didática, que será o produto educacional, visto que estamos em um mestrado profissional, utilizaremos a Teoria das Situações Didáticas e, como, procedimento metodológico, tomaremos como a Engenharia Didática, que fornece o passo a passo da criação de situações de aprendizagem. Por fim, para analisar a sequência didática, se resultou ou não, na aprendizagem dos conceitos algébricos, nos apropriaremos da Teoria dos Campos Conceituais que permite avaliar o desenvolvimento cognitivo dos alunos em relação aos conceitos estudados. Essa análise será fundamental para verificar a eficácia da sequência didática proposta e identificar possíveis dificuldades ou desafios enfrentados pelos estudantes e pelo professor ao propor uma sequência didática em sala de aula.</p> Cintia Melo dos Santos Fabrício Santos Silva Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 11 TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UM LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE PESQUISAS DA TEMÁTICA PUBLICADAS NOS ANAIS DO SEMINÁRIO SUL-MATO-GROSSENSE DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (SESEMAT/UFMS) https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19132 <p>O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir um levantamento bibliográfico de pesquisas qualitativas de Tecnologias e Educação Matemática publicados nos anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática (SESEMAT) do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), considerando o intervalo de tempo entre a terceira edição, publicada em 2009, até a 16ª Edição, que foi publicada em 2022. Acerca disso, as modalidades de publicação nos anais do SESEMAT são artigo completo para comunicação oral e resumo expandido para pôster. No geral, foi possível identificar 89 pesquisas publicadas com a temática Tecnologias nos anais do SESEMAT. A partir do levantamento foi possível observar que existem trabalhos sobre tecnologias desde o início do SESEMAT, que ter dois grupos de pesquisa de Tecnologias no programa fortalece para o crescimento da tendência de trabalhos de tecnologias no evento e na linha de pesquisa além de observarmos também vários trabalhos de tecnologia sendo abordado com outras linhas de pesquisa.</p> Thainá do Nascimento Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 12 PENSAMENTO ALGÉBRICO: A VISÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA DE UM GRUPO DE PROFESSORAS DOS ANOS INICIAIS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19152 <p>O trabalho intenciona apresentar uma experiência de formação continuada com professoras alfabetizadoras, em um grupo de estudos de natureza colaborativa, com foco no desenvolvimento do pensamento algébrico. As partícipes atuavam, quando do momento da pesquisa de mestrado acadêmico do primeiro autor, em uma escola pública da rede municipal de uma cidade do interior do estado de Mato Grosso do Sul (MS) em turmas de 1º ao 3º ano. Para este texto, objetivamos apresentar o primeiro episódio formativo do grupo <em>Algebrar </em>que primou por analisar a ampliação da visão teórico-metodológica das professoras e suas implicações para a prática visando contemplar atributos do pensamento algébrico. Devido ao momento pandêmico atravessado durante os anos de 2020 e 2021, as interações ocorreram via <em>google meet. </em>Os encontros abordaram, na perspectiva crítica, aspectos da BNCC e do currículo local, o que resultou em estudos coletivos, análises de práticas, organização do trabalho pedagógico na perspectiva da resolução de problemas e na elaboração de tarefas para as crianças.</p> Jocelei Miranda da Silva Klinger Teodoro Ciríaco Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 11 AS CONCEPÇÕES DE MUNDO DE PLATÃO, NIETZSCHE E AILTON KRENAK E ALGUMAS DE SUAS IMPLICAÇÕES PARA O PROCESSO DE (EX)INCLUSÃO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19019 <p>Como você concebe o mundo? Acompanhado por esta pergunta, um dos objetivos deste trabalho é tecer algumas compreensões provisórias de algumas implicações das concepções de mundo de Platão, Nietzsche e Ailton Krenak para o processo de (ex)inclusão. Para tal, fizemos uso de três obras e, metodologicamente, adotamos uma postura que estamos chamando de “olhar filosófico”. Apresentamos também como concebemos os processos de inclusão e exclusão, para então fazermos os deslocamentos conceituais, buscando atender o objetivo anunciado.&nbsp;</p> João Paulo Risso Marcio Antonio da Silva Thiago Donda Rodrigues Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 9 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DAS TESES E DISSERTAÇÕES NA LITERATURA BRASILEIRA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19028 <p>No presente artigo realizou-se um estudo de natureza bibliográfica, tendo como metodologia o mapeamento horizontal com o objetivo de mapear as pesquisas na área de educação matemática, relacionadas ao processo de inclusão de alunos com deficiência intelectual. Dessa forma, levou-se em consideração as teses e dissertações publicadas no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Como resultado, obteve-se o quantitativo de vinte e três (23) trabalhos, datados de 2003 a 2022, de variadas universidades de programas de pós-graduação. Quanto as regiões, a região em maior destaque foi a Sul e a com menor produção a Nordeste. Dessa maneira, a partir deste estudo foi possível construí o panorama das teses e dissertações e situar-se nessas redes pré-existente de pesquisa.</p> Regivan de Lima Nogueira Marcus Bessa de Menezes Edelweis José Tavares Barbosa Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 12 A MÚSICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA VIA PROPOSIÇÃO, EXPLORAÇÃO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COM ESTUDANTES AUTISTAS: BUSCANDO TESSITURAS INCLUSIVAS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19041 <p>A Música faz parte da nossa vida desde os tempos remotos, estando associada às culturas de cada época. É expressa através de sons que estimulam escutas e emoções, sendo cantada e tocada por uma pluralidade de instrumentos combinados. No contexto do ensino de matemática ela ganha espaço ao desenvolvermos práticas que promovem o trabalho com elementos culturais, emocionais e o pensamento matemático. O objetivo deste estudo é compreender as contribuições da música no ensino de matemática via proposição, exploração e resolução de problemas para a inclusão e aprendizagem de estudantes com transtorno do espectro autista. A metodologia utilizada quanto à abordagem é qualitativa, quanto aos objetivos é descritiva e no que tange aos procedimentos de coleta é de campo. A técnica de pesquisa utilizada foi à entrevista com três docentes dos anos iniciais do ensino fundamental. O campo da pesquisa foi uma escola pública municipal localizada no interior da Paraíba. Os resultados apontaram que a música é utilizada no ensino de matemática, na resolução de problemas matemáticos e contribui para a inclusão e aprendizagem dos estudantes autistas, de modo que possibilita o desenvolvimento do cálculo mental, apropriação de conceitos matemáticos trabalhados nas situações problemas, o raciocínio e a atenção.</p> Polliana Barboza Marcus Bessa de Menezes Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 12 AS MATEMÁTICAS ENSINADAS NAS UNIVERSIDADES MEDIEVAIS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19162 <p>O presente artigo tem como objetivo apresentar em linhas gerais as matemáticas ensinadas nas primeiras universidades medievais, a partir do <em>Quadrivium</em>: Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. Partindo de uma pesquisa bibliográfica procuramos referências à criação das primeiras universidades europeias que influenciaram no modelo de universidade que conhecemos hoje, como também as artes que compunham o <em>Quadrivium</em>, e que juntamente com o <em>Trivium</em> constituíam o conjunto das Sete Artes Liberais e embasaram a educação medieval por muitos séculos. A caracterização do <em>Quadrivium</em> nos permite melhor compreender o conhecimento matemático medieval, e a partir daí estabelecer conexões com as outras formas de categorização do conhecimento matemático, que se apresenta em nossos dias de forma muito diversa do que no período medieval.&nbsp; Esperamos que ao lançar luzes sobre o passado, possamos vislumbrar possibilidades de compreensão para o ensino da Matemática em nosso tempo presente e projetar ações para o futuro.&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> Marisa Raquel de Melo Pereira Flaviane Meireles dos Santos Campeiro Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 8 A FAUNA MARCANDO O TEMPO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19163 <p>Esse trabalho é um recorte da dissertação defendia em 2018 e alinha-se ao projeto de doutoramento submetido ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática da UFMS em 2023. &nbsp;Dois pontos são importantes e objetivos para descrever esse trabalho, o primeiro é apresentar o povo Rikbaktsa, sua maneira de se relacionar com a natureza, e mediado por ela, marcar o tempo; o segundo, é prosseguir e embrenhar os estudos sobre os marcadores de tempo do povo Rikbaktsa em sua cosmovisão. Para a realização desse trabalho nos valemos de uma abordagem qualitativa de cunho etnográfico com imersões nas aldeias nos anos de 2016, 2017 e 2018. Nosso referencial teórico baseia-se no Programa Etnomatemática na vertente Dambrosiana, que visa compreender as diversas matemáticas e maneiras próprias de gerar, sistematizar e difundir os conhecimentos. Percebemos que o povo Rikbaktsa estabelece relações com a natureza, a qual orienta as atividades da comunidade e que há diferenciação em usar esse ou aquele marcador.</p> Mônica Taffarel Thiago Donda Rodrigues Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 12 OS SENTIDOS E SENSAÇÕES QUE MOVEM A AFIRMAÇÃO PELA DOCÊNCIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19164 <p>O presente artigo tem por intenção apresentar uma pesquisa que se constituiu através dos sentidos e sensações na afirmação pela docência em matemática com licenciandos de uma universidade pública. A pesquisa apresentada constitui-se de acordo com os pressupostos da História Oral, na criação de narrativas produzidas em experimentações que trabalharam com os sentidos e sensações que se afloram no primeiro contato com a sala de aula como docente. Sendo assim, no presente artigo trarei algumas reflexões, inquietações e motivações a respeito da maneira como entendemos a produção do conhecimento na atualidade, e por fim serão apresentados os dados parciais da pesquisa apresentada.</p> Asaph Ortolani Bedoia Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 12 COMECEI A CAMINHAR COM OS OLHOS FECHADOS PARA QUE EU PUDESSE VER O MUNDO: NOTAS SOBRE ENCONTROS DE (TRANS)FORMAÇÃO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19165 <p>Esse artigo traz resultados parciais de uma pesquisa de doutorado em andamento realizada por meio de encontros online com um grupo de pedagogos e futuros pedagogos de diferentes regiões brasileiras. Detalhamos aqui um pouco dos encontros da pesquisadora com um dos participantes, sendo esse uma pessoa com deficiência visual. Cabe destacar que o problema didático desta pesquisa vem se delineando na análise das condições e restrições de uma proposta de formação na perspectiva do Paradigma Questionamento do Mundo. Para isso, mobilizamos parte da dialética entrada-saída do tema relativa ao desenvolvimento da tese, enquanto um percurso de estudo e pesquisa (PEP), do qual é fundamentado na Teoria Antropológica do Didático (TAD). Isso se constitui como uma tentativa de realizar uma emersão da Didática da Matemática (DDM) para lançar nosso olhar com os escritos sobre experiência em Larrosa. Esse deslocamento se dá como uma condição necessária para a compreensão da mudança do equipamento praxeológico da pesquisadora em seu processo de (trans)formação, ao nos aproximar do saber da experiência e percebê-la como sujeito da experiência na leitura de seus sentimentos e movimentos com práticas (educacionais) inclusivas que nos movem para além da pesquisa, à vida.</p> Camila de Oliveira da Silva Marilena Bittar Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 12 ETNOMATEMÁTICA: UM CAMINHO PARA A VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19089 <p><span style="font-weight: 400;">Este artigo tem por objetivo abordar questões étnicas raciais na disciplina de Matemática bem como propor atividades curriculares voltadas para a valorização da história e da cultura afro-brasileira e africana. Consideramos como base a Lei nº 10.639/03 que representa a </span><span style="font-weight: 400;">culminância dos esforços do Movimento Negro na efetivação de uma política educacional que considera a participação dos negros na formação histórica e cultural de nosso país. </span><span style="font-weight: 400;">Assim, abordamos neste trabalho, a Etnomatemática com o intuito de mostrar as possibilidades para o professor de matemática trabalhar conteúdos matemáticos escolares “interagindo” com a matemática não escolar e valorizando a história e a cultura afro-brasileira.</span> <span style="font-weight: 400;">Dessa forma, este trabalho poderá propiciar maior conhecimento das nossas raízes africanas e da participação do povo negro na construção da sociedade brasileira, bem como construir nas escolas uma educação antirracista e propiciar o respeito pela diversidade, além de inserir novas perspectivas de ensinar a matemática, sendo este um conhecimento necessário para combater o preconceito.&nbsp;</span></p> <p>&nbsp;</p> Bianca Silva Braga Waléria Andrade Martins Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-26 2023-10-26 17 1 1 12 AUTISTA E CALEIDOSCÓPIO: [RE]CONHECENDO O AUTISMO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19003 <p>A partir das pesquisas de mestrado dos autores, uma envolvendo o Transtorno do Espectro Autista - TEA e a outra a Geometria Fractal e o Caleidoscópio, neste artigo busca-se fazer algumas analogias entre o autista/autismo e o caleidoscópio. Essas aproximações vêm sendo discutida por autores como Demeterko e Somavilla (2021) que indicam o autismo a partir dessa analogia com o caleidoscópio e os autistas também vem se identificando a partir desse instrumento manipulável. Para isso, utiliza-se a abordagem qualitativa, o viés da Análise de Conteúdos e da Pesquisa Narrativa para se produzir e analisar os dados. Salienta-se que o texto foi escrito no formato de diálogo entre os autores-professores na tentativa de aproximar os leitores de uma conversa entre docentes da Educação Básica. Assim, espera-se que o artigo possa contribuir com o [re]conhecimento do autista no contexto escolar e contribuir para a inclusão de pessoas com deficiências nos espaços escolares da Educação Básica. Além disso, esperamos que o estranho, o diferente, venha ser reconhecido como normal no que tange ao formato do texto e principalmente ao autista.</p> Fabio Antunes Brun de Campos Cleonilde da Silva Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-26 2023-10-26 17 1 1 12 RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE MODELAGEM MATEMÁTICA: ENSINO DE FUNÇÃO AFIM PERMEANDO A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18848 <p>O presente trabalho, desenvolvido no âmbito da disciplina Modelagem Matemática do mestrado Profissional em Matemática (PROFMAT), apresenta considerações sobre a realização de uma atividade proposta a uma turma de 1° ano do Ensino Médio em uma escola estadual, na cidade de São Gabriel do Oeste – MS. O principal objetivo foi desenvolver competências e habilidades estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC relacionadas à Função Afim, como conceito de função, gráfico de uma função e lei de formação de uma função linear, por meio de uma situação real que despertou a motivação dos estudantes. A atividade permitiu a participação efetiva dos estudantes no seu processo de aprendizagem, mediante momentos de investigação e tomada de decisões, além de oportunizar a conscientização sobre a importância de um recurso natural essencial, a água.</p> Adriana Livi Lilian Milena Ramos Carvalho Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-27 2023-10-27 17 1 1 12 MODELAGEM MATEMÁTICA E SALA DE AULA: UMA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19144 <p>Este trabalho consiste em contar a primeira experiência de professores ao desenvolver uma aula por meio da modelagem matemática em uma turma de sétimo ano do ensino fundamental de uma escola pública da rede estadual de ensino da região central de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, considerando o Referencial Curricular do estado. Serão explorados os elementos da modelagem matemática durante o relato do processo de construção do modelo matemático envolvendo razão e proporção e o Teorema de Tales. Foi concluído que, por mais que alguns fatores influenciaram o desenvolvimento dessa alternativa de ensino, como por exemplo, o tempo de aula, o currículo escolar e o desinteresse de alguns alunos, a modelagem matemática é uma possibilidade inovadora que dá aos alunos a oportunidade de serem investigadores tanto de forma individual como coletiva, motivando-os a aprender sobre o objeto matemático de estudo.</p> Estevão Ovando Neto José Augusto Guevara Delgado Vitoria Lourenço Luges da Silva Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 10 A PRODUÇÃO DE UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19143 <p>Essa investigação refere-se a&nbsp;pesquisa de doutorado em andamento a qual discute os saberes profissionais de professores que atuaram no ensino secundário, apoiada nos estudos sócio-históricos direcionado pela discussão dos <em>saberes</em><em>&nbsp;prof</em><em>is</em><em>sionais </em><em>de professores</em>&nbsp;(HOFSTETTER; SCHNNEUWLY, 2017); matemática a <em>ensinar</em>&nbsp;e <em>para ensinar</em>&nbsp;(BERTINI, MORAIS, VALENTE, 2017) e <em>matemática do ensino</em>&nbsp;(VALENTE, 2021). Desse modo, esse artigo tem por objetivo apresentar os primeiros encaminhamentos de um levantamento bibliográfico de dissertações e teses que mobiliza como uma de suas fontes os regulamentos para o Liceu Cuiabano entre 1891 e 1941. O que justifica essa pesquisa foi a inquietação sobre elementos da cultura escolar dessa instituição que surge no processo de doutoramento a partir de autores, além disso, essas produções poderiam nos indicar outras fontes além daquelas por nós conhecidas. Para isso, nos apoiamos na compreensão de pesquisa bibliográfica apresentada por Lakatos (2003) e Gil (1994). &nbsp;Os primeiros apontamentos evidenciam que as produções identificadas apresentam alguns componentes da cultura do Liceu Cuiabano, a importância da escolha dos descritores para a sua identificação e também, outros indicativos que nos permitiram melhor condução dos procedimentos da pesquisa de doutorado.</p> LUANA VIEIRA RAMALHO Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 8 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E A PRÁTICA DO POUPAR: UMA EXPERIÊNCIA COM ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19026 <p>O presente trabalho faz parte de uma sequência didática que foi realizada com estudantes dos anos finais do ensino fundamental, de uma escola localizada na cidade de Campo Grande, Estado de Mato Grosso do Sul. Neste artigo será apresentada uma das aulas que foram executadas, na qual os estudantes aprenderam a respeito da importância do poupar e do planejamento financeiro para suas vidas. Podemos supor que é um conhecimento que pode lhes propiciar alguns benefícios como: a realização de sonhos e desejos pessoais e familiares, a resolver problemas de inadimplência e futuras emergências que podem acontecer em suas vidas. As aulas foram gravadas para que as falas dos estudantes pudessem ser analisadas posteriormente. Por meio das análises das falas dos estudantes ficou constado que o objetivo principal desta aula foi alcançado, pois por meio das discussões que foram cumpridas em sala de aula todos conseguiram apresentar conhecimentos básicos a respeito da temática da Educação Financeira e tiveram a oportunidade de aprender novos conceitos.</p> MURILLO AURÉLIO DE MOURA ARAÚJO ANTONIO SALES Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 12 INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA SOB A ÓTICA DO PLANO DE RECOMPOSIÇÃO DA APRENDIZAGEM DO GOVERNO DE MS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19043 <p>O presente trabalho visa apresentar ao leitor a legislação vigente em relação ao Plano de recomposição das aprendizagens instituída como meio de intervenção pedagógica, pós pandêmica implementada pelo Governo de Mato Grosso do Sul, destarte, há a necessidade de analisarmos leis, decretos, normas, bem como documentos orientativos. Sendo este trabalho parte de uma dissertação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Científica e Matemática, Mestrado Profissional (PROFECM). A proposta pretende iniciar uma tipologia de artigos no sentido com foco no ensino fundamental, sob a ótica do ensino da matemática. O termo apresentado é recente no meio da pesquisa cientifica, nesta premissa as pesquisas nesta linha se fazem necessário, uma vez que não se encontra trabalhos em anais ou periódicos nesta área. Iniciamos uma análise das referências bibliográficas constituíram as fontes documentais estruturais à coleta de dados de nossa investigação qualitativa baseada no plano por meio de documentos oficiais, usaremos como base o dispositivo proposto por Severino. Para análise do tema usaremos Zabala e para uma análise interpretativa, Fiorentini. Inferimos que a palavra recomposição da aprendizagem emerge após a retomada das aulas presenciais cujos impactos sobre a educação no período pandêmico foram significativos e planos sobre como ensinar matemática ganhou novas variáveis sobretudo na perspectiva de uma intervenção.</p> FERNANDO AKIITO MOLTOCARO SONNER ARFUX DE FIGUEIREDO Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 12 EXPLORANDO O USO DO SOROBAN E DA TECNOLOGIA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM NAS AULAS DE MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19085 <p>Este artigo apresenta resultados preliminares de uma pesquisa em andamento, cujo objetivo é investigar a combinação do soroban com a tecnologia, analisando suas potencialidades. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, envolvendo a coleta, análise e interpretação de artigos relacionados ao tema central. Os resultados foram obtidos por meio da análise dos artigos selecionados, destacando a importância de explorar as sinergias entre o soroban e a tecnologia no contexto educacional. A análise dos artigos revelou evidências dos impactos positivos dessa abordagem na compreensão dos conceitos matemáticos e no desenvolvimento do raciocínio lógico dos alunos. Por fim, este estudo inspira a realização de oficinas e/ou minicursos que envolvam o soroban como uma ferramenta complementar com o uso da tecnologia. Essas atividades podem proporcionar aos educadores e alunos uma oportunidade de experimentar o potencial pedagógico do soroban, promovendo a interação entre o ensino tradicional e as inovações tecnológicas.</p> Felipe Bernardino da Silva Lucas Waléria Andrade Martins Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 12 UM PERCURSO DE ESTUDO E PESQUISA PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: A TRANSPARÊNCIA DO TRATAMENTO DE DADOS NO ENSINO DE ESTATÍSTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19087 <p>No Brasil, assim como em muitos outros países, há uma lacuna entre a estatística que os professores de matemática em formação inicial estudam na universidade e a estatística escolar que terão de ensinar na educação básica. Com a intenção de romper essa lacuna, elaboramos um percurso de estudo e pesquisa para a formação de professores (PEP-FP) com base na Teoria Antropológica do Didático, que foi implementado com um grupo de professores que atuam nos ensinos fundamental e médio em um curso on-line no Brasil. O PEP-FP aborda o problema relacionado à transparência do conhecimento a ser ensinado com relação aos aspectos que formam parte do tratamento de dados.</p> Janielly Taila dos Santos Verbisck Marilena Bittar Berta Barquero Marianna Bosch Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 12 UMA HISTÓRIA ESCRITA EM CONJUNTO COM UMA COMUNIDADE CAMPESINA: DA IMPLEMENTAÇÃO A EXTINÇÃO DE UM PÓLO EDUCACIONAL DO CAMPO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19065 <p>A pesquisa a que este resumo se refere trata das potências em se trabalhar com uma Comunidade Campesina (específica do Campo, Rural, Campestre, Camponês), tendo como referencial teórico-metodológico a História Oral para produção de uma pesquisa qualitativa. Este texto é, portanto, de um primeiro movimento de pensar os caminhos de uma pesquisa que reconhece a importância da relação dialógica entre pesquisadores e sociedade na produção de narrativas, como propõe Portelli (2016). Assim, intencionamos produzir uma História em conjunto com a Comunidade Campesina, do Assentamento Nova Era, no que se refere às questões de lutas pelo direito à educação com a implementação e extinção de um Polo Educacional do Campo. A escolha por descrever a escola e os processos educacionais como “do Campo”, se justifica por se tratar de uma Comunidade Camponesa que participou de forma ativa dos processos educativos,&nbsp; e as propostas pedagógicas se preocupavam com a Comunidade e com a realidade cultural do Campo. Nesse sentido, não é uma escola “no Campo”, pois se assim fosse, as propostas&nbsp; pedagógicas e currículos da escola no Campo seriam pensadas sem destacar como objetivo principal, a cultura local, ou seja, nada no currículo daria ênfase ao&nbsp; espaço geográfico em que a escola se situa, por isso, a escola está localizada no Campo e não é do Campo. Maia (2021), denota que salas de aulas multisseriadas são na verdade uma alternativa para que seja possível o processo educacional do Campo. A educação do Campo é um direito humano fundamental e necessário, Maia (2021) aponta que, as políticas públicas não são igualmente discutidas para Comunidades Campesinas como é nos grandes centros urbanos. No entretempo de Acampamento ao Assentamento, as lutas da Comunidade tornaram possível um polo educacional do Campo, na qual intencionamos produzir uma História, problematizando sempre que possível o ensino e aprendizagem de matemática.&nbsp; Além disso, propomos nos atentar para entender quais foram os movimentos Sociais/Educacionais dessa Comunidade como Acampados à beira de estradas, e depois, quando Assentados na Comunidade de Assentamento Nova Era. Para desenvolver este trabalho propomos como norteadora a seguinte pergunta: <em>Que História é possível de ser produzida com a Comunidade Campesina, do Assentamento Nova Era (Ponta Porã - MS), quando focamos na implementação e extinção de um polo educacional com salas multisseriadas do Campo</em>? Nesse rumo, concordamos que a História Oral é, segundo Meihy e Holanda (2020), um mecanismo para produção de narrativas por meio de gravadores que servem, no nosso caso, para compreender as expressões oportunizando os movimentos de análises das mudanças sociais da Comunidade do Campo. Com o uso da História Oral é possível produzir narrativas em momento de entrevistas com perguntas abertas que possibilitem aos depoentes, professores, estudantes e pais, falas livres sobre sua história. Portelli (2016), destaca que outras Histórias podem cruzar o objetivo de estudo da pesquisa, é fundamental ter sabedoria de que isso pode acontecer, ao tratar do evento, ele destaca ainda que existem diferentes lugares e significados na vida de cada narrador. Reconhecemos, nesse sentido, que as causas de escolarização na Comunidade é um evento com diferentes lugares e significados para cada sujeito do Assentamento Nova Era. Acampados com letra maiúscula, pois se trata de abordagem educacional que valoriza os indivíduos, particularidades e as especificidades de quem vive nesse ambiente de acampamento.</p> Gleisson Santos de Oliveira Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 ARQUIVO PESSOAL UBIRATAN D’AMBRÓSIO: CONEXÕES E CAMINHOS TRILHADOS POR UBIRATAN D’AMBRÓSIO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19072 <p>Este resumo expandido se apresenta como um projeto inicial de pesquisa doutoral, na linha de pesquisa História, Filosofia e Educação Matemática do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, partindo do seguinte questionamento: Quais foram as redes de contatos estabelecidos por Ubiratan D’Ambrosio? &nbsp;Tal questionamento é embasado nas suas muitas correspondências disponíveis no Arquivo Pessoal Ubiratan D’Ambrosio (APUA), o qual está localizado no Centro de Documentação do Ghemat/Brasil, em Santos/ São Paulo, sob a coordenação do professor Wagner Rodrigues Valente. No ano de 2017 o professor Ubiratan doou uma parte de seu acervo para o Ghemat/Brasil, o qual passou por uma catalogação, denominadas, fase I e II, e está disponível no Repositório Institucional da Universidade Federa de Santa Catarina. Em 12 de maio de 2021, professor D’Ambrosio vem a falecer. Após a sua morte a família decide doar o acervo para o Ghemat/Brasil, o qual já havia recebido uma parte de seu acervo, para preservar, administrar e divulgar os saberes profissionais deste professor. Então inicia a chamada fase III e IV de recebimento, catalogação e sistematização destes saberes. Esta pesquisa se insere na fase III e IV, o qual tem como objetivo geral identificar as redes de contatos estabelecidos por Ubiratan D’Ambrosio entre os anos de 1960 a 1970. O recorte temporal se faz necessário por ser um período em que o professor Ubiratan está nos Estados Unidos e já apresenta algumas redes de contados. Como objetivos específicos propomos: analisar as correspondências de Ubiratan D’Ambrosio entre os anos de 1960 a 1970 e; sistematizar as suas aproximações com a Educação Matemática. Para este projeto de pesquisa nos embasamos em uma pesquisa qualitativa de cunho sócio-histórico, o qual realiza uma “associação sobre um terreno de estudo histórico, conceituação sociológica e mobilização de um corpus de fontes constituídas no e pelo questionamento do objeto de estudo” (BORER, 2017, p. 174). Como referencial teórico-metodológico utilizaremos a concepções de <em>disciplinas escolares</em>, Chervel (1990); a <em>cultura escolar</em>, segundo Julia (2012); <em>saberes a ensinar</em> e <em>saberes para ensinar</em>, Hofstetter e Schneuwly (2017); a <em>matemática a ensinar</em> e a <em>matemática para ensinar</em>, Valente (2017); a <em>matemática do ensino</em>, Valente (2020) e; os processos de transformação de informações em saberes sistematizados, Burke (2016). Esta pesquisa tem como contribuições para o campo da Educação Matemática nos seguintes aspectos, a saber: preservação, zelo, cuidado, divulgação e dar circulação ao Arquivo Pessoal Ubiratan D’Ambrósio, ampliando as possibilidades de pesquisa, discussões e tensões entre o campo disciplinar matemática, o campo das ciências da educação e o campo da profissão docente, além disso, buscamos colaborar com a preservação dos saberes deste professor que tanto contribuiu para a Educação Matemática.</p> Diogo Ferreira Jandrey Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA: PROFESSOR, NÃO É (α/360)? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19141 <p>O ensino da matemática não é uma tarefa fácil e abordar um tema desconhecido em uma turma repleta de rostinhos e olhares confusos, é sempre desafiador tanto para o professor ao ensinar, quanto para o aluno ao aprender. Baseado em observações feitas em sala de aula, é possível perceber a dificuldade dos alunos em assimilar novos conceitos matemáticos, decorrente de uma variedade de fatores que contribuem para a complicação no processo de desenvolvimento do conhecimento matemático. Nesse sentido, busco relatar aqui, uma experiência vivenciada&nbsp;em uma turma do 1º ano do ensino médio de uma escola pública, no Programa de Residência Pedagógica. Quando fui trabalhar o conteúdo de comprimento do arco da circunferência com essa turma, me direcionei ao quadro e coloquei a seguinte equação: m = ( /360) 2 &nbsp;r, e após fornecer alguns valores, pedi para a turma calcular o valor do arco, ou seja, o valor de <em>m</em>. Após alguns instantes, percebi que uma minoria começou a desenvolver, enquanto a outra parte estava copiando e alguns outros não abriram o caderno. Passado mais alguns instantes, observei que um pequeno número havia chegado a alguns resultados, enquanto o restante da turma estava disperso com conversas e atividades aleatórias na sala. Em seguida, avisei os alunos que iria realizar a correção no quadro. Ao iniciar o desenvolvimento, escrevi novamente a expressão, mas de uma forma diferente: m= &nbsp;(2 &nbsp;r/360). Observei alguns olhares confusos, e uma rápida movimentação de alguns alunos apagando as contas. Logo após isso, uma aluna mais próxima de mim, fez a seguinte pergunta: “Professor, não é ( &nbsp;/360)?”. Imediatamente passei o questionamento para a sala e perguntei qual era o correto, e se utilizando a última expressão que havia colocado, iríamos obter o mesmo resultado. Uma parte dos alunos respondeu que teríamos resultados diferentes, enquanto alguns poucos responderam que as duas formas representavam a mesma coisa. A aula continuou, e após o desenvolvimento do exercício, os alunos concluíram que ambas as formas eram iguais. Ao analisar o modo que a turma reagiu ao se deparar com o termo (2 &nbsp;r/360), me levou a perceber que a manipulação do número 360 na expressão é algo desconhecido para alguns alunos, no caso, o “transitar” deste quociente pelo segundo membro da equação como forma de produto entre os demais quocientes. A dificuldade apresentada naquele momento não foi necessariamente com o conteúdo de arco de circunferência, mas sim, com conceitos de álgebra que geralmente são trabalhados desde o ensino fundamental, mas são fontes de muitas dúvidas e dificuldades dos estudantes (Ribeiro et al., 2015). Situações como essa, são muito comuns dentro das escolas. Ao tentar resolver as atividades propostas, os alunos precisam acionar “saberes” que vêm sendo desenvolvidos durante a sua formação. Segundo Vergnaud (2009), o desenvolvimento do conhecimento se dá por uma espécie de “construção” ao longo do tempo, uma vez que o aluno compreende os conceitos por meio de suas experiências ao lidar com as situações que o ensino propõe, sendo importante observar que em cada situação há uma variedade de conceitos que precisam ser mobilizados pelo estudante. A aprendizagem, ou a “construção do conhecimento”, é gradativa, passo a passo, uma vez que falhas nesse processo, ou incompreensões em algum conceito, podem gerar grandes frustrações no relacionamento do indivíduo com a matemática. Desse modo, é importante resolver essas dificuldades, ou conceitos mal compreendidos, para poder avançar no ensino de novos conhecimentos.</p> Raphael de Brito Marques Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 O ENSINO DE MATEMÁTICA PARA MENINAS: UMA ANÁLISE HISTÓRICA DA LEI DE 15 DE OUTUBRO DE 1827 https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19122 <p>Este resumo traz um recorte da pesquisa que tem como tema “O ensino de matemática para meninas: uma análise histórica de orientações para ensinar matemática que circularam no início do século XX em escolas femininas”. Na pesquisa completa, busca-se investigar, historicamente, qual ensino de matemática era recomendado às meninas no início do século XX, procurando, segundo Burke (2016) e Valente (2018), identificar os conhecimentos gerados pelas experiências docentes de professores de matemática registrados em livros didáticos usados em escolas para meninas na cidade de Campo Grande/MS. Após uma análise comparativa dos livros, com a finalidade de reconhecer os pontos comuns de orientações aos professores, buscar-se-á uma sistematização dessas orientações para o ensino de meninas. Por conseguinte, intenta-se responder à pergunta: Quais eram as orientações para o ensino de matemática para meninas presente em escolas femininas no início do século XX em Campo Grande/MS? A investigação segue a fundamentação teórico-metodológica da história cultural e tem como referencial as reflexões de Certeau (1982) sobre o ofício do historiador; os estudos de Chartier (1988) para compreender o trabalho do historiador cultural; o método crítico de Bloch (2002) para a análise dos documentos; os estudos de Burke (2016) para investigar os processos de sistematização de informação, e Hofstetter e Valente (2017) para compreender os saberes profissionais do professor. Especificamente, neste recorte, procura-se apontar indícios sobre como era proposto o ensino para meninas antes do período investigado na pesquisa de mestrado, visando entender o contexto que fundamentou decisões e orientações para ensinar matemática a elas. A documentação analisada foi a Lei de 15/10/1827, a qual determinou a criação de “[...] escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império” (BRASIL, 1827). Nesta lei, observa-se a segregação de escolas por gênero, sendo facultado serem abertas aquelas para meninas. Leia-se, na Lei: “Art. 11. Haverão escolas de meninas nas cidades e vilas mais populosas, em que os Presidentes em Conselho, julgarem necessário este estabelecimento” (BRASIL, 1827). Outro ponto emblemático é o da instrução em relação à matemática, em que, para meninas, seria restrito o ensino das quatro operações básicas: soma, subtração, multiplicação e divisão. Por outro lado, para os meninos seriam ensinados, também, a prática de quebrados, decimais, proporções e as noções mais gerais de geometria prática. Essas determinações permaneceram vigentes por muitos anos, com alguns dos seus princípios adentrando o século XX. Na revisão de literatura realizada até o momento, há trabalhos que abordam historicamente o ensino de matemática e outras disciplinas para meninas em diversas instituições de ensino. Além disso, os estudos evidenciam a persistência de concepções patriarcais presentes na educação, que incluem a crença de que as meninas são intelectualmente inferiores aos homens nas ciências exatas, especialmente na matemática. Diante disso, a pesquisa se justifica pelos indícios, na história da educação brasileira, de um ensino de matemática diferenciado para meninos e meninas, assim como pela persistência de concepções históricas patriarcais na educação, que reforçam a necessidade de reflexões sobre a desigualdade de gênero na matemática. Para além disso, investigações sobre os saberes de referência para a docência, independente de uma discussão sobre desigualdade de gênero, tem permitido constituir uma epistemologia da docência em matemática, isto é, uma matemática própria para ensinar, uma ferramenta de trabalho do professor, que contribui para a história da educação matemática, como também pode subsidiar práticas docentes nos dias de hoje.</p> <p>&nbsp;</p> Thainá Araujo Bonfim Késia Ramires Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA: EXPLORANDO UMA SEÇÃO DIDÁTICA DO ALGORITMO MULTIPLICATIVO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19125 <p>Este resumo elenca uma discussão sobre o ensino do algoritmo da multiplicação dos números naturais, a partir de um trabalho apresentado na disciplina de Didática da Matemática, ministrada pela terceira autora. Ele foi embasado em uma pesquisa de Barros (2010) que mobilizou a Teoria dos Campos Conceituais (TCC) proposta por Vergnaud. A TCC defende uma participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem, por meio da apresentação de situações próximas às vivenciadas pelos discentes e oportunizando que eles elaborem e discutam as possíveis soluções e as estratégias utilizadas. Dessa forma, os estudantes podem compreender as propriedades das operações com as ferramentas que cada um já possui. Vergnaud acredita que o campo conceitual aditivo (ideias relacionadas à adição e subtração), e o campo conceitual multiplicativo (ideias relacionadas à multiplicação e divisão) são interligados e se relacionam o tempo todo. Para Viana (2020), o campo multiplicativo precisa ser discutido de modo a fazer pensar que tipo de compreensão os alunos que saem dos anos iniciais têm acerca da multiplicação. Viana aponta ainda, que quando o processo de ensino e aprendizagem da multiplicação é transportado para o cotidiano do estudante faz com que ele seja protagonista desse movimento e que, participe envolvendo-se nas propostas e adquirindo o hábito de propor e resolver problemas, isto fará com que as aprendizagens sejam mais significativas. Além de olhar para o trabalho de Viana, tomamos como aportes de orientação o livro didático de Ribeiro e Pessôa (2017) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e trabalhamos a habilidade da operação de multiplicação com números naturais. Propomos como tarefa principal a seguinte questão: <em>João tem uma plantação de limoeiros no seu sítio. Ontem, ele colheu limões e os organizou em 12 pacotes. Se em cada pacote João colocou 11 limões, quantas frutas ele colheu no total?</em>. Para trabalhar com essa tarefa, elaboramos também um guia de inferências, pois caso algum estudante tivesse alguma dificuldade em algum conceito teríamos condições e meios para lidar com as possíveis dúvidas. Nele, propomos&nbsp; os seguintes materiais de apoio: utilizar o Quadro Valor de Lugar (QVL) para o ensino dos conceitos e operações; trabalhar com material dourado, como apoio, para compreender a composição e/ou decomposição de um número; disponibilizar papel quadriculado aos estudantes, para representar o multiplicador e o multiplicando; e apresentar a possibilidade da realização da multiplicação com o ábaco. Os estudantes poderiam operar inicialmente pela organização dos limões em grupos, desenhar e depois somar, operar pelo algoritmo usual da multiplicação, entre outras possibilidades de resoluções que depois seriam verificadas junto com a sala. Nos preocupamos também em usar uma linguagem mais adequada à realidade do estudante, e para isto, a ideia de agrupamento foi uma opção que sobrepôs. Salientamos que o processo da aprendizagem do algoritmo da multiplicação para estudantes dos anos iniciais é minucioso e gradativo. A escola é um lugar de trocas de saberes entre estudantes e destes com quem se propõe a ensinar, por isso, devemos respeitar a elaboração de possibilidades e fazer testes de validações junto com os estudantes. Ainda nesse sentido, é válido destacar, que quando tratamos da realidade cotidiana do estudante estamos colocando no cenário a presença ativa e participativa destes.</p> Jordana Gomes Maia Pires de Oliveira Gleisson Santos de Oliveira Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 UM RESUMO DE PESQUISA: SABERES PROFISSIONAIS PARA O ENSINO DE GEOMETRIA PRESENTES NO LIVRO “DIDÁCTICA DEL CÁLCULO” (1969) https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19116 <p>O presente resumo tem por objetivo relatar brevemente a pesquisa que está sendo desenvolvida no curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEDUMAT), onde a pesquisa atende a linha de História da Educação Matemática. Nesse sentido, buscamos analisar os saberes profissionais docentes para o ensino de geometria presentes no Livro Didáctica del Cálculo (1969), escrito por José Junquera Muné. O então professor de nacionalidade espanhola enfatiza que publicou seu livro com o intuito de ajudar a todos aqueles que usam o cálculo como instrumento de trabalho para que possam exercer sua função e garantir o sucesso da criança perante aos estudos (MUNÉ, 1969). O autor relata que todos os procedimentos e metodologias por ele defendido são frutos de sua experiência profissional. Portanto, o material escrito por Muné não referencia outros estudos ou teóricos, pois tudo o que está posto no livro faz parte de uma produção original. Em decorrência dessas informações, levantamos a seguinte pergunta norteadora: que saberes profissionais emergem para o ensino de Geometria aos olhos do livro Didáctica del Cálculo? Para alcançar essa resposta definimos como objetivo geral: analisar os saberes profissionais presentes em “Didáctica del Cálculo”, escrito por José Junquera Muné, para o ensino de geometria, e a partir desse os seguintes objetivos específicos: Analisar a metodologia e o procedimento didático que é apresentado no livro e Caracterizar os saberes a ensinar e para ensinar geometria presentes no livro em análise. Para isso, utilizamos os conceitos teóricos apresentados por Hofstetter e Schneuwly (2017), onde apontam que o <em>saber a ensinar </em>se refere aos objetos de trabalho do professor e o <em>saber para ensinar</em> são as ferramentas que o professor precisa dispor para ensinar esses objetos. Além disso, seguindo os estudos do grupo de pesquisa GHEMAT – Brasil, Bertini, Morais e Valente (2017) apresenta o aprofundamento dos conceitos teóricos apontados por Hofstetter e Schneuwly (2017), assim cunham um novo objeto teórico de análise: a <em>matemática a ensinar </em>e a <em>matemática para ensinar</em>. Ainda, contaremos com os estudos de Chervel (1990) a respeito das disciplinas escolares e Juliá (2001) com os estudos sobre cultura escolar. Após identificar as matrizes teóricas, nos debruçamos em realizar o levantamento bibliográfico para identificar possíveis trabalhos que fossem ao encontro do nosso objetivo de pesquisa. Para essa tarefa, optamos em realizar o estado do conhecimento, onde nos apoiamos no que Romanowski, Ens (2006) defendem sobre o termo. Assim, os bancos de dados foram: o catálogo de teses e dissertações da CAPES e o catálogo de teses e dissertações da página do Ghemat – Brasil. Diante disso, após todos os processos de seleção, como identificação de descritores, critérios de inclusão e leitura dos textos, identificamos duas teses e duas dissertações, ambas registradas nos dois bancos de dados. A partir disso, informamos que já foram redigidos os capítulos referentes ao referencial teórico-metodológico e levantamento bibliográfico e que, neste momento, a pesquisa se encontra na fase de análise do documento. Ainda para compor a pesquisa iremos investigar e apresentar a contextualização social educacional de influência da época em que o material estava inserido. Dessa forma, quando buscamos caracterizar os saberes, intencionamos identificar e construir o saber profissional do professor que ensina matemática, em especial para esta pesquisa, do professor que ensina geometria.&nbsp;</p> Pamela Kariny Peteres Soares Lima Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-21 2023-10-21 17 1 1 2 APRENDENDO E BRINCANDO: RELATO DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO DE EXTENSÃO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19127 <p>O presente texto tem como objetivo apresentar a oficina realizada durante uma disciplina do curso de Matemática Licenciatura e que teve como intuito desenvolver atividades lúdicas e didáticas para o ensino de matemática, além de inserir os alunos da graduação em matemática em sala de aula como professores. O projeto de extensão buscou promover uma abordagem mais atrativa para o aprendizado, incentivando o uso da matemática. A proposta consistiu em um circuito de jogos para alunos do 7º ano desenvolvido em uma escola municipal, onde cada atividade visava reforçar conteúdos matemáticos de forma dinâmica e interativa.</p> <p>O planejamento das atividades envolveu a colaboração dos integrantes, tanto durante as aulas e por meio de encontros e conversas pelo WhatsApp. Com ideias e opiniões compartilhadas, foi possível elaborar atividades de qualidade, capazes de agradar a todos os envolvidos. A escolha do 7º ano se deu pelo desejo de incentivar o uso da matemática em um momento lúdico e proveitoso, abordando tópicos relevantes para essa etapa escolar, como as quatro operações básicas e os números negativos.</p> <p>Foram selecionados jogos que, além de reforçarem os conteúdos matemáticos, também trabalhassem a coordenação motora e o raciocínio lógico dos alunos. Dentre os jogos escolhidos, destacamos o Bingo, Stop, Jogo da Velha de Tabuada, Pontilhismo, Varal Numérico e Jogos de Tabuleiro.</p> <p>A atividade do Bingo proporcionou entusiasmo por parte dos alunos, mesmo enfrentando algumas dificuldades nos cálculos básicos. Eles se dedicaram em resolver as expressões nas cartelas, e muitos anteciparam a resolução das operações, demonstrando interesse em vencer o desafio proposto.</p> <p>No jogo de Stop, os alunos precisavam realizar cálculos mentais rápidos e retomar conceitos já aprendidos, como dobro, triplo, antecessor e sucessor. Todos conseguiram concluir o exercício, e alguns alunos se destacaram pela agilidade nos cálculos.</p> <p>O jogo da velha com tabuada foi bem recebido pelos alunos. Eles assimilaram rapidamente as regras e se empenharam em realizar os cálculos, reforçando conceitos de multiplicação e desenvolvendo estratégias para vencer o jogo.</p> <p>Na atividade de Pontilhismo, os alunos enfrentaram certas dificuldades com os conceitos de números negativos, mas, com o apoio das duplas e da equipe do projeto, superaram os obstáculos e concluíram a tarefa com sucesso.</p> <p>O Varal Numérico proporcionou um momento descontraído, onde os alunos precisaram dispor os números em ordem na reta numérica. Todos se envolveram e concluíram a atividade, e alguns erros foram corrigidos com a autoavaliação do grupo.</p> <p>Infelizmente, o tempo ficou escasso para concluir os jogos de tabuleiro. Mesmo assim, foi possível observar o nível de dificuldade enfrentado pelos alunos nas operações básicas.</p> <p>A oficina de circuito de jogos matemáticos para o 7º ano proporcionou uma experiência dinâmica e interativa no ensino de matemática. Através da colaboração de todos, desenvolveu-se atividades lúdicas e didáticas que reforçaram os conteúdos de forma atrativa. Os jogos selecionados promoveram o trabalho em equipe, o raciocínio lógico e a resolução de problemas, ao mesmo tempo em que consolidaram conceitos matemáticos importantes.</p> <p>Apesar dos desafios enfrentados, como a dificuldade com cálculos básicos e o tempo limitado, a oficina alcançou seus objetivos ao incentivar o uso da matemática. A autoavaliação do grupo contribuiu para identificar áreas de melhoria e reflexões para futuras práticas educacionais.</p> Amanda Barbosa Muniz Ana Júlia Sauro Bonito Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA EM UMA TURMA DE ENSINO MÉDIO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19129 <p>Os autores deste relato de experiência participaram de um projeto de ensino de graduação intitulado “Articulações entre aspectos teóricos, pedagógicos e didáticos no ensino de estatística na perspectiva do questionamento do mundo”. Foram 16 encontros presenciais com duração de 2 horas, toda semana, entre os meses de março e julho. Esses encontros aconteceram durante a disciplina de Estágio III do curso de Matemática – Licenciatura da UFMS. Os participantes discutiram sobre o ensino de estatística atual presente nas escolas nos anos finais do ensino fundamental e os paradigmas da visita às obras e do questionamento do mundo (Chevallard, 2013), vivenciando um processo de aprendizagem na posição de aluno durante um dispositivo didático da Teoria Antropológica do Didático (TAD) proposta por Chevallard (1999), o Percurso de Estudo e Pesquisa (PEP). Depois desse primeiro momento, a proposta da formação foi dividir os participantes em grupos para a produção, adaptação e implementação de um PEP de acordo com as condições escolares. Por fim, fizeram a análise desse processo. Neste projeto, os autores planejaram uma proposta de três aulas, com duração de 50 minutos, relacionada ao conteúdo de função do primeiro grau e a implementaram em uma turma de 1º ano do Ensino Médio de uma escola da rede estadual de ensino. O plano de aula consistia em 5 situações-problema, uma para cada grupo da sala, que envolviam o conteúdo. O objetivo era a construção de gráficos de função do primeiro grau e sua interpretação. Os alunos se mostraram muito interessados conforme as situações foram apresentadas. Com isso, as atividades foram desenvolvidas de diferentes modos por cada um dos grupos, pois eram situações diferentes.</p> <p>Levá-los a descobrir a solução das situações sem ajuda, no primeiro momento, foi um desafio. Se, por via, os alunos não estivessem conseguindo compreender as situações, dicas momentâneas eram apresentadas para a resolução. As aulas ajudaram os alunos na compreensão do conceito de função do primeiro grau, bem como de algumas das situações em que esse conteúdo pode ser aplicado. Essa atividade desenvolvida durante a formação permitiu a reflexão de algumas questões, como: “a atividade implementada na escola pode ser considerada um PEP?”, “quais foram as condições e restrições identificadas para a implementação?” e “como essas podem ser classificadas na escala dos níveis de codeterminação didática?” (Chevallard, 2002). Além disso, discutimos sobre a importância de uma análise a priori das atividades criadas, pois pode ter erros conceituais ou, até mesmo redundância nos seus respectivos enunciados. Na atividade produzida pelos autores, ambos os casos foram identificados e as investigadoras, por meio das discussões nos encontros, pontuaram que essa situação pode ocorrer em sala de aula. As discussões feitas nesta formação permitiram que os participantes refletissem sobre seu papel como professor de matemática, bem como sobre ferramentas tecnológicas utilizadas nessa profissão.</p> Vitoria Lourenço Luges da Silva Braian Braga Barros José Terêncio Neto Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 ANÁLISE DO CLIMA DO DISTRITO FEDERAL (2000-2023) EM UMA ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19131 <p>O Novo Ensino Médio é uma proposta educacional em que os estudantes possam tanto se aprofundar nas áreas do conhecimento vistas no Ensino Fundamental quanto escolher disciplina(s) que gostaria de estudar e/ou aprofundar-se segundo seus interesses, essas disciplinas escolhidas por eles são denominadas de Itinerários Formativos (IF) (DISTRITO FEDERAL, 2020). Um exemplo de IF é o Laboratório de Ensino de Matemática (LM) que possui como um de seus objetivos de aprendizagem a investigação de situações-problemas, selecionando conhecimentos matemáticos para propor modelos para sua representação/solução (DISTRITO FEDERAL, 2022). Uma das formas de alcançar esse objetivo é utilizando a Modelagem Matemática já que ela pode ser entendida como “[...] uma estratégia utilizada para obtermos alguma explicação ou entendimento de determinadas situações reais” (BASSANEZI, 2015, p. 15). Bassanezi (2015, p.13) afirma que cada atividade de Modelagem tem seu intuito e exemplifica expondo que se o professor desenvolve uma atividade para motivar os estudantes ou valorizar a matemática — como a atividade que será descrita neste relato —, então a validação dos modelos matemáticos não seja um critério fundamental. Dentro do LM desenvolvemos algumas atividades de Modelagem, dentre elas uma investigação sobre o comportamento do clima no Distrito Federal (DF), neste contexto, este trabalho tem o objetivo de descrever alguns resultados encontrados nesta nossa investigação. Para tanto, buscamos dados meteorológicos sobre a temperatura e a precipitação pluvial do DF disponibilizados no <em>site </em>do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e averiguamos possíveis relações entre os dados, que pode ser caracterizado como um estudo descritivo e correlacional definido por Triviños (1987). Ao transformamos os dados do INMET em gráficos percebemos algumas informações que se destacaram. Em relação aos dados das temperaturas do DF observamos que os meses de setembro e outubro possuírem a maior temperatura média, enquanto os meses de maio, junho e julho registram as menores temperaturas médias, além disso, a partir de 2015, e que parece se repetir a cada dois anos, a média das temperaturas altas se aproximaram de 25°C sendo que antes ficavam próximas a 24°C. Já ao analisarmos os dados das precipitações das chuvas percebemos que o intervalo de meses de outubro a abril são chuvosos enquanto de maio até setembro quase não ocorrem chuvas; notamos também que chuvas acima de 400ml não são típicas e ocorreram nos anos de 2006, 2013, 2021 e 2022 e reparamos que 2022 parece ter interrompido um possível padrão desse comportamento que aparenta ocorrer em média a cada sete anos e meio. A par dessas informações, conseguimos correlacionar que os meses em que a temperatura média é alta também são os meses com a maior incidência de chuvas, ao mesmo tempo que os meses com a média de temperatura mais baixas são os menos chuvosos ou sem nenhuma chuva. Além disso, alguns dados observados nos direcionam a indagações como: por que que a partir de 2015 a média das temperaturas altas aumentou e por que parece se repetir a cada dois anos? Isso é causado por um fenômeno específico? Existe uma explicação para o fenômeno das chuvas acima de 400ml? E ainda podemos investigar se as temperaturas e a precipitação de chuvas antes do ano 2000 no Distrito Federal possuem uma diferença significativa com os dados apresentados neste trabalho.</p> Guilherme Morais de Sousa Oliveira Maria Eduarda dos Santos Silva Francimar Gomes de Oliveira Júnior Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 CAMELOS PODEM SER BOMBONS? ADAPTAÇÃO MAIS DOCE SERIA POSSÍVEL? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19124 <p>Integrar o Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) vem nos expondo a diversas experiências, discussões e formas diferentes de ensinar a Matemática. Assim pretendemos relatar uma intervenção realizada por nós. Durante uma reunião, foi comentado sobre o “<em>Problema dos Camelos</em>”, que é uma passagem do livro “<em>O Homem que Calculava</em>”, de Malba Tahan (2010). Como estávamos explorando materiais manipulativos, com a intenção de colocar em prática alguma atividade envolvendo esse material, surgiu a oportunidade de incluir esse problema como parte de uma atividade sobre frações. No problema original, o personagem deparava-se com um dilema envolvendo a divisão de uma herança entre três irmãos: o irmão mais velho receberia a metade dá herança, o irmão do meio e o mais novo, receberiam um terço e um nono da herança, respectivamente. Para isso, usamos um material chamado Fracsoma, que representa algumas frações em forma de barras. Porém, uma limitação do material é que não possui uma fração equivalente a um nono. Decidimos então, adaptar o problema ao material. Mudamos o ambiente, o impasse entre os personagens e os valores da recompensa. Agora, um professor deseja premiar seus três melhores alunos com 29 bombons. A distribuição será feita da seguinte forma: o primeiro, segundo e terceiro colocados receberão, respectivamente, metade, um terço e um décimo dos bombons. Essa nova abordagem permitiu explorar o material e estimular o raciocínio dos alunos. O desafio, assim como o original, exigia uma solução prática. Ao aplicá-lo, não foram impostas nenhuma restrição sobre o que poderia, ou não, ser feito para que o problema fosse solucionado, que futuramente traria alguns problemas. Com o Fracsoma¹<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><sup>[1]</sup></a>, alguns alunos perceberam rapidamente que as partes da recompensa não completavam um inteiro e representavam valores decimais. Diversas soluções surgiram a partir dessa observação. Alguns alunos não sabiam como iniciar o desafio, mesmo com o Fracsoma auxiliando com a visualização do problema. Esses receberam auxílio para iniciar uma linha de raciocínio. Outros, arredondaram esses valores decimais para cima com o intuito de completar o bombom que restava. Dessa maneira eles distribuiriam 28 bombons e não decidiram o que seria feito com o bombom excedente, já que para eles não fazia sentido restar algum bombom. Houve também alunos que acharam melhor que esse valor decimal fosse arredondado para baixo já que não achavam que fosse justo receber uma recompensa maior do que a que mereciam. Sendo assim, teriam distribuído apenas 25 bombons, restando quatro. Esses bombons que sobraram, algumas duplas optaram em dividir igualmente tendo um sem destino. Já os grupos que arriscaram tentar o M.M.C.²<a href="#_ftn2" name="_ftnref2"><sup>[2]</sup></a> para resolver o problema puderam enxergar que se fosse adicionado um bombom a mais poderiam resolver o problema de modo que os valores da recompensa ficassem inteiros e ainda sobrasse dois bombons, um para cada integrante da dupla. Alguns alunos chegaram a solução rapidamente sem perceber, ao indagar: “por que não 30 bombons?” A contextualização ajudou muito eles a chegarem a este raciocínio, porém, conforme os alunos tentavam responder, notamos que a questão em si não estava muito bem redigida, porém isso não foi necessariamente um problema, pois levou a uma reflexão maior do que esperávamos sobre o exercício, onde os alunos propuseram soluções que iam além de “adicione um bombom”, para uma discussão sobre distribuição justa.</p> <p>&nbsp;</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"><sup>[1]</sup></a> O Fracsoma é um material manipulável utilizado para auxiliar no ensino de frações, podendo ser trabalhado a soma, subtração e equivalência. Citado por Lucas Freitas de Oliveira da Universidade Federal do Pampa-UNIPAMPA em seu resumo expandido (O USO DO FRAC SOMA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DAS FRAÇÕES NO ENSINO FUNDAMENTAL).</p> <p><a href="#_ftnref2" name="_ftn2"><sup>[2]</sup></a> O mínimo múltiplo comum(MMC) corresponde ao menor número inteiro positivo, diferente de zero, que é múltiplo ao mesmo tempo de dois ou mais números. GOUVEIA, Rosimar. MMC - Mínimo Múltiplo Comum. Toda Matéria, <em>[s.d.]</em>. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/mmc-minimo-multiplo-comum/. Acesso em: 11 set. 2023.</p> Wesllei Haak Costa Giovanni Cunha Olive André Matheus Batista Morinigo Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 SUPERANDO DIFICULDADES: RELATO DE EXPERIÊNCIA E A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19138 <p>Durante a participação no Programa de Residência Pedagógica (PRP), vivenciamos uma experiência enriquecedora com uma turma do oitavo ano da Escola Estadual Hércules Maymone. Nesta turma identificamos que alguns estudantes tinham dificuldade na memorização da tabuada ou na organização das contas, o que pode se caracterizar como um dos desafios educacionais que a pandemia da COVID-19 acarretou. No entanto, por meio de uma abordagem pedagógica direcionada e suporte individualizado (viável por conta da presença dos residentes em sala), acreditamos que foi possível auxiliar os estudantes a ultrapassarem estas dificuldades. Em nosso caso, adotamos a seguinte estratégia: reservamos um tempo todas as sextas-feiras para trabalharmos a tabuada com os estudantes. Como eles já conheciam o conceito da multiplicação, soma de fatores iguais, orientamos que praticassem e memorizassem a tabuada do 1 ao 10, elaborassem uma tabela que os auxiliassem no desenvolvimento de suas habilidades em cálculo. Refletindo alguns dos princípios da BNCC, é necessária uma progressão das aprendizagens, mas também, temos a flexibilidade de adaptar as práticas de ensino para atender às necessidades dos estudantes, começando por conceitos básicos passando para cálculos mais complexos, e assim adotamos nossa estratégia. À medida que iam progredindo nos cálculos, aumentávamos os desafios para incluir a multiplicação com números de dois, três e quatro algarismos. Além dessas aulas dedicadas a multiplicação, aproveitávamos outras aulas durante a semana para explorar o conceito de potenciação, inserindo situações-problema e atividades de interpretação para aprofundar a compreensão do conceito de multiplicação. O suporte individualizado possibilitou identificar dificuldades e necessidades específicas, bem como trabalhar com cada estudante de forma a atender a estas com orientações personalizadas. Esse suporte foi possível devido a colaboração entre os residentes e o professor preceptor. A presença de vários professores em sala favoreceu o suporte individualizado aos estudantes, e, com isso, oferecemos ajuda direcionada, contribuindo para um ambiente acolhedor e propício para a aprendizagem. Observamos não apenas melhorias na multiplicação, mas também aumento na confiança e motivação dos estudantes para enfrentar os desafios matemáticos dos quais antes haviam dificuldades. Esse relato de experiência mostra a importância da imersão do licenciando nas práticas pedagógicas da escola, como proposto pelo PRP. Essa colaboração entre professores e residentes possibilitou a atenção individualizada aos estudantes de forma a abranger toda a turma, bem como contribuiu com a formação do licenciando. O PRP promove possibilidades de experiência, aprendizado e crescimento profissional para os residentes, pois estão inseridos no cotidiano da escola colocando a teoria em prática. Essa parceria entre professor e residentes gerou um ambiente inclusivo onde todos os estudantes foram reconhecidos e apoiados em sua evolução. A participação na Residência Pedagógica nos proporcionou vivenciar os efeitos positivos de uma abordagem pedagógica personalizada e apoio individualizado no percurso educacional dos estudantes. A superação das dificuldades em matemática vai além de simples técnicas e fórmulas, requerendo um ambiente de aprendizagem acolhedor e motivador, no qual os estudantes se sintam confiantes para explorar e aprimorar suas habilidades matemáticas.</p> Giovane Iop Reboucas Moiseis de Souza Sonchini Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 DESIGUALDADES NO ENSINO DE MATEMÁTICA ENTRE MENINAS E MENINOS NOS ANOS DE 1870 – 1920 PELO ESTUDO DE OBRAS DE ANTONIO TRAJANO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19139 <p>Este resumo é uma apresentação da pesquisa em História da educação matemática, que vem sendo desenvolvida na Universidade Federal da Grande Dourados, financiada pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>. Trata-se de investigar, historicamente, por meio de uma pesquisa documental, indícios sobre as desigualdades, do ensino de matemática, para meninas e meninos, em meados de 1870 a 1920. As fontes a serem analisadas dizem respeito à trilogia de livros didáticos do autor e professor Antônio Trajano, quais sejam: Arithmetica Primaria (12ª. Edição, 1895), Arithmetica Elementar Ilustrada (139ª. Edição, 1962) e Arithmetica Progressiva (75ª. Edição, 1944). Até o presente momento, com a análise preliminar do livro Arithmetica Primaria, preparado, especificamente, para meninas e meninos, foi constatado que ele propunha o ensino de: Definições, Numeração, Operações Fundamentais, Somar, Diminuir, Multiplicar, Dividir, Propriedades dos Números e Frações. Na obra, a figura feminina, com imagens e passagens que se referem a meninas ou mulheres, perpassam os primeiros assuntos e se limitam até a parte do “Diminuir”, que alude ao ensino da subtração. Nota-se que ao passar disso as referências são masculinas, o que compromete a propaganda da capa, quando destaca que foi preparada para meninos e meninas, subtendendo que faria isso até o final dela. Mas por que Trajano teve o interesse de publicar um livro que remetia a meninas, já que isso era diferenciado para sua época? E por que a figura feminina foi até a subtração e não mais que isso? É possível um estudo histórico tratar da subjetividade e posicionamento de um autor de livro didático sem seu testemunho? Pela tese tomada como referência, de Marcus Aldenisson de Oliveira (2017), intitulada “A Aritmética Escolar e o Método Intuitivo: Um novo saber para o curso primário (1870-1920)”, observou-se que Trajano apropriou-se de ideias advindas do ensino dos norte-americanos, os quais eram considerados, por jornais do período, como um povo com “grande adiantamento intelectual” e “alto grau o tino prático do ensino” (A PROVÍNCIA..., 1879). Esses indícios podem abrir um caminho investigativo que leve ao entendimento das opções de Trajano, sobretudo ao chamar as meninas para estudar matemática. Assim, na continuidade da pesquisa, a trilogia desse autor será analisada à luz de informações que possam explicar a decisão que ele tomou. Como a falta de pesquisas que investiguem historicamente as desigualdades do ensino de matemática para meninas e meninos é ainda um fator que demanda mais atenção, pretende-se com esse estudo apontar elementos que possam desconstruir a imagem de que as mulheres não são capazes de aprender matemática, que pelo contrário, isso faz parte de uma construção histórica que, talvez, alguns autores tenham tentado reverter há muito tempo.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Fundect.</p> Angelo Marcio Bernardes Júnior Késia Ramires Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-23 2023-10-23 17 1 1 2 EVASÃO, PERMANÊNCIA E EXCLUSÃO DE ACADÊMICOS EM CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19154 <p><span style="font-weight: 400;">Esta pesquisa consiste na produção realizada com base na metodologia de Estado da Arte das pesquisas publicadas no Encontro Nacional de Educação Matemática de 2004 até 2022 que versam sobre evasão, permanência e exclusão de estudantes do curso de licenciatura em matemática, juntamente com as referências do artigo. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”, ou estado do conhecimento são produzidas a partir da busca, análise e interpretação de literaturas anteriores do tema estudado (FERREIRA, 2002). O desenvolvimento dessa pesquisa ocorreu, inicialmente, por meio da leitura do texto de Ferreira (2002), sobre a metodologia acima citada. Em seguida, selecionamos 11 trabalhos das edições de 2004 a 2022 do ENEM (Encontro Nacional de Educação Matemática) com a utilização das seguintes palavras-chave: evasão, permanência e exclusão. A escolha dessas palavras vem justamente dos conceitos relacionados à pesquisa, no sentido de que possuem um vínculo e semelhança em relação a esse fenômeno que necessita de grande visibilidade para que haja uma melhor compreensão desse assunto que é de suma importância (ANDRIOLA et al., 2006, apud CANDIDO, 2016). Porém, dois desses artigos não foram utilizados pois tratavam-se de recortes de dissertações voltados para partes específicas de suas respectivas metodologias, onde constatamos que não agregaria muito para a discussão. Após a escolha e pesquisa de literatura, separamos os textos em categorias nomeadas de: exclusão matemática, ações políticas de permanência e desempenho dos acadêmicos. Em seu artigo, Candido (2016) ressalta a importância da discussão e debate em relação a evasão de graduandos dos cursos de Matemática - Licenciatura, pois esse movimento gera visibilidade para o fenômeno e as causas que influenciam nessa decisão, podendo ser também um único caminho a ser escolhido, da saída do curso. Dentre outras razões, as mais comuns são problemas financeiros, dificuldade de moradia, dificuldades de acesso à IES (Instituição de Ensino Superior), problemas relacionados ao corpo docente e estrutura do curso, como metodologias, falta de auxílio ao acadêmico com monitorias etc. (ALKIMIM, LEITE, 2013). Além da dificuldade que muitos acadêmicos podem enfrentar ao decorrer da graduação, a própria Matemática pode ser um fator que interfere tanto no momento do ingresso (seja por vestibular da própria IES ou pelo Exame Nacional do Ensino Médio) quanto durante o percurso que o licenciando passa durante seu curso superior. Silva (2016) discorre que há uma diferença entre os ingressantes de escolas públicas e os de escolas particulares que fizeram (ou não) cursos preparatórios de vestibulares. E, se comparada a profundidade dos conhecimentos matemáticos, essa diferença influencia principalmente na prova de ingresso, mas, após os primeiros semestres, os níveis de conhecimento “se igualam” para baixo, e continuam sendo despreparados para enfrentar as disciplinas na universidade. Por fim, é evidente que um estudo sobre evasão, permanência e exclusão de acadêmicos de cursos de Licenciatura em Matemática para que políticas e práticas sejam implementadas para uma melhora desse fenômeno. Por meio do entendimento dessas situações que será possível criar um ambiente mais propício para o sucesso e conclusão desses estudantes do curso citado.</span></p> Rafael Campos Teixeira de Souza Copyright (c) 2023-10-24 2023-10-24 17 1 1 2 CORPOS FOR[MATADOS] PARA UMA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: PERSPECTIVAS DE EGRESSOS E PÓS-GRADUANDOS DESVIANTES https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18935 <p>O objetivo deste trabalho é apresentar uma pesquisa de mestrado em fase inicial que surgiu&nbsp; durante a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) cujo objetivo foi identificar os discursos de pré-conceito e bullying sofridos por uma pessoa que se considera pertencente a grupos discriminados por conta do gênero e sexualidade (FREITAS, 2022). Além disso, após buscar pesquisas acadêmicas que relacionavam a Matemática à indivíduos que se identificam com gêneros ou sexualidades desviantes, as pessoas que se consideram pertencentes à comunidade LGBTQIA+. Freitas (2022) percebe que poucos estudos falam sobre essa temática e que esse assunto deve ser mais discutido nessa área. Assim, a pesquisa de mestrado busca continuar o estudo iniciado no TCC, contribuir com os trabalhos que relacionem gênero, sexualidade e a Educação Matemática e expandir a&nbsp; visibilidade do tema. Nesse ínterim, para melhor compreensão do termo “desviante”, é necessário dizer que para essa pesquisa entendemos como sendo: “Aqueles e aquelas que transgridem as fronteiras de gênero ou de sexualidade” (LOURO, 2004, p. 87). Ainda, entendemos que os/as desviantes são pessoas que desviam do binarismo masculino/feminino posto pela heteronorma, que também considera a heterossexualidade como a única forma de se relacionar. Posto isso, nosso objetivo na pesquisa de mestrado é entender como pré-conceitos e <em>bullying </em>afetam/afetaram corpos de pós-graduandos e egressos em Educação Matemática que se consideram pertencentes à comunidade LGBTQIA+ ou que se identifiquem com gêneros ou sexualidades desviantes em sua trajetória acadêmica. Para isso, vamos utilizar a Pesquisa (Auto)biográfica como metodologia, pois acreditamos que por meio dela podemos realizar integrações e estruturações que interpretam espaços e a temporalidade dos indivíduos. Nesse contexto, optamos por utilizar as narrativas (auto)biográficas captadas por áudio e apresentadas em forma de <em>podcast </em>com o intuito de visibilizar a diversidade, haja vista que essa ferramenta é versátil e potente para captar as falas. Por fim, esperamos que a elaboração dessa pesquisa contribua com discussões que envolvam os indivíduos que se identificam com gêneros ou sexualidade desviantes na Educação Matemática, buscando combater processos de violência e discriminação, como a LGBTQIA+fobia, que afetam esses corpos que ultrapassam a fronteira heteronormativa posta pela sociedade. Ainda, gostaríamos de visibilizar as questões de gênero e sexualidade no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática de Mato Grosso do Sul. Em consonância, também objetivamos contribuir com as pesquisas da área para que cada vez mais corpos, que são considerados desviantes, possam ocupar esse espaço dentro da pós-graduação e também para que possamos contribuir para uma Educação para todos, ou melhor, para TODES.</p> João Gabriel Souza Freitas Fernanda Malinosky Coelho da Rosa Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 VIVÊNCIAS NA ESCOLA E FORA DA ESCOLA DE PESSOAS COM DISCALCULIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18950 <p>Apresentamos uma pesquisa de Mestrado, ainda em fase inicial, que teve como inspiração o Trabalho de Conclusão de Curso cujo objetivo era “compreender as implicações da Discalculia no processo de ensino e de aprendizagem da Matemática a partir da pesquisa narrativa com o uso de narrativas (auto)biográficas captadas por meio de áudio/vídeo via <em>Google Meet</em>” (RAMIRES, 2022, p. 7). Este estudo trouxe experiências de uma pessoa adulta com Discalculia do Rio Grande do Norte que sofreu com estigmas, assédio e <em>bullying</em>, o que nos leva neste trabalho investigar os processos de ensino e aprendizagem nos espaços escolares e não escolares de pessoas com Discalculia. Cabe dizer que a Discalculia é um transtorno específico de aprendizagem em Matemática de origem neurobiológica que pode estar associado a outros transtornos. Além disso, de acordo com o Associação Americana de Psiquiatria-APA (2015) esse transtorno afeta as habilidades matemáticas, visuoespacial, memorização de números e lugares, a possui graus: leve, moderado e grave, os quais são influenciados pelo tempo que a pessoa demora para ter atendimentos especializado pedagógico, ou receber o laudo. Além de olhar para o ensino e a aprendizagem, pretendemos trazer uma discussão de como é o olhar do modelo médico para essas pessoas que, de acordo com Orrú (2017) “[...] é um vetor catalisador de discapacidades, déficits, ausências, prejuízos, falta de potência, anomalias, rigidez e espectros. É um mecanismo que coisifica, etiqueta, classifica [...]” (p. 21). Neste sentido, apesar de considerarmos importantes as definições que venham de um manual de diagnóstico para a conquista de direitos, não temos o objetivo de etiquetar ou coisificar o ser. Sendo assim, o nosso olhar para as pessoas com Discalculia irá ao encontro com o da Neurodiversidade evidenciando as potencialidades do ser considerando-o não só dentro da escola, mas em todas as vivências que ele tem no cotidiano. A Neurodiversidade é um movimento social que defende a diversidade das formas de pensar e ser, foi iniciada por Judy Synger, além disso, para ela o termo “<em>é simplesmente um sinônimo autoritário para TODA ‘Humanidade’. Somos todos claramente uma parte da Natureza” </em>(tradução nossa). Como escolha metodológica temos a pesquisa narrativa que abre espaço para conhecer a história de alguém, suas potencialidades e o impacto social que é exercido sobre o ser por meio das narrativas. À princípio, faremos entrevistas individuais com adultos e alunos da Educação Básica com roteiro semiestruturado, no entanto, se algum dos responsáveis legais optar por estar junto com o aluno faremos a entrevista de forma coletiva. Contudo, espera-se que este projeto nos mostre as vivências de pessoas com Discalculia e a importância das leis de amparo e de apoio pedagógico estarem em vigência, pois elas afetam os processos do ensino e da aprendizagem escolar e não escolar.</p> Lara Fernanda Leonel Ramires Fernanda Malinosky Coelho da Rosa Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 ENTRE O SILÊNCIO E A NEGLIGÊNCIA: MARCAS DE APAGAMENTO NO MUNDO DE JOÃO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18997 <p>Ao amanhecer de uma quinta-feira encharcada pela melancolia da chuva, a inércia mantinha-me cativa na cama. Porém, a atração por experiências outras me arrancou bruscamente dela. Levantei-me com determinação, ingeri meu café meio amargo e adentrei no ônibus lotado, tal como em qualquer dia típico em cidade grande. Essa era a nossa quinta jornada na sala de aula. Foi então que nos deparamos com João, um jovem surdo oralizado, de cor parda, com seus dezessete anos e morador em um bairro periférico. Destaco que não tenho a intenção de construir perspectivas audistas, mas busco relatar como aquele ambiente linguístico me atravessou e constituiu minhas subjetividades como futura professora. À sombra da surdez, inventada pela normalidade, ele encontrava refúgio em seus fones de ouvido, transitando de canções serenas até a pulsação vibrante do funk. No instante em que a surdez se manifestou, uma linha invisível foi traçada, separando espaços afetivos e afastando-o de sua mãe, levando João a buscar refúgio nos braços acolhedores de seus avós maternos. Ali encontrou segurança, zelo e afeto. Os dias fluíam serenamente, até que a pandemia da COVID-19 eclodiu em 2020, trazendo consigo uma atmosfera tensa e escassas informações. Em 2021, aqueles que o haviam acolhido não puderam mais estar presentes. Tornaram-se vítimas desse implacável vírus impiedoso. Assim, João regressou à convivência com sua progenitora. De acordo com relatos, esses recentes eventos moldaram um novo João, atravessado por outras subjetividades, nas quais o silêncio em sala se tornou convidativo e seguro. É nesse universo particular que ele começa a vislumbrar cores outras e tons que forjam sua personalidade. Ao chegar à escola, sinto a brisa nostálgica ao acariciar meu rosto. As salas estão mais silenciosas que o comum, muitos alunos faltaram por conta da chuva. O intérprete de João prontamente se aproxima de mim, notificando-me que hoje não poderá estar presente na sala, pois participará de um curso. Manifesto minha gratidão a ele e adentro na sala da turma do 3° ano. Percebo que João sentou-se ao lado de um colega, estabelecendo um vínculo comunicativo por meio das mensagens digitadas em seus celulares, além de recorrerem à linguagem oralizada quando necessário. O professor inicia a aula, introduzindo o tema das razões trigonométricas. Enquanto o professor explica, João se distrai com seu celular, envolve-se em conversas com seu colega e, por vezes, parece imerso em seus próprios pensamentos. Tudo desperta sua atenção, exceto a matemática. João era atravessado por uma política pública educacional que não atendia às imperativas demandas linguísticas e culturais, como discorrem Campello e Rezende (2014). A aula escorre como um rio no leito da escola que busca ser inclusiva, onde o professor parece não se importar com o progresso de João sem a presença de um intérprete, nem com o desenvolvimento dos demais alunos não-surdos. João volta seu olhar para o quadro repleto de números e fórmulas, copiando apenas uma parte antes de retornar às conversas com seu colega. Os minutos passam e a aula chega ao fim. Ao retornar para casa, mergulho em pensamentos sobre o que testemunhei, questionando-me se João está realmente inserido na escola inclusiva ou se está apenas integrado a ela. E, ao final do dia, uma pergunta persiste em minha mente: quantos Joãos existem neste mundo?</p> Sidiane Kemmerich Aniel Peixoto Douglas Willian Nogueira de Souza Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 CAMINHANDO SOBRE O PLANO CARTESIANO NO CURRÍCULO ESCOLAR: DA NOOSFERA AO ENSINO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19012 <p>Este resumo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida nas atividades orientadas de ensino no curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. A ideia começou no início da graduação motivada por inquietações acadêmicas ao pensar no ensino e as dificuldades dos estudantes ao estudar a tabuada. Esse foi o primeiro movimento em direção à pesquisa acadêmica, que por meio de um questionário levantou-se hipóteses. Entretanto, mesmo com algumas informações em mãos e o avanço da graduação, outras ideias surgiram e essa foi deixada de lado não por não achar mais interessante, mas sim por encontrar novas possibilidades na disciplina Prática de Ensino I e o primeiro contato com as teorias da Didática da Matemática. Uma das primeiras teorias que me despertou curiosidade foi a Teoria das Situações Didáticas – TSD (Brousseau, 1986), na qual pude ler nas entrelinhas de uma relação estabelecida por meio de um triângulo - professor, aluno, saber – um meio, um ambiente propício para a aprendizagem permeado por relações que se estabelecem e metodologias que se escolhem ao discutir um objeto matemático. A discussão da TSD nos levou à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), visto que agora é o documento que normatiza o processo de aprendizagem. Ao pensar nas dificuldades na tabuada, fizemos a leitura da BNCC e de uma coleção de livros didáticos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental para entender a organização desse objeto em cada ano. Observamos que a BNCC não menciona a tabuada e nos livros aparece como conclusão da multiplicação. Assim, um novo objeto matemático foi escolhido aliando o desejo de analisá-lo pensando no ensino em sala de aula e no currículo. Diante do que foi encontrado percebemos que um novo olhar teórico seria necessário, e junto da primeira análise do objeto optamos por nos aprofundar na Teoria Antropológica do Didático (Chevallard, 1991). Um caminho se estabeleceu nesse movimento da teoria aos seus elementos que “conversavam” com o nosso objeto. O estudo da noosfera como uma instância responsável por decidir quais saberes estarão no currículo para serem ensinados, da transposição didática e praxeologia nos permitiu entender o caminho até que o objeto chegue ao currículo e à sala de aula e a escala dos níveis de codeterminação a entender a influência da sociedade, escola e pedagogia na escrita do currículo. Assim, voltamos a pensar e o plano cartesiano foi se estruturando e tornando objeto de pesquisa. Aliado ao estudo da geografia e geometria começamos por tentar entender a importância desse sistema e sua utilização para representar a localização. Pensando no ensino, fizemos a leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais e da BNCC para entender a organização desse objeto em cada ano, apontando as diferenças existentes considerando o contexto social e os referenciais curriculares propostos após a publicação dos documentos. Olhamos coleções de livros didáticos publicadas após a implementação desses documentos na educação e nas avaliações dos guias do Programa Nacional do Livro Didático, cuidando para escolher coleções dos mesmos autores aprovadas nesses dois períodos estudando a organização do objeto no livro e as sugestões do manual do professor. Inferimos que a escala dos níveis de codeterminação (Chevallard, 2002) será um meio de obter respostas sobre como as mudanças na sociedade alteraram o ensino do plano cartesiano e como a escola acompanhou tais mudanças.</p> Filipe André Cruz Adegas Susilene Garcia da Silva Oliveira Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO MATO GROSSO DO SUL NO PERÍODO DE 1990 A 2020 https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19013 <p>O campo da Educação Matemática no Brasil, enquanto campo científico tal como conhecemos hoje, é resultado de um movimento intelectual que surgiu na segunda metade do século XX e foi oficializado na década de 1980. A este fenômeno pode ser atribuído a criação e expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), responsável pela maior parte da pesquisa científica desenvolvida no país. Conforme o Sistema de Informações Georreferenciadas (GEOCAPES), de 1998 a 2020, houve uma expansão do SNPG e, por consequência, do número de estudantes e trabalhos acadêmicos defendidos. Nesse sentido, buscamos analisar características do campo científico da Educação Matemática na microrregião do estado de Mato Grosso do Sul (MS) por meio das produções em educação matemática realizadas em programas de pós-graduação <em>stricto sensu</em> acadêmicos durante o período compreendido entre os anos de 1990 e 2020. Os resultados parciais aqui apresentados compõem o nosso projeto de tese de doutorado, ainda em desenvolvimento, que se ampara nos pressupostos teórico-metodológicos da História Cultural e de conceitos advindos da sociologia histórica, como os estudos sobre campo científico de Pierre Bourdieu (1983). Isto posto, com relação à composição do <em>corpus</em> de análise empírica da investigação, foi realizada a seleção dos trabalhos nos programas que se caracterizaram como potenciais produtores de pesquisa em educação matemática conforme as áreas de avaliação da CAPES em “Ensino”, “Educação” e “Psicologia”, justificados a partir da literatura existente sobre o tema, como nos indica o trabalho de Fiorentini (1994). Como bases de buscas destas produções, utilizamos as plataformas digitais dos programas de pós-graduação e suas respectivas instituições de ensino superior (IES); bibliotecas nacionais tais como Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (CAPES) e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); bibliotecas físicas das IES quando necessário. Ao todo, foram analisados 2.234 resumos em 13 programas de pós-graduação e destes, 238 trabalhos, entre teses e dissertações, foram selecionados. Com um total de 173 pesquisas, a área de Ensino foi a maior responsável pelas investigações em educação matemática no MS, seguida da área de Educação, com 64 produções e com apenas um trabalho selecionado, encontra-se a área de Psicologia. A justificativa deste resultado está relacionada a existência de um programa próprio em Educação Matemática, o Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGEDUMAT-UFMS), que pertencente a área de Ensino. Os programas de pós-graduação das demais áreas investigadas, apesar de apresentarem números expressivos, principalmente com relação aos programas da área de Educação, como consequência do desenvolvimento de pesquisas em outras áreas do conhecimento, como era esperado, apresentam menos produções em educação matemática. Além disso, uma primeira análise dos dados nos mostra que no período estudado, houve um aumento expressivo no número de trabalhos que investigam o tema, resultado que se justifica também pela abertura de novos programas de pós-graduação neste período. Com base na investigação em desenvolvimento, podemos inferir que houve a constituição de uma comunidade científica em educação matemática e, posteriormente, a sua consolidação na região.</p> Kamila da Fonseca Veiga Cavalheiro Leite Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 POSSIBILIDADE DE INERSECÇÃO ENTRE LITERATURA INFANTIL E MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19168 <p>Ensinar matemática é uma prática desafiadora, sobretudo na educação infantil, uma vez que é preciso considerar a especificidade dessa etapa. As aulas de matemática costumam ser expositivas, mas essa metodologia não é muito aplicável na primeira etapa da educação básica, especialmente se considerarmos os eixos estruturantes para a prática de ensino na educação infantil, as brincadeiras e interações, dessa forma as possibilidades para trabalhar a matemática nessa etapa da educação podem parecer escassas (Brasil, 2018).</p> <p>Nesse sentido Arrais et. al (2017, p.90) apresentam que algumas práticas comuns, principalmente para as turmas dos bebês são as sequência de numerais, as figuras geométricas, carimbos de mãos e de pés; registro mecânico de traçados e pinturas e calendários, atividades que não permitem que a criança participe ativamente, se envolvendo apenas em repetição e memorização sem elaborar pensamentos matemáticos, uma das formas de introduzir conceitos matemáticos variados nessa etapa da educação é através da literatura infantil.</p> <p>Essa intersecção entre matemática e literatura na educação infantil, é possível pois o desenvolvimento da língua materna possui uma relação com o desenvolvimento da linguagem matemática. Segundo Machado (2011) a matemática necessita da oralidade natural do desenvolvimento da língua materna por isso há uma relação complementar entre ambas, mas para isso, o autor ressalta que é preciso compreender a matemática como “como um sistema básico de expressão e compreensão de mundo” (Machado, 2011, p. 181).</p> <p>Buscando novas possibilidades para abordar a matemática de maneira mais lúdica muitos autores têm pesquisado acerca da intersecção com a literatura infantil, como Smole, Cândido e Stancanelli (1999); e Zilberman (2003), Souza e Oliveira (2010), Cunha e Montoito (2020) entre outros autores, apesar disso o campo ainda é novo e precisa ser levado para a prática pedagógica dos professores da educação infantil para que permita que as crianças tenham experiências prazerosas envolvendo a matemática e passem a se interessar cada vez mais por ela. Nesse sentido, Cunha e Montoito (2020) afirmam que, por mobilizar o aluno ao aprendizado bem como sua afetividade e imaginação, a literatura atua tanto na compreensão do mundo quanto para ajudar a elaborar conceitos acerca de determinado objeto, inclusive a matemática.</p> <p>Para Zacarias e Moro (2005) as crianças têm capacidade de interpretar histórias, havendo, inclusive, a necessidade de estímulo dessa capacidade, assim conceitos matemáticos básicos abordados através de histórias permitem que as crianças iniciem a compreensão desses conceitos. No entanto essa prática deve ser levada para a sala de aula através de um bom planejamento, é preciso refletir quais conceitos matemáticos cada faixa etária tem capacidade de desenvolver, em como a história é compreensível e interessante para os alunos, conforme Smole (1996, p.72) é preciso se adequar a cada fase do desenvolvimento das crianças, pensar nas situações-problema propostas de forma que as crianças se sintam desafiadas a buscar soluções.</p> <p>Dessa forma utilizar a literatura infantil para ensinar conceitos matemáticos básicos pode possibilitar uma aprendizagem lúdica, ativa e que integre a língua materna e a linguagem matemática, ambas em um contexto social e cultural, proporcionando vivências e desafios interessantes que estimulem o desenvolvimento infantil tanto para interpretar quanto para resolver problemas.</p> Lilian Siqueira e Angelico Edvonete Souza de Alencar Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 DESVENDANDO A DIVISÃO DE FRAÇÕES: MÉTODOS E MUDANÇAS AO LONGO DO TEMPO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19147 <p>Na pesquisa<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> intitulada "Indícios do Passado para o Presente: Saberes profissionais para se abordar o ensino de frações", um dos preceitos iniciais foi encontrar uma maneira de ensinar a divisão de frações utilizando imagens. Dessa forma, a primeira pesquisa no acervo da UFSC foi conduzida com esse intuito específico. Contudo, ao prosseguir com a investigação, notou-se que a maioria dos livros analisados não fazia uso de ilustrações para o ensino de frações, incluindo a divisão de frações. Em razão disso, a pesquisa tomou outro direcionamento, conforme já mencionado anteriormente. Apesar da mudança de rumo, ainda é válido comentar brevemente sobre a proposta inicial de utilizar imagens para o ensino da divisão de frações. Dos 55 livros pesquisados, apenas 7 deles continham alguma imagem relacionada a esse tema específico. São eles: "Noções de Arithmetica para As aulas Elementares por Heuer R. - 3ª parte" (data não especificada); "Matemática, 4ª série" (data não especificada); "Curso completo de Matemática Moderna para o Ensino Primário, vol. 5" (data não especificada); "Aritmética Complementar para as Escolas Primárias" (1946); "Metodologia da Matemática, 3a. Edição" (1958); "Curso moderno de matemática - Aritmética, 1º vol." (1962); "Iniciação à Matemática" (1966). Após o redirecionamento da pesquisa, o estudo se concentrou em catalogar os métodos de ensino sobre a divisão de frações, pontuando o período histórico de cada um, a partir da análise de livros didáticos utilizados em escolas brasileiras e na formação de professores de matemática. Dos 95 livros encontrados no Repositório Institucional da Universidade Federal de Santa Catarina, 55 foram selecionados para o estudo. O método mais comumente encontrado nos livros foi a "regra da inversão", que não apresenta uma explicação sobre o raciocínio por trás dessa regra. Essa estratégia foi adotada por 39 obras e foi utilizada ao longo de um extenso período, compreendendo o intervalo de 1879 a 1970. Em seguida, o método da "redução das frações a um denominador comum antes da divisão" foi identificado em 9 livros, com datas de publicação variando entre 1889 e 1965. Outro método menos frequente foi a "multiplicação do numerador da fração dividendo pelo denominador da fração divisora", presente em apenas 3 livros publicados entre os anos de 1943 e 1962. Por outro lado, os métodos que explicam a divisão de frações usando a "relação fundamental da divisão" e o "elemento neutro da multiplicação" foram os menos adotados, com apenas 2 livros abordando cada um desses enfoques. Infelizmente, as décadas de publicação desses dois livros não puderam ser determinadas durante a análise. A pesquisa revela a importância de compreender os métodos de ensino que se perpetuaram ao longo da história da educação matemática no Brasil, bem como as abordagens que foram deixadas de lado. Além disso, mesmo com a mudança de direcionamento, a busca por ilustrações e estratégias visuais no ensino de frações pode continuar sendo relevante para aprimorar a formação de professores e enriquecer o planejamento de aulas.</p> Pedro Henrique Gomes de Souza Késia Ramires Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA NO ENSINO INCLUSIVO DA GEOMETRIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19155 <p><span style="font-weight: 400;">Nas últimas décadas o discurso e ações inclusivas tornaram-se mais prevalentes no ambiente educacional. Ferramentas tecnológicas têm sido amplamente debatidas, e mostraram-se indispensáveis em um ambiente escolar diverso e inclusivo.</span><span style="font-weight: 400;"> O presente trabalho tem como objetivo pesquisar contribuições do Software GeoGebra nas aulas de Matemática direcionadas ao estudo de geometria, a qual é uma área do conhecimento que apresenta inúmeros desafios, </span><span style="font-weight: 400;">em particular para os estudantes com deficiência. A visualização do conteúdo, permite uma assimilação mais eficaz dos conceitos abordados e o software GeoGebra pode ser uma perfeita ferramenta para esta finalidade, pois se trata de um software livre e de fácil manuseio, que combina recursos de álgebra, geometria e cálculo. O aplicativo permite que os</span> <span style="font-weight: 400;">alunos montem gráficos, tabelas, planilhas, objetos geométricos e funções matemáticas em</span> <span style="font-weight: 400;">tempo real, ampliando sua compreensão sobre todo conteúdo. Além disso,</span> <span style="font-weight: 400;">o software também possui recursos visuais e </span><span style="font-weight: 400;">uma variedade de ferramentas que dinamizam e enriquecem o processo de ensino</span><span style="font-weight: 400;">, permitindo aos alunos surdos uma experiência educativa</span> <span style="font-weight: 400;">mais interativa e acessível, que possibilita ao docente</span><span style="font-weight: 400;"> construir visualmente a teoria aplicada. N</span><span style="font-weight: 400;">esse sentido, o GeoGebra tem se mostrado como uma ferramenta poderosa para tornar o</span> <span style="font-weight: 400;">ensino da geometria mais acessível, significativo para todos os estudantes e para promover uma aula</span> <span style="font-weight: 400;">inclusiva. Para o professor, é importante conhecer e utilizar tais tecnologias, pois ajuda a</span> <span style="font-weight: 400;">desenvolver habilidades, competências e contribui para o alcance de resultados expressivos.</span> <span style="font-weight: 400;">Portanto, o uso do software,</span><span style="font-weight: 400;"> j</span><span style="font-weight: 400;">unto a adaptação das aulas, pode fazer a diferença na inclusão de todos os estudantes em</span> <span style="font-weight: 400;">um ambiente educacional verdadeiramente igualitário.</span></p> Tainara Silva Antunes Flávia De Melo Leite Gilberto Rodrigues dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 UMA DISCUSSÃO SOBRE DESIGUALDADE ECONÔMICA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19156 <p>A desigualdade econômica é um problema social que nos acompanha enquanto sociedade há muito tempo. Esse tipo de desigualdade é mais comumente associada à questões de assimetrias, no modo em que riquezas são e estão distribuídas na sociedade, como se constituem as conhecidas “classes sociais”. Entretanto, a desigualdade econômica não é somente isso, visto que seus efeitos e dinâmicas afetam vários outros contextos e dinâmicas do nosso corpo social. Segundo Kerstenetzky (2021) “A desigualdade econômica, a depender de sua intensidade, é causa direta de problemas sociais, políticos e até mesmo econômicos. Nesse caso, ela é objeto de preocupação na medida em que consideramos esses problemas importantes por si mesmos”. E por esse motivo, acreditamos que esse tipo de desigualdade deve ser pauta de discussões dentro e fora da Educação Matemática, pois mesmo que não estamos diretamente interessados ou preocupados com a economia em si, devemos levar em consideração todas as outras complicações e problemas que advém ou que é consequência dessa questão social. Logo, temos como proposta e cenário de pesquisa, produzir rodas de conversas e de produções com graduandos de Licenciatura em Matemática da UFMS, campus de Campo Grande. Nossa ideia é trazer para esses encontros convites e possibilidades a partir de atividades baseadas em categorias do cotidiano, em específico com a desigualdade econômica. Estas serão elaboradas a partir de imagens que “escancaram” desigualdades, com discussões e problematizações com o salário mínimo, a meritocracia, entre outras questões que consideramos que fazem parte desse problema chamado desigualdade econômica. Nossa análise dos processos de produção de significados nos encontros será apoiada na teorização do Modelo dos Campos Semânticos (MCS), que foi primeiramente apresentado por Romulo Campos Lins, em sua tese de doutorado. Segundo Lins (2022), o Modelo dos Campos Semânticos se constitui como um quadro teórico, um modo de ler processos de “produção de significado, em relação a um núcleo, no interior de uma atividade”. Junto aos pressupostos do MCS, nosso movimento de pesquisa será o de produzir conhecimentos e significados em atravessamentos e afetos com alunos de Licenciatura em Matemática, em discussões, problematizações e produções com desigualdades econômicas. Além disso, nosso movimento político de pesquisa é o de convidar e oferecer para esses alunos, uma oportunidade de produzir (inventar) educações matemáticas em complexidades de nossa contemporaneidade.</p> Natália Mayume Soares Moriya João Ricardo Viola dos Santos Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 A MOBILIZAÇÃO DA VISUALIZAÇÃO E DO DISCURSO NUMA ATIVIDADE DE GEOMETRIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19157 <p>Este resumo tem por objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa de doutorado em andamento. Este estudo faz parte do Grupo de Estudos em Didática da Matemática (DDMat) do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). A base teórica e Metodológica está fundamentada na teoria de Registros de Representação Semiótica e em alguns elementos dessa teoria. Trazemos neste texto a articulação de dois registros: a visualização e a linguagem como possibilidades para a aprendizagem geométrica. Para isso, mobilizamos atividades e experimentamos durante nove sessões com estudantes, constituídos por discentes do oitavo e nono ano do ensino fundamental e primeiro ano do ensino médio. Os encontros ocorreram no contraturno escolar, em uma escola particular de Campo Grande – MS. Apresentamos aqui alguns resultados obtidos com uma atividade geométrica, na qual buscamos desestabilizar o olhar icônico, adentrando ao olhar não icônico, conforme expressa Duval. Com isso, observamos que diferenciar desenhos de figuras foi essencial, pois temos que uma figura está associada a um referente teórico definido por um objeto geométrico e por um conjunto de propriedades geométricas, de desenhos e de representações. De posse disso, produzimos a seguinte atividade: Em uma folha sulfite, faça por meio de dobraduras e recortes, um quadrado e um losango (que não seja quadrado). Justificando o procedimento. A visualização requer ver e ao mesmo tempo perceber e interpretar o que é visto. Essa interpretação depende de definições, conceitos, teoremas, ... O discurso consiste colocar em palavras o que se vê, articulando as definições, teoremas, proposições, ... etc, para justificar o procedimento realizado. Para o quadrado, alguns estudantes justificaram dobrando a folha sulfite, de modo a gerar um triângulo. Argumentando que o polígono era um quadrado, pois tinha os quatro lados iguais e os ângulos internos retos. Para o losango, que não fosse quadrado, a justificativa por meio de dobraduras, foi pelo fato das diagonais serem perpendiculares, com tamanhos diferentes (diagonal maior e diagonal menor). Os estudantes afirmaram que este losango não era um quadrado porque as diagonais não eram iguais. Identificaram também que &nbsp;a reta que contém uma das diagonais é mediatriz da outra diagonal e coincidem com a bissetriz dos ângulos internos. Também realizaram uma prova matemática para afirmar que os lados desse quadrilátero eram congruentes, mobilizando o caso de congruência lado lado lado. Uma dificuldade para o estudante X foi conseguir verbalizar o que estava pensando. Além disso, afirmou que isso se devia ao fato de crescer em um sistema escolar onde sempre obteve as respostas. Dentre o posicionamento de outros estudantes, a estudante Y ficava inquieta quando a pesquisadora respondia à sua pergunta com outro questionamento. Porém, entendia que era para que ela pensasse. O estudante Z enfatizou que aprendeu até a gostar de matemática quando a professora o escutou ao expressar seus conhecimentos e valorizou suas ideias. “Aprendi outros modos de interpretar e resolver alguns exercícios de maneira rápida e prática” foi a afirmação do estudante W. Diante disso, concluímos que a mobilização dos registros: visualização e linguagem, mobilizados por meio de uma atividade, contribuiu para a aprendizagem de geometria. Assim como, permite relacionar definições, propriedades e conceitos.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Cleide Ribeiro Mota Arinos José Luiz Magalhães de Freitas Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 REVISÃO PARA A PROVA: UMA EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19161 <p><span style="font-weight: 400;">Neste texto&nbsp; relato uma experiência vivenciada no&nbsp; Programa de Residência Pedagógica, no&nbsp; Centro Estadual de Educação Hércules Maymone,&nbsp; ocorrida nos dias 16 e 20 de junho de 2023, onde ministrei aulas de revisão das provas bimestrais do 8° ano D, 9° ano C, 9° ano D e 9° ano E. O conteúdo desenvolvido no 8° ano D foi raiz quadrada, equações com uma e duas variáveis e expressões matemáticas e para os 9° anos foi desenvolvido equação de segundo grau e conceitos&nbsp; iniciais sobre plano cartesiano. Para o&nbsp; 8° ano a aula foi planejada para explicar sobre os conceitos de raiz quadrada&nbsp; por uma visão geométrica, com o auxílio do </span><em><span style="font-weight: 400;">software</span></em><span style="font-weight: 400;"> área </span><em><span style="font-weight: 400;">builder</span></em><span style="font-weight: 400;">.&nbsp; Esse recurso auxilia na compreensão&nbsp; dos alunos no momento da construção do quadrado perfeito. A ideia foi fazer eles&nbsp; montarem um quadrado perfeito com as áreas de 4, 9, 16, 36 e 49, logo em seguida aplicarem raiz quadrada na área do quadrado para descobrir o valor de seus lados. Alguns&nbsp; deles se perderam em meio ao que foi proposto para ser feito, mas depois de um tempo eles começaram a entender a proposta da atividade e desenvolveram bem o conteúdo. Após acabar a aula, colocaram na folha que estavam registrando os conteúdos, um conceito mais elaborado sobre&nbsp; seus conhecimentos sobre o que é raiz quadrada. No mesmo dia, com as turmas dos 9° anos, foi trabalhado uma revisão sobre equação de 2° grau, com explicação&nbsp; de alguns conceitos de plano cartesiano, foi desenvolvida duas questões da prova bimestral com alteração de valores das questões. Uma era destinada à resolução de uma equação do 2° grau e a outra os alunos deveriam marcar a alternativa que se aplicava melhor como resposta para o enunciado da questão, ela pedia para selecionar em que caso ocorre apenas uma raiz real em uma equação quadrática. A explicação foi de maneira bem didática, com o auxílio em&nbsp; linguagem matemática e foi trabalhado a compreensão do sinal do delta. Foi retomado o estudo sobre&nbsp; os eixos x e y do plano cartesiano e apesar de alguns dos alunos terem um leve entendimento sobre o plano cartesiano, foi importante, pois eles irão precisar para fazer a representação gráfica no estudo da função do 2° grau. Continuando a revisão na semana seguinte, os estudantes do 8º ano e os do 9º ano estavam mostrando muita dificuldade principalmente na interpretação das atividades. Nas atividades de expressões, com duas variáveis, os alunos do 8° ano estagnaram nos exercícios e não conseguiram prosseguir mesmo com o auxílio dos professores. Buscamos suscitar discussões nas atividades de revisão e também inserimos recursos, para favorecer a aprendizagem (BITTAR, 2015) como o </span><em><span style="font-weight: 400;">software</span></em> <em><span style="font-weight: 400;">Geogebra</span></em><span style="font-weight: 400;"> com as turmas&nbsp; dos 9° anos buscando melhorar a compreensão dos estudantes. Um ponto a se destacar nesta experiência é a importância do trabalho do professor no planejamento de suas atividades principalmente quando está trabalhando com turmas com muita dificuldade, como nas deste relato. Muito do que foi apresentado é fruto dos dois anos de pandemia, em que vários estudantes ficaram sem aulas e como muitos não tinham acesso a internet ficaram também sem poder assistir às gravações e utilizar diversos recursos que as escolas disponibilizaram.</span></p> <p>&nbsp;</p> Giulliano Garcia Rolim Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-25 2023-10-25 17 1 1 2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DE MATEMÁTICA, FORMAÇÃO DOCENTE E A INCLUSÃO ESCOLAR https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18942 <p>O Programa de Educação Tutorial (PET) é um programa acadêmico composto por estudantes da Graduação que, orientados por docentes (tutores), desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão, sobretudo junto à Educação Básica. Essas atividades apresentam vivências que não são ofertadas durante a graduação, o que permite aos estudantes ampliarem e aprofundarem conteúdos que integram a grade curricular, além de qualificá-los para programas de pós-graduação (BRASIL, 2006). Desse modo, pode-se dizer que o objetivo geral do PET é promover uma formação de qualidade aos alunos envolvidos com o Programa, reduzindo a distância entre os saberes construídos na Universidade e a realidade escolar. O presente trabalho tem como objetivo abordar a importância de uma atividade desenvolvida pelo PET Matemática do Campus de Três Lagoas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - o Reforço Escolar no Ensino Básico. Essa ação fornece encontros presenciais aos alunos de uma determinada escola da rede estadual do município de Três Lagoas/MS, com o intuito de aprofundamento no estudo sobre conteúdos matemáticos. Esse projeto contribui para a formação docente dos futuros professores de Matemática, membros do PET, já que proporciona o contato direto com os estudantes e com os desafios de ensinar. As ações na escola da Educação Básica promovem excelente oportunidade de reflexão a respeito de melhoria no ensino da Matemática com vistas à garantia de participação e aprendizagem de todos os estudantes, segundo a concepção inclusiva da educação (LANUTI, 2019). A atividade de Reforço vem sendo desenvolvida com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e está trazendo resultados importantes para serem refletidos pelos PETianos (como são chamados os integrantes do PET), como, por exemplo, a percepção de que existem diversas formas de construção da aprendizagem em uma sala de aula e todas elas precisam ser respeitadas e problematizadas. Essa experiência, durante a formação docente, tem sido muito rica e tem contribuído para enfatizar a relevância de uma educação inclusiva. Nesse contexto, o grupo PET Matemática tem colocado em prática as metodologias de ensino trabalhadas no curso de licenciatura, visando, por exemplo, o aprendizado de todos por meio de processos lúdicos de ensino que partem dos conhecimentos que os estudantes já possuem sobre um dado assunto. Vale ressaltar que essas atividades não substituem a aula comum, pois se assim fosse, estaria sendo oferecido um ensino individualizado que não está alinhado à educação para todos. O Reforço se trata de um complemento para aqueles alunos que desejam participar das atividades e aprofundar seus conhecimentos. A atuação do PETMAT no Ensino Básico tem promovido reflexões importantes para a formação acadêmica dos futuros docentes, pois promove um contato direto com as práticas pedagógicas, as quais são instrumentos que podem ajudar os professores a concretizarem seus objetivos pedagógicos. Esse é um caminho para tentar vencer o desafio docente de conhecer os diferentes modos de aprender de seus alunos, trazidos pela diferença de cada indivíduo, que muitas vezes são equivocadamente interpretados como dificuldade de aprendizagem por não corresponder à idealização da qual a escola ainda parte para planejar, desenvolver e avaliar suas ações.</p> Jeniffer Francisca dos Santos Anna Lethycia de Almeida Lira José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-26 2023-10-26 17 1 1 2 CAMPOS CONCEITUAIS DE VERGNAUD: UM INSTRUMENTO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NA CONCEPÇÃO INCLUSIVA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18941 <p>O presente trabalho tem como objetivo abordar a teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud como um instrumento para desenvolver um ensino de Matemática que contemple a singularidade de cada aluno por meio de situações-problemas que envolvam toda a turma, visando uma educação inclusiva. A pesquisa se iniciou devido ao desafio encontrado por uma escola da rede estadual do município de Três Lagoas de ensinar Matemática por meio de estratégias que contemplem as necessidades formativas de seus alunos. Os saberes dessa área do conhecimento, embora tenham sido construídos historicamente a partir das necessidades humanas, vêm se distanciando da realidade das pessoas, o que faz com que a Matemática seja considerada uma disciplina para poucos – indo na contramão do que se espera de uma escola inclusiva, conforme aponta Autor (2019). É válido ressaltar que a maioria dos sistemas de ensino se apoia em ideais educacionais tradicionais. Faz um nivelamento a partir de notas, rotula e caracteriza os estudantes de acordo com um modelo idealizado de aluno. Entretanto, para a construção de uma escola inclusiva, é necessário se atentar para a singularidade de cada um, sem perder de vista que a coletividade é condição essencial para o ensino. Assim sendo, o docente tem o papel de propor situações que acarretem acessibilidade total aos conteúdos matemáticos, sempre considerando os diferentes tipos de aprendizagem e valorizando os conhecimentos preliminares dos estudantes e seus interesses. De acordo com Echeverría e Pozo (1998), a resolução de problemas, que são situações que não dispõem de um caminho rápido e direto que leve à solução, é uma possibilidade de aproximação de atividades cotidianas dos alunos com conteúdos matemáticos estudados em aula. Nesse contexto, a teoria de Vergnaud apresenta os conhecimentos matemáticos organizados em campos conceituais, sendo estes o campo aditivo e multiplicativo, que podem ser construídos em situações-problema, as quais precisam fazer sentido para o aluno. Esses campos possibilitam a contextualização dos conteúdos, permitem identificar alguns conhecimentos dos estudantes em relação às operações matemáticas, interpretação de texto e outros saberes que envolvem a resolução de problemas. A partir disso, pode-se planejar e desenvolver um ensino de Matemática, onde todos os alunos podem trazer suas contribuições, com base nas suas capacidades e nos seus saberes prévios – uma aula inclusiva. Para isso ser possível, é necessário conhecer os tipos de problemas de cada campo conceitual, a fim de que o professor possa apresentar os diversos tipos de situações aos discentes ou compreender melhor uma determinada questão trazida pelos mesmos. Para Vergnaud (1990), dentre os tipos de situações-problemas que envolvem o campo aditivo estão: transformação positiva e negativa, composição e comparação; já no campo multiplicativo estão: proporcionalidade, multiplicação comparativa, combinatória e configuração retangular. Em contato com situações em que a Matemática se relaciona com questões reais, os alunos podem criar suas estratégias de resolução, individualmente ou em grupo, com orientações do professor sempre que necessário. Todos podem, ainda, refletir sobre os erros no percurso e os apoios necessários para a interpretação do problema e construção da aprendizagem. Ou seja, isso pode ser usado para auxiliar os professores a entenderem melhor as dúvidas dos alunos e, assim, promover um ensino que inclua todos e ajudar na desestigmatização da Matemática.</p> Anna Lethycia de Almeida Lira Jeniffer Francisca dos Santos José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-26 2023-10-26 17 1 1 2 SABER MATEMÁTICA PODE EVITAR SER ENGANADO: RELATO DE UMA INTERVENÇÃO DO PIBID INMA MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18871 <p>Um resumo feito por pibidianos do INMA UFMS, falando da primeira intervenção realizada na escola Orciricio Tiago de Oliveira, onde tinha o objetivo de construir um pomto de vista critico dos alunos.</p> Aniel Peixoto Amanda Cecília da Silva Almeida Maria Fernanda Vieira Cordeiro Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-27 2023-10-27 17 1 1 2 O QUE TEM (OU PODE TER) IMPREGNADO NO SILÊNCIO DO SUJEITO? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/18804 <p>O uso das Tecnologias Digitais durante o período de Ensino Remoto Emergencial, imposto pela necessidade de isolamento social devido a Pandemia do Covid-19, tornou-se indispensável para vias de contato, comunicação, relação social afetiva e para os processos de ensino e de aprendizagem. Nesse período muitas Tecnologias Digitais tornaram-se indispensáveis e ao mesmo tempo tiveram um alto desenvolvimento, seja de novos recursos ou aprimoração de itens já existentes, como, por exemplo, os recursos gratuitos oferecidos pelo Google. Plataformas como o Google Meet, que antes da pandemia eram pouco utilizadas e conhecidas, tornaram-se um suporte quase que indispensável para as aulas, reuniões e até mesmo para relações pessoais. Hoje, mesmo que não considerando ainda um período pós-pandemia, a utilização desse recurso é extremamente recorrente. Fazer reuniões online se tornou uma forma possível, acessível e prática, principalmente considerando um programa de pós-graduação com alunos vindos de todos os cantos do país. Mas, quais problematizações podemos fazer ao discutir sobre uma reunião online na qual poucos abrem suas câmeras, poucos interagem e há muita presença do silêncio? Diante desse contexto e desses questionamentos, trazemos como problemática: como a Tecnologia Digital pode moldar a ação e a participação efetiva de sujeitos em reuniões online? Essa questão perpassa discussões iniciais que estão sendo desenvolvidas em uma pesquisa de doutorado em andamento. A pesquisa, de caráter qualitativa, foi desenvolvida durante o período de pandemia (2020 a 2022) e teve como sujeitos de pesquisa uma turma de alunos participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de matemática. Durante esse processo, realizamos o acompanhamento com a turma por dezoito meses, com reuniões todas online via Google Meet, grupos de Whatsapp, Telegram e utilização do Google Sala de Aula para depósito de materiais. Como dados dessa pesquisa, temos entrevistas e relatos dos estudantes, bem como da coordenadora de área do PIBID. Em ambos, a discussão versa sobre a falta dos participantes, a falta da presença real (no sentido participativo). Percebemos que os alunos pibidianos, mesmo reclamando que os alunos da escola não participaram nos grupos criados para atendê-los, tinham postura relativamente semelhante quanto à participação nas reuniões gerais. Desta forma, ainda em vias iniciais, concluímos que a Tecnologia pode moldar situação de presencialidade, de silêncios que muitas vezes escondem problemas de conexão, infraestrutura e condições sociais (desigualdades) e até mesmo a ausência propriamente dita.</p> Juliana Leal Salmasio Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-27 2023-10-27 17 1 1 2 OFICINAS ON-LINE: DIÁLOGOS SOBRE PROPOSTAS DIDÁTICAS EM MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19150 <p>Este texto trata das atividades desenvolvidas em um projeto de extensão que ocorreu ao longo de três anos. O projeto “Oficinas on-line: diálogos sobre propostas didáticas em Matemática” nasceu da vontade de oferecer à comunidade de professores dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, bem como licenciandos em Pedagogia, Matemática ou áreas afins, a oportunidade de discutir questões diretamente relacionadas à prática de sala de aula. Os temas e o desenvolvimento das oficinas foram apoiados em experiências de membros do Grupo de Estudos XXXX (XXX) com professores do ensino fundamental ao longo de duas décadas. A princípio, essas oficinas foram pensadas para serem desenvolvidas presencialmente, como parte do Projeto Universal do CNPq<a href="#_ftn1" name="_ftnref1"><strong><sup>[1]</sup></strong></a>. O início das ações se deu no ano de 2019, onde foi possível realizarmos algumas formações presenciais nos municípios de Campo Grande/MS, Dourados/MS e Aquidauana/MS. Mas, no início do ano de 2020, em virtude da pandemia da COVID-19, os planos foram alterados. Assim, passamos a realizar as oficinas no formato remoto, por meio do <em>google meet</em>, entre os meses de maio a dezembro de 2020. Essa experiência nos abriu a possibilidade para que as oficinas on-line fossem ofertadas pelo canal do XXXX<a href="#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a> na plataforma do youtube, o que ocorreu a partir do ano de 2021 até meados de 2023. Ao total, tivemos a oferta de 23 oficinas sobre temáticas voltadas aos anos iniciais e finais do ensino fundamental, bem como ao ensino médio. Se no começo essa mudança nos distanciou de uma das atividades que mais fazemos e gostamos, a formação presencial de estar com os professores da educação básica do estado de Mato Grosso do Sul, em contrapartida, o novo formato nos possibilitou alcançar um público bem maior e com a possibilidade de aproximar professores e futuros professores de diferentes regiões do Brasil. Aliado a esse fator está o uso das oficinas como mais um recurso didático a ser explorado pelos professores que atuam na educação básica e no ensino superior, como têm feito os próprios membros do XXXX junto aos seus estudantes. Essa prática pode ser observada, por exemplo, na primeira e última oficina ministrada em 2023, nas quais tivemos mais de 1.300 e 2.600 visualizações no canal do XXX, respectivamente. Por fim, também podemos ler de forma resumida essa nossa experiência, com os <em>níveis de codeterminação</em> expresso por Chevallard (2002), como uma mudança na sociedade que ocorre por meio de uma <em>restrição, </em>isto é, uma <em>condição</em> não modificável por cada um de nós; a pandemia da Covid-19. Ao atingir o espaço da escola (universidade), as condições oriundas da pandemia fizeram com que o universo das aulas e atividades on-line fossem reestruturados, nos levando também a agir dentro de novas possibilidades. Com isso, alteramos as atividades presenciais para remotas, bem como passamos a (des)construir algumas práticas e/ou adaptá-las aos novos tempos, o que influenciou na nossa pedagogia. O que antes era visto com dúvidas passou a ser um dos fatores importantes na execução das atividades em uma <em>mudança de paradigm</em>a, bem como na organização e apresentação de uma oficina, de forma ainda a atender as demandas dos professores.</p> <p><a href="#_ftnref1" name="_ftn1"><sup>[1]</sup></a>Projeto intitulado “Estudo de decisões didáticas relativas à elaboração e implementação de aulas propostas por um grupo de professores”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -Edital MCTI/CNPq n° 28/2018, sob coordenação de XXXXX.</p> <p><a href="#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> <a href="https://www.youtube.com/XXXX">https://www.youtube.com/XXXX</a></p> CAMILA DE OLIVEIRA DA SILVA Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 2 DESCOBERTAS E REFLEXÕES DURANTE O CULTIVO DE FEIJÕES EM UMA ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19149 <p><span style="font-weight: 400;">Os Itinerários Formativos (IF) são a parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio em que suas disciplinas têm o intuito de os estudantes se aprofundarem, conhecerem e/ou estudarem sobre determinada disciplina que gostem (DISTRITO FEDERAL, 2020). Um exemplo de IF é o Laboratório de Ensino de Matemática que tem entre os seus objetivos de aprendizagem o teste de hipóteses para inferir uma explicação ou resolução de uma situação-problema, analisando a adequação de um modelo matemáticos verificando suas limitações, eficiência e possibilidades de generalização (DISTRITO FEDERAL, 2022). Para alcançar esse objetivo da disciplina o professor de Matemática pode utilizar a Modelagem Matemática que é “[...] uma estratégia utilizada para obtermos alguma explicação ou entendimento de determinadas situações reais” (BASSANEZI, 2015, p. 15). Sendo assim, este é um relato de uma atividade de Modelagem que tem o objetivo de evidenciar os resultados encontrados durante a padronização do crescimento de feijões em condições diferentes. Para tanto, utilizamos o método hipotético-dedutivo segundo Popper (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 95) que ocorre em três etapas: 1) a partir do conhecimento prévio de um assunto criamos um problema; 2) criarmos possíveis soluções e, então; 3) realizarmos o teste de falseamento dessas soluções, isto é, tentarmos refutá-las. O experimento inicia-se ao prepararmos os recipientes com uma vazão de água adequada (com pedra e areia) e com a criação de quatro condições de observação do cultivo dos feijões: (1) sol + terra vermelha, (2) sol + terra preta, (3) sombra + terra vermelha e (4) sombra + terra preta. Inicialmente, pensamos que nenhum dos feijões nas condições 3 e 4 cresceria porque julgamos que precisam da luz do sol para germinar, enquanto 1 e 2 brotariam no dia seguinte. Mas, independente das condições, alguns feijões germinaram no 3º dia de observação. No 6º dia, constatamos que os feijões que não brotaram continuaram sem crescer enquanto os que germinaram apresentaram diferenças nos tamanhos e aparências entre as condições: (1) ~10cm de altura e crescia, folhas grandes e com a tonalidade escura e o caule robusto; (2) ~12cm de altura e demais características da 1; (3) ~15cm de comprimento e crescia horizontalmente, folhas minúsculas e verdes claras e o caule flexível e; (4) tinha as mesmas características da 3, porém com ~26cm de comprimento. Com isso, hipotetizamos que 3 e 4 cresceram na horizontal porque estavam “buscando a luz”, já que o crescimento se direcionava para a parte com maior incidência de luz. Com base nesses resultados, redirecionamos nossa pesquisa para entender por que as plantas de feijões cresceram de formas tão distintas e por que algumas sementes não cresceram, mesmo com as mesmas condições em que as outras germinaram. Ao realizarmos uma breve pesquisa, confirmamos que a nossa hipótese sobre a “busca da luz” estava correta, conforme descreve Gottems (2021). Além disso, ao debatermos sobre as condições do experimento, levantamos a hipótese que aquelas sementes que não brotaram foram devido à drenagem ineficiente da água e, ao realizarmos o teste de falseamento, percebemos que estávamos certos. Portanto, observamos que a terra preta parece estimular o crescimento da planta e que a drenagem da água é de suma importância para a germinação das sementes. Por fim, concluímos que existe a necessidade de refazer o experimento adotando os cuidados levantados nessa pesquisa para comparar o padrão de crescimento das mudas de feijão nas condições apresentadas.</span></p> Maria Eduarda dos Santos Silva Guilherme Morais de Sousa Oliveira Francimar Gomes de Oliveira Júnior Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 2 PROFESSORES/AS NOS USOS E JOGOS DE LINGUAGEM: UMA ANÁLISE DAS MÚLTIPLAS FACES DOCENTES NAS TESES DO PPGEDUMAT/UFMS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19146 <p>Na minha experiência pessoal, pude perceber que quando se trata da construção da identidade docente existe um amplo cenário social, cultural, vivência e experiência pessoal, fatores que constituem a identidade do professor/a. E a existência dessa multiplicidade na formação da identidade docente auxilia na construção de sua individualidade profissional, pois a mesma se constrói em um processo contínuo e dinâmico, onde se criará um sentido, valores e experiências. Além disso, a identidade docente está relacionada ao modo pelo qual professores/as se conhecem e pelo modo conhecidos pelos demais.</p> <p>Assim, surgiu a ideia da busca pelos significados atrelados a palavra professor/a em meio às pesquisas que estão sendo realizadas, com a pergunta inicial: <em>como os artigos, teses e dissertações estão denominando um professor/a? Como esse docente é mencionado nos trabalhos acadêmicos? Como ele é visto e descrito?</em> Partindo daí um novo movimento de pesquisa. As inquietações que atravessaram minha experiência pessoal e profissional enquanto professora e geraram questionamentos que me fizeram chegar até aqui, também a necessidade de estudar os significados envolvendo a palavra professor/a de forma que "abraçasse" todas as identidades que constituem essa profissão, para isso foi necessário nos ampararmos em uma metodologia permitisse analisar essas múltiplas identidades, essas múltiplas manifestações abrangentemente e não delimitada.</p> <p>Surgiu assim o pensamento de Ludwig Wittgenstein parafraseado nos usos de jogos de linguagem. Entendemos que os jogos de linguagem são formas específicas de uso da linguagem em contextos sociais particulares, atividades em que as palavras têm significado, sendo compreendidas pelos participantes, eventualmente, de forma muito particular. Um jogo de linguagem pode ser uma conversa cotidiana, um debate científico, uma negociação comercial, uma instrução de um professor em sala de aula, um discurso político, entre outros contextos sociais. Em cada jogo de linguagem, as palavras têm significado no contexto específico em que estão sendo usadas, possui suas próprias regras, convenções e práticas linguísticas.</p> <p>Assim, a partir de Wittgenstein, pretendemos desmistificar o significado da palavra professor/a, por meio de um exercício filosófico da terapia, percorrendo alguns jogos de linguagem, constituídos a partir de nossos textos/documentos.</p> <p>A terapia seria aqui sugerida, é caracterizada pela ampliação de significados, pois entendemos professores como sujeitos nos jogos normativos de linguagem, nos afastando da ideia de uma definição única e universal, pois diferentes grupos, as individualidades, as perspectivas, as vivências e os contextos se diluem nos sujeitos.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Carolini Casarini Cardoso Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 2 SER PROFESSOR/A DE MATEMÁTICA: A IDENTIDADE DOCENTE EM REFLEXÕES https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19145 <p>Este resumo é sobre uma pergunta norteadora: seria possível estabelecer uma única identidade docente? Com esse ponto de partida, surgiu a possibilidade das reflexões concomitâncias aos testemunhos coletados, em momentos de entrevistas, durante uma Iniciação Científica, realizada pelo segundo autor em 2022.&nbsp;</p> <p>Os trechos aqui mencionados foram transcritos, parafraseados e por meio deles, surgiram razões que nos trouxeram a esta escrita. Parafraseando as transcrições, extraímos alguns trechos, como segue: <em>“Penso que os alunos viam em mim uma pessoa muito inteligente, que não poderia errar, ou ter falhas.”; “… é um trabalho muito árduo, intenso, e às vezes cansativo, e não se tem valorização nenhuma.”, “Ser professora foi um plano B, pois não era o meu o primeiro plano…”, “Eu acredito que ser professor é tu passar para o aluno o seu conhecimento, que tu sabes e tentar fazer ele entender.”, “Então, eu fiquei meio chocada, porque tinha em mente que o professor é&nbsp; como era na minha época…”</em> Esses trechos demonstram que existem, efetivamente, uma série de sentimentos, crenças e concepções das vivências das entrevistadas (Duas professoras de Matemática) que fizessem vislumbrar características tais como: ser professora de Matemática é um fardo de autocobrança, acreditar que os alunos não aceitariam uma falha da professora fez com que ela projetasse sobre si mesma um controle em que não poderia haver “falhas”. Destacar a quantidade exacerbada do trabalho profissional, cobranças e a sua desvalorização também se mostra como possibilidade significativa de reflexão. Partindo das inquietações acerca da massificação da profissão docente, realizamos esta reflexão sobre o que é ser professor/a. Dialogamos a partir da perspectiva que ser professor/a é entender-se em um processo formativo individual, contínuo e dinâmico.</p> <p>Em vista disso, concordamos com Nóvoa (1992), que o processo de identificação docente é gradativo e passa por um método do refazimento de identidades, acomodações de inovações para ser possível a integração de mudanças. Portanto, não existe um modelo para ser professor/a, para exercer tal função o sujeito tem consigo uma série de sentimentos, crenças e valores, entendimentos e convicções que se formaram durante a vida toda. Com isso, a trajetória pessoal, social, política, comunitária, coletiva, histórica e econômica precisa ser compreendida como condições específicas e individuais de cada professor/a. Ser professor/a envolve uma construção de identidade, que é única.</p> <p>Neste sentido, vale ressaltar, de acordo com Campos, Gaspar e Morais (2020) que, o perfil professor é construído desde o Ensino Básico, passando pela Licenciatura, e seguindo nas formações continuadas formais e informais, isto é, a formação da identidade professor/a e permanente, inacabada e pessoal.</p> <p>Dessa forma, para compreender como se constitui a identidade profissional do professor/a, é necessário compreendermos como ele se constrói e (<em>r</em><em>e</em>)constrói ao longo de sua carreira.</p> <p>Nós enquanto professores não podemos ser vistos de forma homogênea e massificada, apesar de pertencermos à mesma classe, temos nossas individualidades, experiências, vivências, e motivos que nos trouxeram a profissão professor/a, tais fatos nos tornam únicos, por isso, esperamos que nossas reflexões contribuam para (<em>re</em>)significar o ser professor/a.</p> <p>&nbsp;</p> Carolini Casarini Cardoso Gleisson Santos de Oliveira Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 2 MATEMÁTICA COM CRIATIVIDADE: VÍDEOS DO PIBID E MATERIAIS DO LEMA. https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19134 <p><span style="font-weight: 400;">Apresentamos o relato do nosso trabalho no Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) na área de matemática. Nossa equipe está atualmente engajada na produção de vídeos que enfatizam como alguns materiais do LEMA podem ser utilizados&nbsp; para tornar o aprendizado da matemática mais envolvente e significativo para os alunos. No PIBID, desenvolvemos um projeto de criação de vídeos explicativos sobre os materiais manipulativos disponíveis no LEMA. Esses vídeos têm como finalidade apresentar cada material, suas características e utilidades no ensino de matemática visando oferecer aos professores de matemática uma ferramenta didática e tangível para enriquecer suas aulas. Com esse projeto, buscamos explorar todo o potencial desses materiais, destacando suas aplicações nos diferentes conteúdos matemáticos. Durante nossas reuniões, discutimos vários tópicos relevantes para o progresso do projeto. A análise minuciosa dos materiais manipulativos disponíveis no LEMA foi uma etapa inicial importante. Consideramos critérios como relevância para os conteúdos matemáticos, versatilidade de uso e possibilidade de demonstração por meio de exemplos práticos. Nos dividimos em 3 grupos e cada um ficou responsável por estudar e pensar em um modo de falar sobre o material em um vídeo curto de no máximo 10 minutos. Cada membro do projeto contribuiu com ideias e experiências, sugerindo melhorias na estrutura e no conteúdo dos roteiros. Também debatemos estratégias de gravação e edição dos vídeos, analisando diferentes abordagens para garantir qualidade visual, clareza na explicação e dinamicidade. Ao longo das reuniões, também enfrentamos desafios logísticos, como a aprendizagem de softwares de edição. A gestão do tempo foi essencial para equilibrar as atividades do projeto com as demandas acadêmicas de cada membro da equipe. Encaramos esses desafios como oportunidades para aprimorar nosso trabalho em equipe e buscar soluções criativas e eficientes. A gravação dos vídeos foi realizada no LEMA, permitindo o uso adequado dos materiais manipulativos. Cada vídeo foi gravado com atenção aos detalhes, enfatizando conceitos-chave e demonstrando o uso prático dos materiais em atividades matemáticas. Inicialmente, destacamos três materiais manipulativos voltados para o ensino de frações: material dourado, disco de frações e o fracsoma. Esses recursos demonstraram ser extremamente úteis para auxiliar os estudantes na compreensão e manipulação dos conceitos relacionados às frações. Ao explorar o potencial desses materiais, como o material dourado, o disco de frações e o fracsoma, queremos mostrar como eles facilitam a assimilação dos conceitos relacionados às frações. As abordagens visuais e táteis desses materiais permitem que os alunos compreendam de forma concreta as frações e suas relações com a unidade inteira. Com o auxílio desses recursos, os alunos podem realizar operações e compreender o conceito de equivalência de frações de maneira mais concreta e envolvente. Finalizamos o projeto com sucesso, concluindo as edições dos vídeos por meio de softwares de edição profissional, garantindo a objetividade, fluidez e uma sequência lógica e coerente para cada vídeo. Agora os vídeos estão prontos e disponíveis juntamente com os QR Codes. Acreditamos que esses recursos serão valiosos para a comunidade educacional, contribuindo para a melhoria da educação matemática.</span></p> Ana Júlia Sauro Bonito João Lucas Corrêa Sabará Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-29 2023-10-29 17 1 1 2 EDUCAÇAO FINANCEIRA: SONHOS PLANEJADOS, CONSUMO CONSCIENTE https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19014 <p>Este trabalho apresenta um relato de experiência vivenciado ao longo do primeiro bimestre de 2023 em uma turma de ensino médio de uma escola pública da cidade de Campo Grande/MS. O primeiro autor do texto na ocasião era professor da turma, ministrando a unidade curricular Educação Financeira.</p> Jhonattan Gonçalves de Araújo Marilena Bittar Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 3 A INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS EM AULAS DE MATEMÁTICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE CAMPO GRANDE/MS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19017 <p>O trabalho apresentado refere-se a uma pesquisa em fase inicial que iniciará a produção/coleta de dados em agosto de 2023 em uma escola pública da cidade de Campo Grande/MS e visa contribuir para a inovação de currículos de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental através da integração de Tecnologias Digitais.</p> Jhonattan Gonçalves de Araújo Suely Scherer Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 2 “QUERIA QUE VOCÊS COMPARTILHASSEM COM TODO MUNDO, COM TODO MUNDO QUE VOCÊS PUDEREM” https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19021 <p>Esse título foi retirado de uma narrativa feita pelo Arthur (2022) de 7 anos de idade, para a dissertação que estou escrevendo junto com crianças da escola Profª Iracema Maria Rezende, pela UFMS, no programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. Construímos na escola uma Cabine de Narrativas e convidamos estudantes dos 1º, 3 e 5º anos para falar sobre a escola, seu ensino/aprendizagem de matemática e como elas se viam nesse processo.</p> <p>Em sua narrativa, Arthur também agradece muito por ter participado e ficou muito feliz. Maitê, 7anos, faz um alerta: “Estou nervosa, eu nunca fiz isso, falar de mim”.</p> <p>Essas narrativas apontam para a necessidade de ouvir atentamente as vozes das crianças, o que inclui sua participação no debate acerca da aprendizagem matemática e de outros processos educativos. Tendo suas posturas tradicionalmente vinculadas à ingenuidade, imaturidade, as crianças seguem sendo pouco incluídas em debates acerca de seus modos de se construir no/e ao mundo. Essas afirmações se relacionam de maneira significativa com a obra&nbsp; “Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing” (2007), de Miranda Fricker, que aborda o conceito da injustiça epistêmica, um tipo de injustiça em que não acreditamos na palavra do outro de acordo com algum preconceito. Ela também cita: uma “injustiça testemunhal” que torna a palavra do outro, desvalida de poder ou toma alguém como menos importante com base em sua identidade social. Essa teoria atravessa diversos estudos acerca de gênero, classe, religião... e um movimento de pesquisa na Universidade da Cidade do Cabo tem se dedicado a pensar sobre o preconceito etário e em como as crianças têm sido destituídas de seu lugar de conhecimento (CF. MURRIS, REYNOLDS, SILVA , SOUZA,2021).</p> <p>Em muitos contextos, as crianças são vistas como menos capazes de fornecer conhecimentos válidos ou de entender adequadamente o mundo. Suas opiniões e experiências são frequentemente desconsideradas ou descartadas com base em sua idade e suposta falta de maturidade. Isso pode resultar em uma injustiça epistêmica testemunhal, em que suas vozes são desacreditadas ou não levadas a sério. Além disso, as perspectivas das crianças são frequentemente interpretadas através da lente dos adultos, na qual eles projetam suas próprias suposições e entendimento sobre as crianças, ignorando suas experiências reais. Isso pode levar a uma compreensão distorcida das crianças e suas necessidades, limitando sua agência e autonomia.&nbsp; Seu ponto de vista e conhecimentos são muitas vezes considerados menos relevantes ou insignificantes, o que limita seu acesso a oportunidades de aprendizado e participação na construção do conhecimento.</p> <p>Fricker também aborda o funcionamento do preconceito de identidade, olhando pela perspectiva de quem escuta, o ouvinte. Em certas situações, os estereótipos negativos podem desempenhar um importante papel na forma como o ouvinte avalia a credibilidade do interlocutor (CF. LINS, 1999). O erro no julgamento prejudica o outro, causa danos ao silenciar, invisibilizar formas múltiplas de existência. E passamos a ver outro como “sujeito menos que um ser humano completo” (p.44).</p> <p>Assim, baseados na noção de injustiça epistêmica, construímos essa pesquisa com o objetivo de compreender quais as questões que atravessam processos singulares de aprendizagem matemática de crianças sob suas perspectivas, buscando construir um espaço mais democrático no entendimento sobre a educação matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental.</p> <p><strong>Referências</strong></p> <p>-ARTHUR, 2022.</p> <p>-FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing. New York: Oxford University Press, 2007.</p> <p>-LINS, Romulo Campos. Por que discutir teoria do conhecimento é relevante para a Educação Matemática. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (Org.). Pesquisa em educação matemática: concepções e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP,&nbsp;1999.&nbsp;pp.75-96.</p> <p>-MAITÊ, 2022.</p> <p>-MURRIS, K., REYNOLDS, R, da SILVA, H., &amp; de SOUZA, L. A. (2021).&nbsp;<a href="https://drive.google.com/file/d/1DEgpy6RzFpPSWHdHPO5YGczaxj_d__UA/view">Untidying Child Development with a Picturebook: Disrupting Colonizing Binary Logic in Teacher Education</a>. In Yelland, N.J., Peters, L., Tesar, M. &amp; Perez, M.S. (Eds.).&nbsp;<em>The SAGE Handbook of Global Childhoods</em>. SAGE.&nbsp;397-410.</p> Juliana Pudell Luzia Aparecida de Souza Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 2 COMO SE DIZ “ÂNGULOS FORMADOS POR RETAS PARALELAS CORTADAS POR UMA TRANSVERSAL” EM LIBRAS? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19022 <p>Denominamos como <em>Sistema Didático</em> S (Adaptação de CHEVALLARD, 2002) o conjunto das relações entre um professor não bilíngue, alunos surdos e <em>não-surdos</em>, um intérprete educacional, que não tem o <em>conhecimento extralinguístico</em> em Matemática, e um <em>saber</em> que se pretende estudar. Dentro de todo <em>Sistema Didático</em>, vivem <em>restrições</em> e <em>condições</em>. As <em>condições</em> são possibilidades didáticas existentes em S; as <em>restrições</em>, por sua vez, são cenários e situações que permeiam a estrutura, a organização e a sistematização do processo de ensino e aprendizagem, além disso, em um dado momento, não podem ser modificadas. Este ensaio teórico busca problematizar a <em>restrição</em> que circula na Educação Matemática: a falta de sinais em Libras para determinados termos matemáticos, o que representa uma dificuldade para a educação de surdos. O enunciado se apresenta como uma <em>restrição</em> de S, como apontam os resultados das pesquisas de Porto (2014), Carvalho (2017), Lobato (2018) e Costa e Silveira (2020). Segundo Oliveira e Machado (2023), tais resultados se configuram como uma tentativa de reduzir a atividade do intérprete à associação sinal-palavra, em que para cada palavra ou signo da linguagem matemática haverá um equivalente na Língua Brasileira de Sinais - Libras. Assim como, somente, a definição de um conceito não é suficiente para compreendê-lo, como afirma Vergnaud (1985), entendemos que seu sinal em Libras também não seja. É fato que a Libras precisa e tem totais condições linguísticas para ocupar <em>espaços outros</em> na academia, mas defendemos a ideia de que o sinal, pelo sinal, embora necessário, não é suficiente. No <em>Sistema Didático</em>, o professor e o intérprete estão inseridos no <em>meio </em>(BROUSSEAU, 2008), modificando-o a cada nova situação que é apresentada. As relações que acontecem entre o professor e o intérprete são chamadas por Oliveira e Machado (2023) de <em>comunicação efetiva</em>, na qual, por meio da construção do discurso docente, o intérprete pode ter autonomia para definir as <em>unidades de significado</em> e escolhas lexicais e tradutórias mais pertinentes. Em termos matemáticos, dado um conjunto A, a linguagem matemática, e um conjunto B, a Libras, cada um com suas regras gramaticais, classificadores e parâmetros linguísticos, percebemos uma relação entre A e B, em que cada elemento de A tem um discurso sinalizado correspondente em B. Assim, apesar de não ter o sinal equivalente para o termo matemático, é possível construir um discurso sinalizado que corresponda ao elemento de A com elementos de B. Contudo, para que o intérprete construa esse discurso, é preciso que ele conheça os <em>usos</em> das palavras dentro da linguagem matemática e/ou que o professor estruture seu discurso com base nos parâmetros da <em>boa construção discursiva</em> proposta por Oliveira e Machado (2023, p. 9), estabelecendo uma “[...] rede de relações conceituais internas de sentido necessárias à significação de um conceito, [...]”. Roy (2000) afirma que a atividade do intérprete é mediar discursos. Desse modo, não há sentido na <em>restrição</em>, quando entendemos que a estrutura do discurso docente em sala de aula pode ser uma ferramenta que potencializa o discurso do intérprete, havendo, ou não, sinal equivalente para o conceito matemático. Voltando à pergunta do título, podemos dizer que mesmo que haja sinal convencionado, sem uma <em>boa construção discursiva</em>, ele se torna vago. Assim, é preciso que mais pesquisas desenvolvam a construção de glossários, enfatizando que antes de convencionar sinais, é necessário <em>comunicar para possibilitar</em>.</p> Douglas Willian Nogueira de Souza Jéssica Serra Corrêa da Costa Marilena Bittar Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 3 Trabalhando sequência didática para o conceito de limite em Cálculo Diferencial e Integral numa amostra de estudantes do curso de Bacharelado em Matemática na UFMS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19023 <p>Este projeto de pesquisa aborda a dificuldade dos estudantes em compreender a definição formal de limite de função no curso de bacharelado em Matemática. A definição de limite desempenha um papel crucial, fornecendo bases teóricas e ferramentas lógicas para explorar conceitos matemáticos essenciais no cálculo diferencial e na análise. Com o objetivo de auxiliar os estudantes na construção dessa definição, será desenvolvida uma sequência didática composta por atividades sequenciais e interligadas. A pesquisa visa investigar situações que ampliem o conhecimento dos estudantes ao lidarem com a noção intuitiva de limite de função, levando-os à construção da definição formal. Serão utilizados os conceitos de situação de Vergnaud, que englobam conjuntos de situações demandando uma variedade de conceitos, esquemas e representações simbólicas para o domínio dessas situações. Os objetivos incluem a análise de teoremas pertinentes (ou não) mobilizados pelos estudantes e a investigação das filiações e rupturas no processo de construção da definição formal de limite.</p> Alex Vinicius de Bastos Rangel Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 2 INICIANDO ENTRELAÇAMENTOS DE UMA PESQUISA DE DOUTORADO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19045 <p>Por estar intrinsecamente associada a essa sociedade digital, compreendemos que a escola se situa no interior de uma cultura digital imposta. Corroboramos Engelbrecht, Llinares e Borba (2020, p. 10, tradução nossa) quando afirmam que, ‘‘até certo ponto, esse mundo em rede e as poderosas ferramentas de aprendizagem que ele oferece começaram a penetrar na sala de aula típica’’. Além disso, aqui, neste trabalho, trazemos a percepção de Kenski (2018) sobre cultura digital, visto que é uma tentativa inicial de explorar o tema que se encontra em estudo.&nbsp;A autora aponta que ‘‘o termo <em>digital</em>, integrado à <em>cultura</em>, define este momento particular da humanidade em que o uso de meios digitais de informação e comunicação se expandiram, a partir do século XX, e permeiam, na atualidade, processos e procedimentos amplos, em todos os setores da sociedade’’ (KENSKI, 2018, p. 139, <em>grifo da autora</em>). Assim, este trabalho é um entrelaçamento inicial de uma pesquisa de doutorado que tem como questão de pesquisa: Como a cultura digital escolar se mostra na perspectiva de professores, coordenadores e diretores com o avanço da pandemia? Assim, baseados na indagação de pesquisa, propomos para a investigação o objetivo geral de ‘‘Analisar como se mostra a cultura digital escolar na perspectiva de professores, coordenadores e diretores com o avanço da pandemia do coronavírus SARS-CoV2’’. Com a ideia de mostrar uma cultura digital escolar, pensamos que entrevistar os professores e os gestores escolares seria uma possibilidade viável para atender aos objetivos de i) Identificar e analisar tecnologias digitais utilizadas por professores, coordenadores e diretores na educação básica durante o período de pandemia; e ii) Identificar e analisar estratégias de ensino utilizadas e a influência da formação para o uso de tecnologias digitais desses professores para o período de ensino remoto. Pautados na perspectiva da pesquisa qualitativa, produzimos dados com três professores de matemática, três coordenadores e dois diretores de uma escola pública da cidade de Itaporã, Mato Grosso do Sul. A escola se caracteriza por estar pouco afastada do centro, recebendo alunos de várias partes da cidade, de várias faixas etárias. Além disso, ainda possui como modalidade de ensino a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e recebe alunos provenientes das aldeias que rodeiam o município. Os dados produzidos foram entrevistas semiestruturadas, variando de acordo com a vontade de cada um em ser gravada, escrita ou em áudio. Além disso, ainda buscamos outra fonte de dados, as orientações, normativas, regulamentações e documentos publicados pela Secretaria de Educação no Diário Oficial do estado. Estamos em um momento bastante provocador, em que a principal tarefa é a transcrição de dados das entrevistas que, ao todo, deram por volta de seis horas de áudio. Além disso, temos ainda a leitura de diversos documentos e informações advindas da produção de dados das normas, publicações, orientações advindas de setores de gestão da educação pública, em especial as de Mato Grosso do Sul. Numa pré-análise indicamos o indício de uma cultura que traz o digital para a escola (ou seria a escola sendo levada para o digital?). O que não podemos deixar de apontar é a questão tecnológica envolvida no processo educacional em período de pandemia. Se não fosse pela tecnologia digital, uma catástrofe pedagógica maior ainda poderia acontecer, pauta que será debatida nos próximos movimentos analíticos desta tese.&nbsp;</p> Victor Ferreira Ragoni Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 2 Recomposição de aprendizagem: criando atividades e recursos após um período pandêmico. https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/19054 <div class="page" title="Page 1"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>A pandemia da COVID19 confrontou os professores de matemática com a necessidade de criar e utilizar diferentes recursos pedagógicos. Isso ocorreu tanto para ensinar matemática quanto para planejar, armazenar e compartilhar suas aulas. Esse processo de criação e utilização de recursos é denominado por Gueudet e Trouche (2015) de trabalho documental. Nosso projeto é pautado na criação de recursos para o processo de recomposição de aprendizagem dos estudantes. Em relação ao termo recomposição de aprendizagem, nos baseamos nas discussões propostas por Abe (2022), que apresenta a diferença entre “recuperação” e “recomposição” de aprendizagem. O primeiro termo, “recuperação”, nos remete a recuperar algo que já foi ensinado, enquanto o segundo termo a estabelecer conexões entre o que precisamos ensinar atualmente com o que não foi (ou foi pouco) trabalhado no passado. Diante desse contexto, é proposto uma pesquisa em nível de pós-doutorado envolvendo a colaboração entre participantes do grupo para investigar soluções adaptadas aos seus contextos particulares. Deste modo, para fins de produção de dados, os procedimentos metodológicos serão: a criação de cenários para investigação (SKOVSMOSE, 2000) envolvendo matemática e tecnologias digitais; realização de entrevistas semiestruturadas (POUPART, 2012); e a observação participante (JACCOUD; MAYER, 2008). Com a pesquisa espera-se contribuir para a formação dos professores envolvidos na proposta, tanto durante o trabalho na escola e na divulgação das análises quanto no desenvolvimento das atividades criadas; desenvolver articulações teóricas e metodológicas contribuindo assim para as reflexões no campo da Educação Matemática relativas ao impacto de diferentes recursos/tecnologias nos processos de recomposição de aprendizagem de Matemática, contribuindo para o processo de aprendizagem dos estudantes envolvidos no projeto.</p> </div> </div> </div> Katiane de Moraes Rocha Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2023 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática 2023-10-30 2023-10-30 17 1 1 2