Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat <p><strong>ISSN 2448-2943 (online) ISSN 2177-3122 (impresso)</strong></p> <p style="text-align: justify;">O primeiro SESEMAT foi realizado em 2007, teve como principal objetivo dar início as atividades do Curso de Mestrado em Educação Matemática. Embora esse fosse o objetivo primeiro do evento, percebeu-se o interesse de pesquisadores da região em participar do Seminário, pois o mesmo seria um meio de divulgação das pesquisas em andamento e concluídas no Estado de Mato Grosso do Sul. Sendo assim, criaram-se expectativas para a segundo edição do evento em 2008. Em 2025 o Seminário Sul-mato-grossense de Pesquisa em Educação Matemática (SESEMAT) será um evento realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat).</p> pt-BR sesemat.atendimento@gmail.com (Dúvidas e Informações) sesemat.atendimento@gmail.com (Dúvidas e Informações) Thu, 09 Oct 2025 20:05:49 +0000 OJS 3.1.2.1 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 CURRÍCULO, FORMAÇÃO E TECNOLOGIAS DIGITAIS: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23336 <p>O artigo apresenta movimentos iniciais de um processo de pesquisa-formação com professores de Matemática de uma escola pública de Aquidauana/MS. O objetivo geral deste trabalho é analisar dados de um processo de pesquisa-formação-integração com professores de Matemática dos anos finais do Ensino Fundamental para integrar Tecnologias Digitais (TD) ao currículo escolar. A metodologia da pesquisa é orientada pela epistemologia da complexidade e a formação é baseada no modelo F@R (Formação, Ação e Reflexão). A pesquisa-formação, nesta pesquisa caracteriza-se como encontros para planejamento e avaliação de aulas desenvolvidas, integrando tecnologias digitais, como aplicativos e softwares, ao currículo escolar. Os dados da pesquisa foram produzidos em encontros quinzenais da pesquisadora com professores de matemática dos anos finais do Ensino Fundamental, capturados em formato de áudio, além de registros em um diário de bordo da pesquisadora. A análise dos dados será apresentada em formato de narrativa da pesquisadora. Os resultados iniciais indicam que, apesar de desafios como demandas burocráticas e limitações de tempo, os professores parceiros da pesquisa começaram a ressignificar suas práticas pedagógicas e a explorar novas abordagens para o ensino de Matemática, com uso de tecnologias.</p> Janini Gomes Caldas , Suely Scherer Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23336 Wed, 13 Aug 2025 00:00:00 +0000 CONSTELANDO AGENTES E HISTÓRIAS NÃO CONTADAS, DE QUE GEOMETRIAS SOMOS CAPAZES? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23176 <p>Sem ressaltar seus usos, sem acessar o sistema nervoso que faz funcionar os espaços e as relações socio-temporais, seria possível falar em Geometrias? Essa escrita é um recorte de uma tese de doutorado ocupada em engendrar pensar no conhecimento que temos chamado de geométrico. Para isso, recorremos a alguns documentos e artigos acadêmicos que retomam a aliança feita entre o projeto moderno-colonial da construção de Belo Horizonte e as expectativas de que um uso da Geometria Euclidiana seria capaz de organizar e estimular o progresso na nova capital mineira. Estimula-se uma postura para conhecer, aprender ou comunicar Geometrias que não acontece senão pela errância e pela potência em tensionar as lógicas de produção espacial no contexto citadino.</p> Eric Machado Paulucci, Carolina Tamayo Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23176 Tue, 26 Aug 2025 21:10:40 +0000 Ostensivos e a Construção do Conceito de Coordenadas no Ensino Fundamental https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23261 <p>Neste artigo, apresentamos uma análise de livros didáticos centrada na construção do conceito de coordenadas no plano cartesiano. Utilizamos os resultados de uma pesquisa em desenvolvimento realizada pelo primeiro autor do artigo no mestrado em Educação Matemática que, em virtude dos dados produzidos, permitiu um novo olhar para os elementos presentes na atividade matemática relacionada ao ensino de coordenadas cartesianas. Analisamos coleções de livros didáticos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, de mesma autoria, aprovadas no período de vigência dos Parâmetros Curriculares Nacionais e que continuaram aprovadas com a Base Nacional Comum Curricular. A análise foi realizada à luz da Teoria Antropológica do Didático e direcionamos nosso foco à definição do conceito de objetos ostensivos. Os resultados evidenciam, entre outros, as diferentes maneiras pelas quais o conceito de coordenadas é construído desde os primeiros anos escolares e os diferentes ostensivos utilizados nesse processo até chegar à representação matemática de pares ordenados no plano cartesiano, que se torna o principal ostensivo utilizado para representar pontos e passa a ser utilizado inclusive para a resolução de tarefas de outros objetos matemáticos.</p> Filipe André Cruz Adegas, Marilena Bittar Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23261 Tue, 26 Aug 2025 21:12:07 +0000 INQUIETAÇÕES EM CENA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23264 <p>Se o conhecimento não é algo a ser descoberto, mas sim algo que emerge de encontros e relações, como podemos abandonar a própria ideia de "pesquisa" enquanto um ato de busca e apropriação? Como pensar caminhos que não sejam estratégias de captura, mas, sim, formas de deixar o mundo agir sobre nós, sem importar sentido, direção ou finalidade? É a partir dessa provocação que propomos uma abordagem pós-qualitativa da pesquisa em Educação Matemática, orientada por uma epistemologia da equivocidade, da antropofagia e da multiplicidade. A partir de uma escrita ensaística, o trabalho tensiona a lógica colonial e domesticadora do conhecimento científico tradicional, propondo, em seu lugar, uma pesquisa que se constrói no atravessamento de perspectivas, na abertura ao outro e na recusa à linearidade, em que o equívoco não é um erro a ser corrigido, mas uma condição do encontro e uma possibilidade de criação. Por fim, o texto convoca a pesquisa e o ensino a abrirem mão da expectativa de totalidade e controle, propondo uma Educação Matemática que não domestica, mas que compõe com o diverso, com o indócil, com o que escapa. Uma matemática que, em vez de gaiola, seja voo; em vez de exatidão, canto. Trata-se, portanto, de habitar o risco, o desvio e a dúvida como condições ético-estéticas para a produção de um conhecimento menos colonizador e mais criador.</p> Tatiane da Silva Alves, Thiago Pedro Pinto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23264 Tue, 26 Aug 2025 21:13:43 +0000 O QUE VOCÊ ENTENDE POR TECNOLOGIA? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23276 <p>Este artigo apresenta os resultados de uma atividade acadêmica desenvolvida na disciplina “Seminário Avançado de Tese II: Tendências da Educação Digital, Perspectivas e Desafios”, no contexto do doutorado em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A pesquisa consistiu na aplicação de um formulário digital com uma pergunta aberta, respondido por oito professores atuantes em diferentes etapas da Educação Básica e no Ensino Superior, com o objetivo de compreender suas concepções sobre tecnologia. As respostas foram coletadas por meio do Google Forms e analisadas à luz de referenciais teóricos discutidos na disciplina, originando três categorias que agrupam as similaridades identificadas nos discursos: Conceito amplo de tecnologia, Tecnologia como ferramenta e Tecnologia no processo de ensino. Os resultados destacam a necessidade de ampliar a compreensão e o uso da tecnologia nas práticas educativas, além de reforçar a importância de sua integração ao ensino e à prática docente. Revelam também compreensões diversas e, por vezes, superficiais, indicando a necessidade de um aprofundamento formativo no uso crítico e intencional da tecnologia em contextos educativos.</p> Danusa Nunes de Menezes, Joyce Braga, Vanuza Camargo Durães Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23276 Tue, 26 Aug 2025 00:00:00 +0000 INTRODUZINDO OS NÚMEROS INTEIROS COM O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23283 <p>Este artigo apresenta uma análise sobre o ensino de números inteiros com o uso de Tecnologias Digitais (TD), em uma turma do 7<sup>o</sup> ano do Ensino Fundamental. O objetivo foi analisar o processo de aprendizagem de conceitos relacionados aos números inteiros em uma proposta de integração de TD ao currículo de matemática. A análise dos dados se orienta pelos estudos sobre integração curricular de TD e do construcionismo. Essa investigação faz parte de uma pesquisa de mestrado que está sendo realizada em uma escola municipal de Campo Grande, e a análise será apresentada em formato narrativo. Os resultados parciais indicam que o uso do aplicativo selecionado oportunizou modos outros de visualizar conceitos como: números opostos e módulo de números inteiros, além de favorecer a abordagem construcionista no ensino dos conceitos explorados.&nbsp; Observou-se também o engajamento da turma nas discussões propostas e na apropriação dos conceitos explorados. Conclui-se ainda que, quando integrado ao currículo, no processo de construção dos conceitos proposto, o aplicativo selecionado, com a mediação do professor, contribuiu para a aprendizagem dos estudantes em relação ao conceito de números inteiros simétricos e módulo de números inteiros.</p> Felipe Bernardino da Silva Lucas, Luiz Augusto Servin, Suely Scherer Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23283 Tue, 26 Aug 2025 21:19:11 +0000 COMPREENSÃO DA DEFINIÇÃO FORMAL DE LIMITE E A NOÇÃO DE DISTÂNCIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23292 <p>Esse trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado em andamento do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. O cálculo tem se mostrado uma disciplina em que os estudantes apresentam muitas dificuldades. Foi realizada uma sequência didática abordando o conceito de limite com estudantes da turma de Bacharelado em Física da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. O objetivo deste artigo é discutir brevemente sobre invariantes operatórios identificados na primeira sessão de atividades desenvolvidas. Para isso, nos baseamos na Teoria dos Campos Conceituais, proposta por Vergnaud, que define que os invariantes operatórios e outros conceitos que auxiliam os estudantes a estruturar as formas de organização dos esquemas mobilizados durante a resolução das atividades. Por meio da análise, concluímos que a proposta de primeira atividade da sequência didática, conjuntamente com a abordagem inicial da experimentação, permitiu a correta construção do conceito de distância entre dois números reais pelos estudantes e a mobilização de importantes invariantes operatórios para o favorecimento da compreensão da definição formal de Limite.</p> Alex Vinicius de Bastos Rangel, Vitória Lourenço Luges da Silva Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23292 Wed, 27 Aug 2025 19:11:30 +0000 ENTRE CENAS E JOGOS DE LINGUAGEM https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23291 <p><span style="font-weight: 400;">Este trabalho propõe uma reflexão sobre a matemática como prática cultural, situada e plural, a partir da atitude terapêutica desconstrucionista que se apoia na perspectiva dos jogos de linguagem de Wittgenstein e da desconstrução de Derrida. Por meio de três cenas ficcionais protagonizadas por personagens como Tangranzito, professor Sábio e Tio Wittinho, são encenadas conversas e deslocamentos teóricos que colocam em questão a ideia de uma matemática universal, única e atemporal. O objetivo é discutir possibilidades teórico-metodológicas para a pesquisa em educação matemática, defendendo uma atitude investigativa que valoriza outros modos de pensar, ver e narrar a matemática. Com isso, busca-se abrir espaço para perspectivas que rompem com modelos tradicionais de pesquisa e ensino, acolhendo formas plurais de significar a matemática nos processos formativos.</span></p> Thassio Kennedy Silva Oliveira, Thiago Pedro Pinto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23291 Wed, 27 Aug 2025 19:13:35 +0000 QUANDO A MATEMÁTICA DÓI https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23290 <p>O presente artigo tem como objetivo compartilhar as experiências e afetações vividas no processo de pesquisar e estar em sala de aula por pesquisadoras em formação no campo da Educação Matemática. A partir da narração de uma vivência escolar marcada pelo sofrimento de uma aluna diante de uma explicação sobre função inversa, emergem inquietações sobre a forma como a matemática é ensinada e os efeitos subjetivos que esse ensino pode produzir. Tensiona-se a ideia de neutralidade atribuída à matemática escolar, compreendendo–a como uma prática situada, atravessada por determinações sociais, históricas e políticas, para além de um conjunto de saberes supostamente abstratos e universais. Discute-se a naturalização do sofrimento acadêmico como um dos mecanismos por meio dos quais a matemática escolar opera enquanto tecnologia a serviço das relações de poder, legitimando processos de exclusão e silenciamento daqueles que não se ajustam às normas hegemônicas de desempenho e compreensão. Ao articular relato, reflexão teórica e crítica às políticas curriculares, o artigo propõe deslocamentos na forma de pensar o ensino de matemática, não com a pretensão de oferecer respostas conclusivas, mas como gesto de partilha e abertura ao debate.</p> Antonia Thalia da Silva dos Santos, Bianca Silva Braga, Vanessa Franco Neto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23290 Wed, 27 Aug 2025 19:15:20 +0000 MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO ENSINO DE NÚMEROS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23289 <p>Este trabalho tem como objetivo identificar as habilidades matemáticas prescritas na Base Nacional Comum Curricular para os três primeiros anos do Ensino Fundamental que se referem ao uso de materiais manipuláveis para o ensino de números. Dessa maneira, realizamos um levantamento no documento curricular nos três primeiros anos desta etapa, que apontaram para os seguintes resultados: 1) o uso de materiais manipuláveis é indicado de maneira mais presente até o segundo ano; 2) a prescrição do material manipulável como suporte para o ensino de número remete a questão da formação do professor que atuará nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.</p> Rebeca Borges, Sheila Guimarães Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23289 Wed, 27 Aug 2025 19:17:06 +0000 PAPAPY KA’A GUY YGUA MBA’E https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23288 <p>A presente pesquisa está assentada em pressupostos do Programa de Etnomatemática na vertente de Ubiratan D’Ambrósio, em diálogos com os povos originários Kaiowá do Tekoha Jaguapiré, esse projeto discute como a comunidade Kaiowá de Tekoha Jaguapiré organizam seus cotidianos e, por sua vez, desenvolvem o seu saber/fazer matemático acerca de suas necessidades socioculturais. Nesse sentido, olhar para outras formas de saber/fazer matemático é reconhecer que cada grupo social possui um sistema de educação tradicional, construído a partir do fortalecimento de seus aspectos socioculturais. O foco será o conhecimento Kaiowá sobre os sistemas de numeramento, para buscar entender por que existem diferentes modos de contagem mesmo sendo da mesma etnia. A pesquisa é de caráter qualitativo e pretende-se produzir uma “etnografia de casa”. A pesquisa será feita em uma comunidade de Tekoha Jaguapiré, localizada no município de Tacuru, Mato Grosso do Sul. Espera-se contribuir com essa comunidade por meio dessa pesquisa, com o propósito de reconhecer e fazer ecoar os saberes kaiowá pela Etnomatemática, e colocar como uma opção de futuros resultados a produção de livros didáticos para escolas indígenas Guarani Kaiowá. Objetivo deste artigo é apresentar a pesquisa que será desenvolvida no Programa de Pós- Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.</p> Jaquelino Fernandes, Thiago Dondas Rodrigues Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23288 Wed, 27 Aug 2025 19:19:01 +0000 (RE)SIGNIFICAR O CURRÍCULO [DE MATEMÁTICA] NA EDUCAÇÃO CAMPO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23287 <p>Esta comunicação aborda o currículo escolar [de Matemática] como um dos mais tensos campos em disputa em cada uma das áreas do conhecimento para ser (re)significado a partir de uma pesquisa de mestrado intitulada “<em>Educação Matemática do campo em um giro de colonial com uma Mestra Raizeira</em>” coletivamente realizada com a mestra raizeira Maria da Conceição Tomáz e os alunos do ensino infantil ao 5º ano da Escola Municipal Rio Vermelho da comunidade Lapinha em Morro do Pilar (MG, Brasil). O objetivo da pesquisa foi: <em>analisar desdobramentos decoloniais para a educação [Matemática] do campo de uma problematização (in)disciplinar de práticas socioculturais de cuidado com plantas medicinais performadas em processos educativos emanados em projetos, encontros, feiras e oficinas junto a uma mestra raizeira de Morro do Pilar (MG). </em>Foi realizada uma pesquisa qualitativa como ação coletiva, para escutar as vozes da comunidade para a preservação da identidade da mestra raizeira e como ela pode contribuir com o ensino na escola do campo para valorizar a realidade histórica e cultural, assim como para pensar desdobramentos para o campo do currículo.</p> Eliziara Pereira Coutinho Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23287 Wed, 27 Aug 2025 19:21:26 +0000 “SERÁ QUE ERRARAM NO MEU LAUDO?” https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23302 <p>O presente trabalho aborda a problemática da invisibilidade dos estudantes com Altas Habilidades ou Superdotação (AH-SD) nas escolas públicas brasileiras, destacando a importância da identificação e do atendimento adequado a esse público. Este artigo é um recorte de uma pesquisa de mestrado de uma pesquisadora com Altas Habilidades tem como objetivo compreender a trajetória acadêmica, o processo de identificação e os impactos do atendimento educacional especializado na vida de Maria, uma jovem identificada com AH-SD na área de exatas. Metodologicamente, a pesquisa seguiu os princípios da Pesquisa Narrativa, uma abordagem qualitativa centrada nas histórias de vida de estudantes com Altas Habilidades ou Superdotação, produzidas por meio de entrevistas online e transformadas em narrativas singulares, validadas pelos próprios participantes. Os resultados evidenciam que, embora estudantes com AH-SD apresentem elevado potencial cognitivo, enfrentam exclusões simbólicas e emocionais provocadas pela falta de preparo institucional e pelas expectativas sociais distorcidas sobre inteligência. A trajetória de Maria revela como o gênero, os estereótipos e a ausência de práticas inclusivas específicas podem gerar silenciamento, sofrimento psíquico e deslegitimação, mesmo diante de um laudo oficial.</p> Déborah Liz Rodrigues de Souza Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23302 Sun, 31 Aug 2025 00:00:00 +0000 A ESCUTA EM AULAS DE MATEMÁTICA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23293 <p>A presente pesquisa emergiu de inquietações de como poderiam acontecer movimentos de escuta na Educação Básica. O objetivo proposto é escutar os estudantes sobre as suas perspectivas em relação à Matemática Escolar. O desenvolvimento da pesquisa aconteceu em uma turma do 3º ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual, localizada em Campo Grande (MS), na qual uma das autoras deste trabalho é professora. O embasamento teórico está em discussões sobre a Imagem da Matemática e sobre a Escuta no ambiente escolar. Como possibilidade de escuta, disponibilizamos um questionário com cinco perguntas aos estudantes para investigar suas perspectivas em relação a aspectos cognitivos e afetivos que envolvem a Matemática. Algumas considerações feitas a partir do movimento de escuta e das respostas dos alunos: o questionário anônimo pode ser uma possibilidade de escuta, por meio da qual os estudantes podem expressar seus sentimentos em relação à Matemática; a escuta pode ser, para o professor, um instrumento potente para a avaliação e transformação de suas próprias práticas. A escuta pode ser um caminho para aulas de Matemática humanizadas, permeadas por afeto e acolhimento.</p> <p>&nbsp;</p> Gabriela da Silva Sandim, Amanda Azevedo Abou Mourad, Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23293 Sun, 31 Aug 2025 20:58:23 +0000 (RE) (RE)EXISTIR COM A MATEMÁTICA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23314 <p>Este trabalho tem como objetivo observar quais categorias estão atravessadas em trechos narrados por pessoas LGBTQIA+, e como elas se entrelaçam na (re)produção de violências de gênero e sexualidade. Para isso utilizamos a metodologia de pesquisa narrativa e a partir de uma abordagem (auto)biográfica, mobilizamos trechos narrativos vividos pelo primeiro autor e por cinco pós-graduandos ou egressos em Educação Matemática ao longo da graduação e da pós-graduação em Educação Matemática, evidenciando como experiências de preconceito, estigma e exclusão foram ressignificadas por meio da relação com a Matemática. Fundamentado em autores como Judith Butler e Michel Foucault, o estudo problematiza a ideia de uma Matemática neutra, analisando como sujeitos dissidentes encontram nessa área estratégias de resistência simbólica e afirmação identitária. A partir das narrativas analisadas, evidenciamos que a Matemática, historicamente marcada por uma lógica cisheteronormativa, pode ser ressignificada como espaço de resistência e (re)existência por sujeitos dissidentes de gênero e sexualidade. Ao tensionar a ideia de neutralidade do campo, esses sujeitos desestabilizam normas excludentes e contribuem para a construção de práticas pedagógicas mais inclusivas, críticas e comprometidas com a justiça social. Assim, as narrativas revelam que pessoas LGBTQIA+ encontraram na Matemática um refúgio frente à violência e exclusão vividas em ambientes escolares e acadêmicos. A disciplina funcionou como estratégia de resistência e sobrevivência, embora também reforce normas cisheteronormativas.</p> João Gabriel Souza Freitas, Fernanda Malinosky Coelho da Rosa Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23314 Sun, 31 Aug 2025 21:13:20 +0000 PROBLEMATIZAÇÕES SOCIOPOLÍTICAS EM PESQUISAS DE UMA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23297 <p>Neste ensaio produzimos uma foto-escrita-experimentação em meio às discussões de três teses de doutorado, em andamento, que problematizam questões econômicas, raciais e de gênero na área de Educação Matemática. O que pode uma foto? O que pode uma foto-escrita? O que pode uma foto-escrita-experimentação? As fotos não são apresentadas como figuras, mas sim como um movimento de compor com uma escrita. As foto-escritas não são dados a serem explicados/analisados, mas sim outro movimento que empurra e amplia nossos horizontes culturais. As foto-escrita-experimentações constituem como um modo de acontecer em pesquisa em uma Educação Matemática, em um projeto ético-onto-epistemológico. Rasuras, fissuras, espantos, torções, faíscas de um vazio sempre afirmativo, tornam-se efeitos de uma educação matemática.</p> Thays Alves de Oliveira, Natália Mayume Soares Moriya, Asaph Ortolani Bedoia Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23297 Sun, 31 Aug 2025 21:24:13 +0000 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA NOS ANOS INICIAIS: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23313 <p>Este trabalho corresponde a uma etapa inicial da pesquisa de doutorado, em desenvolvimento, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGEduMat/UFMS). Como fruto da Revisão de Literatura acerca da temática em tela, o objetivo é realizar um mapeamento das produções apresentadas no Encontro Nacional de Educação Matemática (ENEM), com a finalidade de identificar estudos que possam subsidiar parte da constituição do referencial teórico da tese. A metodologia adotada tem natureza qualitativa, seguindo os princípios do tipo "Estado da Arte", sendo este o procedimento recorrido para a análise dos dados, com foco nas produções do referido evento na edição de 2019. Em resumo, os resultados indicaram uma escassez de trabalhos relacionados à temática investigada, o que reforça a importância da investigação que estamos a desenvolver, a qual propõe abordar, com professoras dos anos iniciais, aspectos ligados à unidade temática "Probabilidade e Estatística".</p> Jocelei Miranda da Silva, Klinger Teodoro Ciríaco Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23313 Sun, 31 Aug 2025 23:48:30 +0000 SEMINÁRIOS DE TESE II: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23310 <p>Este artigo relata as experiências vivenciadas na disciplina Seminário de Tese II do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Objetiva analisar as discussões sobre cartografia emergentes nesse contexto formativo. A atividade, realizada em setembro de 2023, envolveu doutorandos da turma 2023/1, alunos convidados de outras turmas e o professor responsável. A partir das discussões pelo Google Docs e o momento da aula presencial, expomos as contribuições sobre cartografia, a forma como foi conduzida a aula e os desenhos produzidos sobre a temática envolvida. Os resultados indicam que a experiência propiciou: (1) uma compreensão mais profunda da cartografia como campo de conhecimento; (2) reflexões sobre a atuação do cartógrafo em seu território de pesquisa. As evidências sugerem que a abordagem colaborativa adotada potencializou a construção de significados sobre a temática.</p> MÔNICA TAFFAREL, Joyce Braga Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23310 Sun, 31 Aug 2025 23:59:01 +0000 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23335 <p>Este artigo propõe uma atividade de ensino do Teorema de Tales, alinhada à habilidade “EF09MA14” da Base Nacional Comum Curricular. A proposta foi desenvolvida em uma turma do 9º ano do ensino fundamental, em uma escola localizada em Ponta Porã, MS. A abordagem adotada integrou a História da Matemática à resolução de problemas. Inicialmente, identificou-se que os alunos apresentavam dificuldades em compreender o conteúdo apenas por meio de explicações de forma expositiva. Diante disso, recorreu-se a uma contextualização histórica, por meio da narrativa sobre Tales de Mileto e sua medição da Pirâmide de Quéops, o que possibilitou aos estudantes visualizar, de forma concreta, a aplicabilidade do teorema. Na sequência, foram realizadas atividades práticas, como a medição de estacas dispostas no chão e o cálculo da altura corporal com base nas proporções do teorema. Os resultados mostraram que a metodologia adotada parece ter favorecido a compreensão dos conceitos, que os alunos pareciam interessados e participativos. Considera-se que a integração entre História da Matemática, resolução de problemas e abordagem construtivista pode ser uma estratégia pedagógica eficaz para aprendizagem do ensino do Teorema de Tales, que promove um ambiente de aprendizagem ativo e estimulante.</p> João Deivid Fernandes Serratti, Claudia Carreira da Rosa, Jean Douglas Santos Pimentel Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23335 Wed, 03 Sep 2025 12:31:04 +0000 CHATGPT NA RODA EM SALA DE AULA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23334 <p>A inteligência Artificial Generativa (IAG) se tornou uma ferramenta que pode auxiliar algumas tarefas em quase todas as áreas do conhecimento na atualidade, em particular, na educação. Dessa forma, nosso objetivo visa explorar como a inteligência Artificial Generativa vem sendo utilizado durante o ensino e aprendizagem na Educação Básica. Para os procedimentos metodológicos recorrendo à pesquisa qualitativa com viés exploratório, buscando encontrar trabalhos consolidados da Educação e Educação Matemática. Dentre os cinco estudos selecionados na plataforma <em>Google</em> Acadêmico e analisados, podemos perceber que a Inteligência Artificial Generativa pode contribuir com interdisciplinaridade, além disso, os autores advertem sobre o cuidado ético com os resultados apresentados por essas tecnologias, bem como com a formação continuada de professores voltados para as IAG, nos diferentes níveis.</p> Alessandro Ribeiro da Silva, DÉBORA DE SOUZA, Claudia Carreira da Rosa Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23334 Wed, 03 Sep 2025 12:38:34 +0000 AS GEOMETRIAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MATO GROSSO DO SUL: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23320 <p>O presente artigo tem como objetivo investigar pesquisas de mestrado e doutorado que abordam a relação entre as disciplinas de geometria e a formação de professores de matemática em Mato Grosso do Sul. Por meio de uma revisão bibliográfica, selecionamos trabalhos acadêmicos que tratam especificamente da presença, do papel e dos desafios da geometria nos cursos de formação docente na região. A partir da análise desses estudos, buscamos compreender como a geometria tem sido inserida nas propostas formativas, quais enfoques têm sido dados ao seu ensino e como fatores históricos, políticos e regionais influenciaram essa construção ao longo do tempo. Os resultados evidenciam que há diferentes enfoques para as disciplinas que envolvem a geometria e que seu ensino na graduação está intimamente relacionado as características do corpo docente. Investigar essa trajetória permite reconhecer a singularidade da formação em matemática na região e refletir sobre possibilidades de aprimoramento dos cursos, e particularmente no ensino de Geometria.</p> Marisa Raquel de Melo Pereira, Thiago Pedro Pinto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23320 Wed, 03 Sep 2025 12:41:47 +0000 MOBILIZANDO PERCEPÇÕES PARA UM ENSINO DE MATEMÁTICA INTERDISCIPLINAR EM UMA COMUNIDADE RIBEIRINHA AMAZÔNICA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23319 <p>Este texto apresenta uma atividade realizada em uma comunidade ribeirinha de Parintins, Amazonas, como parte das ações de inserção social vinculadas a uma dissertação de mestrado. A proposta, fundamentada na etnomatemática e no reconhecimento dos saberes tradicionais, envolveu estudantes na produção de registros fotográficos do cotidiano local, seguidos por uma roda de conversa com professores e membros da comunidade. A experiência permitiu identificar conceitos matemáticos presentes em práticas como a pesca, o cultivo e a organização do espaço, utilizando as imagens como ferramentas para refletir sobre a cultura ribeirinha enquanto fonte legítima de conhecimento. Além disso, a atividade contribuiu para o desenvolvimento de práticas educativas sensíveis às especificidades amazônicas e para a formação docente comprometida com as realidades locais, evidenciando o papel social da universidade pública.</p> <p><strong>&nbsp;</strong></p> Gabriel Willyan Pinheiro de Souza Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23319 Wed, 03 Sep 2025 12:46:16 +0000 TRÊS PERCURSOS TENSIONADORES DE UM CAMPO: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23309 <p>Este artigo analisa três dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, que, apesar de seus distintos enfoques, interagem ao desafiar narrativas homogêneas sobre o ensino da matemática. A primeira dissertação explora a defesa de Nísia Floresta pelo ensino científico, ressaltando a importância do acesso das mulheres à educação matemática no século XIX. A segunda investiga as vivências escolares de alunos com discalculia, enfatizando a importância de intervenções pedagógicas que reconheçam a singularidade do sujeito e rompam com práticas classificatórias e excludentes. Por fim, a terceira dissertação analisa contextos educativos em assentamentos rurais, revelando como a luta pela terra está intrinsecamente ligada ao acesso ao conhecimento matemático. Ao fazer ecoar vozes historicamente marginalizadas e silenciadas, essas pesquisas reivindicam uma Educação Matemática crítica, plural e comprometida com a justiça social, rompedores de versões únicas da história e ampliadoras dos contornos dessa área do conhecimento.</p> Thaina Araujo Bonfim, Gleisson Santos de Oliveira, Lara Fernanda Leonel Ramires Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23309 Mon, 08 Sep 2025 00:00:00 +0000 COSTURANDO SENTIDOS ENTRE A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA E A MATEMÁTICA FINANCEIRA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23307 <p>Este trabalho narrativo apresenta uma experiência investigativa no campo da Educação Matemática Crítica (EMC), com ênfase na Matemática Financeira (MF), centrada na elaboração crítica de um roteiro metodológico para grupos focais. O objetivo da pesquisa foi compreender como elaborar um roteiro capaz de provocar discussões significativas que articulem EMC e MF. Para isso, foram utilizados artifícios visuais, como colagens de manchetes de jornais, com o intuito de estimular reflexões críticas, fomentar a escuta ativa e ampliar a participação dos(as) envolvidos(as). A elaboração do roteiro ocorreu por meio de uma tabela analítica que integrou teoria, prática e análise, evidenciando a intencionalidade pedagógica por trás de cada escolha metodológica. O processo revela desafios recorrentes entre pesquisadores(as) iniciantes, como a insegurança e a dificuldade de organização das ideias, mas também indica caminhos promissores quando há coerência entre referencial teórico, objetivos e instrumentos de investigação. Por fim, o estudo destaca a importância de se repensar o currículo da MF à luz da EMC.</p> Ana Carolina Rosa Rodrigues de Freitas, Marcio Antonio da Silva Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23307 Mon, 08 Sep 2025 12:18:23 +0000 A Exclusão escolar por meio da matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23303 <p>Neste trabalho, é discutido sobre a matemática enquanto ferramenta que promove a exclusão social e sua relação com a cidadania a partir de um levanto bibliográfico não sistematizado. Um ensino alienante da matemática, focado em cálculos mecânicos, falha ao não desenvolver pensamento crítico, alienando os estudantes de sua realidade. A "Ideologia da Certeza" é destacada nesse processo, tornando matemática como absoluta e apolítica, o que “valida” discursos de controle social e opressão, como a ideia de que "números não mentem". Aulas descontextualizadas, sem relação com problemas reais, podem auxiliar a perpetuar injustiças e limitam a autonomia intelectual, reduzindo os alunos a executores passivos. Como uma alternativa, alguns autores propõem integrar métodos como a etnomatemática e a modelagem, aproximando o conteúdo do cotidiano dos estudantes e estimulando reflexão crítica. Outras pesquisas advogam que se deveriam abandonar práticas mecanizadas, priorizando diálogos e questionamentos que fortaleçam a cidadania, especialmente para grupos marginalizados. Repensar o ensino da matemática é um ato político essencial para formar cidadãos capazes de desconstruir verdades impostas e promover equidade.</p> Rafael Campos Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23303 Mon, 08 Sep 2025 12:22:48 +0000 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CULTURA ESCOLAR NO MATO GROSSO: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23299 <p>Este trabalho analisa as iniciativas públicas voltadas à formação de professores no Estado de Mato Grosso entre 1889 e 1910, destacando os desafios enfrentados na implementação de políticas educacionais no período inicial da República. A partir de uma abordagem teórico-metodológica fundamentada na análise documental e na noção de cultura escolar, o estudo investiga os sucessivos processos de criação, extinção e reformulação da Escola Normal, evidenciando a instabilidade institucional e a ausência de investimentos adequados. O método histórico, com base em Marc Bloch, permitiu identificar a importância dos regulamentos estaduais na tentativa de consolidar um modelo de formação docente alinhado às diretrizes republicanas e ao método intuitivo. Os resultados demonstram que, embora o Estado tenha buscado acompanhar as reformas nacionais, fatores como precariedade de recursos, valorização de critérios morais sobre os pedagógicos e a centralização do ensino urbano dificultaram o acesso à educação de qualidade, sobretudo nas zonas rurais. Conclui-se que a formação docente no período foi marcada por tensões entre tradição e modernização, revelando o papel central da cultura escolar na mediação entre as políticas oficiais e as práticas escolares cotidianas.</p> Klinton Pinheiro Sales , Marcia Aparecida Garcia Teixeira, Thaina Araujo Bonfim Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23299 Mon, 08 Sep 2025 12:26:40 +0000 PROBLEMAS DE GÊNERO NOS LIVROS DE MATEMÁTICA DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23300 <p>O presente artigo parte do pressuposto de que ações em defesa da equidade de gênero e, também, da vida das mulheres, tão necessárias na atualidade, têm sido uma pauta onipresente em vários espaços do mundo ocidental, inclusive repercutindo na educação escolar e, como não podia deixar de ser, nos livros didáticos de matemática. Para tanto, nesta investigação são trazidos alguns resultados do campo da educação matemática sobre as temáticas de gênero para elucidar como o assunto vem sendo abordado nos últimos anos. Além disso, um livro do sexto ano do ensino fundamental é utilizado com objeto de análise para tentar descrever como o assunto vem sendo abordado mais recentemente. Os resultados apontam que a valorização social e cultura da mulher promovida, também, em livros didáticos de matemática traz consigo uma série de outras problemáticas enfrentadas não só por elas, mas por toda a sociedade contemporânea: os modos de vida (e de trabalho) orientados exclusivamente para atender as demandas de uma economia global capitalista. &nbsp;</p> Antônia Thalia da Silva dos Santos , Vanessa Franco Neto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23300 Mon, 08 Sep 2025 12:30:16 +0000 ANÁLISE QUALITATIVA DE DISCIPLINAS DE UMA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA À LUZ DA BNC-FORMAÇÃO https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23298 <p>O presente texto foi escrito com o objetivo de analisar cinco disciplinas que são parte do currículo de uma Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), realizada em caráter único (tanto de constituição quanto de desenvolvimento). Para isso, realizamos uma análise qualitativa das disciplinas com base na bibliografia da área e documentos oficiais, tanto os que regem as licenciaturas em matemática a nível nacional como os que regulamentam especificamente o curso analisado. Finalizamos então o artigo com um convite aos profissionais da educação à Insubordinação Criativa, frente às mudanças constantes nas políticas públicas educacionais vigentes.</p> Larissa Beatriz Molgora, Aparecida Santana de Souza Chiari, Karolyne Damm Melo Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23298 Mon, 08 Sep 2025 12:33:21 +0000 UMA PERSPECTIVA DA NEURODIVERSIDADE E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS RELACIONADAS ÀS PESSOAS COM DISCALCULIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23296 <p>Neste artigo apresentamos uma narrativa construída a partir dos relatos de três alunos com Discalculia do Desenvolvimento, três mães e uma professora vinculados ao Grupo de Atendimento Psicopedagógico – GAPSI oferecido pela Secretária Municipal de Educação (SEMED) de Campo Grande no Mato Grosso do Sul (MS), com o intuito de evidenciar, por meio de suas vozes, as marcas da exclusão e da estigmatização, bem como os caminhos de resistência e ressignificação que emergem dessas vivências, ancorando-se no paradigma da Neurodiversidade e nas políticas públicas recentes. A pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizou entrevistas semiestruturadas, analisadas por meio da Análise Temática conforme Braun e Clarck (2020). As vozes dos participantes revelam que a Discalculia é ainda amplamente desconhecida por professores que ensinam matemática, sendo frequentemente confundida com preguiça ou desinteresse, o que pode gerar impactos emocionais profundos e reforça práticas escolares excludentes. A atuação do GAPSI, articulada à Lei Federal 14.254/2021, emerge como estratégia relevante para a promoção de ambientes educacionais com mais equidade. Ao deslocar a compreensão da Discalculia de um déficit individual limitador para outra forma de aprendizagem que também possui potencialidades, propõe-se uma crítica à lógica escolar normatizadora e defende-se a construção de práticas pedagógicas inclusivas.</p> Lara Fernanda Leonel Ramires, Fernanda Malinosky Coelho da Rosa Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23296 Mon, 08 Sep 2025 12:36:23 +0000 COMO SER PROFESSORA EM UM 6º ANO E? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23259 <p>Este trabalho relata a primeira experiência de estágio de uma licencianda em Matemática com uma turma de 6º ano. A disciplina de Estágio Obrigatório I, realizada no 5º semestre do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana (UFMS/CPAQ), propôs a atuação em turmas de 6º ou 7º ano do Ensino Fundamental. A atuação ocorreu entre abril e junho de 2024, com uma turma do 6º ano E, no período vespertino, em uma escola pública da cidade. A professora supervisora indicou a sala que mais necessitava de acompanhamento e apoio. Na tentativa de se preparar, a estagiária realizou a seguinte busca na internet: como ser professora em um 6º ano E? Desde o início, foi percebido um ambiente desafiador: alunos desinteressados, dispersos, indisciplinados e, muitas vezes, emocionalmente fragilizados. A realidade encontrada contrastava com a ideia idealizada de sala de aula, provocando reflexões como: o que seria uma sala ideal? Ideal para quem? Enfrentar essa realidade tornou-se uma missão. O estágio teve início com observações diretas em sala e participação nas atividades pedagógicas, como conhecer os estudantes, seus comportamentos e dificuldades, compreender a dinâmica da turma, estabelecer vínculos, apoiar as aulas e a realização das tarefas. Muitos estudantes apresentavam dificuldades de aprendizagem, desmotivação e carências afetivas, expressas em falas como a de um aluno que afirmou desejar que a estagiária fosse sua mãe. Para além das questões pedagógicas, havia uma forte demanda por acolhimento, escuta e afeto. A estagiária começou a desenvolver estratégias para tornar as aulas mais atrativas e acessíveis. Em vez de pedir que os alunos copiassem os conteúdos do quadro, as atividades eram impressas, otimizando o tempo e facilitando a participação. Foram utilizadas dinâmicas, objetos concretos e pequenas recompensas, como doces e balas, para estimular o interesse deles. Em uma das aulas, ao abordar o tema de medidas de comprimento, foram usados exemplos do cotidiano dos alunos, o que resultou em maior engajamento e participação. Após a adoção dessas estratégias, os alunos passaram a demonstrar maior atenção, interesse e participação nas atividades. A professora supervisora também notou diferenças, especialmente em uma aula em que não conseguiu avaliar todos os cadernos, pois todos os estudantes haviam concluído as tarefas propostas. Essa experiência reforçou a compreensão de que a relação entre professor e aluno é central no processo educativo. Como afirmam Linhares et al. (2014), essa relação influencia diretamente a aprendizagem, moldando a percepção dos alunos sobre os conteúdos, as metodologias e a escola. O estágio possibilitou vivenciar a prática pedagógica de forma sensível, humana e reflexiva. Como aponta Januário (2008), estagiar é ensinar e aprender simultaneamente, além de nos colocar diante da complexidade da educação pública. Os desafios encontrados também evidenciaram o cansaço e desgaste de muitos professores em renovar suas práticas pedagógicas, ressaltando a necessidade de promover relações mais humanas no espaço escolar. Ao final da experiência, compreendeu-se que a turma inicialmente considerada “problemática” se tornou a sala ideal para a formação da estagiária: um espaço onde ela foi necessária, acolhida e pôde fazer a diferença. Dessa vivência nasceu o desejo de ser uma professora com humanidade, capaz de transformar realidades por meio da empatia, da escuta atenta e do compromisso com a aprendizagem.</p> Juliana Alves de Souza Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23259 Tue, 26 Aug 2025 00:00:00 +0000 A TRANSIÇÃO DOS NÚMEROS NATURAIS PARA OS INTEIROS NOS LIVROS DIDÁTICOS DO 5º AO 7º ANO: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23262 <p>A transição dos números naturais para os números inteiros é um aspecto importante a ser observado para a aprendizagem. Em especial, os números inteiros podem ser um desafio para os estudantes quando são introduzidos no 7º ano do Ensino Fundamental, muitas vezes revelando fragilidades conceituais que não foram superadas nas etapas anteriores. Diante disso, propomos um estudo que tenha um olhar voltado para esta problemática, com foco na transição do 5° ano dos Anos Iniciais para os 6° e 7° anos dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Deseja-se investigar como os livros didáticos abordam a construção conceitual dos números naturais e inteiros, investigando de que forma é apresentada e como contribui para a compreensão destes conjuntos pelos alunos ao longo desses anos escolares. Esta pesquisa se fundamenta na Teoria dos Campos Conceituais de Gérard Vergnaud. Para ele, um conceito envolve três componentes: as situações, os invariantes operatórios e os sistemas de representação. Assim, aprender não é um ato de memorização, mas envolve lidar com um conjunto de situações e de conceitos. Por isso, ele propõe a ideia de campo conceitual. Ao longo deste trabalho, será realizado um aprofundamento da teoria, buscando identificar de que forma os livros didáticos apresentam as situações para estudo dos números naturais e inteiros. Pretende-se compreender como esses materiais abordam o processo de transição entre esses conjuntos e de que forma contribuem para a aprendizagem dos alunos. Pensando, por exemplo, que muitos alunos associam o tamanho de um número à grandeza de seus algarismos, acreditando que quanto maior o algarismo, maior o número, é importante considerar que, com a introdução dos números negativos, essa ideia deixa de funcionar. Assim, com base na teoria, investigaremos se conhecimentos como estes têm sido apresentados de modo a preparar os alunos para compreender esta transição e, a partir do que sabem, construir novos significados. &nbsp;Este estudo tem abordagem qualitativa e será conduzido por uma pesquisa documental, conforme Marconi e Lakatos (2003). Para levantamento de dados e informações serão utilizados os livros didáticos da rede de ensino do estado do Mato Grosso do Sul, abrangendo o 5° ano, 6° ano e 7° anos do Ensino Fundamental. A Teoria dos Campos Conceituais será utilizada como referencial teórico para levantar categorias de análise para a pesquisa, a fim de investigar como ocorre a transição dos números naturais para os inteiros nas propostas apresentadas nos livros didáticos. A pesquisa tem como foco investigar as situações utilizadas para estudo dos conjuntos dos números naturais e dos números inteiros visando identificar se existem indícios da continuidade conceitual nessas propostas e como estão favorecendo, ou não, a construção de significados por parte dos alunos. Espera-se que o estudo permita compreender de que maneira os livros didáticos do 5º ao 7º ano favorecem ou dificultam a aprendizagem dos números inteiros, considerando as situações e representações propostas. Almeja-se que os resultados contribuam para refletir sobre a organização dos conteúdos nos livros e as situações envolvidas na ampliação dos conjuntos de números naturais para os inteiros no Ensino Fundamental.</p> Vanessa Rodrigues Corsino da Silva Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23262 Tue, 26 Aug 2025 00:00:00 +0000 ENSINAR A RESOLVER, APRENDER A ENSINAR: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23267 <p>Este texto apresenta um recorte do trabalho final de um curso de especialização em Ensino de Matemática, cujo objetivo foi investigar como uma abordagem com problemas abertos, fundamentada nas orientações de George Pólya, pode ser utilizada na formação de futuros professores de Matemática. A investigação foi realizada em 2024, com 10 estudantes do 4º semestre de um curso de Licenciatura em Matemática em uma universidade pública de Mato Grosso do Sul. Foram propostas duas tarefas classificadas como problemas abertos, conforme características elencadas por Thomas Butts (1998) e Freitas e Mongelli (2008), e encaminhadas segundo a perspectiva de Pólya (2006), que propõe quatro fases para a resolução: compreensão do problema, elaboração de um plano, execução e retrospecto. Para Butts (1998), os enunciados de problemas abertos não apresentam uma estratégia de resolução explícita, sendo comumente formulados com expressões como: “Prove que...”, “Encontre todos...” ou “Para qual...”, entre outras. De maneira convergente, Freitas e Mongelli (2008) apontam que tais problemas possuem enunciado curto e claro, não sugerem métodos nem soluções, e estão situados em domínios conceituais familiares aos alunos. Com base nessas orientações teóricas e metodológicas, foram propostas as seguintes tarefas: 01. Uma pizzaria serve duas pizzas redondas da mesma espessura, do mesmo recheio e em tamanhos diferentes. A menor delas tem um diâmetro de 30 cm e custa 30 reais. A maior delas tem um diâmetro de 40 cm e custa 40 reais. Qual das pizzas tem o preço mais vantajoso? Explique sua resolução e resposta. 02. Em um estacionamento há 14 veículos, entre motos e carros. Se o total de rodas é 44, quantos carros e quantas motos há nesse estacionamento? A primeira foi extraída dos itens liberados da prova do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e a segunda, do trabalho de Medeiros (2001). Ambas foram previamente resolvidas pela pesquisadora, seguindo as etapas sugeridas por Pólya, a fim de levantar diferentes caminhos de resolução, questionamentos e possíveis respostas para a discussão em grupo. Para a resolução, os estudantes foram organizados em duplas. Quando terminaram, foi proposto um questionário escrito com seis perguntas para que eles pudessem refletir sobre suas percepções e modos de atuação, por fim foi promovida uma discussão coletiva sobre as tarefas. A análise qualitativa focou nas estratégias adotadas pelas duplas e nos indícios de aprendizagem registrados. A Tarefa 1 possibilitou uma reflexão crítica sobre a noção de vantagem financeira no cotidiano, enquanto a Tarefa 2 permitiu explorar diversas possibilidades de resposta para o clássico problema do estacionamento, usualmente trabalhado no Ensino Fundamental ao abordar sistemas de equações do primeiro grau com duas incógnitas. A experiência revelou aprendizagens significativas tanto para os licenciandos quanto para a pesquisadora que estava aprendendo a ensinar. Apesar das dificuldades dos estudantes em relação aos conceitos matemáticos envolvidos, a mediação da pesquisadora possibilitou a construção de diversas estratégias de resolução. Além disso, as sugestões de novas tarefas apresentadas por eles na fase do retrospecto evidenciaram o potencial do trabalho com problemas abertos, na perspectiva de Pólya, para a formação do futuro professor de matemática quanto a elaboração de novas tarefas, desenvolvimento de autonomia, aprofundamento de suas compreensões e ampliação de seus repertórios de experiências.</p> Juliana Alves de Souza, Erica de Oliveira Pacheco Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23267 Tue, 26 Aug 2025 20:21:31 +0000 SEXISMO NOS DISCURSOS MATEMÁTICOS https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23325 <p>O presente trabalho de Iniciação Científica tem como objetivo analisar, por meio de categorias de gênero, os discursos afirmados pelas questões matemáticas no vestibular da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Desse modo, a Matemática, como prática, pode contribuir para a regulação de papéis a serem seguidos por cada gênero, muitas vezes, quando invisibiliza determinadas possibilidades. Vemos nessa “demarcação territorial” para o gênero nas questões de Matemática, o que manifesta uma estrutura sexista, como alguns autores e autoras também mencionam (Souza e Silva, 2018; Valero, 2018; Souza e Fonseca, 2013). Dessa forma, analisamos e discutimos as provas realizadas no vestibular de 2023 e 2024, nos deparamos com questões explícita e implícita evidenciou um sexismo dentro dessas questões.</p> <p>O processo analítico iniciou com a divisão das questões em duas categorias primárias classificando-as em: cálculo puro e questões contextualizadas. Em seguida, as questões contextualizadas foram submetidas a uma análise mais detalhada, considerando: (i) os diferentes tipos de contextualização presentes; e (ii) a existência ou não de uma problemática sexista. A análise das questões selecionadas revelou padrões significativos de representação de gênero. Identificamos casos nos quais a presença feminina é sistematicamente apagada ou minimizada, configurando uma forma de invisibilização. Nos raros momentos em que mulheres são incluídas na narrativa das questões, observa-se uma hierarquização discursiva que as posiciona em papéis socialmente doméstico/privado. Foi possível identificar como as personagens femininas são frequentemente designadas pelo termo "dona", categoria que, embora aparentemente neutra, opera como marcador de limitação funcional e confinamento ao espaço doméstico/privado. Em contraste, os personagens masculinos são associados a atividades profissionalizadas de alto capital econômico e com ênfase em cargos que envolvem gestão de recursos financeiros em escala macroeconômica. É possível perceber no vestibular da UFMS, por exemplo, que problemas matemáticos estejam ambientados em universos marcadamente masculinos, como o futebol e o mercado financeiro. Essas escolhas não são meramente ilustrativas: elas contribuem para a construção de uma matemática que parece “naturalmente” mais interessante ou acessível para os homens, ao mesmo tempo em que invisibiliza experiências e saberes de outros grupos sociais. Essa disparidade reforça estereótipos de gênero que vinculam masculinidade à esfera pública produtiva e feminilidade à esfera privada reprodutiva.</p> Luiza Batista Borges, Luzia Aparecida de Souza, Lucas Souza Montanho Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23325 Wed, 27 Aug 2025 19:02:09 +0000 AS VOZES QUE DESDIZEM https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23316 <p>Se espelhar é repetir, queremos espalhar: criar espaço à multiplicidade de vozes, especialmente as infantis, na construção do conhecimento matemático. Espalhar é romper com a lógica de erro como ausência e reconhecer as crianças como produtoras de sentidos, cujas formas próprias de pensar e dizer devem ser respeitadas. No lugar de espelhos que apenas repetem, defendemos uma escuta que reverbera – uma educação matemática viva, plural e sensível às experiências de quem aprende. “Desdizer” é, então um convite para a desconstrução de narrativas rígidas e abre espaços para que as infâncias e juventudes se manifestem. No processo de ensino e aprendizagem da matemática, é comum que as vozes das crianças sejam abafadas sob a alegação de que, devido ao seu estágio de desenvolvimento (biológico, cognitivo e outros), elas devem aprender passivamente, ouvindo, e não participar ativamente do processo de construção do conhecimento. Essa visão está ligada a uma perspectiva adultocêntrica, que vê o conhecimento como algo exclusivo dos adultos, desvalorizando as contribuições das crianças. Inspiradas pelas vozes de crianças e jovens, propomos a criação de manifestos que desestabilizem a lógica adultocêntrica da escola, onde a infância é vista como um “ainda-não” e o conhecimento como domínio apenas dos adultos. Os manifestos não serão declarações prontas, mas processos em que as narrativas das infâncias poderão romper o silêncio, questionar práticas e pensar outros modos de ensinar e aprender matemática. Em um primeiro momento, pensamos em realizar essa pesquisa com alunos do 1º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, em diferentes escolas, das redes municipais e estaduais localizadas em Campo Grande/MS. Para essa pesquisa de doutorado buscamos explorar as contribuições das vozes de crianças e jovens para a criação de manifestos que possam contribuir na formação e na prática de professores de matemática. A pesquisa propõe mapear suas visões sobre o processo de ensino-aprendizagem, trazendo suas experiências e expectativas. Influenciadas pela proposta de “infância pós-humana” (Murris et al., 2021) e pela difração de Barad (2007), acreditamos que as crianças e os adultos se co-constituem nos encontros e interações, rompendo hierarquias. A proposta do manifesto, surge a partir dessas interações, não busca criar generalizações, mas reconhecer a diferença como um princípio fundamental da educação matemática. Desejamos que as vivências compartilhadas por professores/as e pesquisadores/as no SESEMAT nos ajudem a pensar possibilidades para termos possibilidades de escutas ativas.</p> Juliana Schumacker Pudell Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23316 Wed, 27 Aug 2025 19:08:55 +0000 CORPO, ANCESTRALIDADE, TERRITÓRIO E MEMÓRIA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23279 <p>Esse poster apresenta uma pesquisa desenvolvida no âmbito do mestrado que investiga práticas corporais e espaciais performadas por mulheres negras nas Giras de Exu, no terreiro de Candomblé Ilê Iyá Omi Asé Oiyá Bocossun (Rio Claro/SP). As práticas estudadas produzem concepções de espaço, conhecimento e saber que confrontam paradigmas racionalistas e des(in)corporados ainda predominantes na Educação Matemática (EM). Parto da&nbsp; hipótese de que essas práticas ativam memórias ancestrais fundamentais nos processos de ressubjetivação coletiva e de cura das epistemes colonizadas. Entendemos que essas práticas configuram processos de ressubjetivação coletiva e de cura, que compreende o corpo enquanto território de memória, espiritualidade e resistência. A pesquisa se ancora em uma perspectiva contra-colonial do conhecimento, trazida por Nêgo Bispo (2023) e nas mesmas águas de caminhos inesperados as quais navega Carolina Tamayo (2021), confluímos para dentro do campo da EM, e nos tornamos mais gente. Nos deixamos tocar pela brisa a acariciar a face, como as palavras que Ulisses Dias da Silva (2025) decanta no papel num momento de (in)subordinação. É um movimento que nos permite a construção de <em>matemáticaS do Incomensuráveis </em>para os corpos que estão a narrá-la, pela oralitura do corpo-palavra. O movimento do Candomblé enquanto um reestruturador da própria imagem cultural do povo africano, estabelece os próprios acordos com seus próprios interesses do ser pessoa, visa estruturar através de um método contra-colonial e pós-qualitativo, o traçado dessa escrevivência por sobre o papel. Me entendendo sempre como sujeito, cardiografando o olhar de quem <em>faz o escrevido. </em>A observação participante nas giras de Exu, o registro em diário de campo e a escuta atenta e ativa dessas mulheres que se manifestam nesses rituais, são bases metodológicas do desenvolvimento dessa escrita. A pesquisa se preocupa principalmente em respeitar os tempos e os códigos próprios do terreiro, reconhecendo os limites entre o que pode ou não ser registrado, compartilhado ou analisado academicamente. Exu se faz método, é potência encarnada, desencarnada capaz de gerar afetos que transcendem o cartesianismo e reconstroem nossa subjetividade a partir da manifestações de memórias encarnadas no corpo. Nossos estudos são fundamentados e assentados nas palavras das matriarcas do axé Iyá Detá, Iyá Kalá e Iyá Nassô - fundadoras do primeiro terreiro de Candomblé no Brasil - as quais nos permite resgatar o território, resgatar África no e pelo corpo. Para pensar o corpo no traçado costurado ao território compomos junto a Beatriz Nascimento (2018) o conceito de corpo-documento, anunciando através de artigos como <em>Sistemas Sociais Alternativos Organizados pelos Negros </em>e documentários como<em> Orí </em>o potente métodos organizativos de promoção e gestão do espaço feita pelo povo negro. Conceição Evaristo (2020) nos dá tinta preta na caneta, nos possibilita compor estruturas escreviventes do corpo, e nas encruzilhadas espiralares de Leda Maria Martins (2021) nos ORÍentamos em um novo caminho, de afetações sentidas por, para e com Exu. O Ilê Iyá Omi Asé Oiyá Bocossun, fundado em 1954 é mais do que um local de práticas religiosas, é um território, um lugar de produção de conhecimentos, saberes, e assentamento de epistemologias abafadas, silenciadas e genocidadas pelo processo colonial, é onde silenciosamente o corpo se encontra com a <em>terra</em>, e dança. É um corpo, que dançando, performa sua reza mais genuína. Faz do corpo portal de comunicação ancestral.</p> Célia Raimundo Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23279 Wed, 27 Aug 2025 19:23:18 +0000 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM TURMAS DE PRÉ-ESCOLA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23278 <p>Neste trabalho apresentamos uma pesquisa de mestrado em fase inicial, vinculada à linha Processos Formativos, Práticas Educativas, Diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU/FAED/UFMS), que tem por objetivo identificar noções matemáticas presentes em atividades lúdicas propostas pelos docentes que atuam em turmas da pré-escola. Corroboramos com Azevedo (2013), quando afirma que é possível trabalhar as diferentes áreas de conhecimentos nas diversas situações e nos espaços que a instituição de Educação Infantil oferece, a partir do que é próprio da infância – o brincar. Isso implica reconhecer a criança como sujeito de direitos que é capaz de produzir uma cultura da infância a partir do seu protagonismo, nas relações entre crianças e crianças, bem como nas relações entre crianças e adultos. É importante ressaltar que a Matemática deve estar atrelada ao cotidiano das crianças, por meio de situações práticas do dia a dia, como por exemplo nas atividades de contar os objetos da sala, distribuir brinquedos entre os colegas, medir ingredientes para uma receita e organizar brinquedos por cores ou tamanhos. Tais práticas permitem que as crianças utilizem diferentes conceitos matemáticos de forma contextualizada, vivenciando situações que são significativas para elas, tornando o aprendizado mais concreto e relevante, estimulando o interesse pela Matemática de forma natural. Lorenzato (2006) pontua que as atividades lúdicas surgem como uma estratégia pedagógica eficaz para a introdução dos primeiros conceitos matemáticos, como quantidade, formas, padrões e relações espaciais. Partindo desses pressupostos, nos questionamos: Quais noções matemáticas são priorizadas no trabalho com a ludicidade na pré-escola? Para tanto, realizaremos uma pesquisa documental, que usará como fonte primária os planos de aulas de professores/as que atuam na pré-escola da rede pública de Campo Grande/MS. Os resultados serão analisados à luz da perspectiva histórico-cultural, que considera a brincadeira como atividade principal do desenvolvimento da criança. Neste sentido, esperamos que esta pesquisa nos permita identificar noções matemáticas presentes em atividades lúdicas propostas pelos docentes que atuam turmas de pré-escola.</p> ANA KARLA PEREIRA DOS SANTOS DE OLIVEIRA, SHEILA Guimarães Barbosa Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23278 Wed, 27 Aug 2025 19:25:39 +0000 A Ludicidade como Estratégia para Recomposição de Aprendizagem Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23271 <p>A pandemia da COVID-19, declarada em 2020, impôs grandes desafios à educação no Brasil. O fechamento das escolas e a implementação do ensino remoto resultaram em impactos significativos na aprendizagem dos estudantes, sobretudo na educação básica. Entre as áreas mais afetadas, destaca-se a matemática. As avaliações realizadas pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) evidenciaram um retrocesso nas habilidades matemáticas dos estudantes após o período pandêmico, revelando a necessidade urgente de estratégias para a recomposição da aprendizagem. Esta pesquisa propõe uma reflexão sobre o uso da ludicidade como estratégia pedagógica para a superação das lacunas de aprendizagem em matemática. Fundamentando-se em autores como Oliveira e Oliveira (2003) e Souza e Silva (2021), que defendem a inserção de atividades lúdicas como mediadoras do conhecimento, o estudo analisa uma proposta metodológica de intervenção realizada com 30 alunos em uma escola pública estadual, abrangendo turmas do 6° ao 9° ano do ensino fundamental. A intervenção ocorreu no período de junho a dezembro de 2023 e foi conduzida por duas alunas do bacharelado em matemática e uma pós-doutoranda. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com base na aplicação de atividades pedagógicas e na análise do desempenho dos alunos antes e após a intervenção. As atividades foram desenvolvidas com o intuito de tornar o ensino mais dinâmico, interativo e centrado no estudante, favorecendo a construção do conhecimento por meio da experiência, da cooperação e do raciocínio lógico.Os resultados obtidos demonstraram que a inserção de práticas lúdicas no ensino de matemática contribui significativamente para o aumento do interesse dos alunos e facilita a compreensão de conceitos abstratos. Por exemplo, em uma das atividades desenvolvidas sobre a conversão de quilogramas para gramas e vice-versa, utilizamos saquinhos de feijão representando 100 gramas e caixas com etiquetas de 1, 2 e 3 quilos. Durante a aplicação, um aluno comentou que nunca havia percebido a relação entre essas unidades, mas que agora conseguia compreendê-la. A ludicidade mostra-se, assim, um recurso importante não apenas para motivar os estudantes, mas também para promover seu envolvimento cognitivo e emocional no processo de aprendizagem.</p> <p>&nbsp;</p> Luana Vitoria Santana de Oliveira, Aparecida Santana de Souza Chiari Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23271 Wed, 27 Aug 2025 19:27:33 +0000 PESQUISAS DE EDUCAÇÃO EM MATEMÁTICA NA GRADUAÇÃO NO PERU (2000-2024) https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23317 <p>No Peru, o programa de educação de graduação com especialização em matemática é chamado de Educação em Matemática. A pesquisa busca mostrar um panorama da Educação em Matemática com base na produção simbólica em programas de graduação no Peru, do ano 2000 até 2024. O início desse período coincide com transformações políticas — fim da ditadura e transição para a democracia —; sociais — com o surgimento de movimentos trabalhistas, ambientais e indígenas —; e educacionais — com a criação e consolidação dos cursos e a formalização de seus repositórios. Analisa-se, de forma específica, as pesquisas em Educação em Matemática realizadas na graduação, e, de forma geral, na segunda especialidade e no mestrado. A pesquisa tem abordagem qualitativa, do tipo histórico-descritivo, com delineamento documental. A metodologia apoia-se no campo científico de Pierre Bourdieu, utilizando conceitos de produção simbólica. Outras teorias utilizadas são a cienciometria de Price e na estruturação de sistemas e categorias de análise documental de Diaz. Diferentemente de outros tipos de pesquisa, a investigação documental possibilita a construção de conhecimento (Alonzo, 1994). Como referencial teórico, utilizou-se o campo científico de Pierre Bourdieu (2004) com o conceito de “produção simbólica”. Embora Price (1963) não utilize o termo “cienciometria”, ele estabelece as bases conceituais dessa área em seu livro Pequena ciência, grande ciência. Um antecedente importante é a pesquisa de Diaz e Sime (2016), que analisou 554 teses de doutorado de 13 universidades, com base em elementos como gênero, modalidade e produção acadêmica. Já Diaz (2015) investiga 37 dissertações de mestrado e 86 monografias de bacharelado, com categorias como especialidade (dividida em graduação e mestrado) e modalidade (pesquisas quantitativas e qualitativas). O presente trabalho refere-se aos cursos de Educação em Matemática das universidades peruanas entre 2000 e 2024. A pergunta norteadora é: quais são as principais características das pesquisas nos cursos de Educação em Matemática? O objetivo geral é formar uma visão geral da educação em matemática por meio da pesquisa de produção simbólica em programas de graduação de 2000 a 2024. Os objetivos específicos são: analisar as características dos programas de graduação; analisar as produções simbólicas dos programas de graduação; mostrar as singularidades de todas as pesquisas analisadas. As produções simbólicas consideram as especialidades da Educação em Matemática, o gênero dos pesquisadores, a modalidade das pesquisas e a distribuição por universidade. Os resultados parciais dos anos de 2000 a 2024 foram para as especialidades, as categorias e quantidades de trabalhos são: graduação com 1895 trabalhos, segunda especialidade com 170 e pós-graduação com 517. Quanto ao gênero, os dados indicam 61,26% de autores homens e 38,74% de autoras mulheres. As modalidades de pesquisa apresentam os seguintes percentuais: monografia (22,88%), pesquisa acadêmica quantitativa (66,05%), mista (1,01%) e qualitativa (15,07%). Na análise por universidade, foram contabilizadas 2852 pesquisas entre graduação, segunda especialidade e pós-graduação. No recorte qualitativo, das 1895 investigações de graduação analisadas, 52 pesquisas eram de cunho qualitativo, provenientes de instituições como UDEP, UNSA, UARM, UNE, EESPPM, PUCP e UNA. A pesquisa será concluída com a análise das produções simbólicas dos cursos de graduação e evidenciando as singularidades das pesquisas analisadas.</p> Efrain Caceres Urquizo, Edilene Simões Costa dos Santos Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23317 Sun, 31 Aug 2025 20:47:59 +0000 ENTRE NÚMEROS E NARRATIVAS: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23318 <p>Desde os primeiros anos escolares, somos expostos a uma diversidade de conteúdos, com o intuito de formar cidadãos críticos, reflexivos e preparados para os desafios da sociedade contemporânea e do mercado de trabalho. Quanto ao ensino de Matemática, presente na Educação Infantil ao Ensino Médio, é comum que os conteúdos sejam apresentados como se fossem imutáveis e descontextualizados, o que transmite a ideia equivocada de que sempre existiram dessa maneira. No entanto, o conhecimento matemático não surgiu sistematizado; ele foi construído ao longo do tempo, motivado por necessidades concretas, pelas curiosidades de indivíduos e pelos problemas enfrentados em diferentes contextos históricos (Lopes; Alves, 2014). Diante disso, grupos de pesquisa em Educação Matemática têm buscado alternativas para tornar o ensino da disciplina mais significativo. Entre essas alternativas, destaca-se a História da Matemática (H.M) que pode ser uma importante aliada no processo de ensino e aprendizagem. Para os estudantes, ela oferece a oportunidade de compreender etapas do desenvolvimento do pensamento matemático, superando a ideia de que a Matemática é uma ciência pronta e acabada. De forma resumida, a H.M contribui ao: (1) evidenciar o caráter histórico e dinâmico da Matemática; (2) revelar os caminhos trilhados até os conhecimentos atuais; (3) valorizar o erro como parte do processo de descoberta e aprendizagem (Motta, 2005). O objetivo deste trabalho é discutir o potencial da H.M como recurso estruturante para a elaboração de atividades pedagógicas mais significativas no Ensino Básico. Quando integrada efetivamente às práticas pedagógicas, ela contribui para que os estudantes construam saberes de forma crítica e contextualizada, promovendo uma articulação &nbsp;entre a teoria e a prática. Para os professores, trabalhar com a H.M em sala de aula – não como um elemento do passado, mas como parte ativa do presente – favorece o diálogo entre a pesquisa e o ensino (Brito, 2007).</p> Murillo Aurélio de Moura Araujo, Vanusa Camargo Durães Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23318 Sun, 31 Aug 2025 21:03:39 +0000 ENSINO E APRENDIZAGEM DE PROBLEMAS NÃO CONVENCIONAIS NO 5° ANO: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23315 <p>O presente texto tem como objetivo relatar a experiência de um trabalho envolvendo resolução de problemas não-convencionais, realizado com duas turmas de 5° ano de uma escola da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande, da qual sou professora regente. O intuito é realizar esse trabalho durante todo o ano letivo de 2025, levando os alunos a compreenderem que existem situações-problemas que pedem resolução diferenciada dos problemas convencionais, aos quais estão mais acostumados. De acordo com Bonilha e Vidigal (2016), a resolução de problemas abrange diferentes papéis ao longo do tempo e isso depende de fatores diversos, até mesmo do significado dado a que seja “ensinar” e “aprender”. Conforme a BNCC (Brasil, 2018), a resolução não deve ser a única prática a ser realizada com um problema, mas também refletir e questionar, supondo o que poderia ocorrer nas situações com as quais os alunos se depararão e, para essa finalidade, os problemas não convencionais se mostram mais adequados, pois são oportunidades para reflexões e questionamentos. No primeiro bimestre demos início conversando a respeito dos tipos de problemas não convencionais existentes, com ênfase nos problemas sem solução, com mais de uma resolução, com excesso de dados, de lógica, de estratégia, entre outros que temos a intenção de trabalhar até o final do ano letivo. Após a primeira conversa, em dois momentos os alunos realizaram, em grupos, a leitura de problemas convencionais e não convencionais, para classificarem por tipo e tentarem resolver. Depois, foi realizado um debate, momento em que os alunos comentaram sobre suas estratégias e tiraram dúvidas, sendo feita a correção coletiva. Apesar de a professora regente ser a mesma nas duas turmas, os alunos do matutino mostraram maior compreensão das atividades e maior participação, no momento em grupo, para classificação e identificação, assim como no momento do debate. Foi possível identificar na turma do vespertino uma dificuldade maior na leitura com compreensão. Para Smole e Diniz (2001, p. 72), “[...] a dificuldade que os alunos encontram em ler e compreender textos de problemas está, entre outros fatores, ligada à ausência de um trabalho específico com o texto do problema”, ao que complementamos: trabalho específico que deve acontecer desde o início da vida escolar. Espera-se que até o final do ano letivo as dificuldades latentes no que se refere à compreensão de problemas não convencionais sejam reduzidas ao máximo, levando-se em conta muitas variáveis, entre elas o fato de que são alunos que, em grande parte, viveram uma situação atípica nos anos de 2020 e 2021, quando fizeram o Grupo 5 (Educação Infantil) e o 1° ano do Ensino Fundamental em meio a uma pandemia, em ensino remoto.</p> Bianca Costa Machado, Vanessa Neto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23315 Sun, 31 Aug 2025 21:08:08 +0000 Os OS NÚMEROS TEM COR? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23311 <p>O objetivo deste resumo é apresentar uma discussão inicial de reverberações e impactos do racismo, anunciado como estrutural, nos resultados dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2023. A Educação Matemática, embora seja dita neutra, é palco de (re)produção de desigualdades raciais (Almeida, 2018), pois se funda em perspectivas que segregam essa área das emergências da nossa sociedade. Longe da neutralidade, perpetuam-se desigualdades raciais no ensino, que se manifestam em três dimensões interligadas: a infraestrutura escolar; livros eurocêntricos; falta de representatividade docente — elementos que convergem para o que Bento (2022) denomina “Pacto da Branquitude” na educação, e por consequência na Matemática também. Discutir essa dominação da branquitude é perceber que vivemos em uma sociedade em que o racismo estrutura e molda os modos da população negra existir. Ou seja, é compreender que o racismo determina os sistemas governamentais, como por exemplo as avaliações. O racismo estrutural (Almeida, 2018) está ligado diretamente ao desempenho dos estudantes brasileiros nas avaliações. Não por acaso, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), a oferta da educação pública não é a mesma para pretos(as), pardos(as) e indígenas, pois os dados revelam um gradiente racial na distribuição de oportunidades educacionais. Em relação à infraestrutura escolar, por exemplo, 98,2% dos(as) estudantes brancos(as) que estão em escolas convencionais têm acesso à água, energia e coleta de lixo e esgoto. O acesso de alunos(as) pretos(as), pardos(as) e indígenas no mesmo tipo de escola é de 96,5%, 92,9% e 89,5%, respectivamente. Em termos gerais, dos 2,3 milhões de discentes sem infraestrutura mínima, 86% são pretos(as), pardos(as) ou/e indígenas. Esses dados explicitam a necropolítica (Mbembe, 2018) em ação: o Estado define quem merece dignidade através de políticas que mantêm hierarquias raciais e define quais corpos merecem condições dignas de aprendizagem. O mecanismo opera de forma circular — a infraestrutura precarizada gera desempenho baixo, que por sua vez justifica novos ciclos de negligência. Os efeitos desse processo aparecem cruelmente nos indicadores de proficiência e, de acordo com o QEdu (2023), apenas 3% dos estudantes autodeclarados pretos(as) atingem o nível considerado adequado em aprendizagem matemática. Tais disparidades não podem ser consideradas supostas “deficiências cognitivas”, mas à cumulatividade de exclusões. Sendo assim, investigar esses dados, na direção de desnaturalizá-los, produzindo relações outras, se constitui como um objetivo de uma pesquisa em educação matemática. Como racismo estrutural e avaliações externas reverberam e se impactam? Como marcadores de nossa sociedade, tais como, raça, classe, gênero, território, ambiente, afetam os desempenhos de nossos(as) estudantes nas avaliações externas, bem como também nas escolas?&nbsp; Nosso foco, primeiro, seria em questões raciais.</p> João Paulo Duarte Gonçalves, Thays Alves de Oliveira Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23311 Sun, 31 Aug 2025 23:52:55 +0000 Produzindo Histórias das Matemáticas Recorrentes em Acampamentos da Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23312 <p>Este texto é uma discussão coletiva para o andamento de um projeto que propõe investigar as diferentes matemáticas praticadas no cotidiano de pessoas que vivem em acampamentos à espera da efetivação da Reforma Agrária em de Mato Grosso do Sul — MS. Portanto, a pesquisa busca entender que educação (matemática) acontece nesses acampamentos, ou seja, quais as percepções sobre a matemática e suas particularidades nas vivências do sem terra e, também, qual matemática é necessária para se viver em um acampamento, ou que matemática é praticada em um acampamento. Concomitante, pretendemos produzir uma história das vivências e re-existências de comunidades acampadas, quando registramos a história do uso da matemática do dia a dia, histórias que só existem quando narradas. Segundo o Instituto Nacional da Reforma Agrária — INCRA, em MS existem 5.172 trabalhadores e trabalhadoras rurais, em 36 acampamentos, localizados em nove municípios do estado. No cenário sul mato-grossense, não há registros oficiais da quantidade de escolas nesses acampamentos, o que é uma chamada para nossos questionamos. Rememorando que o direito à Educação do e no Campo para os povos que vivem em áreas de campesinato no Brasil é uma conquista da luta dos movimentos sociais.&nbsp; No entanto, o que é oferecido a essas comunidades muitas vezes é somente o que sobra das cidades, ou seja, uma escola com currículo e estrutura pensada para o ambiente urbano, mas transplantados para o campo. Em alguns casos, como o apresentado em Oliveira (2025), há até mesmo a extinção deliberada de escolas localizadas em regiões do campesinato. Em outras palavras, a Educação do Campo é fruto de lutas por uma educação, que seja produzida para&nbsp;e com os povos campesinos. Trata-se de um conceito em constante transformação, que não pode ser rigidamente definido de forma universal (Caldart, 2012). Nesse ínterim propomos como questão que movimenta o desejo em realizar a pesquisa: Se e quais os acampamentos de reforma agrária em Mato Grosso do Sul apresentam espaços de (re)existência e organização social, onde as comunidades desenvolvem práticas e saberes matemáticos específicos vinculados às suas realidades? Mesmo partindo do pressuposto que tenham matemática(s) outras sendo mobilizadas, compreendemos, contudo, os sistemas educacionais muitas vezes falham em não reconhecer e valorizar as matemáticas presentes nessas práticas cotidianas. A possibilidade da produção de narrativas que contêm experiências, que pretendemos produzir nesta pesquisa, podem ser estruturadas com base nos procedimentos da História Oral, que tem sido a metodologia utilizada pelos autores no desenvolvimento de pesquisas em Educação Matemática (Silva, 2014; Oliveira, 2025). Nessa metodologia, narrativas são produzidas em momentos de entrevistas, não somente como um método de produção de dados, mas também como um ato de posicionamento político (Garnica; Gomes, 2020). Narrar experiências tem se constituído como um ato de existência, ou seja, um modo de possibilitar a escuta das histórias que só existem quando contadas. As entrevistas são um conjunto de encontros interepistêmicos no qual os/as pesquisadores/as e colaboradores/as ensinam e aprendem entre si (Oliveira; Lima; Silva, 2023). Além disso, propomos uma pesquisa com, significando, na nossa perspectiva, a participação nas diversas dinâmicas diárias dos acampamentos para identificar práticas matemáticas, de existência e re-existência (Arroyo, 2023).</p> GLEISSON SANTOS OLIVEIRA, Carla Regina Mariano da Silva Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23312 Wed, 03 Sep 2025 12:49:43 +0000 OS EFEITOS DO DISCURSO DO PROFESSOR QUE ENSINA MATEMÁTICA EM LÍNGUA SEGUNDA NA PRODUÇÃO DE GATILHOS DE PROBLEMAS OCASIONAIS EM ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO SIMULTÂNEA https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23306 <p><span style="font-weight: 400;">Interessamo-nos pelo discurso de professores (texto de partida) que ensinam matemática em língua segunda em ambientes nos quais estão presentes intérpretes educacionais. Conforme a complexidade do texto de partida, há um aumento das exigências procedimentais e operacionais por parte do intérprete, o que pode acarretar erros, isto é, produções interpretativas não equivalentes, omissões e infelicidades no texto de chegada. Nosso objetivo é identificar os efeitos do texto de partida que podem produzir gatilhos de problemas no texto de chegada (língua de sinais). Com base em Assude et al. (2014), Millon-Fauré (2021), Gile (2009, 2011, 2018, 2021) e Machado e Oliveira (2024), a pesquisa acompanhou uma aula ministrada por um professor de matemática (não-surdo), mediada por um intérprete educacional. Após nossa análise, identificamos gatilhos de problemas ligados ao texto de partida de diversas ordens: lexical, sintática, sintagmática, sentencial e semântica, os quais produziram efeitos de erros e omissões durante a aula. Também foi possível modelizar dois gatilhos de problemas relacionados à especificidade da linguagem matemática: a) a espacialidade do objeto matemático em relação ao posicionamento temporal (entre o professor e o intérprete), e b) a operacionalização didática do objeto matemático (planejamento e execução da aula de matemática). Assim, para que haja ostensivos partilhados (linguagens), ressaltamos que o discurso do professor deve considerar três elementos ligados aos mesogêneses, a saber: a espacialidade, a temporalidade e o uso do recurso (no caso, o intérprete educacional).</span></p> Douglas Willian Nogueira de Souza, Edson Pinheiro Wanzeler Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23306 Wed, 03 Sep 2025 12:53:17 +0000 O LIVRO DIDÁTICO E A EDUCAÇÃO INFANTIL https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23304 <p>A Educação Infantil representa a fase inicial da Educação Básica, voltada ao atendimento de crianças de 0 a 5 anos de idade. As experiências oferecidas nesse período precisam contemplar a diversidade das infâncias e o contexto multicultural no qual estão inseridos juntos às suas famílias visto que as crianças atribuem sentidos à cultura que as cerca, a partir das oportunidades proporcionadas pelos adultos com os quais convivem (Machado, 2010). Nesse cenário, a figura do professor mediador é de extrema relevância para propor contextos significativos, conduzir diálogos e fazer perguntas que incentive a criança a avançar em suas aprendizagens e na construção de seus conhecimentos, pautados nas interações e nas brincadeiras. As crianças experimentam cada vivência de forma intensa, lançando-se nas experiências que lhes são proporcionadas. Dessa maneira, é relevante que as práticas pedagógicas voltadas às infâncias reconheçam as particularidades de sua percepção, emoção e interação com o ambiente ao seu redor. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil - DCNEI preconiza que as propostas pedagógicas da Educação Infantil devem reconhecer que a criança, elemento central do planejamento curricular, é um sujeito de direitos e parte ativa da história. Por meio das interações, vivências diárias e relações sociais, ela desenvolve sua identidade individual e coletiva, explora o mundo ao seu redor por meio do brincar, da imaginação e da fantasia, expressa desejos, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e elabora significados sobre o meio natural e social, contribuindo para a construção da cultura. (BRASIL, 2009). Temos no cenário educacional brasileiro, a presença dos Livros Didáticos como um dos recursos que o professor pode lançar mão para enriquecer suas aulas. Eles têm se consolidado como o principal recurso pedagógico empregado na maioria das salas de aula do Ensino Básico, destacando-se entre os materiais didáticos utilizados pelos docentes. Para a maioria dos professores, eles ainda representam um recurso fundamental – e, em muitos casos, o único suporte pedagógico disponível – para orientar e auxiliar o trabalho em sala de aula (Silva, 2012). Atualmente, os livros didáticos contemplam também a etapa da Educação Infantil com a primeira edição do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), em 2022 para esta etapa escolar. A iniciativa viabilizou a distribuição de livros didáticos às escolas públicas que atendem essa etapa, ampliando o acesso a materiais de apoio pedagógico. Dessa forma, considerando a recente implementação do PNLD para a Educação Infantil, é relevante investigar de que maneira esse recurso didático pode favorecer a construção dos conceitos matemáticos na Educação Infantil, bem como compreender as orientações oferecidas aos professores para sua utilização. Dentre essas orientações, destacam-se aquelas presentes nos manuais, que fornecem diretrizes sobre o uso do livro didático em situações de aprendizagem. Para o desenvolvimento desta proposta nos ancoraremos em uma abordagem qualitativa cujo relatório se materializará em uma dissertação no formato multipaper na qual recorreremos ao Estado do Conhecimento, Pesquisa Documental e Estudo de Caso. A presença do Livro Didático nessa etapa tem gerado opiniões favoráveis e contrárias à sua implementação. Assim, pretendemos com este trabalho, contribuir para as discussões sobre esse novo recurso com o qual o docente da Educação Infantil tem se deparado.</p> CLEICIANE DIAS DAS NEVES, Ana Paula Perovano Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23304 Wed, 03 Sep 2025 12:55:41 +0000 O QUE FAZ UM PESQUISADOR DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (HEM)? https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23301 <p>O que seria História da Educação Matemática (HEM)? É o estudo do desenvolvimento histórico do ensino e aprendizagem da matemática. Em que investiga como a matemática foi ensinada, aprendida e compreendida ao longo do tempo, incluindo as mudanças nas abordagens pedagógicas, nos currículos, nas ferramentas e nos materiais didáticos. Buscamos como aporte teórico metodológico da história cultural – entre práticas e representações Chartier (1991): em que esclarece sobre o que trata o ofício do historiador cultural Certeau (2002)<strong>.</strong> A história cultural, aplicada ao campo da Educação Matemática, oferece uma contribuição fundamental para compreender não apenas os conteúdos matemáticos ensinados ao longo do tempo, mas também os contextos sociais, culturais e pedagógicos que envolvem o ensino e a aprendizagem dessa disciplina. No que propicia um olhar multifacetado sobre a educação matemática, que vai além da mera descrição cronológica dos conteúdos ministrados ou das instituições escolares. A procura por fontes diferentes daquelas utilizadas por historiadores tradicionais propõe novos objetos de investigação e novas reflexões metodológicas. Nesse sentido, a <strong>HEM</strong> com o aporte teórico da história cultural enfatiza a importância de analisar documentos nunca anteriormente considerados como fontes de pesquisa, que não se limitam aos textos matemáticos ou aos documentos formais, mas abrangem materiais como livros didáticos, manuais para professores, provas, cadernos de alunos, arquivos escolares e pessoais, além de depoimentos e narrativas dos envolvidos no processo educativo etc. (Valente, 2008; 2013). Essas fontes permitem compreender as práticas pedagógicas e as representações sociais do saber matemático, evidenciando como ele foi produzido, transmitido, apropriado e ressignificado em diferentes contextos históricos. A cultura escolar — um conceito que emergiu na década de 1990 com os estudos de Chervel sobre as disciplinas escolares, para atender a uma demanda por problematizar as práticas escolares para além de uma visão meramente reprodutivista, aproximando a escola das demais esferas culturais (religiosa, familiar, política, social). A cultura escolar (Julia, 2001), entendida como um conjunto de normas, valores, saberes e práticas que definem o que deve ser ensinado e como (inculcar), labora como um campo de tensões e negociações entre diferentes atores e forças sociais, o que torna o estudo da <strong>HEM</strong> algo dinâmico e complexo. Ao olhar para as práticas educacionais como “um lugar social”, conforme Certeau (2002), possibilita analisar não só o que é ensinado em matemática, mas também como os saberes profissionais dos professores são construídos, transformados e mobilizados em dado tempo. Essa perspectiva aproxima a pesquisa da <strong>HEM</strong> das experiências vividas pelos sujeitos, suas narrativas e as condições específicas das escolas. Ela permite perceber que o ensino da matemática é uma prática histórica situada, atravessada por normas, condições sociais, políticas e econômicas, que vão moldando seu desenvolvimento e sua função na escola e na sociedade. Em suma, o historiador da educação matemática trabalha na produção de narrativas histórias que abarcam as dimensões sociais e culturais do ensino, as práticas e as representações de professores e alunos, a cultura escolar e a constituição dos saberes profissionais, oferecendo uma análise profunda, crítica e contextualizada da educação matemática ao longo do tempo.</p> Marcia Aparecida Garcia Teixeira, Klinton Pinheiro Sales, Thaina Araujo Bonfim Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23301 Wed, 03 Sep 2025 12:58:55 +0000 O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23294 <p>Esta pesquisa, está vinculada ao doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat), na linha de História, Filosofia e Educação Matemática, tem como objetivo produzir conhecimento histórico sobre os Laboratórios de Ensino de Matemática (LEM) na formação inicial e professores de matemática. A formação de professores de matemática no Brasil tem sido influenciada por diversos movimentos e reformas educacionais ao longo da história, “basicamente três correntes pedagógicas distintas formaram o cenário das lutas político-pedagógicas da primeira República: a Pedagogia Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Libertária. ” Ghiraldelli Junior (2001, p. 19). Segundo (Carvalho, Pinto, 2024) ao longo do século XX podemos destacar algumas reformas educacionais importantes como, a Reforma Francisco Campos de 1931, Reforma Capanema em 1942, reforma criada por Ernesto Simões Filho chamada “Programa Mínimo” de 1951, e o Movimento da Matemática Moderna (MMM) em 1960 e criação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDBEN em 1961. Essas reformas e movimentos educacionais, causaram diversas mudanças no desenvolvimento da formação docente. Antes, a ênfase estava em métodos de ensino tradicionais, onde o foco é a memorização e reprodução de informações. Contudo, com o avanço das pesquisas em educação e a influência dos movimentos reformistas, percebe-se a necessidade de abordagens mais dinâmicas, ativas e reflexivas no ensino, essas reformas educacionais destacaram a importância de práticas que vão além de mera exposição de conteúdo. Saviani (2009) apresenta a seguinte cronologia considerando a partir da primeira república Estabelecimento e expansão do padrão das Escolas Normais (1890-1932), Organização dos Institutos de Educação (1932-1939), Organização e implantação dos Cursos de Pedagogia e de Licenciatura (1939-1971) Substituição da Escola Normal pela Habilitação Específica de Magistério (1971-1996). Dessa forma, os Laboratórios de Ensino de Matemática (LEM) se destacam como um espaço de formação inicial e continuada, integrando teorias e práticas que favorecem a compreensão e a construção do conhecimento matemática em situações concretas. No Brasil, a ideia de implementação desses ambientes formativos teve início em 1980, com o decreto n.º 1890, que criou o Pedagogium (Galber, 2018). No entanto, entre os anos 1913 e 1914, José Ribeiro Escobar já propunha as chamadas Salas Ambiente defendendo um ensino fundamentado na experimentação e vivências nesses espaços (Campos, 2020), porém, segundo (Santos, Rabelo) as implantações desses Laboratórios assumem maior incidência nas universidades ganham força entre 1980 e 1990. Diante dessa perspectiva, esta pesquisa visa analisar os movimentos históricos que cercam a criação e instalação dos primeiros Laboratórios de Ensino de Matemática na formação de professores de matemática junto aos primeiros cursos de Licenciatura em Matemática do Brasil a partir de 1934 com a criação da USP, assim como investigar quais movimentos que levaram à criação dos LEM junto às Instituições de Ensino Superior (IES). Ao analisar e investigar a trajetória histórica dos LEM, buscamos não apenas traçar o desenvolvimento e as transformações desses espaços educacionais, mas também compreender as influências que eles podem exercer sobre a formação dos professores de Matemática ao longo do tempo, diante a criação desses cursos de Licenciatura com a implantação das Universidades no Brasil. Nessa pesquisa, pretendemos destacar as principais influências teóricas, metodológicas e, por que não, políticas que moldaram a criação e o uso dos laboratórios, mostrando como esses espaços foram concebidos para atender as demandas do processo educacional em diferentes contextos e períodos históricos. Como resultado dessa pesquisa, pretendemos oferecer uma perspectiva de valorização dos Laboratórios de Ensino de Matemática e sua importância para o contexto histórico da Educação Matemática.</p> ANTONIO JUNIOR EVANGELISTA, Thiago Pedro Pinto Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23294 Mon, 08 Sep 2025 12:39:48 +0000 ENTRE TEORIA E PRÁTICA: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23286 <p>Neste trabalho apresentaremos um relato de experiência evidenciando uma atividade desenvolvida no decorrer do estágio docência, por graduandos da disciplina de Estágio III do curso de Licenciatura em Matemática, com a supervisão da professora orientadora. A proposta consistiu na elaboração de uma sequência didática com uso de recursos didáticos, a ser experimentada entre os próprios colegas da disciplina. A atividade teve como base o estudo epistemológico de sequências didáticas, previamente discutido com os estudantes. Segundo Zabala, a Sequência Didática é “Um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelo professor como pelos alunos” (ZABALA, 1998, p. 18). Assim, dividimos os estudantes em grupos de 4 a 5 e demos início ao percurso, disponibilizamos livros didáticos do 1º e 2º ano do ensino médio, pois são as turmas com as quais eles terão contato durante a realização do Estágio III, e permitimos que eles escolhessem um objeto matemático para a construção da sequência didática. Os objetos escolhidos foram: análise combinatória; probabilidade; função do 2º grau; exatidão das medidas e dedução de áreas de trapézio, paralelogramo e losango a partir de fórmula de outras figuras. Na aula seguinte, de acordo com as orientações, os estudantes apresentaram suas ideias sobre suas construções. Surpreendentemente, os estudantes fizeram o uso de recursos didáticos em suas sequências, antes mesmo de qualquer orientação nesse sentido. Assim, iniciamos a discussão sobre potencialidades e limitações do uso do recurso didático, enfatizando a importância do cuidado ao se escolhê-lo e manuseá-lo em suas aulas, Lorenzato (2012, p.25) corrobora com essa discussão dizendo que a “eficiência do MD depende mais do professor do que do próprio MD, e ainda mostra a importância que a utilização correta do MD tem no desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno”. Feito isso, sugerimos os seguintes recursos: Jogo da senha; Dado; Geogebra; Trena e o Geoplano. No decorrer dessa atividade, orientamos os estudantes na correção da escrita do relatório de suas sequências didáticas, que deveria ser entregue à professora regente do estágio. Além disso, sugerimos alguns pontos que ao nosso olhar serviriam para alinhar suas ideias com a execução das propostas. A experiência foi finalizada com a experimentação das propostas entre os próprios grupos. Cada grupo ficou responsável por vivenciar com os colegas a sequência que elaborou, o que permitiu o aprimoramento das estratégias e uma compreensão mais clara do desenvolvimento da sequência didática atrelada ao objetivo de aprendizagem firmado nos primeiros encontros. As discussões geradas nesse momento foram muito importantes, pois evidenciaram tanto os acertos quanto os pontos a melhorar na sequência didática. A atividade mostrou-se potente para os estudantes ao permitir que assumissem o protagonismo no planejamento, na execução e na análise crítica de suas propostas. Para nós, também estagiárias, a potência dessa experiência esteve justamente em observar a transformação do olhar dos estudantes sobre o ensino, reconhecendo o papel ativo do professor na mediação do conhecimento e na escolha e manuseio consciente dos recursos utilizados em sala de aula.</p> Maria Gabriela dos Reis Yule, Michelle Ventura de Paula Souza, Sonia Maria Monteiro da Silva Burigato Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23286 Mon, 08 Sep 2025 12:43:43 +0000 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA INDÍGENAS NO CENTRO-OESTE: https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23282 <p>Desde o início da colonização no Brasil, a Educação Escolar Indígena enfrentou diversas imposições culturais que desconsideraram as especificidades dos povos originários. Em resposta, movimentos organizados fortaleceram a luta por espaço e respeito às diversidades linguísticas e culturais indígenas no âmbito educacional. Tal processo culminou na criação de marcos legais importantes, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96), que reconhecem os direitos dos povos indígenas à educação diferenciada e intercultural. Neste contexto, destaca-se o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (PROLIND) e a criação de licenciaturas interculturais indígenas como marcos significativos para a valorização e fortalecimento da Educação Indígena no Brasil. Neste encaminhamento, o presente resumo expõe uma pesquisa de mestrado em andamento, cujo objetivo é identificar e analisar que (ais) matemáticas são abordados na formação inicial de professores indígenas na região Centro-Oeste e sua relação com as dimensões política, social e cultural desse contexto. Para isso, propomos analisar os Projetos Pedagógicos do Curso (PPC) das Licenciaturas Interculturais Indígenas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), sendo esses, os únicos que possuem habilitação em matemática no Centro-Oeste. Como aporte teórico, adotamos as contribuições de Ubiratan D’Ambrosio, envolto a Etnomatemática e Ole Skovsmose ao viés da Educação Matemática Crítica. Referente a Etnomatemática, discutiremos as práticas matemáticas em diferentes contextos culturais, valorizando as formas próprias por meio das quais grupos sociais produzem, organizam e transmitem saberes matemáticos. Por sua vez, a Educação Matemática Crítica, discutiremos a abordagem problematizadora e libertadora, na qual o ensino da matemática deve promover a inserção crítica dos educandos em sua realidade social, questionando o uso e o papel da matemática na sociedade. A metodologia de pesquisa é qualitativa e de cunho documental. A análise dos dados será realizada por meio da Análise Textual Discursiva (ATD), em que pretendemos compreender como os discursos institucionais refletem as concepções de matemática na formação inicial de professores indígenas. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam subsidiar discussões sobre políticas curriculares e práticas formativas mais sensíveis às especificidades culturais e sociais dos povos indígenas da região Centro-Oeste, contribuindo para o fortalecimento de uma educação matemática intercultural e crítica.</p> Nara Machado Rockenbach, Adriana Fátima de Souza Miola Copyright (c) 2025 Anais do Seminário Sul-Mato-Grossense de Pesquisa em Educação Matemática https://periodicos.ufms.br/index.php/sesemat/article/view/23282 Mon, 08 Sep 2025 12:47:39 +0000