A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA EM ESPAÇOS RURAIS: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA SOBRE OS APANHADORES DE CAFÉ NA MESORREGIÃO SUL/SUDOESTE DE MINAS
Resumo
De acordo com dados da Secretaria do Trabalho, entre 2013 e 2019, foram resgatados 361 apanhadores de café escravizados no Sul/Sudoeste de Minas. As principais medidas estabelecidas pelo Estado para enfrentar esse crime se baseiam apenas na inclusão dos nomes de escravizadores na lista suja do trabalho escravo e na obrigatoriedade de pagamentos de multas e demais débitos trabalhistas às vítimas. Nesse sentido, o presente artigo buscou evidenciar a dinâmica socioeconômica na cafeicultura da mesorregião Sul/Sudoeste de Minas, as incidências do trabalho escravo contemporâneo nesse setor empregatício na região e as principais medidas tomadas pelo Estado no combate a esse grave problema socioeconômico. Os resultados mostraram que existem muitos retrocessos, que contraditoriamente vem sendo implementados pelo próprio Estado, como o corte de verbas no Ministério de Trabalho, que prejudica diretamente a atuação de auditores fiscais e a Reforma Trabalhista sancionada em 2017, que alterou a Consolidação das Leis de Trabalho, banalizando o que a própria legislação brasileira determina como trabalho escravo.
PALAVRAS – CHAVE: geografia agrária; trabalho escravo; cafeicultura; Minas Gerais; agronegócio.
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