A ESCOLA ESTADUAL PADRE FRANCO DELPIANO NA DÉCADA DE 1970: ESTRUTURA, FUNCIONAMENTO E CONTEXTO EDUCACIONAL
Resumo
O estudo sobre a Escola Estadual de 1º grau Pe. Franco Delpiano, na década de 1970, revela como sua estrutura e funcionamento refletiam a política educacional da ditadura militar, especialmente a Lei nº 5.692/71. A escola atendia, que atendia alunos com Lepra, do 1º ao 4º ano do antigo 1º grau (atual Ensino Fundamental I), funcionando no período vespertino, sem cobrança de taxas, e com infraestrutura básica. Não havia cantina, APM, ou estatuto próprio. O currículo era orientado por um Planejamento Curricular elaborado pela Secretaria de Educação, similar ao atual PPP, mas com forte viés tecnicista e disciplinador. A proposta visava formar sujeitos adaptados à ordem social da época, valorizando a disciplina como caminho para a cidadania. O ensino era centralizado, com conteúdo definido e foco na avaliação do comportamento e desempenho, com índices expressivos de evasão e reprovação. As disciplinas eram ministradas por professores regentes, e os conteúdos escolhidos buscavam moldar comportamentos esperados, dentro de uma lógica de controle social. A cultura escolar refletia um modelo eurocêntrico, que silenciava saberes locais e impunha uma visão homogênea de educação, ligada ao projeto de modernidade/colonialidade. Assim, a escola funcionava como instrumento de reprodução de valores impostos pelo regime militar, distantes da realidade dos alunos. Refletir sobre esse modelo é essencial para compreender os desafios atuais da educação brasileira, especialmente no que diz respeito à valorização da diversidade e à construção de uma escola mais inclusiva e democrática. Esta pesquisa foi um recorte da tese de Doutorado em Educação da Universidade Católica Dom Bosco.