LETRAMENTO TEATRAL CRÍTICO

TEORIAS TEATRAIS APLICADA À LÍNGUA INGLESA EM SALA DE AULA

Resumo

A língua por sua característica fluída e elástica permite um diálogo profícuo com áreas outras do saber linguístico tais como os estudos socio discursivos e os estudos da linguagem observa-se que este diálogo pode ser um dos aspectos de um possível ponto de partida para privilegiar a formação de leitores. Isso posto, a seguinte pesquisa inscreve-se no campo da Linguística Aplicada Crítica, sendo de caráter qualitativo interpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008), do tipo pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011), realizada com alunos e alunas dos 6º anos do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Municipal Rafaela Abrão, localizada no município de Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul. Este é um recorte de uma tese de doutorado em andamento, a qual apoia-se em uma perspectiva linguística tangenciada por uma abordagem teatral pós-dramática que ultrapassa as margens de conceitos gramaticais, buscando uma proposta metodológica outra, o letramento teatral crítico, visto que a língua se realiza no seu uso, nas práticas sociais nas quais os indivíduos se apropriam de seus conteúdos, transformando-os em conhecimento. Portanto o ensino de língua inglesa suleado por uma perspectiva dramática descarta tudo o que não tem sentido nas metodologias outras voltadas ao ensino de línguas, ou seja, ao cruzarmos os letramentos críticos com o teatro pós-dramático em uma aplicação prática, deixamos o ensino de línguas em sala de aula mais lúdico, e desse cruzamento nasce um novo fazer pedagógico o letramento teatral crítico.

Referências

BAPTISTA, Livia Márcia Tiba Rádis. Educação crítica, decolonialidade e educação linguística no Brasil e no México: questões epistemológicas e metodológicas traçadas por um paradigma-outro. Uberlândia: Letras & Letras, v. 35, n. especial, p. 1-27, 23 out. 2019.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

GOMES, Rosivaldo. Por uma educação linguística crítica, ampliada, cidadã e decolonial na formação de professores/as e no ensino de línguas. In: GOMES, Rosivaldo. (Colaboradores). Epistemologias e cenas de letramentos: formação docente, educação linguística e práticas de ensino. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, no prelo/2022.

HEIDEGGER, Martin. O caminho da linguagem. Tradução de Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2003.

ILLERIS, Knud. Teorias contemporâneas da aprendizagem. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Penso, 2013.

JANKS, Hilary. Panorama sobre letramento crítico. In: JESUS, Dánie Marcelo de; CARBONIERI, Divanize (orgs). Práticas de Multiletramentos e letramento crítico: outros sentidos para a sala de aula de línguas. Campinas-SP: Pontes editores, 2016, p. 21-39.

JANKS, Hilary. Literacy and power. New York, London, Routledge, 2010.

KLEIMAN, Angela. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Linguística Aplicada na modernidade recente: festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013.

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. São Paulo: Cosac & Naify, 2007.

MALDONADO-TORRES, Nelson. “Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto”. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo de Hombre Editores, 2007, p. 127-167.

MONTE MOR, Walkyria. Formação Docente e Educação Linguística: uma perspectiva linguístico-cultural-educacional. In W. Magno e Silve; W. Rodrigues Silve; D. Muñoz Campos (orgs). Desafios da Formação de Professores na Linguística Aplicada. Campinas: Ed. Pontes, 2019, p 187-206.

MOITA LOPES, Luiz Paulo da. (org). Linguística Aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da (org.) Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, p. 85-107.

MIGNOLO, Walter. Historias Locales/diseños Globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronteirizo. Madrid: Akal, 2013.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, no 34, p. 287-324, 2008.

MIGNOLO, Walter. Desobediência Epistêmica, Pensamento Independente e Liberdade Decolonial. Revista X, [S.l.], v. 16, n. 1, p. 24-53, fev. 2021. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/revistax/article/view/78142. Acesso em: 22 fev. 2022. doi:http://dx.doi.org/10.5380/rvx.v16i1.78142.

PENNYCOOK, A. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, Luiz Paulo da. (org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006, p. 67-84.

PESSANHA, Juliano Garcia. Recusa do não-lugar. São Paulo: Ubu Editora, 2018.

RAJAGOPALAN, K. For the Umpteenth Time, the “Native Speaker”: Or, Why the Term Signifies Less and Less in the Case of English as It Spreads More and More Throughout the World. In: LIMA, Diógenes Cândido de (Org.). Language and its cultural substrate: perspectives for a globalized world. Campinas: Pontes, 2012. p. 37-58.

SCHECHNER, Richard. “What is performance?”, in Performance studies: an introduccion, second edition. New York & London: Routledge. 2006.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

VOLÓCHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da linguagem: Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 2ª ed. São Paulo: Editora 34, [1929] 2018.

Publicado
2023-09-05