HÁ DESDOBRAMENTOS DO PRAGMATISMO PEIRCIANO NO “PRAGMATISMO INTERATIVO” DE MONTANER PARA A ARQUITETURA?

  • Gabriela Lima Mascarenhas Moreira
  • Eluiza Bortolotto Ghizzi
Palavras-chave: Charles Sanders Peirce. Pragmatismo. Pós-estruturalismo. Arquitetura.

Resumo

Buscou-se, neste trabalho, identificar possíveis desdobramentos do pragmatismo de Charles Sanders Peirce (1836-1914) no “pragmatismo interativo” de Josep Maria Montaner (1954-), em seu livro “Do diagrama às experiências, rumo a uma arquitetura de ação” (2017). No contexto das teorias da arquitetura a partir de 1990, observa-se uma influência do pragmatismo por meio da revalorização da aplicação prática, em oposição à teoria. Afastando-se do entendimento da teoria e da prática como termos disjuntos, Montaner reúne referências tanto ao pós-estruturalismo de Foucault, Deleuze e Guattari, como ao pragmatismo peirciano, conceituando uma arquitetura pragmática a partir dos termos “Diagrama”, “Experiência” e “Ação”. A partir disso, encaminha-se uma investigação estabelecendo pontos de contato e deslocamento entre o pragmatismo interativo e o pragmatismo peirciano. Concebido como um método científico, o pragmatismo peirciano não pode ser desvinculado do realismo do autor, da conformação da representação à realidade, da capacidade da mente científica para aprender a partir da experiência, do caráter preditivo do conhecimento, sendo importante compreender sua ênfase na ideia geral e não na mera ação individual. O pragmatismo interativo de Montaner reveste-se desse caráter científico de compromisso com a realidade, defendendo que a arquitetura detenha um compromisso social. Espera-se com este estudo promover aproximações entre ambas as concepções de pragmatismo e, de modo mais amplo, entre a arquitetura e o pragmatismo peirciano, a fim de discutir possíveis contribuições deste para a arquitetura.

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Publicado
2019-09-04