PROCESSOS IDENTITÁRIOS NO CIBERESPAÇO: VOZES TERENA NO FACEBOOK
Resumo
Os Terena tiveram seus modos de vida profundamente modificados em função dos processos de desterritorialização vivenciados e suas estratégias de sobrevivência construídas a partir de então. Diante dessas transformações, várias discursividades afirmam que os povos Terena abandonaram suas raízes, se aculturaram, se tornaram “índios urbanos” ou mesmo que “não são mais índios”. Neste contexto de estigmatização e de consolidação de sentidos vários sobre estes povos, buscamos problematizar o uso da rede social Facebook como ferramenta de (re)significação e (re)construção de sentidos por parte destes sujeitos. Em consonância com a perspectiva discursiva adotada, consideramos que o sujeito é múltiplo, heterogêneo, clivado e se encontra em constante transformação a partir de suas ações no mundo. Partimos dos conceitos de memória, interdiscurso e formações discursivas (Foucault,1986; Pechêux, 2009) e da problematização de noções como identidade e processos identitários propostas por Hall (2006) e Coracini (2003). Os resultados apontam para: (1) identidades construídas a partir das relações territoriais que encenam o funcionamento de diferentes posições no discurso, constituídas em formações discursivas que estão relacionadas entre si por oposição. (2) a emergência de sentidos até então interditados nas diferentes instâncias de poder de atuação humana e (3) o Facebook se configurando como ferramenta que permite a circulação dessas vozes outrora silenciadas.Referências
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