"Os OS OLHOS NOSSOS DONOS DE NÓS DOIS: A POÉTICA DO OLHAR EM "GRANDE SERTÃO: VEREDAS"

  • João Batista Costa Filho Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

A obra de Guimarães Rosa é marcada sobretudo pelo reconhecimento crítico do êxito alcançado em sua proposta estilística inovadora. Com seu apuro formal e experimentalismo na linguagem, conseguiu levar a língua a patamares jamais atingidos, tornando sua prosa singular. Soma-se a isso, uma capacidade criativa extraordinária, com uma imaginação fecunda capaz de inventar tramas e personagens inesquecíveis. O autor mineiro, também, em sua realização ficcional, entrega ao leitor mais exigente reflexões profundas acerca da natureza do ser humano e do mundo em que vivemos. Os personagens de Guimarães Rosa, em sua grande maioria sertanejos à margem do processo dito civilizatório, mas com sabedoria e perspicácia que beiram o sublime, apresentam um tipo de olhar que busca desvelar o que se esconde por trás da realidade aparente. Como o olhar de Riobaldo, que tenta obter respostas para esclarecer o sentido de sua existência neste mundo tão “misturado” e caótico. Este trabalho visa exatamente compreender o olhar em Grande sertão: veredas, na figura de seu protagonista, valendo-se das contribuições teóricas e análises da obra rosiana, particularmente dos ensaios e estudos realizados por Benedito Nunes e Heloisa Vilhena de Araújo.

Biografia do Autor

João Batista Costa Filho, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Aluno de Pós-graduação em Estudos de Linguagens.
Publicado
2020-09-21