O PROTAGONISTA E SEU SILÊNCIO: TRAUMAS DA MEMÓRIA EM "PASSAGEIRO DO FIM DO DIA" DE RUBENS FIGUEIREDO
Resumo
Nesta análise partimos da questão que fica diante da narrativa do romance Passageiro do Fim do Dia de Rubens Figueiredo: por que o protagonista não narra sua própria história, já que toda ela se apresenta repleta de motivações emocionais, compõem-se por meio da memória dele mesmo? O silêncio de Pedro é um dos elementos que se somam para formar o efeito de sentido esperado pela trama: o pessimismo, a melancolia, o trauma, gerados por um ambiente hostil e por diversas formas de violência a que o sujeito é submetido ao longo do tempo. Violência e literatura são temas que se relacionam ao representar o mundo atual e ao trazer de modo simbólico as inquietações do sujeito contemporâneo diante das formas de organização social e da formação de um psicológico coletivo consequente a isso. Temos, diante disso, o objetivo de refletir sobre o romance na contemporaneidade, considerando algumas questões que não dizem respeito apenas a esta obra especificamente, mas de imbricações que a partir dela nos remetem a narrativa ou a obra literária de uma forma geral. Para isso trazemos ao diálogo especialmente Jaime Ginzburg (2012), Regina Dalcastagné (2012) e outros estudiosos que tratam da relação entre literatura e violência, assim como as contribuições da Teoria Literária para pensarmos a obra.
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