A (IN)EXISTÊNCIA DO SUJEITO SURDO TERENA FRENTE ÀS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS

  • Michelle Sousa Mussato UFMS Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  • Claudete Cameschi de Souza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Ao entendermos que as políticas públicas versam sobre as políticas linguísticas, vemos que seu engendramento se firma sob o objetivo de disseminar a língua colonizadora, delimitando, organizando e silenciando os espaços de enunciação das línguas colonizadas. Isso se dá sob relações de poder que categorizam uma língua como hegemônica, representando as demais línguas pré-coloniais de povos autóctones, de sujeitos fronteiriços, de imigração, como minoritárias. Tendo em vista que não há uma prática discursiva que legitime a condição do sujeito surdo terena frente ao processo de constituição identitária, buscamos, como objetivo, compreender como a aplicabilidade das políticas linguísticas considera a (in)existência do sujeito surdo indígena e/ou garante a ele o direito linguístico cultural devido. Para tanto, pautamo-nos no aporte teórico transdisciplinar que comporta estudos advindos da Análise do Discurso de origem francesa e nos alinhavos teóricos sobre Políticas Linguísticas na tentativa de escavar as regularidades identificadas na dispersão do discurso dispostas nas entrevistas gravadas/ filmadas com os surdos indígenas de etnia Terena do município de Miranda/MS.

Biografia do Autor

Michelle Sousa Mussato, UFMS Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Mestre e Doutoranda em Letras - Estudos Linguísticos - pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Três Lagoas, na linha de pesquisa "Discurso, subjetividade e ensino de línguas". Integro o grupo de pesquisa "Povos do Pantanal: aspectos linguísticos, discursivos, fronteiriços, culturais e identitários" sob a coordenação da Profª. Drªa. Claudete Cameschi de Sousa. Atualmente atuo como tradutora-intérprete de LIBRAS _ Língua Brasileira de Sinais (desde 2006 em escolas estaduais e municipais) na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Câmpus de Três Lagoas (desde 2014). Tenho experiência em Linguística Aplicada, Análise do Discurso de origem francesa, com pesquisas desenvolvidas na perspectiva discursiva transdisciplinarizada aos estudos culturalistas, centrada em temáticas que problematizam discurso, identidade, subjetividade e processos de in(ex)clusão de surdos da etnia Terena.

Claudete Cameschi de Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Professora efetiva da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.  Atua no curso de Letras da UFMS - campus de Três Lagoas, na Pós-Graduação strictu sensu (Mestrado e doutorado) em Letras UFMS, e, Pós-graduação strictu sensu (Mestrado profissional) PROFLETRAS/UFMS. Tem experiência na área de Educação e Letras, com ênfase em Linguistica Aplicada, Análise do Discurso, Educação Escolar Indigena, Estudos Culturais e História da Literatura Infantil e Ou Juvenil Brasileira.  Trabalha com ensino da língua materna, cultura e identidade (Análise do Discurso e Estudos Culturais), Linguística, leitura, educação, literatura e alfabetização.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9601519167633038.

Publicado
2020-09-21