SI ME PERMITEN HABLAR NA EXTERIORIDADE DA FRONTEIRA-SUL

  • Júlia Evelyn Muniz Barreto Guzman Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Edgar Cesar Nolasco

Resumo

Este trabalho tem como objetivo uma leitura da obra ‘Si me permiten hablar...’ testimonio de Domitila, una mujer de las minas de Bolivia (1999) transcrito e organizado pela brasileira Moema Viezzer a partir do conceito de exterioridade. Mignolo afirma que “[...] há muitas exterioridades, quer dizer, o exterior construído a partir do interior para limpar e manter seu espaço imperial [...]” (MIGNOLO, 2008, p. 291). Pensar fora do pensamento moderno é pensar externo às epistemologias ocidentais, não só no sentido geográfico, mas, sobretudo no âmbito epistemológico. Para a leitura, utilizamos de uma metodologia bibliográfica pautada na Crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO,2013), um estudo centrado nos Estudos Pós-coloniais (MIGNOLO, 2003) e Crítico-biográficos (SOUZA, 2002). Esse trabalho se dá a partir de um lócus geoistórico fronteiriço específico, o estado de Mato Grosso do Sul, fronteira seca com os países Paraguai e Bolívia, assim entendemos que o viés da crítica-biográfica fronteiriça torna-se necessário para pensar melhor a discussão proposta. Ademais, buscamos estabelecer interrelações entre nosso bios e o de Domitila, desde nossos discursos de sujeitos da exterioridade, além de pensar e escrever a partir de loci subalternos nós na/da fronteira-sul do Brasil e Domitila Chungara de um acampamento mineiro na Bolívia.

Publicado
2020-09-21