Representações do Eu nas autobiografias de Rita Lee
Аннотация
Neste trabalho, analisamos a construção do eu nas autobiografias “Rita Lee – Uma Autobiografia” (2016) e “Outra Autobiografia” (2023), escritas por Rita Lee Jones de Carvalho e publicadas pela Globo Livros. A primeira obra traz um novo olhar sobre a trajetória da artista, desde sua infância em São Paulo nos anos 1940 até quando foi presa pelo regime militar em 1976, passando pela saída do grupo dos Mutantes em 1972, ascensão como a “rainha do rock brasileiro” e enfrentamento de dificuldades como o vício em drogas e álcool. A segunda obra fornece um relato íntimo dos últimos três anos, apresentando um diagnóstico de câncer de pulmão em meio à pandemia, espiritualidade, rotina e reflexões sobre a morte e envelhecimento. As análises são conceitualmente embasadadas no pacto autobiográfico de Philippe Lejeune (1975), citando a verdade subjetiva, a autoficção de Serge Doubrovsky (1977) em relação à liberdade da ficção, entre outros autores citados. A análise combina as críticas de Pollyanna Reis Dias (2019) sobre o engajamento da cantora durante a ditadura, reflexões de Jéssica Feijó (2024), sobre liberdade narrativa de acordo com a “Jornada da Heroína” de Murdock (1990) e estudos de Tiago Ramos e Mattos sobre o pronome “eu” (2022). Também comparações com entrevistas da Rolling Stones fazem parte da verificação da convergência entre contexto fornecido pela mídia e a autobiografia. De acordo com as análises, podemos afirmar que as obras apresentam uma autoimagem intrincada, caracterizada por desafios irônicos, rebeldia, feminismo, vulnerabilidade e espiritualidade que ultrapassam os limites da realidade para criar uma construção altamente literária.
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