Goya e a imitação do pior

a deformação cômica em uma gravura de "Los Caprichos"

  • Edelberto Pauli Júnior UFMS/CPAQ
Palavras-chave: Goya, caprichos, retórica, poética, cômico

Resumo

Nesta comunicação, vincula-se a gravura (14) intitulada “¡Qué sacrificio!” da série Los Caprichos (1799) do pintor e gravurista aragonês, Francisco Goya (1746-1828), com a doutrina do cômico e de seu subgênero, a sátira. A hipótese do trabalho parte da homologia entre as artes da pintura e da poesia estabelecidas nas Poéticas de Aristóteles, Horácio e Alberti, que estabelecem procedimentos retórico-poéticos para a figuração do gênero baixo, que tem por finalidade a imitação do pior. A doutrina do cômico impõe a criação de seres híbridos, fantásticos e monstruosos como fundamento e matéria dos ridículos e pressupõe, mimeticamente, um ponto de vista superior que corrige a desproporção dos vícios, avaliando e julgando a conveniência poética de sua inconveniência ética. Em termos de metodologia, a pesquisa evidencia que a maniera antiga do cômico ainda palpita caprichosamente nas gravuras do artista espanhol.

Publicado
2025-11-17