O LETRAMENTO E A ALFABETIZAÇÃO INICIAL: como tais conceitos estão postos para os professores do ensino fundamental I

  • Deise Rodrigues de OLIVEIRA UFMS/CPTL
  • Onilda Sanches NINCAO UFMS/CPAQ
Palavras-chave: Letramento. Alfabetização. Ensino Fundamental.

Resumo

O presente artigo apresenta o propósito de refletir como a concepção de letramento e alfabetização está sendo assimilada pelos professores alfabetizadores do ensino fundamental I. Este trabalho é um recorte do projeto de pesquisa em desenvolvimento no PROFLETRAS/CPTL/UFMS, com o título “A perda da especificidade do ato de alfabetizar”. Com a maciça divulgação dos postulados dos estudos sobre o letramento, os aspectos linguísticos inerentes ao processo de alfabetização inicial foram, de certa forma, relegados a um segundo plano nesta etapa do ensino. Morais (2006, 2012) chama a atenção para um fenômeno que vem ocorrendo, nomeado “ditadura do texto”. Soares (2003, 2004) também aponta a perda da especificidade da alfabetização como um dos possíveis fatores de uma atual “modalidade” do fracasso escolar. Seguindo os pressupostos da etnografia colaborativa crítica (MAGALHÃES, 1994; BORTONI-RICARDO, 2006), foram aplicados questionários com o objetivo de coletar dados iniciais de como tais conceitos estão sendo aplicados e compreendidos por esses profissionais responsáveis pela inserção dos indivíduos no mundo formal da escrita. As reflexões demonstram que esses professores alfabetizadores já concebem a distinção entre os conceitos de alfabetizar e letrar. Portanto, a distinção entre o letramento e a alfabetização já não são conceitos desconhecidos no dia-a-dia pedagógico, mas o desequilíbrio provocado pela preocupação excessiva com o uso social do texto tem influenciado em relação à perda sistemática sobre a reflexão da língua no processo de alfabetização inicial.

Biografia do Autor

Deise Rodrigues de OLIVEIRA, UFMS/CPTL
Graduada em Letras (UNESP) e Pedagogia (UNESP) e Mestranda do PROFLETRAS/CPTL/UFMS.
Onilda Sanches NINCAO, UFMS/CPAQ
Doutora em Linguística (UNICAMP) e Professora Adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, e do PROFLETRAS/CPTL/UFMS.

Referências

BORTONI-RICARDO, S. M., PEREIRA, A. D. A. Formação continuada de professores e pesquisa etnográfica colaborativa: a formação do professor pesquisador. MOARA, Estudos Linguísticos, Belém, n. 26, 2006.

MAGALHÃES, M. C. C. Etnografia colaborativa e desenvolvimento de professor. Trabalhos em Lingüística Aplicada, Campinas, n. 23, p. 71-78, 1994.

MORAIS, A. G. Concepções e metodologias de alfabetização: por que é preciso ir além da discussão sobre velhos “métodos”? Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2006.

MORAIS, A. G. Sistema de escrita alfabética. São Paulo: Melhoramentos, 2012. (Coleção Como Eu Ensino).

SOARES, M. A reinvenção da alfabetização. Presença Pedagógica, Belo Horizonte, v. 9, n. 52, jul./ago. 2003.

SOARES, M. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminhos. Pátio - Revista Pedagógica, Porto Alegre, n. 29, fev./abr. 2004. Disponível em: <http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/40142/1/01d16t07.pdf>. Acesso em: 04 set. 2014.

Publicado
2015-08-18