O PARTIDO FEDERALISTA AO TEMPO DO CASTILHISMO-BORGISMO: CONSIDERAÇÕES HISTORIOGRÁFICAS

  • Eduardo Rouston Junior Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

A gênese da forma de governo republicana no Rio Grande do Sul foi caracterizada pelos confrontos políticos, ideológicos e militares entre as forças castilhistas (situação) e federalistas (oposição), gerando-se uma série de interpretações diferentes e divergentes quanto aos acontecimentos que marcaram tal período histórico. Em geral vinculados a um dos lados do conflito vigente no quadro político gaúcho, durante grande parte da República Velha, de modo geral, os autores produziram uma história marcada pelo partidarismo e pela paixão política. Nesse sentido, o presente trabalho busca compreender de que maneira um desses lados, em que se dividia politicamente o contexto sul-rio-grandense, no caso, a oposição federalista, foi tratado e analisado pela historiografia gaúcha da época, fosse ela ligada ao situacionismo castilhista-borgista, fosse ela afinada com as ideias defendidas pelos grupos opositores.

Biografia do Autor

Eduardo Rouston Junior, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Possui Graduação (2010) em História - Licenciatura Plena/Bacharelado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e Mestrado (2012) na área de concentração "História das Sociedades Ibéricas e Americanas" pelo Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Coordenou a secretaria de Porto Alegre do GT de História Política da Associação Nacional de História Núcleo Regional - Seção RS, durante a gestão (2012-2014). No momento, cursa o Doutorado pelo PPGH da PUCRS e é Professor Substituto de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República e História Regional do Brasil, atuando, principalmente, nos seguintes temas: história política no Brasil e no Rio Grande do Sul, imprensa, castilhismo e federalismo.

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Publicado
2016-08-04