REFORMA SOCIAL OU REVOLUÇÃO?
Marx, Honneth e a economia de mercado capitalista
Resumo
O presente trabalho busca abordar dois modelos de interpretação e, por conseguinte, de resposta às contradições sociais. Apresenta-se, na primeira parte, como Honneth explica essas contradições e quais “terapias” sugere. Seguindo a tradição hegeliana à qual se filia, Honneth interpreta a negatividade da economia de mercado capitalista não como decorrente de deficiências estruturais, mas como “desvios” ou “anomalias” (Fehlentwicklungen) a serem sanados através de um apelo à subjetividade moral dos indivíduos e, por conseguinte, ao fortalecimento de um comportamento ou consciência solidários. Isso garantiria, para Honneth, a “humanização” ou “reforma gradativa” de uma economia que fracassa na realização de suas próprias promessas. Recorrendo à análise do modo de produção capitalista empreendida por Marx na sua Crítica da Economia Política, argumentamos, na segunda parte, que as contradições sociais emergentes a partir da Modernidade são expressão de sua essência, contradições que se desenvolvem precisamente graças à realização daquelas promessas normativas. Assim, buscaremos defender a tese de que, para Marx, em oposição a Honneth, a superação dessas contradições sociais exige a superação tanto da realidade econômica que as engendra como dos princípios jurídicos que as reproduzem.
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