REFORMA SOCIAL OU REVOLUÇÃO?

Marx, Honneth e a economia de mercado capitalista

Palavras-chave: Capitalismo. Honneth. Marx. Anomalias (Fehlentwicklungen). Contradições estruturais.

Resumo

O presente trabalho busca abordar dois modelos de interpretação e, por conseguinte, de resposta às contradições sociais. Apresenta-se, na primeira parte, como Honneth explica essas contradições e quais “terapias” sugere. Seguindo a tradição hegeliana à qual se filia, Honneth interpreta a negatividade da economia de mercado capitalista não como decorrente de deficiências estruturais, mas como “desvios” ou “anomalias” (Fehlentwicklungen) a serem sanados através de um apelo à subjetividade moral dos indivíduos e, por conseguinte, ao fortalecimento de um comportamento ou consciência solidários. Isso garantiria, para Honneth, a “humanização” ou “reforma gradativa” de uma economia que fracassa na realização de suas próprias promessas. Recorrendo à análise do modo de produção capitalista empreendida por Marx na sua Crítica da Economia Política, argumentamos, na segunda parte, que as contradições sociais emergentes a partir da Modernidade são expressão de sua essência, contradições que se desenvolvem precisamente graças à realização daquelas promessas normativas. Assim, buscaremos defender a tese de que, para Marx, em oposição a Honneth, a superação dessas contradições sociais exige a superação tanto da realidade econômica que as engendra como dos princípios jurídicos que as reproduzem.

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Biografia do Autor

Márcio Schäfer, Universidade Federal do Maranhão

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2012) e doutorado em Filosofia pela Humboldt-Universität zu Berlin (2018) Dedica-se principalmente ao estudo da Filosofia Política, tendo por foco as obras de Platão, Aristóteles, Hobbes, Rousseau, Hume, Kant, Hegel e Marx. Também tem particular interesse em temas voltados à história do pensamento econômico, particularmente em autores como Quesnay, Smith e Ricardo. Ocupa-se principalmente de temas como liberdade, igualdade, Estado, sociedade civil-burguesa, trabalho, formação, alienação, natureza, cultura, valor, etc.. Interessa-se também pela tradição do pensamento dialético, especialmente na obra de Platão, Hegel, Marx e Adorno.

Polyana Tidre, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Graduada em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (2010), com intercâmbio na Université de Franche-Comté, França (2008). Mestre em Filosofia e bolsista do Programa Europhilosophie na Université de Toulouse - Le Mirail (França), na Université du Luxembourg (Luxemburgo) e na Ruhr-Universität Bochum (Alemanha) (2010-2012). Doutora em Filosofia pela Humboldt-Universität zu Berlin (2017), com publicação do livro "Individuum und Sittlichkeit" (2018). Docente visitante da Freie Universität Berlin (2015) e colaboradora do projeto de divulgação da coletânea "Die große Regression", organizado pela editora alemã Suhrkamp (2017). Atualmente pós-doutoranda na UNISINOS (PNPD-CAPES), participante do grupo de pesquisa "Filosofia Política, Normatividade e Dialética" (CNPq) e editora adjunta da Revista de Filosofia Controvérsia. Dedica-se à pesquisa da filosofia política moderna e contemporânea, com ênfase em autores como Hobbes, Locke, Rousseau, Hegel, Marx, Honneth, e em temas como as relações entre liberdade e necessidade, indivíduo e Estado, economia e política.

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Publicado
2020-07-08
Como Citar
Egídio Schäfer, M., & Tidre, P. C. (2020). REFORMA SOCIAL OU REVOLUÇÃO? . Eleuthería - Revista Do Mestrado Profissional Em Filosofia Da UFMS, 5(08), 155 - 192. Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/reveleu/article/view/10366
Seção
Artigos