ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE PICADA DE ABELHA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL, DE 2009 A 2019

Acidentes por picada de abelha em Pernambuco

  • Mrs. Kaliany Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Januse Míllia Dantas de Araújo Universidade Federal de Campina Grande
  • Dr. Renner de Souza Leite Universidade Federal de Campina Grande
Palavras-chave: Abelhas; Envenenamento; Picadas; Saúde Pública.

Resumo

No Brasil, o acidente por picada de abelha é um problema de saúde pública ambiental. Contudo, existem poucos estudos epidemiológicos sobre esse tipo de agravo, principalmente nos estados do Nordeste do país. Ademais, a epidemiologia e a distribuição espacial dos casos por picada de abelha no estado de Pernambuco não estão conclusivamente determinadas. O presente estudo teve por objetivo descrever características epidemiológicas dos casos de picada de abelha no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, de 2009 a 2019. Trata-se de uma investigação retrospectiva realizada com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram analisados ​​13.592 incidentes, que ocorreram em todos os meses do ano, com média mensal elevada. Os casos foram notificados em 148 municípios, com maior frequência nas regiões do Agreste e Sertão Pernambucano. Homens jovens e crianças foram os mais acometidos. As vítimas receberam atendimento médico predominantemente até 3 horas após o incidente. A maioria dos casos manifestou severidade leve e progrediu para a cura. Este estudo revela um perfil de elevada incidência de casos, prognóstico favorável e baixa letalidade. Dessa forma, são necessárias urgentemente ações sanitárias, visando diminuir o número dos acidentes por picada de abelha em Pernambuco.

Referências

1. Keer, WE. The history of the introduction of African bees in Brazil. South African Bee Journal. 1967; 2(39): 33-35.
2. Mistro DC, Rodrigues LAD, Ferreira WCJr. The Africanized honey bee dispersal: a mathematical zoom. Bulletin of Mathematical Biology. 2005; 67(2): 281-312.
3. Ferreira RS, Almeida RAMB, Barraviera SRCS, Barraviera B. Historical perspective and human consequences of africanized bee stings in the Americas. Journal of Toxicology and Environmental Health - Part B: Critical Reviews. 2012; 15(2): 97-108.
4. Michener CD. The brazilian bee problem. Annu Rev. Entomol. 1975; 20: 399-416.
5. Stort AC, Gonçalves LS. Africanização das abelhas “Apis melífera” nas Americas. In: Barraviera B. (Ed) Venenos animais: Uma visão integrada. Rio de Janeiro: EPUC; 1994. p. 33-47.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente por abelha: Situação epidemiológica dos dados. Acesso em 12 de junho de 2020. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/1-Casos-Abelhas-2000-2017.pdf.
7. Ownby CL, Powell JR, Jiang MS, Fletcher, JE. Melittin and phospholipase A2 from bee (Apis mellifera) venom cause necrosis of murine skeletal muscle in vivo. Toxicon. 1997; 35(1): 67-80.
8. Medeiros CR, França FO. Acidentes por abelhas e vespas. In: Cardoso JLC, França, FO, Wen, FH, Santána Málaque, CM, Haddad V. Animais Peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes, 2th ed. São Paulo: Sarvier; 2009. p. 259-267.
9. Almeida RA, Olivo TE, Mendes RP, Barraviera SR, Souza LR, Martins JG, Hashimoto M, Fabris ME, Ferreira Junior RS, Barraviera, B. Africanized honeybee stings: how to treat them. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2011; 44(6): 755-761.
10. Mitas L, Mitasova H. Spatial Interpolation. In: Longley MF, Goodchild DJ, Maguire DWR, Rhind DW. Geographical Information Systems: Principles, Techniques, Management and Applications. 2th ed. New York: Wiley; 1999. p. 481-992.
11. Silva BB, Ferreira MAF, Silva VPR, Ferreira RC. Desempenho de modelo
climático aplicado à precipitação pluvial do Estado de Pernambuco.
Revista Brasileira Engenharia Agrícola e Ambiental. 2010; 14(4): 387-395.
12. Sousa GS, Alves JE, Ximenes Neto FRG, Braga PET. Epidemiologia e distribuição espacial de acidentes por abelhas no estado do Ceará, 2003 a 2011. SaBios: Revista Saúde e Biologia. 2015; 10(3): 75-86.
13. Linard AT, Barros RM., Sousa JA, Leite RS. Epidemiology of bee stings in Campina Grande, Paraíba state, Northeastern Brazil. Journal Venomous Animals and Toxins Including Tropical Disiases. 2014; 20: 1-6.
14. Diniz AGQ, Belmino JFB, Araújo KAM, Vieira AT, Leite RS. Epidemiology of honeybee sting cases in the state of Ceará, Northeastern Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. 2016; 58(40): 1-5.
15. Oliveira SK, Trevisol DJ, Parma GC, Ferreira Júnior RS, Barbosa AN, Barraviera B, Schuelter-Trevisol F. Honey bee envenoming in Santa Catarina, Brazil, 2007 through 2017: An observational, retrospective cohort study. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2019; 52: 1-6.
16. Costa AG, Chaves BA, Murta GFL, Sachett JAG, Sampaio VA, Silva VC, Monteiro WM. Hymenoptera stings in Brazil: a neglected health threat in Amazonas State. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2018; 51(1): 80-84.
17. Silva WNT, Carmo DM, Marques AS, Nakajima NR, Silva Filho AG, Oliveira CJB, Santo MHC, Oliveira SV. Perfil epidemiológico dos acidentes causados por picadas de abelhas no estado de Minas Gerais, Brasil. Revista Saúde e Meio Ambiente. 2019; 9(3): 50-63.
18. Pereira AM, Chaud-Netto J, Bueno OC, Arruda VM. Relationship among Apis melífera L. stings, swarming and climate conditions in the city of Rio Claro, SP, Brazil. Journal of Venomous Animals and Toxins including tropical diseases. 2010; 16(4): 647-653.
19. Marques MRV, Araújo KAM, Vieira AT, Vieira AA, Leite RS. Epidemiology of envenomation by Africanized honeybees in the state of Rio Grande do Norte, Northeastern Brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2020; 23(e200005).
20. Chippaux JP. Epidemiology of envenomations by terrestrial venomous animals in Brazil based on case reporting: from obvious facts to contingencies. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases. 2015; 21: 1-17.
Publicado
2020-11-26