Aspectos epidemiológicos, sociais e ambientais relacionados a transmissão e ao controle da leishmaniose visceral canina na Ilha da Marambaia, Mangaratiba – Rio de Janeiro

  • Denise Alves de Lima Fundação Oswaldo Cruz
Palavras-chave: Leishmaniose visceral canina, aspectos socioambientais, Ilha da Marambaia

Resumo

As leishmanioses encontram-se entre as seis endemias mais prevalentes e negligenciadas no mundo inteiro. Atualmente está presente em todo território brasileiro. Cães representam um importante reservatório doméstico para o agente etiológico Leishmania infantum. O principal vetor no Brasil é a espécie Lutzomyia longipalpis. A Ilha da Marambaia vem apresentando casos de leishmaniose visceral canina, sem nenhuma notificação de casos humanos até o momento. A presença de mata nas proximidades das residências,  cães errantes e outros animais domésticos circulando pela ilha, a falta de saneamento básico e destino inadequado de resíduos são fatores que podem estar associados a manutenção da Leishmania infantum no local. O objetivo do presente artigo é apresentar a situação epidemiológica da leishmaniose visceral canina na Ilha da Marambaia bem como os aspectos sociais e ambientais presentes na região possivelmente relacionados à ocorrência dos casos caninos diagnosticados até a presente data.

Biografia do Autor

Denise Alves de Lima, Fundação Oswaldo Cruz

Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública sérgio Aroca, Departamente de Ciências Biológcas.

Aluna de Doutorado do programa de Saúde Pública e Meio Ambiente.

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Publicado
2020-05-18