Avaliação dos Níveis de Mercúrio (Hg) Total em peixes de igarapés da bacia do Rio Mamuru, Pará, Brasil

  • Diego Ramos Pimentel
Palavras-chave: Bioacumulação, mercúrio, peixes, igarapés, Amazônia

Resumo

Este trabalho investigou as concentrações de mercúrio em peixes de dez igarapés naturais que integram a bacia do Rio Mamuru, no interflúvio Mamuru-Arapiuns. As coletas foram realizadas no mês de setembro de 2009. A espécie Characidium sp1 apresentou a maior concentração de Hg com (515,6 ng.g-1) e a espécie Carnegiella strigata  a menor com (155 ng.g-1). A maioria das espécies não apresentou coeficiente de bioacumulação de Hg total significativo tanto em função do peso corporal quanto em função do comprimento padrão. Em ordem crescente de importância as concentrações médias de Hg total, por hábito alimentar, independente de espécie e igarapé, estiveram assim distribuídas: herbívoro (202,8 ng.g.-1), carnívoro (236,5 ng.g.-1), onívoro (295,8 ng.g.-1), insetívoro geral (336,3 ng.g.-1), insetívoro alóctone (347,9 ng.g.-1), insetívoro autóctone (429,2 ng.g.-1). A importância dos insetos aquáticos como elo de transferência de mercúrio dos sedimentos dos igarapés para os níveis tróficos superiores como os peixes, ficou evidenciada. Os níveis de Hg total encontrados nos peixes dos igarapés remotos estudados no presente estudo reforçam a teoria da ocorrência natural deste elemento nos solos da região e sugere-se também que a ecotoxicologia do Hg nos peixes pode estar influenciando na estrutura destas comunidades aquáticas.

Palavras-chave: Bioacumulação, mercúrio, peixes, igarapés, Amazônia.

Publicado
2019-12-13
Seção
Meio Ambiente