DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DO MANEJO SANITÁRIO E DA SAÚDE DE BOVINOS CRIADOS NO ASSENTAMENTO VINTE DE MARÇO LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS-MS

  • Hélder Silva Luna Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Vitória Luíza Santos Damasceno Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Campus de Três Lagoas (CPTL).
  • Isaque Macedo Sousa Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Campus de Três Lagoas (CPTL).
  • Wesley Lopes Silva Discente do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Campus de Três Lagoas (CPTL).
  • Rony Carlos Barcelos Blini Técnico de Laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Campus de Três Lagoas (CPTL).
Palavras-chave: Doenças dos bovinos, Saúde Pública, População Rural.

Resumo

O objetivo do presente trabalho foi realizar um diagnóstico referente às condições sanitárias de bovinos do assentamento Vinte de Março situado no município de Três Lagoas-MS. Foram visitadas 42 propriedades, com aplicação de questionário contendo perguntas abertas e fechadas durante os anos de 2018 e 2019. Foram abordadas perguntas desde a infraestrutura até as condições de manejo sanitário e saúde dos bovinos. A média do número de bovinos por assentado é de 19,2 animais e a procedência de uma forma geral ocorre dentro do próprio assentamento ou oriundo de propriedades circunvizinhas ao assentamento. Na maioria das propriedades pesquisadas foi relatado que a água fornecida para os animais era da mesma origem da usada para o consumo dos moradores. A maioria, 89,7%, relataram fazer limpeza dos bebedouros. Em 56,4% das propriedades foi relatado que recebem ou já receberam alguma assistência veterinária. Em relação aos cuidados com bezerro recém-nascido 100% dos entrevistados relataram fornecer o colostro nas primeiras 24 horas e tratarem o umbigo com algum tipo de produto desinfetante e repelente. Quanto à vacinação dos animais a pesquisa mostrou que 100% dos assentados vacinam contra febre aftosa, brucelose e carbúnculo sintomático. Em relação à incidência de doenças no rebanho foram citadas: mastite (17,9%); aborto (17,9%); diarreia (15,3%); requeima (10,2%); papilomatose (7,6%); retenção de placenta (7,6%); morte súbita (5,1%); umbigo infeccionado (2,5%); botulismo (2,5%); e tristeza parasitária bovina (2,5%). Quanto o uso de fichas técnicas específicas de controle sanitário do rebanho 76,9% dos entrevistados não faz uso. Após o presente diagnóstico, sugere-se que investimentos na infraestrutura e cursos de capacitação aos produtores sobre cuidados sanitários com bovinos contribuirão efetivamente na melhoria da qualidade de vida tanto animal como das pessoas.

Biografia do Autor

Hélder Silva Luna, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Docente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Campus de Três Lagoas (CPTL), Ciências Biológicas.

 

 

 

Referências

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Publicado
2020-05-01