O discurso eugenista como instrumento político na transição das Repúblicas

a institucionalização do "Perigo Amarelo" no âmbito da Constituinte de 1934

  • Diego Moraes IFG - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Resumen

A constituinte de 1934 apresentou uma série de restrições à entrada de imigrantes no Brasil, ganhando contornos maiores nos anos que seguiram ao "Estado Novo" getulista. Entremeado por discursos que perpassaram dimensões eugênicas, sanitaristas e até morais, a entrada de estrangeiros em solo nacional foi pauta dos debates da constituínte. Estava implicada a ideia de um “imigrante ideal” assim como o propósito de afastar aquele outro que se mostrava indigesto a um modelo de cidadão e sociedade que naquele contexto se empreendia constituir. A proposta desse artigo é apresentar a gênese desses discursos no contexto da transição da República Velha no âmbito da Constituinte de 1934, sobretudo quanto à questão do “Perigo Amarelo” em sua interface com panorama da política nacional e internacional que o Brasil se via emaranhado. 

 

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Biografía del autor/a

Diego Moraes, IFG - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Pós-Doc, Doutor e Especialista em História. Mestre e Licenciado em Filosofia. Professor do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia do IFG - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás / Câmpus Goiânia.

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Citas

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Publicado
2020-05-04
Cómo citar
MORAES, D. O discurso eugenista como instrumento político na transição das Repúblicas. albuquerque: revista de historia, v. 11, n. 22, p. 10-42, 4 may 2020.