A cristalografia e técnicas analíticas na descoberta de novos minerais no Brasil do século XXI

Resumo

O século XXI representou um ponto de inflexão no processo de descoberta de novas espécies minerais brasileiras. A descoberta de um novo mineral está intrinsicamente associada ao empenho de muitos pesquisadores que direcionaram suas áreas de pesquisa à cristalografia e mineralogia em conjunto com o avanço de diversas técnicas analíticas. A utilização das técnicas de difração de raios X (pó e monocristal), nêutrons, elétrons e o avanço de programas de computador associados ao refinamento de estrutura trouxeram a caracterização de minerais a um novo patamar. Além disso, a impressionante evolução da resolução espacial, acurácia, precisão e limites de detecção nas análises de composição química por microscópio eletrônico de varredura e microssonda eletrônica culminaram com a expansão na redeterminação e descoberta de novos minerais. O primeiro heteropoliniobato natural, a menezesita, teve seus dados publicados em 2008. Até o ano 2000, todos os minerais-tipo brasileiros totalizavam 36 espécies. No século 21, já foram descobertos 38 novos minerais no Brasil, aprovados pela Associação Mineralógica Internacional (IMA). Atualmente, são conhecidas 5688 espécies minerais (março de 2021). Além disso, avanços tecnológicos, como a construção de novas fontes de luz síncrotron permitirão a investigação de cristais cada vez menores, como nanopartículas, que ultrapassarão novas fronteiras do conhecimento.

Publicado
2021-06-17