DESAPRENDER/DESPENSAR PARA, ENFIM, RE-APRENDER-COM
DO EPISTEMICÍDIO DOS NÃO-MODERNOS ÀS TEORIZAÇÕES DESCOLONIAIS
Resumo
Este trabalho tem por objetivo delinear uma discussão teórica assentada na premissa de que precisamos desaprender/despensar a episteme moderna para, enfim, re-aprender-com com as epistemologias do Sul. Nesse ínterim, valeremo-nos de uma teorização outra, de cunho descolonial, respaldada pelo que entendemos por crítica biográfica fronteiriça respaldando-nos, por extensão, nos conceitos de epistemicídio e de não-modernos. Dentre os autores que abalizam esse intento, mencionamos Boaventura de Sousa Santos, Maria Paula Meneses, Walter Mignolo, Ramón Grosfoguel e Silviano Santiago. Por fim, coadunaremos práticas epistêmicas de (auto)reflexidades pós-abissais no ensejo de não só questionarmos aquilo que nos foi ensinado enquanto não-modernos, latinos, anthropos e subalternos, mas, para além disso, angariamos colocar em xeque muito do que fomos ensinados sobre como aprender (SANTOS, 2019) e, sobremaneira, como existir a partir do lugar mais obscuro da exterioridade.
Referências
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MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
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