ARTE COMO PERCURSO DE VIAGEM

A OBRA DE PAULO NAZARETH E A RESSIGNIFICAÇÃO DOS TRAJETOS

  • Camila Calolinda da Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Este artigo apresenta resultados parciais de um projeto de pesquisa em andamento, que se insere em meio aos estudos de linguagens e aos seus desenvolvimentos no campo das artes visuais contemporâneas. Nele buscamos investigar a relação entre obras que se configuram como percursos de viagem e os caminhos trilhados pelos artistas, com enfoque no seu potencial para ressignificar esses mesmos caminhos por meio da relação artística. Para isso partimos de dois conceitos de base antropológica, os de “lugar” e “não lugar”, cunhados em 1992 pelo etnólogo e antropólogo francês Marc Augé (1935-), e perguntamos se as obras teriam potencial para ressignificar não lugares em lugares. Os conceitos de significação e de ressignificação estão ancorados na semiótica geral de Charles S. Peirce (1839-1914) e nas noções de signo e semiose, a partir dos quais se procurará compreender como se dá a geração de significado nas obras. Delimita-se o estudo em uma das séries na qual o artista mineiro Paulo Nazareth atua como artista viajante chamada “Cadernos de África” (2012-). Ao final, a pesquisa deverá contribuir para a ampliação dos estudos da arte enquanto linguagem, sob o foco da semiótica peirciana e das relações interdisciplinares com a antropologia.

Biografia do Autor

Camila Calolinda da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mestranda em Estudos de Linguagens pela mesma instituição. ORCID: 0000-0002-4661-2569. E-mail: camila.calolinda@hotmail.com.

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Publicado
2021-06-29