POÉTICAS DO CORPO FEMININO NA OBRA “CARTA À RAINHA LOUCA”, DE MARIA VALÉRIA REZENDE E NO CONTO “O PAI”, DE HELENA PARENTE CUNHA
Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir, a partir do romance Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende e do conto “O pai” do livro Os provisórios (1980), de Helena Parente Cunha, aspectos da condição da mulher no Brasil colônia e na contemporaneidade, revistos sob a ótica de uma escritora dos anos 2000 e outra dos anos 1980, diante de uma cultura patriarcal dominante para em seguida comparar de que forma os corpos sociais e políticos femininos, representados pelas protagonistas, inscreveram suas histórias e identidades culturais num contexto de repressão e subjugação. Para tanto, convidamos à revisão da literatura em uma perspectiva cultural, social e teoricamente orientada pela crítica feminista, especialmente Saffioti (1987; 2015), Lerner (2019), Lugones (2008), Segato (2012), e o pensamento descolonial de Walter Mignolo (2014) e Palermo (2008).
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