DOS VERSOS PARA REGURGITAR
GASTRONOMIA E ESCATOLOGIA EM FÁBIO GONDIM (2017)
Resumo
Fábio Gondim, em seus Versos para lamber (2017), prepara uma verdadeira experiência gastronômica e literária, composição elaborada pela inclinação sinestésica do poema e da temática alimentar. Outrossim, o ato de lamber e a sensorialidade do paladar são evocados inclusive na partição dos textos e na editoração do material. Contudo, o livro guarda uma segunda experiência escondida pela viagem sensorial: o repugnante e o asqueroso contidos no vocabulário escatológico do poeta. Nosso objetivo, neste artigo, é analisar essa mão dupla da poética do nosso corpus, em uma abordagem panorâmica do texto, buscando desvendar essa meta-poética gastronômica (MONTANARI, 2009; SAVARIN, 1995) e escatológica (HUGO, 2002; BAKHTIN, 1999) de Fábio Gondim (2017).
Referências
ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad. Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Trad. Yara Frateschi. 4. ed. São Paulo/Brasília: Hucitec/Editora UnB, 1999.
BRILLAT-SAVARIN, Jean Anthelme. A fisiologia do gosto. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
GONDIM, Fábio. Versos para lamber. Campo Grande: Life Editora, 2017.
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MEDEIROS, Nuno. A edição de livros como formulação do mundo: ideias e casos. Revista Brasileira de História da Mídia, v. 4, n. 2, jul./dez. 2015.
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MONTANARI, Massimo (Org.). O mundo na cozinha: história, identidade, trocas. São Paulo: Senac São Paulo, 2009.
PONTES, José Couto Vieira. História e Literatura de Mato Grosso do Sul. São Paulo: Editora do Escritor, 1981.
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