O projeto batuclagem e a educação ambiental por meio do brincar: abordando o lúdico no ensino de ciências

  • Luiz Henrique Portela Faria Universidade Federal do ABC
  • Ana Maria Dietrich Universidade Federal do ABC
Palavras-chave: brincadeiras, ensino de ciências, ensino-aprendizagem, Batuclagem

Resumo

Este artigo visa analisar o uso de brincadeiras como instrumentos pedagógicos para o ensino de ciências às crianças. Para isto, foram consideradas as estratégias pedagógicas do Projeto de Extensão Batuclagem (PROEC-UFABC/2011-2016), que tem como base o ensino lúdico voltado à questão ambiental. Inicialmente, discute-se o aspecto lúdico no ensino de ciências com base em Vygotsky, Winnicott e Kishimoto. Adiante, apresenta-se os resultados da observação participante das oficinas do Projeto Batuclagem, analisando-os segundo a perspectiva sócio-interacionista. Dentre os resultados propostos, verifica-se a importância do brincar às crianças para o ensino de ciências, enquanto uma ação que potencializa o desenvolvimento dos processos superiores, propiciando memória, atenção, raciocínio lógico, expressão oral e corporal. Além disso, o brincar é um instrumento psicológico para imitação da realidade, o qual se apropria de signos e símbolos da cultura humana, permitindo que a criança empregue tais conhecimentos em situações socialmente construídas. Por fim, as brincadeiras podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades para orientação social, subordinando comportamentos às regras de convivência social, educando para um comportamento racional e consciente.

Referências

DIETRICH, Ana Maria; PETERSEN, Simone (org). Batuclagem e a magia das histórias: Chapeuzinho verde e outros contos. Santo André: UFABC, 2014.

FARIA, Luiz Henrique Portela. A contação de história como estratégia de ensino em educação não formal: análise do Projeto Batuclagem (UFABC). 233 p. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do ABC. Santo André, 05.08.2016.

GOHN, Maria da Glória M. Educação não formal no Brasil: anos 90 in Cidadania: Revista do Grupo de Estudos sobre movimentos sociais. n° 10. Campinas: Unicamp, novembro de 1997.

___________. Educação não formal: um novo campo de atuação in Ensaio: Revista de Avaliação e políticas públicas em Educação n. 21, vol. 6. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, 1998, pp. 511-526.

___________. Educação não formal e cultura política: impactos sobre o associatismo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 1999.

___________. A Educação não formal e a relação escola-comunidade in Eccos: Revista Científica. n° 2, vol. 6. São Paulo: Uninove, 2004. pp. 39-65.

___________. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas In Ensaio: Revista de Avaliação e políticas públicas em Educação n. 14, vol. 50. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, 2006a, pp. 27-38.

___________. Educação não formal na pedagogia social in Anais do 1° Congresso Internacional de Pedagogia Social. Março, 2006b.

Educação não-formal, educador(a) social e projetos sociais de inclusão social [Versão eletrônica]. Rio de Janeiro: Meta Avaliação, 2009, v.1, p. 28-43.

___________. Educação não formal e o educador social. São Paulo: Cortez, 2010.

___________. Educação não formal e no campo das artes. São Paulo: Cortez, 2015.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. 1a ed. São Paulo: Pioneira, 1994.

___________. A importância do Brincar. Univesp TV, 2010. Entrevista concedida ao Tatiana Bertoni. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=09w8a-u-AUU

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2011.

VYGOTSKY, L. S. Psicologia da arte. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo. Martins Fontes, 1999a.

___________. O desenvolvimento psicológico na infância. Trad. Claudia Beliner. São Paulo: Martins Fontes, 1999b.

___________. Manuscrito de 1929 In Educação e Sociedade: revista quadrimestral de Ciência da Educação/Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes) n. 71. Campinas: Cedes, 2000, pp. 21-44.

___________. A construção do pensamento e da linguagem. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

___________. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

___________. Pensamento e linguagem. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

___________. Psicologia Pedagógica. Trad. Paulo Bezerra. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

___________. Imaginação e criatividade na infância. Trad. João Pedro Fróis. São Paulo: Martins Fontes, 2014a.

___________. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Trad. José Carlos Santa Luzia. São Paulo: Ícone Editora, 2014b.

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

Publicado
2018-02-20