TRAVESTILIDADES E PSICANÁLISE
CORPO FETICHIZADO, VIOLÊNCIA E O (IN)FAMILIAR
Resumen
Frequentemente nos deparamos com matérias jornalísticas que relatam a violência contra os corpos das travestis, desfiguram-no, queimam-no, apedrejam-no, em suma, são crimes brutais que remetem a um retorno à barbárie. Este artigo tem como objetivo realizar discussões acerca da violência contra LGBTQIA+, dando ênfase na violência contra travestis. A base epistemológica refere-se à Psicanálise, por seus estudos possibilitarem introduzir a noção de pulsão, que discorre sobre o corpo para além do campo biológico, e por permitir uma compreensão das contradições presentes na sociedade. Justifica-se pela emergência de estudar e discutir acerca desta temática, haja vista que o Brasil é líder mundial em assassinato de travestis. Sobre a violência direcionada para esses corpos, em particular, as contribuições da psicanálise possibilitam, dentre inúmeras questões, analisar dois pontos em especial: a perspectiva do corpo e a ideia de infamiliar, como algo que retorna. Para concluir recorre-se ao princípio ético de Lacan: a psicanálise diante da psicose não deve recuar. Assim, usando tal pensamento, podemos afirmar que diante das questões LGBTQIA+, em particular, nas questões relacionadas aos corpos das travestis, a psicanálise não deve recuar. A psicanálise deve ampliar a ideia de setting analítico, colocar os divãs nas praças onde estão, inclusive, os corpos mais vigiados.
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