A AUTORREFERÊNCIA E A TEMATIZAÇÃO DA MÃE JUDIA NAS CRÔNICAS DE MOACYR SCLIAR
Resumo
Moacyr Scliar (1937-2011) é um imortal da Academia Brasileira de Letras. Seu destaque deu-se, principalmente, a partir de suas crônicas contemporâneas de assuntos cotidianos contemplados com humor, reflexão e ironia. Dentre seus escritos, percebe-se a autorreferência em muitas de suas produções, sendo que, dentre as influências, constam a temática da migração e do judaísmo. Nesse trabalho, pretende-se demonstrar como Scliar insere a temática da mãe judia em suas crônicas a partir das experiências que ele teve com sua mãe. Nas palavras de Moacyr Scliar, a mãe judia teve, na América, suas energias grandemente multiplicadas, tornando-se a superalimentadora e superprotetora, pontos que o autor considera característicos para que uma mãe seja considerada judia. Moacyr exerceu uma literatura autorreferencial durante toda a sua vida, constatações realizadas também por autores como Zilberman (2009) e Fischer (2004). Essa literatura biográfica e confessional da relação com sua dedicada mãe e sobre a temática de mães, no geral, esteve presente em toda a sua obra literária, mas é no livro Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar que o autor concentra suas crônicas sobre mães. A presente pesquisa constituiu-se a partir de levantamentos qualitativos bibliográficos das obras do escritor Moacyr Scliar e concentrou-se na temática de sua autorrepresentação sobre o sentimento maternal das mães e especificamente das mães judias. Ao final, constatou-se a expressão de carinho e comoção que o autor demonstra em relação à sua mãe, a qual em suas próprias palavras, era verdadeiramente uma mãe judia, autêntica alimentadora e zelosa.
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