MERLEAU-PONTY, O INCONSCIENTE E A ARTE
uma leitura da obra dos artistas de Engenho de Dentro
Resumo
Nosso objetivo é explicitar a importância da psicanálise para Merleau-Ponty através do uso que este faz da noção de inconsciente na chamada “ontologia da carne”, presente na obra O visível e o invisível. É a partir da psicanálise incorporada à ontologia, como um desapossamento do sujeito em direção a um contato mais primitivo com o mundo, que a arte possui preeminência enquanto expressão do Ser bruto em sua ambiguidade entre inconsciente e consciente. Desse modo, procuramos aplicar a ontologia psicanalítica merleau-pontyana na leitura da obra dos internos psiquiátricos de Engenho de Dentro, tutelados por Nise da Silveira, com intuito de interpretar, na expressão artística enquanto cura, o entrelaçamento do inconsciente e do consciente. Concluímos que Merleau-Ponty possibilita, na composição de sua ontologia em estreita relação com a psicanálise, uma abertura à experiência dos sujeitos esquizofrênicos que têm sua percepção e expressão muitas vezes excluídas da filosofia e da cultura.
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Referências
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