MICHEL HENRY: UMA APROXIMAÇÃO FENOMENOLÓGICA AO CORPO SUBJETIVO
contribuição para a epistemologia da corporalidade
Resumo
O objetivo deste trabalho é mostrar os principais conceitos da fenomenologia da corporalidade de M. Henry em Filosofia e Fenomenologia do corpo (1965), trabalho no qual Henry desenvolve esses conceitos e com frequência utiliza os argumentos de Maine de Biran (1766-1824) para promover sua própria filosofia. O cartesianismo, o empirismo e a filosofia kantiana – assim como a biomedicina tradicional – concebem o corpo como um objeto. Henry descreve o tipo de corpo esboçado por Biran como um “corpo encarnado”, destacando o papel da linguagem que opera na forma como acabamos considerando nosso corpo como um “objeto”. Para Henry, o corpo é subjetivo e é o próprio ego: um corpo que é um “eu”. Este é o “fato original” que funda sua fenomenologia. Henry reivindica a necessidade de uma ontologia da subjetividade, porque uma concepção empírica da vida interior só mostra o fracasso da psicologia empírica em seu intento de explicar o movimento e a corporalidade em geral. Henry objetiva construir uma ontologia fenomenológica do corpo. O tipo de movimento que o intelectualismo intenta construir é, na realidade, apenas uma representação do movimento.
Downloads
Referências
HENRY, M. (1975). Philosophy and phenomenology of the body. The Hague: Martinus Nijhoff.
HENRY, M. (1993). The genealogy of psychoanalysis. California: Stanford University Press.
HENRY, M. (1997). Philosophie et phénomenologie du corps. Essai sur l’ontologie biranienne. Paris: PUF.
HENRY, M. (2003). Incarnation. In: HENRY, M. Phénoménologie de la Vie I. De la Phénoménologie. Paris: PUF.
HENRY, M. (2008). La felicidad de Spinoza. Buenos Aires: La cebra.
HENRY, M. (2009). Fenomenología material. Madrid: Encuentro.
HENRY, M. (2010b). La esencia de la manifestación. Salamanca: Sígueme.
HENRY, M. (2018a). Encarnación. Una filosofía de la carne. Salamanca: Sígueme.
HENRY. M. (2018b). The emergence of the Unconscious in Western Thought. A conversation with Sergio Benvenuto. In: Journal of European Psychoanalysis, Winter–Fall 2001, Number 12–13.
BIRAN, Maine. (1981). Autobiografía y otros escritos. Buenos Aires: Aguilar.
O’SULLIVAN, M. (2006). Michel Henry: Incarnation, Barbarism and Belief. An introduction to the Work of Michel Henry. Bern: Peter Lang.
RICŒUR, P. (1965). De l’interprétation. Essai sur Freud. Paris: Seuil.
SEYLER, F. (2013). Is Radical Phenomenology Too Radical? Paradoxes of Michel Henry’s Phenomenology of Life. In: Journal of Speculative Philosophy. Vol. 27. No. 3. Special Issue with the Society for Phenomenology and Existential Philosophy, pp. 277–286. Penn State University Press.
SPINOZA, B. (1952). Ethics. Descartes. Spinoza. Great Books of the Western World. Chicago: Encyclopaedia Britannica, INC.
VANCOURT, R. (1944). La théorie de la connaissance chez Maine de Biran. Réalisme biranien et idéalisme. Paris: Aubier.
ZAHAVI, D. (1999). Michel Henry and the Phenomenology of the Invisible. Continental Philosophy Review 32, 223–240. https://doi.org/10.1023/A:1006922530863.
Copyright (c) 2021 Ignacio Iglesias Colilas

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Todos os trabalhos que forem aceitos para publicação, após o devido processo avaliativo, serão publicados sob uma licença Creative Commons, na modalidade Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License (CC BY-NC-ND 4.0). Esta licença permite que qualquer pessoa copie e distribua a obra total e derivadas criadas a partir dela, desde que seja dado crédito (atribuição) ao autor / à autora / aos autores / às autoras.