A DIMENSÃO ÉTICA E POLÍTICA DA RAZÃO EMANCIPATÓRIA NAS TEORIAS EDUCATIVAS DE ERASMO, KANT E DO ILUMINISMO FRANCÊS
Resumo
Reconhecer a liberdade humana contra tudo que pode alienar o homem constitui critério fundamental das teorias educativas desde a Renascença. Este reconhecimento da liberdade em si e no outro é justamente o que funda, em um primeiro momento, a axiologia educativa e os valores éticos que concernem à educação. A história da educação nos ensina a esse respeito que uma das grandes finalidades da educação e da razão emancipatória sempre foi o combate pela não discriminação. Nós veremos em Erasmo, assim como em Kant e na época do Iluminismo, que o projeto educativo consiste na capacidade de emancipar seres humanos da ignorância, afim de os tornar, propriamente falando, autônomos, livres e iguais. A filosofia questiona o sentido da educação: se educa para fazer o homem entrar em concordância com o mundo, para construir uma cidade justa e aperfeiçoar a natureza humana, realizando assim o que Aristóteles denominava o que é "próprio do homem". Contudo, veremos que a perspectiva clássica da educação centrada sobre o paradigma dos dons será contestada inicialmente pelo humanismo da Renascença e, em seguida, pelo ideal do progresso defendido pelos iluministas.
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Referências
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