AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA: PANORAMA E DESAFIOS DESDE O CENÁRIO GLOBAL ATÉ A BACIA DO PARANÁ 3

  • Fábio Corbari Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
  • César Adrián Ramírez Miranda Universidad Autónoma Chapingo
  • Wilson João Zonin Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Palavras-chave: Agroecologia, Sustentabilidade, Orgânico

Resumo

Este artigo objetiva analisar o panorama e desafios da agroecologia e agricultura orgânica. Utilizou-se de dados e informações sobre agroecologia e produção orgânica, desde a escala global até a Bacia do Paraná 3. Visualizou-se que mesmo com políticas públicas de fomento a agroecologia e iniciativas de atores, organizações e movimentos, a produção orgânica representa uma pequena parcela em relação a produção hegemônica de bases convencional. Dentre as principais dificuldades que causam a rejeição por aderir ao sistema produtivo ou abandar foram identificadas o desempenho produtivo e econômico e a burocracia e dificuldade com processos de certificação.

Biografia do Autor

Fábio Corbari, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE
Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Mestre e Doutorando em Desenvolvimento Rural Sustentável (UNIOESTE). E-mail: fabio.corbari@hotmail.com
César Adrián Ramírez Miranda, Universidad Autónoma Chapingo
Economista pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). Doutor em Ciencias Sociales pela Universidade Autónoma Metropolitana (UAM - Xochimilco). Coordenador do Posgrado em Desarrollo Rural Regional na Universidad Autónoma Chapingo (UACh). E-mail: cesarmr2001@yahoo.com.mx
Wilson João Zonin, Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável na UNIOESTE. E-mail: wzonin@yahoo.com.br

Referências

ALTIERI, M. A. Bases científicas para uma agricultura sustentável. 3 ed. Rio de Janeiro: Expressão Popular, 2012, 400p.

BRASIL. Brasil Agroecológico. Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, 10 Janeiro 2019. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/planapo/>. Acesso em: 26 junho 2019.

CAPORAL, F. C.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia e Extensão Rural: contribuições para a promoção do desenvolvimento rural sustentável. Brasília: MDA/SAF/DATER, 2007.

CARSON, R. Primavera Silenciosa. São Paulo: Global, 2010, 328p.

CORBARI, F.; ZONIN, W. J.; ALVES, A. F.; VORPAGEL, J. S.; ZANCO, A. M. Redes e conexões entre atores do desenvolvimento rural sustentável no oeste do Paraná. I Seminário Internacional de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável, Unioeste – Marechal Cândido Rondon, 2017. Anais... Marechal Cândido Rondon/PR. 2017. (Online).

CNPO. Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Disponível em: < http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/cadastronacionalprodutores-organicos> . Acesso em 28 de jun. 2019.

DALCIN, D.; SOUZA, Â. R. L.; FREITAS, J. B.; DEWES, Â. D. P. H. Organic products in Brazil: from an ideological orientation to a market choice. British Food Journal. v. 116, issue 12, p. 1998 – 2015, 2014.

ESCOBAR, A. La invención del Tercer Mundo. Construcción y descontrucción del desarrollo. Tradução de Diana Ochoa. Caracas: Fundación Editorial el perro y la rana, 2007. 419 p.

FAO. The State of the World’s Biodiversity for Food and Agriculture. FAO Commission on Genetic Resources for Food and Agriculture Assessments. Roma, p. 572. 2019.

FEIDEN, A. Agroecologia: Introdução e Conceitos. In: AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. (Ed.). Agroecologia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005.

GIRALDO, O. Utopias en la era de la supervivencia. Una interpretación del Buen Vivir. 1. ed. Chapingo: Editorial Itaca, 2014. 220 p.

GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável. 4 ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2009.

GUADARRAMA-ZUGASTI, C.; RAMIREZ, C. A. M.; TRUJILLO, L. O. Introdução. Desarrollo rural, democraria, soberania y migración. In: RAMIREZ, C. A. M., et al. Desarrollo Rural: Democracía, soberanía y migracíón. Enfoques sobre desarrollo y migración. Chapingo: Univeridad Autónoma Chapingo. Maestría en Ciências en Desarrollo Rural Regional, 2009. p. 29-41.

GUDYNAS, E. Transições ao pós-extrativismo. Sentidos, opções e âmbitos. In: DILGER, G.; LANG, M.; FILHO, J. P. Descolonizar o imagináro. Debates sobre pós-extrativisno e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016. p. 174-212.

IFOAM. Into the Future. Consolidated Annual Report of IFOAM, 2017. Disponivel en: <http://www.ifoam.bio/sites/default/files/annual_report_2017_0.pdf>. Acesso em: 28 jun. de 2019.

IBGE. Censo Agropecuário 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Agropecuario_2006>. 2006. Acesso em 10 de setembro de 2019.

ITAIPU BINACIONAL. Programa Cultivando Água Boa. 2019. Disponível em: . Acesso em 25 de maio de 2019.

KOESLING, M.; LØES, A. K.; FLATEN, O.; KRISTENSEN, N. H.; HANSEN, M. W. Farmers’ reasons for deregistering from organic farming. Org. Agr. Springer. Ago. 2012.

LOURENÇO, A, V.; SCHNEIDER, S.; GAZOLLA, M. A agricultura orgânica no Brasil: Um perfil a partir do Censo agropecuário 2006. Extensão Rural, DEAER – CCR – UFSM, Santa Maria, v.24, n.1, jan./mar. 2017.

MAPA. Agropecuária Brasileira em Números. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/agropecuaria-brasileira-em-numeros>. Acesso em 25 de junho, 2019.

MARECHAL CÂNDIDO RONDON. Decreto nº 339, de 30 de outubro de 2018. Regulamenta a lei nº 4904, que dispõe sobre a obrigatoriedade de aquisição de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar no âmbito do sistema municipal de ensino de Marechal Cândido Rondon e dá outras providências, 2018. Marechal Cândido Rondon / PR.

MAZOYER, M.; ROUDART, L. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: NEAD,2010.

MEADOWS, D. et al. Limites do crescimento. QualityMark, 1972.

MOLINA, M. G. D.; GUZMÁN-CASADO, G. I. Agroecology and Ecological Intensification. A Discussion from a Metabolic Point of View. Sustainability, 86, 2017. 1-19.

NIEDERLE, P. A.; ALMEIDA, L. A nova arquitetura dos mercados para produtos orgânicos: o debate da convencionalização. In: NIEDERLE, P. A.; ALMEIDA, L.; VEZZANI, F. M. (Orgs.). Agroecologia: práticas, mercados e políticas para uma nova agricultura. Curitiba: Kairós. 2013, 393p

OBSERVATÓRIO TERRITORIAL. Oeste do Paraná em Números. Parque Tecnológico Itaipu – PTI: Foz do Iguaçu, 2018.

PADEL, S. Conversion to organic farming: A typical example of the diffusion of an innovation? Sociologia Ruralis, 40:40–61, 2001.

PIMBERT, M. Global Status of Agroecology: A Perspective on Current Practices, Potential and Challenges. vol l; no 41 EPW Economic & Political Weekly, 2018.

PRETTY, J. Agri-Culture: reconnecting people, land and nature. London: Earthscan, 2002.

PRIMAVESI, A. Agroecologia: Ecosfera, tecnosfera e agricultura. São Paulo: Nobel, 1997. 199 p.

RAMÍREZ, C. A. M. Agroecología, Interdisciplina y Desarrollo Rural Sostenible. Campo-Território, 13, abril 2018. 271-285.

REICHERT, L. J; GOMES, M. C. O processo administrativo e a tomada de decisão de agricultores familiares em transição agroecológica. Revista de la Facultad de Agronomía, La Plata (2013) Vol 112 (2): 105-113

REPORTER BRASIL; PÚBLICA. Por trás dos alimentos. 2019. Disponível em: <https://portrasdoalimento.info/agrotoxico-na-agua/>. Acesso em 15 de jun. 2019.

ROSSET, P.; ALTIERI, M. Agroecología: Ciencia y política. 1 ed. Universidad Autónoma de Zacatecas. Red Internacional de Migración y Desarrollo, Ciudad de México: Miguel Angel Porrúa, 2019. 196p.

SAHM, H.; SANDERS, J.; NIEBERG, H.; BEHRENS, G.; KUHNERT, h.; STROHM, R.; HAMM, U. Reversion from organic to conventional agriculture: a review. Renew Agric. Food Syst. 28(3), 2013, 263-275.

SAMBUICHI, R. H. R. et al. Avaliação do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica: primeiros resultados. In: Congresso Brasileiro de Economia, Administração e Sociologia Rural, 54, 2016, Maceió/AL. Anais... Maceió/AL: SOBER, 2016. 9p. (Online).

SCALCO, Andréa Rossi et al . Factors that May Lead on the Non-renewal of Certified Organic Product According to Organic Producers in Brazil. Rev. Econ. Sociol. Rural, Brasília , v. 55, n. 3, p. 465-478, Sept. 2017 .

SCARABELOT, M.; SCHNEIDER, S. As cadeias agroaliementares curtas e desenvolvimento local: um estudo de caso no município de Nova Veneza/SC. Revista Faz Ciência - Unioeste, Volume 14 – nº 19 – Jan/jun, 2012. P.101-130

STROCHLIC, R.; SIERRA, L. Conventional, Mixed and ‘Deregistered’ Organic Farmers: Entry Barriers and Reasons for Exiting Organic Production in California. California Institute for Rural Studies, 2007.

SIERRA, L., KLONSKY, K., STROCHLIC, R., BRODT, S., AND MOLINAR, R. Factors Associated with Deregistration among Organic Farmers in California. California Institute for Rural Studies, 2008.

WEZEL, A. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. Agronomy for Sustainable Development, 29, 4, 2009, p. 503-515

ZONIN, W. J.. Agroecologia, transição agroecológica e mudança ambiental. In: BRANDENBURG, Alfio.; FERREIRA, Angela D. D. Agricultores ecológicos e o ambiente rural: visões interdisciplinares. São Paulo: Annablume, 2012.

Publicado
2019-12-08
Seção
Dossiê Agroecologia, agricultura de montanhas e sistemas agroflorestais