ÓLEOS DA FLORA E FAUNA UTILIZADOS PARA FINS MEDICINAIS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE BELÉM, PARÁ

  • Ágata Caldas Universidade do Estado do Pará
Palavras-chave: Fitoterapia, medicina alternativa, óleos medicinais

Resumo

Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento dos óleos da flora e fauna utilizados para fins medicinais e verificar se as indicações de uso descritas nos rótulos das embalagens são cientificamente comprovadas. A pesquisa foi bibliográfica com atividades de campo. A coleta de dados ocorreu em 14 locais que comercializavam óleos na cidade de Belém, Pará, que foram visitados no período de agosto de 2019 a agosto de 2020. Os nomes dos óleos, nomes científicos, indicações no rótulo da embalagem e evidências científicas foram dispostas em planilha no software Excel, e utilizou-se estatística descritiva para o estabelecimento de médias e frequências e posterior elaboração de gráficos. Os resultados indicaram a existência de 39 tipos diferentes de óleos nos pontos da amostra. Destes, 8 óleos são eficientes para todas as indicações dos rótulos, 10 para algumas indicações e 21 sem indicações comprovadas. Desta forma, apenas 20,5% dos óleos comercializados dispõem de comprovação para todas as indicações descritas nos rótulos das embalagens. Além disso, há rótulos que descrevem óleos como uma verdadeira panaceia. O poder público deveria atuar na fiscalização desses estabelecimentos a fim de proteger a saúde da população que consome esses óleos.

Referências

1. Abrahão ELCR, Carvalho JC. O programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos, os Arranjos Produtivos Locais (APL’s) das agricultoras familiares e ao acesso ao sistema único de saúde. Hegemonia – Revista Eletrônica do Programa de Mestrado em Direitos Humanos, Cidadania e Violência. 2018 Nov 21; 27(especial):43-57.

2. Martins MC, Garlet TMB. Desenvolvendo e divulgando o conhecimento sobre plantas medicinais. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, Santa Maria. 2016 Jan; 20(1): 438-448.

3. Nascimento Júnior BJ, Tínel LO, Silva ES, Rodrigues LA, Freitas TON, Nunes XP, et al. Avaliação do conhecimento e percepção dos profissionais da estratégia de saúde da família sobre o uso de plantas medicinais e fitoterapia em Petrolina - PE, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2016 Mar; 18(1):57-66.

4. Silva KO, Almeida SS. Uso de plantas medicinais em uma associação rural no semiárido baiano. Revista Saúde e Meio Ambiente. 2020 Jan-Jul; 10(1):95-105.

5. Oliveira ACD, Ropke C. Os dez anos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e os principais entraves da cadeia produtiva de extratos vegetais e medicamentos fitoterápicos no Brasil. Revista Fitos. 2016 Abr; 10(2):95-219.

6.Coli BA, Vilela CA, Silvério FR, Bernardes IN, Machado MG, Pinto LP. A utilização da aromaterapia na estética –revisão de literatura. Revista Saúde em Foco. 2018 Jan; 10(1):172-176.

7. Chaves MRV, Oliveira GMG, Neto MJ, Neves FML, Barbosa IML. Potencial fungicida de plantas medicinais do cerrado da costa leste do estado de Mato Grosso do Sul. Revista Saúde e Meio Ambiente. 2018 Jan-Jul; 6(1):71-80.

8. Cavaglieri M, Padilha TS, Prado JMK. Implantação de uma aromateca de óleos essenciais em uma biblioteca especializada. Revista de Ciência da Informação e Documentação. 2017 Out 4; 8(2):192.

9. Barreto JG, Matos AP. Efeito da fonoforese de óleo de andiroba (Carapa guianensis) sobre o edema inflamatório agudo [Dissertação]. Belém; 1998.

10. Silva LL. Entre os cheiros e garrafadas: o trabalho das vendedoras de cheiro nas feiras públicas de belém-pa em 1830-1890. Revista Margens Interdisciplinar. 2018 Jan 9; 11(16): 16.

11. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - Plantas medicinais e fitoterápicos. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. 4ª edição.

12.Góis L, Martins M, Silva IMM, Góis LM, Almeida, SG. O programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos e o processo participativo de implantação de hortas medicinais pelos coletivos de mulheres do MST, no sul de Minas Gerais. Revista Terceiro Incluído. 2017 Mai 20; 6(1):99.

13. Zanotto RL, Silveira RMCF, Sauer E. Ensino de conceitos químicos em um enfoque CTS a partir de saberes populares. Ciência & Educação (Bauru). 2016 Set; 22(3):727-740.

14. Gomes MS. Caracterização química e atividade antifúngica dos óleos essenciais de cinco espécies do gênero Citrus [Dissertação]. Lavras; 2011.

15. Brito FM, Oliveira AFP, Costa ICP, Andrade CG, Santos KFO, Anízio BKF. Fitoterapia na atenção básica: estudo com profissionais enfermeiros phytotherapy in primary care. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online. 2017 Abr 11; 9(2):480.

16. BRASIL. Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 jun. 2006. Seção 1.

17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Belém, Pará, Brasil - População estimada 2019.

18. Anuário estatístico do município de Belém. Caracterização do território. 2017. Censo Demográfico 2017. Belém do Pará: IBGE, 2017.

19. Mandalari G, Nueno-Palop C, Bisignano G, Wickham MSJ, Narbad A. Potential Prebiotic Properties of Almond (Amygdalus communis L.) Seeds. Appl Environ Microbiol. 2008 Jul; 74(14):4264-4270.

20. Schmeda-Hirschmann G, Delporte C, Valenzuela-Barra G, Silva X, Vargas-Arana G, Lima B, et al. Anti-inflammatory activity of animal oils from the Peruvian Amazon. J Ethnopharmacol. 2014 Out 28; 156:9-15.

21. Soliman FM, El-Kashory EA, Fathy MM, Gonaid MH. Analysis and biological activity of the essential oil of Rosmarinus officinalis from Egypt. Flavour and Fragrance Journal. 1994 Jan; 9(1):29-33.

22. Borges, R. S., Ortiz, B. L. S., Pereira, A. C. M., Keita, H., & Carvalho, J. C. T. (2018). Rosmarinus officinalis Essential oil: A review of its phytochemistry, anti-inflammatory activity, and mechanisms of action involved. Journal of Ethnopharmacology. 2019 Jan 30; 229:29-45.

23. Villareal MO, Ikeya A, Sasaki K, Arfa AB, Neffati M, Isoda H. Anti-stress and neuronal cell differentiation induction effects of Rosmarinus officinalis L. essential oil. BMC Complement Altern Med. 2017 Dez 22; 17:549.

24. Abdollahnejad F, Mosaddegh M, Kamalinejad M, Mirnajafi-Zadeh J, Najafi F, Faizi M. Investigation of sedative and hypnotic effects of Amygdalus communis L. extract: behavioral assessments and EEG studies on rat. Journal of Natural Medicines. 2015 Abr; 70(2):190-197.

25. Paixão SSRM, Fascineli ML, Roll M M, Longo JPF, Azevedo RB, Pieczarka JC, et al. The lipidome, genotoxicity, hematotoxicity and antioxidant properties of andiroba oil from the Brazilian Amazon. Genetics And Molecular Biology. 2016 Mai 13; 39(2):248-256.

26. Chia CY, Medeiros AD, Corraes AMS, Manso JEF, Silva CSC, Takiya C, et al. Healing effect of andiroba-based emulsion in cutaneous wound healing via modulation of inflammation and transforming growth factor beta 3. Acta Cirúrgica Brasileira, 2018 Nov; 33(11):1000-1015.

27. Rocha TT, Tavares-Martins ACC, Lucas FCA, Martins RCC. Potencial terapêutico e composição química do óleo de bicho do tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) utilizado na medicina popular. Scientia Plena. 2014; 10(11):1-10.

28. Yamaguchi MH, Gargia RF. Óleo de copaíba e suas propriedades medicinais: revisão bibliográfica. Revista Saúde e Pesquisa. 2012 Jan; 5(1):137-146.

29. Lisboa AJM, Queiroz FJG, Giotto AC, Santos JF, Silva KC. Análises fitoquímicas de copaifera langsdorffii DESF. Revista Científica Sena Aires. 2018 Out; 7(3):208-213.



30. Silva PAA, Mejia DPM. Atividade antimicrobiana do óleo essencial de Melaleuca alternifolia (tea tree) para uso como coadjuvante em antissépticos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2011; 13(4):492-499.

31. Santos JS, Vieira ABD, Kamada I. A rosa mosqueta no tratamento de feridas abertas: uma revisão. Rev Bras Enferm. 2009 jun; 62(3):457-462.

32. Peiretti PG, Gai F. Fatty Acid and Nutritive Quality of Chia (Salvia hispanica L.) Seeds and Plant During Growth. Animal Feed Science and Technology. 2009; 148(2-4):267-275.

33. Mendonça SNTG. Nutrição. Curitiba: Livro Técnico, 2010.

34. Zambom MA, Santos GT, Modesto EC. Importância das Gorduras Poli-insaturadas da Saúde Humana. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia. 2004; 547: 553-557.

35. Ribeiro, L. G. T. The scientific truth about a super functional food denominated coconut oil. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. 2017; 18(3):109-117.

36. Silva L, Ferrari RA, Park KJ.Óleos de sementes de abóbora e de moranga, obtenção e características. In: 20º Congresso interno de iniciação científica da UNICAMP; 2012 Out 24; Campinas; 2012.

37. Hong H, Kim C, Maeng S. Effects of pumpkim seed oil and saw palmetto oil in Korean men with symptomatic benign prostatic hyperplasia. Nutrition Research and Practice. 2009; 3: 323-327.

38. Xu Y, Qin J, Wang P, Li Q, Yu S, Zhang Y, et al. Chemical composition and larvicidal activities of essential oil of Cinnamomum camphora (L.) leaf against Anopheles stephensi. Rev Soc Bras Med Trop. 2020 Jan 27;53:1-5.

39. Leal CK, Coelho SJFJ, Machado SAH, Maria SLP, Carvalho SE, Costa BIC, Santos SA. Caracterização físico-química e quimiométrica do óleo de castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) comercializados em Belém do Pará. In: 56º Congresso Brasileiro de Química; 2016 Nov 7; Belém; 2016.

40. Santos OV. Estudo das potencialidades da castanha do brasil: produtos e subprodutos [Tese]. São Paulo; 2012.

41. Marques SR, Peixoto CA, Messias JB, Albuquerque AR, Silva Junior VA. The effects of topical application of sunflower-seed oil on open wound healing in lambs. Acta Cirurgica Brasileira. 2001; 19(3):196-209.

42. Barroso AKM, Torres AG, Castelo Branco VN, Ferreira A, Finotelli PV, Freitas SP, et al. Linhaça marrom e dourada: propriedades químicas e funcionais das sementes e dos óleos prensados a frio. Cienc. Rural. 2014 Jan; 44(1):181-187.

43. Mosavat SH, Masoudi N, Hajimehdipoor H, Emami Meybodi MK, Niktabe Z, Tabarrai M, et ak. Efficacy of topical Linum usitatissimum L. (flaxseed) oil in knee osteoarthritis: A double-blind, randomized, placebo-controlled clinical trial. Complementary Therapies in Clinical Practice. 2018 Mai:31, 302–307.

44. Militão C. Correios brasilienses revista: Pesquisadores identifica benefícios do óleo de pequi para o corpo humano. 2018.

45. Gomes DJ, Sales DS, Caetano BRF, Silva FRA, Pedroza AP, Carvalho EKMA. Possibilidades de uso de Caryocar brasiliense numa perspectiva farmacológica. Revista de Agroecologia no Semiárido. 2018 Jan; 2(1):13-20.

46. Bichara DSN, Colares MV, Leitão CSS, Damasceno KS. O uso de cosmecêuticos amazônicos na estética: a biodiversidade em favor da beleza. Revista de Produção Acadêmico-científica. 2019 Jan; 6(1):182-199.

47. Takano EH, Busso C, Gonçalves EAL, Chierice GO, Catanzaro-Guimarães SA, Castro-Prado MAA. Inibição do desenvolvimento de fungos fitopatogênicos por detergente derivado de óleo da mamona (Ricinus communis). Ciência Rural. 2007 Out; 37(5):1235-1240.

48. Yang C, Li L, Yang L, Lǚ H, Wang S, Sun G. Anti-obesity and Hypolipidemic effects of garlic oil and onion oil in rats fed a high-fat diet. Nutr Metab (Lond). 2018 Jun 20; 15:43.

49. Piletti R, Zanetti M, Jung G, Mello JMM, Dalcanton F, Soares C, et al. Microencapsulation of garlic oil by β‑cyclodextrin as a thermal protection method for antibacterial action. Mater Sci Eng C Mater Biol Appl. 2019; 94:139-149.

50. Neves AM, Noronha ASS, Alves LA, Bezerra RCF, Costa SS, Nogueira GSLS, et al. Avaliação da composição química do óleo fixo da amêndoa da castanha do caju (Anacardium occidentale l.). INTESA – Informativo Técnico do Semiárido (Pombal-PB). 2015 Jun; 9(2):54-57.

51. Scalia RA, Dolci JE, Ueda SM, Sassagawa SM. In vitro antimicrobial activity of Luffa operculata. Braz J Otorhinolaryngol. 2015 Jul-Ago; 81(4):422-430

52. Lorenzi H, Matos FJA. Plantas Medicinais no Brasil Nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002.

53. Silva AL. Animais medicinais: conhecimento e uso entre as populações ribeirinhas do rio Negro, Amazonas, Brasil. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Humanas. 2008 Set; 3(3): 343-357.

54. Tian J, Ban X, Zeng H, He J, Huang B, Wang Y. Chemical composition and antifungal activity of essential oil from Cicuta virosa L. var. latisecta Celak. Int J Food Microbiol. 2011 Fev 28; 145(2-3):464-70.

55. Nascimento GGF, Locatelli J, Freitas PC, Silva GL. Antibacterial activity of plant extracts and phytochemicals on antibiotic – resistant bacteria. Brazilian Journal of Microbiology. 2000; 31:247- 256, 2000.

56. Estanislau AA, Barros FAS, Penã AP, Santos SC, Ferri PH, Paula JR. Composição química e atividade bacteriana dos óleos essenciais de cinco espécies de eucalyptus cultivadas em Goiás. Revista brasileira de famacognosia. 2011; 11(2):95-100.

57. Wu MS, Aquino LBB, Barbaza MYU, Hsieh CL, Cruz KAC, Yang LL, et al. Anti-Inflammatory and Anticancer Properties of Bioactive Compounds from Sesamum indicum L.-A Review. Molecules. 2019 Dez 4; 24(24):4426.

58. Mahboubi M. Mentha Spicata as Natural Analgesia for Treatment of Pain in Osteoarthritis Patients." Complementary Therapies in Clinical Practice. 2017 Fev; 26:1-4.

59. Sadeghi Ataabadi M, Alaee S, Bagheri MJ, Bahmanpoor S. Role of Essential Oil of Mentha Spicata (Spearmint) in Addressing Reverse Hormonal and Folliculogenesis Disturbances in a Polycystic Ovarian Syndrome in a Rat Model. Adv Pharm Bull. 2017 Dec; 7(4):651-654.
60. Singh SP, Chand L, Negri S, Singh AK. Antibacterial and antifungal activities of Mentha arvensis essential oil. Fitoterapia. 1992; 63(1):76–78.

61. Ferreira SB, Dantas IC, Catão RMR. Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial de sucupira (Pterodon emarginatus Vogel). Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2014 Jun; 16(2):225-230.

62. Arroyo J, Almora Y, Quino M, Martínez J, Condorhuamán M, Flores, M, et al. Efecto citoprotector y antisecretor del aceite de Copaifera officinalis en lesiones gástricas inducidas en ratas. An. Fac. Med. Lima. 2009 Jun; 70(2):89-96.

63. Olegario LS, Travália B. Estudo prospectivo sobre óleo de semente de uva. 6th International Symposium on Technological Innovation. 2015 Set; 3(1):306-316.
Publicado
2020-10-15