LIVROS: FONTES DO SABER OU DE INFECÇÃO?

  • Odanir Garcia Guerra Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Bianca Marani dos Santos Coqueiro Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Matheus Henrique Reis da Silva Unesp
  • Rachid Figueirôa Souza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Aline Rafaela da Silva Rodrigues Machado Unesp
Palavras-chave: Microbiologia ambiental, (b) Indicadores de contaminação, (c) Fômites, (d) Bactérias, (e) Fungos

Resumo

A maioria dos ambientes está suscetível à contaminação por microrganismos, assim, objetos de uso rotineiro podem ser importantes veículos para transmissão desses agentes. Dessa forma, objetivamos verificar a ocorrência de microrganismos em livros da biblioteca do Campus II da Universidade Federal de Mato do Sul – UFMS em Três Lagoas, MS.Cotonetes umedecidos com solução salina foram friccionados sob as superfícies dos livros e utilizados para semear em meios de cultura específicos para isolamento de bactérias e fungos. Observamos um grande número de bactérias isoladas, como as espécies: Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, e gêneros: Kurthia spp., Proteus spp., Pseudomonas spp., Gardnerella spp., Staphylococcus spp., Enterococcus spp. e  Streptococcus spp. Dentre os fungos, foram encontradas as espécies: Blastomyces dermatitidis, Microsporum ferrugineum, Trichosporon beigelii, Trichophyton rubrum, Cladosporium carrionii, Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Candida albicans, os gêneros: Aspergillus spp., Penicillium spp., Fusarium spp. e Cladosporium spp. Deste modo, concluímos que os livros podem ser considerados como verdadeiros depósitos de microrganismos e importantes veículos de transmissão destes para os seres humanos.

Biografia do Autor

Odanir Garcia Guerra, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Biomédico/Licenciado em Ciências Biológicas, Professor Associado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
Bianca Marani dos Santos Coqueiro, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Licenciada em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
Matheus Henrique Reis da Silva, Unesp
Licenciado em Ciências Biológicas, Mestrando em Microbiologia Aplicada, Universidade Estadual Paulista – UNESP Rio Claro
Rachid Figueirôa Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Acadêmico do curso de Medicina, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMS
Aline Rafaela da Silva Rodrigues Machado, Unesp
Doutoranda em Clínica Médica, Universidade de São Paulo – USP Ribeirão Preto

Referências

Smith SI, et al. Antibiotic susceptibility pattern of Staphylococcus species isolated from telephone receivers. Singapore Med J. 2009; 2(50):208-211.

Devine J. Is methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) contamination of ward-based computer terminals a surrogate marker for nosocomial MRSA transmission and hand washing compliance? J Hosp Infect. 2001; 48:72-5.

Tortora GJ, Funke BR, Case CL. Microbiologia. 8.ed. São Paulo: editora Artmed; 2005.

Rossi D, Deviene KF, Raddi MSG. Influência de fluídos biológicos na sobrevivência de Staphylococcus aureus sobre diferentes superfícies secas. Rev. Ciênc. Farm. Básica. 2008; 29:209-12.

Hartmann B, Benson M, Junger A, Quinzio L, Fengler B, Wille B, et al. Computer keyboard and mouse as a reservoir of pathogens in an intensive care unit. J of Clin Monit and Comp. 2004; 18:7-12.

Gomes JP, Rodrigues KL, Conceição RCS, Brod CS, Carvalhal JB, Aleixo JAG. Condições higiênico-sanitárias no comércio ambulante de alimentos em Pelotas – RS. Cienc Tecnol Aliment. Campinas, SP. 2003; 23(3):447-452.

Ender P. Contaminated currency: the true return on the dollar. 101st American Society for Microbiology General Meeting; Orlando. 2001.

Lacaz CS, Porto E, Heins-Vaccari EM, De Melo NT. Guia para identificação de Fungos, Actinomicetos e Algas de interesse médico. São Paulo: Editora Sarvier.

De la Maza LM, Pezzlo ME, Baron EJ. Atlas de Diagnóstico em Microbiologia. Porto Alegre: Editora Artmed.

Koneman EW. Diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido. 5.ed. Rio de Janeiro: Medsi. 2001.

Noskin GA, Stosor V, Cooper I, Peterson LR. Recovery ofvancomycin-resistantenterococcionfingertipsandenvironmentalsurfaces. Infection Control and Hospital Epidemiology. 1995; 16(10):577-581.

Barker J, Stevens D, Bloomfield SF. Spread and prevention of some common viral infections in community facilities and domestic homes. J Applied Microbiol 2001; 91(1):7-21.

Beumer R, Bloomfield SF, Exner M, Fara GM, Nath KJ, Scott E. The infection potential in the domestic setting and the role of hygiene practice in there duce infection. Geneva: International Scientific Forum on Home Hygiene.2002.

Bellamy K, Laban KL, Barret, Talbot DCS. Detection of viruses and body fluids which may contain viruses in the domestic environment. Epidemiol. Infect. 1998; 121: 673-680.

Ciragil P, Gul M, Aral M. Bacterial contamination of computers and telephones in a university hospital in Turkey. J Hosp Infect 2006; 62(2):247-248.

Trabulsi LR, Alterthum F. Microbiologia. 5.ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

Balaban N, Rasooly A. Staphylococcal enterotoxins (review). International Journal of Food Microbiology. 2000; 61:1-10.

Rongpharpi SR, Duggal S, Kalita H, Duggal AK. Staphylococcus aureus bacteremia: targeting the source. Postgrad Med. 2014; 126(5):167-75.

Mantese OC. Prevalência de sorotipos e resistência antimicrobiana de cepas invasivas do Streptococcus pneumoniae. J de Ped, Porto Alegre. 2003; 79(6):537-542.

Scalabrin R. Isolamento de Streptococcus pyogenes em indivíduos com faringo amigdalite e teste de susceptibilidade a antimicrobianos. Rev Bras de Otorrinolaringologia, São Paulo. 2003; 69(1):814-818.

Anjos LM, Marcondes MB, Lima MF, Mondelli AL, Okoshi MP. Streptococcal acute pharyngitis. Rev Soc Bras Med Trop. 2014; 47(4):409-13.

Weidman DR, Al-Hashami H, Morris SK. Two cases and a review of Streptococcus pyogenes endocarditis in children. BMC Pediatr. Sep10, 2014; 14:227.

Stucki K, Harbarth S, Nendaz M. Enterococcal infections: from simple to most complex. Rev Med Suisse. Oct15, 2014; 10(446):1918, 1920.

Lopetuso LR, Scaldaferri F, Franceschi F, Gasbarrini A. The gastrointestinal microbiome – functional interference between stomach and intestine. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2014; 28(6):995-1002.

Spindola S. Ocorrência de Escherichia coli em culturas de urina no setor de microbiologia do PAM - Antônio Ribeiro Netto. Rev Novo Enfoque, Rio de Janeiro. 2006; 05(5).

Sakwinska O, Bastic Schmid V, Berger B, Bruttin A, Keitel K, Lepage M, et al. Nasopharyngeal microbiota in healthy children and pneumonia patients. J Clin Microbiol. 2014; 52(5):1590-4.

Datcu R. Characterization of the vaginal microflora in health and disease. Dan Med J. 2014; 61(4).

Murray PR, Manual of Clinical Microbiology. 6.ed. Washington, DC: American Society for Microbiology; 1995.

Martins CHG. Contaminação de Telefones Públicos em Franca, São Paulo, Brasil. Rev Bras de Ciências da Saúde, São Paulo. 2008; 12:127-136.

Lima TD, Fernandes OFL, Souza HLK, Passos SX, Silva MRR. Candida albicans de mucosa vaginal: morfotipagem e produção de proteinase. Rev de Patol Trop, Goiania. 2004; 33(1):65- 70.

Kuleta JK, Kozik MR, Kozik A. Fungi pathogenic to humans: molecular bases of virulence of Candida albicans, Cryptococcus neoformans and Aspergillus fumigatus. Acta Bichimica Polonica, Warszawa. 2009; 56(2):211–224.

Cardoso BC. Efeito de antifúngicos em suspensões e biofilmes de Candida albicans e Candida dubliniensis [dissertação]. Universidade do Minho, Braga; 2004.

Cannon RD, Holmes AR, Mason AB, Monk BC. Oral Candida: Clearance, Colonization, or Candidiasis? J of Dental Res. Washington. 1995; 74(5):1152-1161.

Singh A, Verma R, Murari A, Agrawal A. Oral candidiasis: An overview. J Oral Maxillofac Pathol. 2014; 18(Suppl1):S81-5.

Welke JE, Hoeltz M, Noll IB. Aspectos relacionados à presença de fungos toxigênicos em uvas e ocratoxina A em vinhos. Ciência Rural, Santa Maria. 2009; 39(8):2567-2575.

Souza AC, Oliveira GEM, Ogawa WN, Poletto KQ. Microrganismos Encontrados em Dinheiro Brasileiro Coletado em Feira Livre. Ed. News Lab. 2006; 77.

Anderson G, Palombo EA. Microbial contamination of computer keyboards in a university setting. Am J Infect Control. 2009; 37:507-9.

Silva MHR, Gotarde AHB, Barros AAS, Blini RCB, Bernardes LG, Machado ARSR, Guerra OG, Machado AM. Isolamento e identificação de microrganismos presentes em superfícies de teclados e mouses de uma universidade de Três Lagoas, MS. Colloquium vitae, 2015; 7 (In Press).

Al-Abdalail AHA. Isolation and identification of microbes associated with mobile phones. J of Fam and Comm Med, 2010; 17(1):11-14, 69.

Nelson J, Bivense A, Shinn A, Wanzer L, Kasper C. Microbial Flora on Operating Room Telephones, Association of operating room nurses. AORN J. 2006; 83:60.

Mangram AJ, Horan TC, Pearson ML, Silver LC, Jarvis WR. Centers for Disease Control and Prevention Hospital Infection Control Practices Advisory Committee, Guideline for prevention of surgical site infection. Am J Infect Control. 1997; 27:97-134.

Publicado
2015-12-22