Efetividade de um programa educacional voltado à prática de atividade física em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise

  • Raquel de Fátima Cavalheiro Hashimoto
  • Ronaldo D’Avila
  • Carlos Aparecido Zamai Universidade Estadual de Campinas Universidade Paulista

Abstract

Verificar o grau de atividade física e analisar a resposta dos pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise à tentativa de educação e orientação voltadas à prática de atividade física. Para avaliar o programa em si e a participação dos pacientes, utilizou-se o Questionário Internacional de Atividades Físicas (versão longa do IPAQ, 2012); um registro para analisar a média diária em minutos de caminhada e o tempo de ginástica praticado e perguntas específicas sobre a validade do curso. Avaliou-se ainda, as respostas ao questionário de qualidade de vida na insuficiência renal crônica (KDQOL- SFTM13). Os pacientes aumentaram de maneira significativa a prática de caminhadas diárias quando fora das sessões de hemodiálise (8,3; 6,0; 23,8; 24,8 minutos ao dia, respectivamente, do primeiro ao último mês do programa educacional - p< 0,001 entre os dois últimos meses versus os dois primeiros meses) e cumpriram todas as etapas coletivas preconizadas. Dez pacientes melhoraram o nível da sua classificação quanto à atividade física e todos os pacientes avaliaram de maneira positiva o programa. Houve significativa melhora na qualidade de vida em vários domínios. A prática das atividades não provocou nenhuma intercorrência clínica. O programa mostrou-se satisfatório para melhora da atividade física dos pacientes em hemodiálise, associou-se à melhora da qualidade de vida, foi seguro e bem avaliado pelos pacientes.

Author Biography

Carlos Aparecido Zamai, Universidade Estadual de Campinas Universidade Paulista
Universidade Estadual de Capinas - Programa Mexa-se Unicamp

References

Sesso, R. (2006). Epidemiologia da doença renal crônica no Brasil e sua prevenção. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde (São Paulo). Controle de Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac". Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-cronicas-nao-transmissiveis/irc_prevprof.pdf>. Acesso em: 8 set. 2014.

Andrassy, K. M. (2013). Kdigo 2012 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Kidney Int, v. 84, n. 3, p. 622–623, Sept.

Medina-Pestana, J. O. et al. (2011). O contexto do transplante renal no Brasil e sua disparidade geográfica. J Bras Nefrol, v. 33, n. 4, p. 472–484, dez.

Salgado Filho, N., y Brito, D. (2006). Doença renal crônica: a grande epidemia deste milênio. J Bras Nefrol, v. 28, suppl. 2, p. 1–5.

Sarnak, M. J. et al. (2003). Kidney disease as a risk factor for development of cardiovascular disease: a statement from the American Heart Association Councils on Kidney in Cardiovascular Disease, High Blood Pressure Research, Clinical Cardiology, and Epidemiology and Prevention. Hypertension, v. 42, n. 5, p. 1050–1065, nov.

Locatelli, F. et al. (2013). Kidney disease: improving global outcomes guidelines on anaemia management in chronic kidney disease: a European Renal Best Practice position statement. Nephrol Dial Transplant, v. 28, n. 6, p. 1346–1359, June.

Chapter 4.1. (2010). Treatment of CKD–MBD targeted at lowering high serum phosphorus and maintaining serum calcium. Kidney Int, v. 78, n. 11, p. 1191, dec.

Nationmaster, C.O.M. (2013). Chronic renal failure. Mortality Statistics. Disponível em: <http://www.nationmaster.com/graph/mor_chr_ren_fai-mortality-chronic-renal-failure>. Acesso em: 10 fev.

United States Renal Data System. (2009). Annual Data Report. Ann Harbor: USRDS Coordinating Center, 2009. Disponível em: <http://www.usrds.org/atlas09.aspx>. Acesso em: 10 fev. 2013.

Sathvik, B. S. et al. (2009). An assessment of the quality of life in hemodialysis patients using the WHOQOL-BREF questionnaire. Indian J Nephrol, v. 18, n. 4, p. 141–149, Oct.

Theofilou, P. (2011). Quality of life in patients undergoing hemodialysis or peritoneal dialysis treatment. J Clin Med Res, v. 3, n. 3, p. 132–138, May.

Fukuhara, S. et al. (2003). Health-related quality of life among dialysis patients on three continents: the Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study. Kidney Int, v. 64, n. 5, pp. 1903–1910, Nov.

Anees, M., Hameed, F., y Mumtaz, A. (2011). Dialysis-related factors affecting quality of life in patients on hemodialysis. Iran J Kidney Dis, v. 5, n. 1, pp. 9–14.

Sreejitha, N. S. et al. (20112). The quality of life of patients on maintenance hemodialysis and those who underwent renal transplantation. Amrita J Med, v. 8, n. 1, pp. 1–44.

Bohlke, M. et al. (2008). Predictors of quality of life among patients on dialysis in southern Brazil. São Paulo Med J, v. 126, n. 5, pp. 252–256, Sept.

Chen, M. C. et al. (2010). Arteriovenous fistula and graft evaluation in hemodialysis patients using MDCT: a primer. AJR Am J Roentgenol, v. 194, n. 3, pp. 838–847, Mar.

Cameron, J. I. et al. (2000). Differences in quality of life across renal replacement therapies: a meta-analytic comparison. Am J Kidney Dis, v. 35, n. 4, pp. 629–637, Apr.

Silveira, C. B. et al. (2010). Qualidade de vida de pacientes em hemodiálise em um hospital público de Belém - Pará. J Bras Nefrol, v. 32, n. 1, pp. 39–44.

Jaar, B. G., Chang, A., y Plantinga, L. (2013). Can we improve quality of life of patients on dialysis? Clin J Am Soc Nephrol, v. 8, n. 1, pp. 1–4, Jan.

Terra, F. S. et al. (2010). O portador de insuficiência renal crônica e sua dependência ao tratamento hemodialítico: compreensão fenomenológica. Rev Bras Clín Méd, v. 8, n. 4, pp. 306–310.

Kutner, N. G. (2002). Improving compliance in dialysis patients: does anything work? Semin Dial, v. 14, n. 5, pp. 324–327, Jan.

Kruse, M. (2004). Os Poderes dos corpos frios: das coisas que se ensinam às enfermeiras. Brasília: ABEn.

Almeida, F. A. et al. (2004). A intervenção dos Músicos do Elo em um centro de hemodiálise, uma experiência humanizadora de êxito. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES & HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE, 26 set. 2014. Anais... São Paulo: Blucher Medical Proceedings.

Teixeira, R. B., y Resck, Z. M. R. (2011). Os sentimentos da clientela assistida com atividades lúdicas durante a sessão de hemodiálise. Rev Rene, v. 12, n. 1, pp. 120–126.

Pimentel, G. G. A. et al. (2006). Educação física para pacientes renais crônicos. EFDeportes.com Rev Digital, v. 11, n. 101, pp. 1–6,.

Inaba, W. K. (2006). Prevalência de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise em unidades de saúde pública e privada, Distrito Federal, Brasil, 2005. Dissertação (Mestrado)-Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Brasília, 2006.

Mansur, H. N., Lima, J. R., y Novaes, J. S. (2007). Nível de atividade física e risco cardiovascular de pacientes comdoença renal crônica. J Bras Nefrol, v. 29, n. 4, pp. 209–214.

Painter, P. (2000). Exercise: a guide for the people on dialysis. Madison: Medical Education Institute, c2000. Disponível em: <http://lifeoptions.org/catalog/pdfs/booklets/exercise.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2013.

Johansen, K. L. et al. (2000). Physical activity levels in patients on hemodialysis and healthy sedentary controls. Kidney Int, v. 57, n. 6, pp. 2564–2570, June.

Konopack, J., y Mcauley, E. (2012). Efficacy-mediated effects of spirituality and physical activity on quality of life: a path analysis. Health Qual Life Outcomes, v. 10, n. 57, pp. 1–6.

Zamai, C.A. et al. (2011). Atividade física na promoção da saúde e da qualidade de vida: contribuições do Programa Mexa-se Unicamp. In: GUTIERREZ, G. L.; VILARTA, R.; MENDES, R. T. (Ed.). Políticas Públicas: qualidade de vida e atividade física. Campinas: Ipes, 2011. p. 179–193.

Daul, A. E. et al. (2004). Exercise during hemodialysis. Clin Nephrol, v. 61, Suppl 1, pp. S26–30, May.

Jung, T. D., y Park, S. H. (2011). Intradialytic exercise programs for hemodialysis patients. Chonnam Med J, v. 47, n. 2, pp. 61–65, Ago.

Wang, Y. L. et al. (2013). The impact of body weight management in chronic kidney disease patients with obesity. J Renal Nutr, v. 23, n. 5, pp. 372–379, Sept.

Robinson-Cohen, C. et al. (2014). Physical activity and change in estimated GFR among persons with CKD. J Am Soc Nephrol, v. 25, n. 2, p. 399–406, Feb.

O’Hare, A. M. et al. (2003). Decreased survival among sedentary patients undergoing dialysis: results from the dialysis morbidity and mortality study wave 2. Am J Kidney Dis, v. 41, n. 2, p. 447–454, Feb.

Tentori, F. et al. (2010). Physical exercise among participants in the Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS): correlates and associated outcomes. Nephrol Dial Transplant, v. 25, n. 9, pp. 3050–3062, Sept.

Matsuzawa, R. et al. (2012). Habitual physical activity measured by accelerometer and survival in maintenance hemodialysis patients. Clin J Am Soc Nephrol, v. 7, n. 12, pp. 2010–2016, Dec.

Johansen, K. L. et al. (2010). Low level of self-reported physical activity in ambulatory patients new to dialysis. Kidney Int, v. 78, n. 11, pp. 1164–1170, Dec.

Smart, N. (2013). The effect of exercise therapy on physical function, biochemistry and dialysis adequacy in haemodialysis patients: a systematic review and meta-analysis. Open J Nephrol, v. 3, n. 1, pp. 25–36, Mar.

Stringuetta-Belik, F. et al. (2012). Maior nível de atividade física associa-se a melhor função cognitiva em renais crônicos em hemodiálise. J Bras Nefrol, v. 34, n. 4, pp. 378–386.

Majchrzak, K. M. et al. (2005). Physical activity patterns in chronic hemodialysis patients: comparison of dialysis and nondialysis days. J Renal Nutr, v. 15, n. 2, pp. 217–224, Apr.

Brasil. (2011). Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde, pp. 148.

Brasil. (2014). Ministério da Saúde. Diretrizes clínicas para o cuidado ao paciente com doença renal crônica - DRC no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, pp. 37.

Pugh-Clarke, K. et al. (2002). Improvement in quality of life of dialysis patients during six months of exercise. EDTNA ERCA J, v. 28, n. 1, pp. 11–12.

Painter, P. et al. (2000). Physical functioning and health-related quality-of-life changes with exercise training in hemodialysis patients. Am J Kidney Dis, v. 35, n. 3, pp. 482–492, Mar.

Parsons, T. L., Toffelmire, E. B., y King-Vanvlack, C. E. (2006). Exercise training during hemodialysis improves dialysis efficacy and physical performance. Arch Phys Med Rehabil, v. 87, n. 5, pp. 680–687, May.

Campos, C. J. G., y Turato, E. R. (2003). A equipe de saúde, a pessoa com doença renal em hemodiálise e suas relações interpessoais. Rev Bras Enferm, v. 56, n. 5, pp. 502–506.

Chen, I. R. et al. (2014). Association of walking with survival and RRT among patients with CKD stages 3-5. Clin J Am Soc Nephrol, v. 9, n. 7, pp. 1183–1189, July.

Matsudo, S. et al. (2001). Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde, v. 6, n. 2, pp. 5–18.

Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. (2009). Projeto Diretrizes: Rastreamento do sedentarismo em adultos e intervenções na promoção da atividade física na atenção primária à saúde. Brasília: AMB; CFM. p. 1–15. Disponível em: <http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/36-Rastreamento.pdf>. Acesso em: 11 set. 2014.

Duarte, P. P. S. et al. (2003). Tradução e adaptação cultural do instrumento de avaliação de qualidade de vida para pacientes renais crônicos (KDQOL-SF TM). Rev Assoc Méd Bras, v. 49, n. 4, pp. 375–381.

GraphPad InStat. (1998). Versão 3.01 para Windows 95. San Diego, CA:,USA:GraphPad Software, 1998.

Hampton, T. (2014). Muscle mass linked with physical function and quality of life in dialysis patients. EurekAlert. New York: AAAS. Disponível em: <http://www.eurekalert.org/pub_releases/2014-04/ason-mml041814.php>. Acesso em: 20 abr. 2014.

Soares, K. T. A. et al. (2011). Eficácia de um protocolo de exercícios físicos em pacientes com insuficiência renal crônica, durante o tratamento de hemodiálise, avaliada pelo SF-36. Fisioter Mov, v. 24, n. 1, pp. 133–140, mar.

Lara, C. R. et al. (2013). Qualidade de vida de pacientes renais crônicos submetidos à fisioterapia na hemodiálise. Ciência Saúde, v. 6, n. 3, pp. 163–171, dez.

Lima, M. C. et al. (2013). Effect of exercise performed during hemodialysis: strength versus aerobic. Renal Fail, v. 35, n. 5, p. 697–704, Jan.

Molsted, S. et al. (2004). Five months of physical exercise in hemodialysis patients: effects on aerobic capacity, physical function and self-rated health. Nephron Clin Pract, v. 96, n. 3, pp. 76–81, Jan.

Johansen, K. L. (2007). Exercise in the end-stage renal disease population. J Am Soc Nephrol, v. 18, n. 6, p. 1845–1854, June.

Cupisti, A. et al. (2013). Physical activity and exercise training: a relevant aspect of the dialysis patient’s care. Intern Emerg Med, v. 8, Suppl 1, p. 31–34, Apr.

Cavalcanti, C. (2014). Nível de atividade física e sintomas depressivos em pacientes submetidos à hemodiálise: um estudo de corte transversal. Fisioter Pesqui, v. 21, n. 2, p. 161–166.

Published
2016-10-04