FATORES DE VIRULÊNCIA DE FUNGOS RELACIONADOS A ZOONOSES ISOLADOS EM AMBIENTE DE BANHO E TOSA DE UM PET SHOP

  • Lucimara Rodrigues Carobeli Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Beatriz Vesco Diniz Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Nathália Martins Morette de Carvalho Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Luana Yukari Chinen Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Josiane Lie Tanoye Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Terezinha Inez Estivalet Svidzinski Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Flávia Franco Veiga Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
  • Melyssa Negri Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: zoonose, fungos, virulência, pet shops

Resumo

Este estudo avaliou a presença de fungos em objetos utilizados em banho e tosa, além do risco de infecção e a patogenicidade dos mesmos.  Aplicou-se questionários a donos de animais domésticos e proprietários de pet shops, para verificar a proximidade, os hábitos e cuidados praticados nesses ambientes. Realizou-se coletas de diferentes superfícies em um pet shop de Maringá-PR, após o isolamento e a identificação dos fungos, avaliou-se seu risco de infecção. Constatou-se que os hábitos dos tutores e animais, assim como dos manipuladores nos estabelecimentos de banho e tosa, podem influenciar na transmissão de doenças fúngicas e oferecer riscos aos envolvidos. Os gêneros de leveduras encontrados nos objetos foram: Candida, Rhodotorula e Trichosporon. Entre fungos filamentosos, os principais gêneros presentes foram: Fusarium, Scedosporium e Curvularia. Quanto ao teste de virulência, observando os substratos infectados ao microscópio, verificou-se que dos isolados testados: Candida kefyr, Rhodotorula spp., Trichosporon spp. e Fusarium spp., todos exibiram capacidade de colonizar pelos, unhas e cabelos. Conclui-se que o estreitamento da relação humano-animal e a prática de banho e tosa em estabelecimentos comerciais com grande fluxo de animais podem oferecer risco de zoonose, sendo necessárias boas práticas de higienização e hábitos saudáveis para minimização do mesmo.

Biografia do Autor

Lucimara Rodrigues Carobeli, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Aluna do curso Biomedicina, Departamento de Análises Clínicas e Biomedinica, Universidade Estadual de Maringá.
Beatriz Vesco Diniz, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Aluna do curso Biomedicina, Departamento de Análises Clínicas e Biomedinica, Universidade Estadual de Maringá.
Nathália Martins Morette de Carvalho, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Aluna do curso Biomedicina, Departamento de Análises Clínicas e Biomedinica, Universidade Estadual de Maringá.
Luana Yukari Chinen, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Aluna do curso Biomedicina, Departamento de Análises Clínicas e Biomedinica, Universidade Estadual de Maringá.
Josiane Lie Tanoye, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Aluna do curso Biomedicina, Departamento de Análises Clínicas e Biomedinica, Universidade Estadual de Maringá.
Terezinha Inez Estivalet Svidzinski, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Docente da Universidade Estadual de Maringá, Maringá (PR), Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina.
Flávia Franco Veiga, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Maringá.
Melyssa Negri, Laboratório de Micologia Médica Departamento de análises Clínicas e Biomedicina Universidade Estadual de Maringá
Pós-doutora pela Universidade Estadual de Maringá, Doutorado em Engenharia Biomádica pela Universidade do Minho Portugal, Docente da Universidade Estadual de Maringá, Maringá (PR), Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina.

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Publicado
2019-07-13