Índios e militares no século XX: a invisibilidade do caos humano nas fronteiras.

  • Maria Geralda Almeida Moreira UEG

Resumen

A política indigenista adotada durante a Ditadura Militar visava, dentre outros objetivos, à ocupação da Amazônia por meio da construção de estradas, de hidrelétricas e do incentivo à migração para regiões consideradas, até então, como “vazios demográficos”. Essa política foi responsável pelo genocídio de etnias inteiras e pelo processo que buscava a transformação de índios em “não-índios”, a desindianização. Tais práticas mantiveram-se nos subterrâneos, não conseguiram extrapolar as fronteiras étnicas e permaneceram na memória dos sobreviventes desses massacres indígenas. O objetivo aqui consiste, por um lado, em analisar as ações empreendidas pelo Estado contra os indígenas, por considerá-los “subversivos”, e, por outro, em evidenciar a ação de resistência realizada pelos indígenas frente a essa política genocida. A pesquisa foi realizada, primordialmente, com base na documentação produzida pelo Comitê Estadual da Verdade do Amazonas e pela Comissão Nacional da Verdade.

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Biografía del autor/a

Maria Geralda Almeida Moreira, UEG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiáis. Docente do Curso de História da Universidade Estadual de Goiás.

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Publicado
2018-04-07
Cómo citar
MOREIRA, M. G. A. Índios e militares no século XX: a invisibilidade do caos humano nas fronteiras. albuquerque: revista de historia, v. 9, n. 18, 7 abr. 2018.
Sección
Dossiê História Indígena: o campo interdisciplinar renovado